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Geometria Analítica Edison Franco Agosto de 2013 Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 1 / 54 Eq. Vetorial do Plano Se ~u e ~v são LI e paralelos à um plano pi, o par (~u,~v) é chamado de par de vetores diretores de pi. Podemos fazer, �! AX = λ~u + µ~v X � A = λ~u + µ~v X = A+ λ~u + µ~v é a Equação Vetorial do Plano Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 2 / 54 Eq. Vetorial do Plano Se tivermos três pontos dados A, B e C, é possível descrever o plano que passa por esses pontos através da construção de qualquer par de vetores diretores, dentre �! AB, �! AC e �! BC (ou dos vetores opostos a estes). Neste caso o ponto X , X = A+ λ �! AB + µ �! AC ou X = A+ λ �! AB + µ �! BC ou X = A+ λ �! AC + µ �! BC . No lugar de A poderia aparecer qualquer outro ponto pertencente ao plano, como B ou C . Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 3 / 54 Eq. Paramétrica do Plano Da equação vetorial do plano derivamos a equação paramétrica do plano. Assumindo X = (x , y , z) A = (x0, y0, z0) ~u = (a, b, c) ~v = (m, n, p) X = A+ λ~u + µ~v (x , y , z) = (x0, y0, z0) + λ (a, b, c) + µ (m, n, p) (x , y , z) = (x0, y0, z0) + (λa,λb,λc) + (µm, µn, µp) (x , y , z) = (x0 + λa+ µm, y0 + λb+ µn, z0 + λc + µp) de onde vem 8<: x = x0 + λa+ µm y = y0 + λb+ µn z = z0 + λc + µp Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 4 / 54 Plano entre dois vetores Podemos pensar no plano como formado pela intersecção de duas retas não paralelas, e que se interceptam em algum ponto A. Neste caso consideremos as retas r e s como sendo as seguintes retas (eq. vetorial) r : X = A+ λ~u s : X = A+ µ~v ) pi : X = A+ λ~u + µ~v Exemplo: Seja o plano pi que contém o A = (2, 5, 3) e é paralelo aos vetores ~u = (1, 0, 1) e ~v = (0, 1, 1) . (a) Obtenha duas equações vetoriais de pi. (b) Obtenha, em cada caso, as equações paramétricas de pi. (c) Veri que se P = (3, 2, 4) pertence ao plano. (d) Veri que se ~w = (1, 2, 3) é paralelo ao plano. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 5 / 54 Resolução (a) Obtenha duas equações vetoriais de pi. (i) A primeira solução é direta X = (2, 5, 3) + λ (1, 0, 1) + µ (0, 1, 1) Como, (~u +~v) e (~u �~v) devem ser sempre L.I., pois α (~u +~v) + β (~u �~v) = ~0 (α+ β)~u + (α� β)~v = ~0) α = β = 0 logo, (~u +~v) = (1, 0, 1) + (0, 1, 1) = (1, 1, 2) (~u �~v) = (1, 0, 1)� (0, 1, 1) = (1,�1, 0) (ii) A segunda equação vetorial será: X = (2, 5, 3) + λ (1, 1, 2) + µ (1,�1, 0) Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 6 / 54 Resolução (b) Obtenha, em cada caso, as equações paramétricas de pi. As equações paramétricas derivam das vetoriais: (i)X = (2, 5, 3) + λ (1, 0, 1) + µ (0, 1, 1)8<: x = 2+ λ1+ µ0 y = 5+ λ0+ µ1 z = 3+ λ1+ µ1 ) 8<: x = 2+ λ y = 5+ µ z = 3+ λ+ µ (ii) X = (2, 5, 3) + λ (1, 1, 2) + µ (1,�1, 0)8<: x = 2+ λ1+ µ1 y = 5+ λ1+ µ (�1) z = 3+ λ2+ µ0 ) 8<: x = 2+ λ+ µ y = 5+ λ� µ z = 3+ 2λ Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 7 / 54 Resolução (c) Veri que se P = (3, 2, 4) pertence ao plano. Para veri car se P pertence ao plano pi basta veri car se é possível encontrar solução única ao par. Da solução (i) 8<: x = 2+ λ y = 5+ µ z = 3+ λ+ µ ) 8<: 3 = 2+ λ! λ = 1 2 = 5+ µ! µ = �3 4 = 3+ λ+ µ ) 4 6= 3+ 1� 3(F ) ) P /2 pi (d) Veri que se ~w = (1, 2, 3) é paralelo ao plano. Se for paralelo ao plano, os vetores diretores, ~u e ~v serão LD com ~w . Basta veri car: ~u ) ~v ) ~w ) ������ 1 0 1 0 1 1 1 2 3 ������ = ������ 1 0 1 0 1 1 1 2 3 ������ 1 0 0 1 1 2 = 3+ 0+ 0� 1� 2� 0 = 0 Logo, (~u,~v ,~w) é LD, e o vetor (1, 2, 3) é paralelo ao plano. