Buscar

Fund. slide. UNIDADE 2

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

UNIDADE 2: Modelos clássicos da análise e compreensão da sociedade e das instituições sociais e políticas.
Planos de aulas de 5 a 11
UNIDADE 2: Modelos clássicos da análise e compreensão da sociedade e das instituições sociais e políticas.
Introdução; A formação do pensamento “Político Moderno”.
2.1. O historicismo de Nicolau Maquiavel (1469 – 1527).
2.2. O Humanismo Renascentista e o Jusnaturalismo.
2.2.1. O humanismo e a exaltação do humano.
2.2.2. Thomas Hobbes (1588- 1679).
2.2.3. Jean-Jaques Rousseau (1712- 1778).
2.3. Formas de governos possíveis a partir da constituição do Estado Moderno.
 2.4. Contexto histórico da formação da Sociologia.
2.4.1. Revolução Industrial e Neocolonialismo.
2.4.2. O cientificismo e o darwinismo social.
2.4.3. O evolucionismo social.
2.4.4. O Positivismo.
2.5. A Sociologia de Émile Durkheim.
2.6. A Sociologia de Max Weber.
2.7. A Concepção marxista de análise social.
BIBLIOGRAFIA
CHAUÌ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: ática, 2006.
 MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo: Nova cultural, 2004 
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Nova cultural, 2004. 
ROUSSEAU, Jean-Jacques., Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. São Paulo: Nova cultural, 2005 
COSTA, C., Sociologia – introdução à ciência da sociedade. 3ª. Edição. Moderna, 2005.
SELL, C.E., Sociologia clássica: Marx, Durkheim e Weber. 2ª. Edição. Petropolis: Vozes, 2010.
RAMOS, F.C., Manual de Filosofia política. São Paulo: Saraiva, 2012.
WEBER, Max. A Ética protestante e o espírito do Capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2009.
KARL, Marx. O Capital. / Manifesto do Partido Comunista / A Ideologia Alemã / 
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico / 
Introdução: A formação do”.
pensamento “Político Moderno
O período Moderno compreende o início do século XVI ao término do século XVIII, e se caracteriza pelo pensamento modernista, o qual possui a razão e a ciência como seus princípios de verdade.
Modernismo é a mentalidade do período moderno: afirma que só é verdade o que é demonstrável pela ciência. 
 
Razão ↔ Conheciemnto = verdade 
______________________
 Ciência (Demonstração)
2.1. O historicismo de Nicolau Maquiavel (1469 – 1527).
Maquiavel é considerado o pai da ciência política moderna, pois, será um dos primeiros a propor uma nova forma de se fazer política, a saber, separada da fé e independente da Igreja.
Segundo Maquiavel à base do fazer político deve estar a vontade soberana do príncipe.
Lei 
 _____________________ = Política
Vontade Soberana do
Príncipe 
Para sustentar cientificamente esta teoria ele fará uma análise da história aonde pretende demonstrar que, as grandes civilizações se desenvolveram enquanto tiveram por base a vontade soberana do príncipe.
Assim ele escreverá sua celebre obra intitulada “O Príncipe”, a qual se tornará uma espécie de manual dos governantes.
O Príncipe
2º. Ensinar a manter o poder
1º. Ensinar a conquistar o poder
 
O Príncipe
2º. Ensinar a manter o poder
1º. Ensinar a conquistar o poder
Nesta obra encontramos alguns conselhos para se conquistar e conservar o reino. Tais como:
1º. Eliminar as vontades opositoras;
2º. Governar com imparcialidade;
Os fins justificam os meios...
 As teorias de Maquiavel deram sustentabilidade teórica ao Absolutismo.
Exemplos de monarcas absolutistas: Henrique VIII, Catarina de Medici, Elisabete I....
 2.2. O Humanismo Renascentista e o Jusnaturalismo.
Segundo a teoria Jusnaturalista o direito não é fundamentado no “divino” mas sim na Natureza.
Portanto, tudo o que está diretamente ligada à natureza humana e que promove seu bem e sua evolução é considerado direito natural. 
Vejamos a seguir alguns modelos:
2.2.1. O humanismo e a exaltação do humano.
A Idade Moderna é preparada pelo Renascimento e Humanismo.
 Representam as duas faces de uma mesma sociedade.
O interesse predominante é direcionado à natureza.
O humanismo indaga a natureza do homem e afirma sua dignidade na própria capacidade. 
O renascimento indaga a natureza física considerando-a autônoma em relação a Deus. 
  
 
 
HUMANISMO
RENASCIMENTO
HUMANA
NATUREZA
INTELECTO: ARTES…
FISICA (COSMO)
FISICO: CORPO...
Erasmo de Roterdam (O Elogio da Loucura), Thomas More (A Utopia), Papa Julio II, Michelangelo, Da Vinci, e outros, são exemplos de humanistas....
2.2.2. Thomas Hobbes (1588- 1679).
Juntamente com Maquiavel, Hobbes é considerado o pai da política moderna, mesmo que em perspectivas diversas.
Político inglês desenvolveu sua teoria a fim de justificar e fundamentar o poder absoluto do estado.
Desta forma, ele Assim ele desenvolve a teoria do “estado absoluto” escrevendo sua célebre obra “O Leviatã”.
Nesta obra ele afirma que o estado nasceu a partir de uma necessidade de frear a violência e a agressividade do homem.
afirma que existem na natureza humana dois estados, a saber:
Estado Natural do homem;
Estado Civil do homem;
No estado natural, que se situa anterior ao estado civil, o homem vivia isolado na floresta, como todos os outros animais.
Neste estado reinava a liberdade absoluta. Não existiam leis, normas, regras morais, deveres nem obrigações. 
Aqui o homem se manifestava altamente agressivo, violento, egoísta, num total estado de guerra contra todos. 
De fato, sua natureza é assim: violenta, agressiva e egoísta. 
Nesse estado, reina o medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta.
E para se protegerem uns dos outros, inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. 
Mas, essas duas atitudes são inúteis, pois sempre haverá alguém mais forte que vencerá o mais fraco e ocupará as terras cercadas. 
A vida não tem garantias; a posse não tem reconhecimento e, portanto, não existe; a única lei é a força do mais forte, que pode tudo quanto tenha força para conquistar e conservar.
Assim, através o justo uso da razão, os homens entenderam que não poderiam viver eternamente em estado de guerra, e em continua ameaça de morte. Resolveram então fazer um “Contrato Social”. 
Neste contrato, seria respeitada a propriedade privada. 
Nasce, portanto, a necessidade de se criar um órgão fiscalizador, que fosse capaz de garantir a propriedade privada e frear a violência e a agressividade entre os homens.
Este órgão é o Estado.
Assim o homem sai de seu estado natural e passa a viver em um estado civil.
O estado civil é o momento em que o homem abdica de sua total liberdade e delega ao Estado a função de criar normas, leis e regras que possam garantir a boa convivência entre os homens.
O homem cidadão, a saber, o homem civilizado é aquele submisso ao Estado.
Neste estado de vida, o homem não deixa de ser mau, violento e agressivo em sua natureza, mas aprende a frear seus instintos graças a força repressora do Estado.
Este tutela o direito de cada cidadão e puni severamente os infratores.
O soberano da nação (rei) está acima de tudo.
Lei 
Punir
Reprimir 
2.2.3. Jean-Jaques Rousseau (1712- 1778).
Filósofo do tardo iluminismo francês.
 Assim como Hobbes, defendia dois estados na natureza humana, a saber:
Estado “De Natura”
Estado Civil. 
No estado de natureza, os indivíduos vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a Natureza lhes dá, desconhecendo lutas e comunicando-se pelo gesto, pelo grito e pelo canto, numa língua generosa e benevolente. 
Esse estado de felicidade original, no qual os humanos existem sob a forma do bom selvagem inocente.
Aqui o homem desconhece a violência, o egoísmo...
Aqui se apresenta como um ser totalmente bom, inocente e feliz.
Sem leis, regras ou normas, o homem vive em total liberdade.
O estado de bondade e inocência termina quando alguém cerca um terreno e diz: "É meu". A divisão entre o meu e o teu, isto é, a propriedade privada, dá origem ao estado de sociedade (estado civil, homem cidadão).
Agora sim, nasce a violência,
o egoísmo, a agressividade, e os sentimentos como vaidade, orgulho, etc...
Quando, portanto, o homem se agrupa para viver em sociedade, fazendo surgir assim a propriedade privada, ele se degenera, tornando-se mau e agressivo.