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 8 / 54 Equação Geral do Plano Dado um ponto A = (x0, y0, z0) de pi, que possui os seguintes vetores diretores ~u = (r , s, t) e ~v = (m, n, p), escrevemos o ponto genérico X = (x , y , z) como X = A+ λ~u + µ~v X � A = �!AX = λ~u + µ~v e os três vetores são LD, ��! AX ,~u,~v � , �! AX = (x � x0, y � y0, z � z0)������ x � x0 y � y0 z � z0 r s t m n p ������ = (x � x0) ���� s tn p ����| {z }+ (y � y0) ���� r tm p ����| {z }+ (z � z0) ���� r sm n ����| {z } = (x � x0) a + (y � y0) b + (z � z0) c desenvolvendo o determinante pelos elementos da primeira coluna. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 9 / 54 Equação Geral do Plano Como ��! AX ,~u,~v � é LD, (x � x0) a+ (y � y0) b+ (z � z0) c = 0 ax + by + cz + (�ax0 � by0 � cz0)| {z } = 0 ax + by + cz + d = 0 Logo, a equação geral do plano é dada por ax + by + cz + d = 0 Fixado um sistema de coordenadas, toda Eq. de 1a grau e três incógnitas é equação do plano. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 10 / 54 Exemplo Obtenha uma eq. geral do plano X = (2, 5, 3) + λ (1, 0, 1) + µ (0, 1, 1) e veri que que o ponto P (3, 2, 4) /2 pi. Basta fazer:X = (x , y , z) = (2, 5, 3) + λ (1, 0, 1) + µ (0, 1, 1). Logo, (x � 2, y � 5, z � 3) = λ (1, 0, 1) + µ (0, 1, 1) são claramente três vetores LD ������ x � 2 y � 5 z � 3 1 0 1 0 1 1 ������ = ������ x � 2 y � 5 z � 3 1 0 1 0 1 1 ������ x � 2 y � 5 1 0 0 1 = (z � 3)� (x � 2)� (y � 5) = z � x � y + 4 = 0 ) x + y � z � 4 = 0 Podemos veri car diretamente se P pertence ao plano substituindo os valores de x , y e z : 3+ 2� 4� 4 = �3 6= 0, logo P /2 pi Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 11 / 54 Vetor normal ao plano Fixado um sistema de coordenadas ortogonal (cartesiano), dada uma equação geral do plano pi : ax + by + cz + d = 0 e ~w = (q, r , s), ~w é paralelo ao plano pi se, e somente se, aq + br + cs = 0. Supondo os dois vetores diretores do plano, ~u = (r , s, t) e ~v = (m, n, p), um vetor normal ao plano é construído pelo produto vetorial ~n =~u �~v . Como antes, ~n = ~u ) ~v ) ������ ~i ~j ~k r s t m n p ������ = ���� s tn p ����~i| {z }+ ���� r tm p ����| {z }~j + ���� r sm n ����| {z }~k ~n = a~i + b~j + c~k Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 12 / 54 Vetor normal ao plano Como ~n = (a, b, c) e ~w = (q, r , s) são vetores ortogonais (med angular pi/2), logo ~n � ~w = 0 (a, b, c) � (q, r , s) = 0 ) aq + br + cs = 0 se ~w k pi Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 13 / 54 Exemplo Obtenha eqs. paramétricas do plano 4x + 2y � z + 5 = 0 e diga qual é um vetor normal ao plano. Esse exercício é simples uma vez conhecida a técnica a seguir: Para resolver esse problema vamos partir da arbitrariedade de chamar duas das coordenadas de parâmetros λ e µ: x = λ e y = µ, resolvendo a equação para z : z = 5+ 4x + 2y = 5+ 4λ+ 2µ,logo, pi : 8<: x = λ y = µ z = 5+ 4λ+ 2µ ) 8<: x = 0+ 1λ+ 0µ y = 0+ 0λ+ 1µ z = 5+ 4λ+ 2µ Vemos que um vetor normal ao plano será ~n =~u �~v ~n = ~u ) ~v ) ������ ~i ~j ~k 1 0 4 0 1 2 ������ = �4~i � 2~j +~k = (�4,�2, 1) é exatamente o negativo dos coe cientes na equação 4x + 2y � z + 5 = 0, cqd. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 14 / 54 Interseção de duas retas Para veri car se duas retas se interceptam basta observar se há valores possíveis para os parâmetros que validem os pontos x , y e z . Exemplo (15-4 a) Mostre que as retas r e s são concorrentes e obtenha o plano determinado por elas. r : 8<: x = λ y = λ z = 1+ 4λ s : x � 1 3 = y � 5 3 = 2+ z 5 Duas retas são concorrentes somente se houver um ponto de interseção entre r e s. Devemos escrever inicialmente as duas retas na forma paramêtrica. Escolhendo x = µ ) µ� 1 3 = y � 5 3 ) y = µ+ 4 ) µ� 1 3 = 2+ z 5 ) z = 5 3 µ� 11 3 EdisonFranco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 15 / 54 Exemplo Note que não usamos o mesmo parâmetro para que não se confunda, pois um está associado a r e o outro a s. r : 8<: x = λ y = λ z = 1+ 4λ s : 8<: x = µ y = µ+ 4 z = 53µ� 113 Se as duas retas forem concorrentes deve haver um ponto de intersecção entre elas: x = λ = µ) λ = µ (1) y = �λ = µ+ 4) �λ (1)= λ+ 4) λ = �2 z = 1+ 4λ = 53µ� 113 ) 1+ 4λ (1) = 53λ� 113 ) λ = �2 Logo, o ponto de interseção será: P = (�2,�2,�7) e as retas são concorrentes neste ponto. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 16 / 54 Interseção de reta e plano Uma reta e um plano podem se interceptar em um único ponto (a reta fura o plano), em in nitos pontos (a reta está sobre o plano), ou não se interceptar (reta paralela ao plano). Exemplo: Obtenha a interseção da reta r com o plano pi r : X = (1, 1, 0) + λ (1, 2, 3) e pi : x + y � z = 5 Neste caso basta trocar a equação paramétrica de r em pi para obter um valor de λ: r : 8<: x = 1+ λ y = 1+ 2λ z = 3λ ) (1+ λ) + (1+ 2λ)� (3λ) = 5 (técnica λ) 2 = 5 é incompatível) não existe λ, e a reta não toca o plano: r k pi podemos veri car que o produto escalar do vetor diretor de r , ~r = (1, 2, 3), com o vetor normal do plano, ~n = (1, 1,�1), é nulo, pois eles fazem um ângulo de pi/2: ~r �~n = (1, 2, 3) � (1, 1,�1) = 0 Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 17 / 54 Exemplo de interseção de reta e plano Exemplo: Obtenha a interseção da reta r com o plano pi r : X = (1, 1, 0) + λ (1, 2, 1) e pi : x + y � z = 3 Neste caso basta trocar a equação paramétrica de r em pi para obter um valor de λ: r : 8<: x = 1+ λ y = 1+ 2λ z = λ ) (1+ λ) + (1+ 2λ)� (λ) = 3) λ = 1 2 O ponto de interseção é obtido fazendo-se λ = 12 em r .8<: x = 1+ 12 = 3 2 y = 1+ 212 = 2 z = 12 logo, P = � 3 2 , 2, 1 2 � Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 18 / 54 Exemplo de interseção de reta e plano Exemplo: Obtenha a interseção da reta r com o plano pi r : X = (1, 1, 1) + λ (0, 1, 1) e pi : x + y � z = 1 Neste caso basta trocar a equação paramétrica de r em pi para obter um valor de λ: r : 8<: x = 1+ 0λ y = 1+ 1λ z = 1+ 1λ ) (1+ 