Naturalmente o homem é bom, mas a sociedade o corrompe!
O estado de sociedade de Rousseau evidencia uma percepção do social como luta entre fracos e fortes, vigorando a lei do poder e da força. 
 2.3. Formas de governos possíveis a partir da constituição do Estado Moderno.
Monarquia:
Absoluta;
Moderada;
República:
Oligarquia;
Democracia;
 2.4. Contexto histórico da formação da Sociologia.
2.4.1. Revolução Industrial e Neocolonialismo.
O século XIX foi marcado pela Revolução Industrial e pelo Neocolonialismo, cujas consequências se projetaram para os séculos XX e XXI.
Revolução Industrial
Produção doméstica
Produção Industrial 
A indústria cresceu e com esse crescimento vieram as crises de produção porque a superprodução não era acompanhada pelo consumo.
A solução para a crise de consumo foi encontrada no neocolonialismo, ou imperialismo do século XIX.
Diferente do colonialismo dos séculos XV e XVI, o neocolonialismo representou nova etapa do capitalismo, momento em que as nações europeias saíram em busca de:
 Matérias-primas para sustentar as indústrias; 
De novos mercados consumidores para os produtos europeus; 
E de mão-de-obra barata;
2.4.2. O cientificismo e o darwinismo social.
O cientificismo foi a mentalidade desenvolvida a partir da concepção de que a ciência era a única capaz de trazer respostas e soluções aos problemas da humanidade.
O cientificismo foi a mola mestra do desenvolvimento tecnológico desencadeado a partir do século XIX.
Foi também nessa época que se desenvolveu a teoria de Charles Darwin sobre a evolução e adaptação das espécies.
O autor colocou em xeque as ideias da imutabilidade das espécies.
Assim, a formação dos sistemas vivos começou a ser entendida não como criação simultânea, mas como decorrência de etapas sucessivas. 
Na sua obra A origem das espécies, publicada em 1859, em consonância com o espírito da época, Darwin defendeu a noção de variação gradual dos seres vivos graças ao acúmulo de modificações pequenas, sucessivas e favoráveis, e não por modificações extraordinárias, surgidas repentinamente.
Nessa obra Darwin apresentou o núcleo da sua concepção evolutiva: a seleção natural, ou a persistência do mais capaz; com o passar dos séculos, a seleção natural eliminaria as espécies antigas e produziria novas espécies.
Logo as teses de Darwin estavam sendo discutidas em todo o meio científico e o próprio liberalismo econômico adotou o pressuposto da competição.
Logo surgiu o Darwinismo Social.
Segundo o Darwinismo Social, as sociedades se modificam e se desenvolvem como os seres vivos.
As transformações nas sociedades representam a passagem de um estágio inferior para outro superior, onde o organismo social se mostra mais evoluído, adaptado e complexo.
Se na natureza a competição gera a sobrevivência do mais forte, também na sociedade favorece a sobrevivência de sociedades e indivíduos mais fortes e evoluídos. 
As expressões: “luta pela existência” e “sobrevivência do mais capaz”, tomadas de Darwin, apoiaram o individualismo liberal e justificaram o lugar ocupado pelos bem sucedidos nos negócios.
Por outro lado, as sociedades foram divididas em raças superiores e inferiores, cabendo aos mais fortes dominar os mais fracos e, consequentemente, aos mais desenvolvidos levar o desenvolvimento aos não desenvolvidos.
A civilização deveria ser levada a todos os homens. 
Cientificismo
Mentalidade do século XIX: afirma que a ciência é a única capaz de trazer salvação à humanidade
Ciência 
Tecnologia 
Progresso 
Darvinismo Social 
Darwinismo Social 
Evolução Social 
Evolução
Adaptação
Selvageria 
Civilização
2.4.3. O evolucionismo social.
Os evolucionistas formaram a primeira escola antropológica. Tendo como paradigma principal a sistematização do conhecimento acumulado sobre os “povos primitivos” e o predomínio do trabalho de gabinete, a análise desses antropólogos era feita a partir dos relatos de viajantes e colonizadores lhes chegavam às mãos.
Defendiam a ideia de que a história da Humanidade se dava através de um processo evolutivo que ia da selvageria à civilização, passando pela barbárie. 
2.4.4. O Positivismo.
O positivismo foi uma diretriz filosófica criada por Augusto Comte na segunda metade do século XIX.
O tema central de sua obra é a Lei dos Três Estados, em que ele divide a evolução histórica e cultural da humanidade em três fases, de acordo com seu desenvolvimento; 
Segundo ele a sociedade deveria ser uma “sociocracia” dirigida por cientistas para a unificação, conformidade e progresso de toda a humanidade.
Comte devotou-se a Sociologia, uma palavra que ele elaborou para descrever a ciência da sociedade. Ele acreditava que sua principal contribuição foi a teoria de que a humanidade passou por três estágios de desenvolvimento intelectual:
Fase Teológica / Religiosa
Fase Metafísica/ Filosofica 
Fase Positiva/ Científica
Os traços mais marcantes do Positivismo são:
 A excessiva valorização das ciências e dos métodos científicos.
A exaltação do homem e suas capacidades.
E o otimismo em relação ao desenvolvimento e progresso da humanidade.
Comte propõe:
1º. A negação da luta de classes – harmonia entre as classes sociais.
2º. A necessidade de um Estado forte, centralizador, mantenedor da ordem.
A influência do Positivismo no Brasil
2.5. A Sociologia de Émile Durkheim.
Criador da Escola sociológica francesa;
Com ele a sociologia se constitui como uma disciplina rigorosamente cientifica.
Define o objeto da sociologia: os fatos sociais e atribui-lhe um método de investigação: a análise objetiva dos fatos sociais, que deveriam ser estudados como “coisas”, ou seja, o investigador deveria manter uma relação objetividade com o objeto estudando, desfazendo-se de qualquer pré-noção em relação a eles.
2.5. Fatos sociais.
Em seu livro “As regras do método sociológico”, Durkheim define os fatos sociais como “maneiras de agir, pensar e sentir que apresentam a característica marcante de existir fora da consciência individual”.
Para Durkheim a sociedade, como todo organismo, apresenta estados normais e patológicos (saudáveis e doentios).
Fato social normal - É normal o fato que não extrapola os limites dos acontecimentos mais gerais de uma determinada sociedade e que refletem os valores e as condutas aceitas pela maior parte da população.
Quando os sentimentos coletivos são fortemente atingidos, algumas ofensas passam de faltas morais para delitos e crimes. É por essa lógica que ele irá avaliar o castigo imposto não como forma de acabar com o crime, mas sim para mantê-lo na taxa social “média”.
2.5.2. Fato social patológico.
é todo fato que extrapola os limites aceitos pela consciência coletiva vigente em uma sociedade.
é o comportamento tido com desviante e perturbador da ordem.
São fatos que põem em risco a harmonia e consenso.
 Representa, portanto, um estado mórbido da sociedade. 
Eles são transitórios e excepcionais assim como as doenças.
2.5.3. Normalidade x patologia.
O que é normal? 
Quais os parâmetros estabelecidos para diferenciar o “normal” do “anormal”?
 O que é normal varia de sociedade para sociedade.
2.5.4. Consciência coletiva.
Em seu livro “Da divião do trabalho social”, Durkheim definiu consciência coletiva como “o conjunto de crenças e de sentimentos comuns entre os membros de uma mesma sociedade, forma um sistema determinado que tem sua vida própria.
 Podemos chamá-la de consciência coletiva ou comum.
2.5.5. Divisão do trabalho social e formas de solidariedade social.
Nas sociedades mais simples predomina a divisão social do trabalho baseada principalmente em critérios biológicos de sexo e idade.
Durkheim classifica a forma de solidariedade
social deste tipo de sociedade como solidariedade mecânica.
Nas sociedades mais complexas, em especial quando tem início o desenvolvimento da agricultura, a sedentarização e o sistema de propriedade privada, surge uma divisão social mais complexa, com a criação de novas funções sociais.
Durkheim classifica a forma de solidariedade social deste tipo de sociedade como solidariedade orgânica.
2.6. A Sociologia de Max Weber.
A unificação da Alemanha se dá, em relação aos ouros países da Europa, de forma tardia.
Ela nasce dentro de um contexto ideológico de diversidade ao ao passo que as outras nações nasceram a partir da ideia de universalidade.
Max Weber foi o grande sistematizador da sociologia na Alemanha.