0λ) + (1+ 1λ)� (1+ 1λ) = 1) 1 = 1 E essa equação é identicamente satisfeita, o que signi ca que não importa qual seja o valor de λ, a reta sempre intercepta o plano. Isso signi ca que a reta está sobre o plano. Escrevendo a eq. de pi na forma paramétrica pelo seguinte método: y = λ e z = µ x = 1� y + z ) 8<: x = 1� λ+ µ y = λ z = µ ) 8<: x = 1� 1λ+ 1µ y = 0+ 1λ+ 0µ z = 0+ 0λ+ 1µ Como ~u = (�1, 1, 0) e ~v = (1, 0, 1) e de r ,~r = (0, 1, 1) )~r =~u+~v (LD) Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 19 / 54 Interseção de dois planos Entre dois planos há três possibilidades: Eles não se interceptam (planos paralelos), eles se interceptam numa única reta (planos concorrentes) ou eles se interceptam em in nitos pontos (planos idênticos). Exemplo: Obtenha a interseção do plano pi1 com o plano pi2 pi1 : x + y + z = 2 e pi2 : x � y + 2z = 1 Basta inserir a equação geral de um dos planos no outro: pi1 : x = 2� y � z colocando a equação de pi2 (2� y � z)� y + 2z = 1 2� 2y + z = 1 z = �1+ 2y chamando y = λ e considerando a eq. x = 2� y � z = 2� y � (�1+ 2y) = 3� 3y . Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 20 / 54 Exemplo de interseção de dois planos Como x = 3� 3y , z = �1+ 2y , logo chamando y = λ8<: x = 3� 3λ y = λ z = �1+ 2λ ) 8<: x = 3� 3λ y = 0+ 1λ z = �1+ 2λ é a equação de uma reta r , com vetor diretor~r = (�3, 1, 2). Logo, pi1 \ pi2 = r Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 21 / 54 Exemplo de interseção de dois planos Exemplo: Obtenha a interseção do plano pi1 com o plano pi2 pi1 : x + y + z = 2 e pi2 : x + y + z = 1 Basta inserir a equação geral de um dos planos no outro: pi1 : x = 2� y � z colocando a equação de pi2 (2� y � z) + y + z = 1 2 = 1 isso mostra que o sistema é incompatível, portanto, pi1 \ pi2 = ?. Logo, os dois planos são paralelos. OBS: isso pode ser visto facilmente a partir das duas equações gerais dos planos. Como ambas têm o mesmo vetor normal ~n = (1, 1, 1), a diferença está apenas no fator numérico, o que indica que ambos são diferentes, mas sempre paralelos. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 22 / 54 Exemplo de interseção de dois planos Exemplo: Obtenha a interseção do plano pi1 com o plano pi2 pi1 : x + y + z = 2 e pi2 : 2x + 2y + 2z = 4 Basta inserir a equação geral de um dos planos no outro: pi1 : x = 2� y � z colocando a equação de pi2 2 (2� y � z) + 2y + 2z = 4 4 = 4 isso mostra que o sistema é compatível com quaisquer valores de y e z , portanto, também de x . Isso implica que pi1 \ pi2 = pi1 = pi2. OBS: isso pode ser visto facilmente a partir das duas equações gerais dos planos. Uma é um múltiplo da outra, então ambas indicam o mesmo plano. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 23 / 54 Equações da reta na forma planar Dados dois planos, vimos que a interseção deles gerou uma equação de uma reta. Podemos, desta forma, indicar sempre retas pela interseção de dois planos. A estas chamamos de equação da reta na forma planar. Exemplo: Obtenha a interseção do plano pi1 com o plano pi2 pi1 : x + 2y � z = 2 e pi2 : x � y + 2z = 2 Basta inserir a equação geral de um dos planos no outro: pi1 : x = 2� 2y + z colocando na equação de pi2 (2� 2y + z)� y + 2z = 2) 2� 3y + 3z = 2) y = z chamando y = λ e considerando a eq.x = 2� 2y + z = 2� 2λ+ λ = 2� λ. Assim, r : 8<: x = 2� 1λ y = 0+ 1λ z = 0+ 1λ é a equação paramétrica da reta r de interseção dos dois planos. A Equação vetorial será (x , y , z) = (2, 0, 0) + λ (1, 1, 1). Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 24 / 54 Exemplos de equações da reta na forma planar Exemplo: Obtenha a equação da reta r a forma planar r : 8<: x = 2� 1λ y = 1� 2λ z = 2+ 1λ (1) (2) (3) Para começar a resolução é necessário lembrar o que as equações paramétricas têm e o que as planares não tem. Obviamente é o parâmetro. Portanto é necessário eliminar, de alguma forma, o parâmetro. Da terceira equação, λ = z � 2 (2)) � x = 2� 1 (z � 2) = 4� z y = 1� 2 (z � 2) = 3� 2z ) r : � x + z � 4 = 0 y + 2z � 3 = 0 Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 25 / 54 Exemplos de equações da reta na forma planar Exemplo: Obtenha uma equação vetorial da reta r a partir da forma planar r : � x � y + 2z � 4 = 0 �x + 2y + 3z + 3 = 0 1a Solução: Isolando, inicialmente, x na primeira equação (x = 4+ y � 2z) e inserindo o resultado na segunda: � (4+ y � 2z) + 2y + 3z + 3 = 0 �4� y + 2z + 2y + 3z + 3 = 0) y = 1� 5z Assim: x = 4+ y � 2z = 4+ (1� 5z)� 2z x = 5� 7z Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 26 / 54 Exemplos de equações da reta na forma planar y = 1� 5z x = 5� 7z Do ponto de vista de equações, temos duas equações e três variáveis (x , y , z). Isso permite escolher com liberdade um deles para ser o parâmetro: z = µ r : 8<: x = 5� 7µ y = 1� 5µ z = µ ) 8<: x = 5� 7µ y = 1� 5µ z = 0+ 1µ ) r : (x , y , z) = (5, 1, 0) + µ (�7,�5, 1) 2a Solução: Basta tomar dois pontos que pertençam aos planos e encontrar a equação da reta que passe por eles. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 27 / 54 Equação planar e vetores normais Dada uma equação planar de uma reta r r : � a1x + b1y + c1z + d1 = 0 a2x + b2y + c2z + d2 = 0 já sabemos que os vetores ~n1 = (a1, b1, c1) e ~n2 = (a2, b2, c2) são vetores normais à pi1 e pi2. O produto vetorial desses dois vetores é necessariamente um vetor sobre o plano pi1 e o plano pi2. A única formadisso acontecer é que esse vetor seja o vetor diretor da reta que gerada pela interseção dos dois planos, ou seja,~r =~n1 �~n2 é um vetor diretor de r . Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 28 / 54 Exemplos de equações da reta na forma planar Exemplo: Obtenha uma equação vetorial da reta r a partir da forma planar utilizando~r =~n1 �~n2 r : � pi1 : pi2 : x � y + 2z � 4 = 0 �x + 2y + 3z + 3 = 0 ~n1 = (1,�1, 2) ~n2 = (�1, 2, 3) ~r = ~n1 �~n2 = ~n1 ) ~n2 ) ������ ~i ~j ~k 1 �1 2 �1 2 3 ������ ~i ~j 1 �1 �1 2 = �3~i � 2~j + 2~k �~k � 4~i � 3~j ~r = �7~i � 5~j +~k = (�7,�5, 1) Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 29 / 54 Exemplos de equações da reta na forma planar ~r = �7~i � 5~j +~k = (�7,�5, 1) A equação vetorial cará determinada utilizando-se um ponto destes planos. Escolhendo z = 0 na eq. de pi1 : x � y + 2z � 4 = 0, x � y � 4 = 0) x = 4+ y Isso na equação de pi2 : �x + 2y + 3z + 3 = 0, juntamente com z = 0 � (4+ y) + 2y + 3 (0) + 3 = 0) y = 1 Logo x = 4+ (1) = 5 Logo, um ponto da reta é A = (5, 1, 0). A eq. vetorial é r : X = A+ µ~r X = (5, 1, 0) + µ (�7,�5, 1) Coincide exatamente com o que encontramos antes. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 30 / 54 Posição relativa Dadas duas entidades matemáticas do tipo reta-reta, reta-plano ou plano-plano, é de interesse prático, muitas vezes de interesse físico ou de engenharia, saber como estão posicionadas tais entidades. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 31 / 54 Posição relativa de reta e reta Duas retas r e s podem ser (adotando um ponto de cada reta como A e B, respectivamente, e os vetores diretores~r e~s em analogia): (i) reversas se estiverem contidas em planos paralelos. Neste caso��! AB,~r ,~s � é LI; (ii) concorrentes se estiverem contidas em um mesmo plano, mas não são paralelas. Neste caso ��! AB,~r ,~s � é LD. Além disso (~r ,~s) é LI; Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 32 / 54 Posição relativa de reta e reta (iii) paralelas distintas se estiverem contidas em planos paralelos. Neste caso(~r ,~s) é LD e ��! AB,~r ,~s � é LD. Além disso devemos veri car que qualquer ponto de r não pertence à s; (iv) paralelas coincidentes se estiverem em um mesmo plano e o conjunto de interseções for in nito (qualquer valor do parâmetro). Neste caso(~r ,~s) é LD e ��! AB,~r ,~s � é LD. Além disso devemos veri car que qualquer ponto de r sempre pertence à r . Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 33 / 54 Exemplo de posição relativa de reta e reta Exemplo 16-1 a: Estude a posição relativa das retas r e s r : X = (1,�1, 1) + λ (�2, 1,�1) s : � y + z = 3 x + y � z = 6 Primeiramente devemos escrever a eq. de s na forma paramétrica para identi carmos o vetor diretor~s =~n1 �~n2 ~s = ~n1 �~n2 = ~n1 ) ~n2 ) ������ ~i ~j ~k 0 1 1 1 1 �1 ������ ~i ~j 0 1 1 1 = �~i +~j �~k �~i ~s = (�2, 1,�1) vemos que~r = (�2, 1,�1) =~s, logo os dois vetores são LD (o mesmo vetor). As duas retas podem ser paralelas distintas ou coincidentes apenas. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 34 / 54 Exemplo de posição relativa de reta e reta Devemos veri car se um ponto qualquer de r pertence a s. O ponto (1,�1, 1) na equação da reta s� y + z = �1+ 1 6= 3 x + y � z = 1� 1� 1 6= 6 logo as retas são paralelas distindas, já que o ponto (1,�1, 1) não pertence à ambas. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 35 / 54 Exemplo de posição relativa de reta e reta Exemplo 16-1 b: Estude a posição relativa das retas r e s r : � x � y � z = 2 x + y � z = 0 s : � 2x � 3y + z = 5 x + y � 2z = 0 Primeiramente devemos escrever a eq. de r e s na forma paramétrica para identi carmos o vetores diretores~r = ~m1 � ~m2 e~s =~n1 �~n2 ~r = ~m1 � ~m2 = ~m1 ) ~m2 ) ������ ~i ~j ~k 1 �1 �1 1 1 �1 ������ = 2~i + 2~k )~r = (2, 0, 2) ~s = ~n1 �~n2 = ~n1 ) ~n2 ) ������ ~i ~j ~k 2 �3 1 1 1 �2 ������ = 5~i + 5~j + 5~k )~s = (5, 5, 5) vemos que (~r ,~s) é LI. Os vetores não são paralelos. Continuando... Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 36 / 54 Exemplo de posição relativa de reta e reta Devemos veri car se o vetor formado por um ponto A de r e um ponto B de s formam ��! AB,~r ,~s � LD ou LI. r : � x � y � z = 2 x + y � z = 0 x=0 = � �y � z = 2 +y � z = 0 = 8<: x = 0 y = �1 z = �1 ) A = (0,�1,�1) , s : � 2x � 3y + z = 5 x + y � 2z = 0 y=0 = � 2x + z = 5 x � 2z = 0 = 8<: x = 2 y = 0 z = 1 ) B = (2, 0, 1) , onde os pontos foram tomados diferentes para que, com certeza, não fossem fornecidos pontos simétricos. Assim,�! AB = (2, 0, 1)� (0,�1,�1) = (2, 1, 2): Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 37 / 54 Exemplo de posição relativa de reta e reta �! AB ) ~r ) ~s ) ������ 2 1 2 2 0 2 5 5 5 ������ 2 1 2 0 5 5 = 0+ 10+ 20� 20� 1� = 0 Logo ��! AB,~r ,~s � é LD, e os três vetores pertencem ao mesmo plano. As retas são, portanto, concorrentes. Para encontrar o ponto onde elas são concorrentes basta resolver as quatro equações à duas incógnitas:8>><>>: x � y � z = 2 x + y � z = 0 2x � 3y + z = 5 x + y � 2z = 0 (1) (2) (3) (4) Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 38 / 54 Exemplo de posição relativa de reta e reta Resolvendo apenas as três primeiras equações, depois colocamos a solução na eq.(4) para veri car que essa é satisfeita:8<: x � y � z = 2 x + y � z = 0 2x � 3y + z = 5 (1) (2) (3) A solução é x = 1, y = �1 e z = 0. Logo, na eq. (4) 2x � 3y + z = 2 (1)� 3 (�1) + 0 = 5 = 5 é identicamente satisfeita. Logo, as retas r e s são concorrentes em P = (1,�1, 0) Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 39 / 54 Exemplo de posição relativa de reta e reta Exemplo 16-1 c: Estude a posição relativa das retas r e s r : x + 1 2 = y 3 = z + 1 2 s : X = (0, 0, 0) + λ (1, 2, 0) Primeiramente devemos escrever a eq. de r na forma paramétrica para identi carmos o vetores diretores~r e~s. De r vemos que a equação está na forma simétrica, e sabemos que os termos nos denominadores são as coordenadas do vetor diretor, enquanto~s é direto: ~r = (2, 3, 2) ~s = (1, 2, 0) vemos que (~r ,~s) é LI pois não podem ser escritos na forma~r = α~s. Tomando os pontos de r e s, A = (�1, 0,�1) (simplesmente observando a eq. simétrica) e B = (0, 0, 0). �! AB = B � A = (0, 0, 0)� (�1, 0,�1) = (1, 0, 1) �! AB ) ~r ) ~s ) ������ 1 0 1 2 3 2 1 2 0 ������ 1 0 2 3 1 2 = 0+ 0+ 4� 3� 4 = �3 Portanto ��! AB,~r ,~s � é LI e a única possibilidade é as retas r e s serem reversas. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 40 / 54 Posição relativa de reta e plano Uma reta r e um plano pi podem ser: (i) transversais se (�!u ,~v ,~r) é LI; (ii) paralelos e r não está em pi se (�!u ,~v ,~r) é LD e se qualquer ponto de r não é ponto de pi ; (iii) paralelos e r está em pi se (�!u ,~v ,~r) é LD e se todo ponto de r é ponto de pi; Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 41 / 54 Exemplo de posição relativa de reta e plano Ex 16-3 (p. 193 do LT) Estude a posição relativa de r e pi. a) r : X = (1, 1, 1) + λ (3, 2, 1) pi : X = (1, 1, 3) + λ (1,�1, 1) + µ (0, 1, 3) b) r : X = (2, 2, 1) + λ (3, 3, 0) pi : X = (1, 0, 1) + λ (1, 1, 1) + µ (0, 0, 3) c) r : x � 2y = 3� 2z + y = 2x � z pi : X = (1, 4, 0) + λ (1, 1, 1) + µ (2, 1, 0) Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 42 / 54 Exemplo de posição relativa de reta e plano a) r : X = (1, 1, 1) + λ (3, 2, 1) pi : X = (1, 1, 3) + λ (1,�1, 1) + µ (0, 1, 3) 1o Passo: Vericar se os (�!u ,~v ,~r) é LI ou LD: ~r )�!u ) ~v ) ������ 3 2 1 1 �1 1 0 1 3 ������ 3 2 1 �1 0 1 = �17 6= 0 Logo r e pi são transversais. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 43 / 54 Exemplo de posição relativa de reta e plano b) r : X = (2, 2, 1) + λ (3, 3, 0) pi : X = (1, 0, 1) + λ (1, 1, 1) + µ (0, 0, 3) 1o Passo: Veri car se os (�!u ,~v ,~r) é LI ou LD: ~r )�!u ) ~v ) ������ 3 3 0 1 1 1 0 0 3 ������ 3 3 1 1 0 0 = 0 Logo r e pi são paralelos. Tomando o ponto da reta A = (2, 2, 1), e veri cando se este ponto pertence ao plano x = 2 = 1+ λ y = 2 = 0+ λ z = 1 = 1+ λ+ 3µ não é possível encontrar λ único. Logo r e pi são paralelos e r não está em pi. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 44 / 54 Exemplo de posição relativa de reta e plano c) r : x � 2y = 3� 2z + y = 2x � z pi : X = (1, 4, 0) + λ (1, 1, 1) + µ (2, 1, 0) Escrevendo as equações de r na forma equivalente � x � 2y = 3� 2z + y x � 2y = 2x � z � x � 3y + 2z = 3 x + 2y � z = 0 (1) (2)� (1) + 2.(2) : 3x + y = 3) y = 3� 3x (3) (3) em (2) : z = x + 2y = x + 2 (3� 3x) = 6� 5x Ficamos com a equação paramétrica x = σ, y = 3� 3σ, z = 6� 5σ e ~r = (1,�3,�5). P/ (�!u ,~v ,~r) LI ou LD: ~r )�!u ) ~v ) ������ 1 �3 �5 1 1 1 2 1 0 ������ 1 �3 1 1 2 1 = �2 Logo r e pi são transversais. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 45 / 54 Posição relativa de plano e plano Dois planos pi1 e pi2 podem ser: (~n1,~n2 são os respectivos vetores normais aos planos) (i) transversais se (~n1,~n2) é LI; (ii) paralelos distintos se (~n1,~n2) é LD e se qualquer ponto de pi1 não é ponto de pi2 ; (ii) paralelos coincidentes se (~n1,~n2) é LD e se todo ponto de pi1 não é ponto de pi2, pi1 = pi2. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 46 / 54 Exemplo de posição relativa de plano e plano Ex. 16-7, p. 199. Estude a posição relativa dos planos pi1 : X = (0, 0, 0) + λ (1, 0, 1) + µ (�1, 0, 3) e pi2 : X = (1, 0, 1) + λ (1, 1, 1) + µ (0, 1, 0) Basta escrever as equações gerais dos planos pi1 : �! AB1 ) ~u1 ) ~v1 ) ������ x � 0 y � 0 z � 0 1 0 1 �1 0 3 ������ = �4y )~n1 = (0,�4, 0) pi2 : �! AB2 ) ~u2 ) ~v2 ) ������ x � 1 y � 0 z � 1 1 1 1 0 1 0 ������ = �x + z )~n2 = (�1, 0, 1) Como (~n1,~n2) é LI os planos são transversais. Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 47 / 54 Feixes de planos Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 48 / 54 A-Medida angular entre Retas Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 49 / 54 A-Perpendicularidade e Ortogonalidade entre Retas Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 50 / 54 B-Medida Angular entre Reta e Plano Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 51 / 54 B- Perpendicularidade e Ortogonalidade entre Reta e Plano Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 52 / 54 C-Medida Angular entre Plano e Plano Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 53 / 54 C- Perpendicularidade e Ortogonalidade entre Plano e Plano Edison Franco () Geometria Analítica Plana Agosto de 2013 54 / 54 Equações de Reta e Plano B - Equações de Plano Equações de Reta e Plano Posição relativa de retas e planos Medida angular, perpendicularidade e ortogonalidade