2.6.1. A sociedade sob uma perspectiva histórica.
O Positivismo (corrente filosófica que influenciará a sociologia francesa) se difere do idealismo (corrente que influenciará a sociologia alemã) principalmente na maneira como cada uma destas correntes encara a história.
Para o Positivismo a historia é o processo universal de evolução da humanidade.
Passando pelos três estágios propostos por Comte.
Aqui se valoriza o processo social a partir de uma visão geral, onde os processos individuais da sociedade nãosão levados em contas.
Para Weber, representante maior da sociologia alemã, deve se levar em contas o caráter especifico e particular de cada formação social.
Aqui se privilegia o conhecimento histórico como busca pela evidência.
Weber busca conciliar a perspectiva histórica (que respeita as particularidades de cada sociedade ) e a perspectiva sociológica que busca os elementos mais gerais.
Segundo ele, no entanto, para se compreender fatos do passado é preciso um esforço para se interpretar os fatos acontecidos no “passado” e suas conseguintes repercussões. 
2.6.2. A ação social.
Cada formação social adquiriu especificidade e importância própria.
O ponto de partida da sociologia de Weber é a ação social,ou seja, a conduta humana dotada de sentido.
Assim, o individuo como agente social passa a ter importância pois é o individuo que dá sentido à sua ação. 
É o individuo que oferece uma conexão entre o motivo da ação, a ação propriamente dita e seus conseguintes efeitos.
Lembremos que, para a sociologia positivista a ordem social submete os indivíduos como uma força exterior a eles.
Segundo weber, não existe uma oposição entre individuo e sociedade, mas as normas sociais só se tornam concretas quando manifestada na ação do individuo.
Ao estudo da ação importa conhecer a motivação. 
A motivação revela o sentido da ação.
Para weber, é papel do cientista social descobrir os possíveis sentidos das ações humanas.
A motivação é, ou deve ser, clara e consciente no ator (agente da ação), mas nem sempre os efeitos daquela ação é previsível com clareza.
Para uma determinada ação, muitas vezes, estão empenhados vários atores, e isso constitui o caráter social da ação. 
É o individuo que, por meio dos valores sociais e de suas motivações que produz o sentido da ação social. 
A ação social quando possui seu sentido partilhado por vários indivíduos constitui a relação social.
Pela frequência da relação social o cientista social pode descrever características gerais de uma determinada sociedade.
2.6.3. O tipo ideal.
Para se explicar os fatos sociais, Weber propôs um instrumento de análise que chamou de “Tipo ideal”.
O tipo ideal não é, no entanto, um modelo perfeito, um paradigma a ser buscado pelas formações sociais, é apenas um instrumento de análise cientifica. 
É um modelo construído a partir das particularidades estudadas. 
2.6.4. A ética protestante e o espírito do capitalismo.
Uma das obras mais conhecidas e relevantes de Max Weber é “A Ética Protestante e o espirito do capitalismo.
Aqui ele relaciona o papel do protestantismo na formação do comportamento capitalista ocidental.
Ele parte de dados estatísticos que mostram a proeminência de adeptos da Revolução protestante entre os grandes homens de negócios, empresários bem sucedidos.
Ele faz uma conexão entre a doutrina protestante e seus efeitos no comportamento dos indivíduos e sobre seu desenvolvimento capitalista.
Ele observa que os valores do protestantismo como: disciplina ascética, poupança, austeridade e propensão ao trabalho, atuavam de maneira decisiva sobre os indivíduos.
Entre os protestantes existia um interesse muito maior pelas disciplinas praticas, propensas aos números, aos lucros, do que pelas disciplinas da humanística.
O protestantismo rejeitava a prática católica voltada a orações, sacrifícios.
Os protestantes manifestavam uma forma de vida mais prática e menos teórica.
 2.7. A Concepção marxista de análise social.
Ao contrário de Durkheim e Weber, Marx não teve como preocupação a elaboração de uma disciplina sociológica, visto que seu pensamento engloba uma série disciplinas, como a Economia, a História e a Filosofia.
Entretanto, suas idéias tiveram enorme impacto nas Ciências Sociais – constituindo-se numa das fontes mais importantes da Sociologia e da Ciência Política
2.7.1. Materialismo histórico:
Na concepção marxista o termo materialismo refere-se à teoria filosófica preocupada em destacar a importância dos seres objetivos (os homens) como elementos constitutivos da realidade do mundo. 
Este é o método de análise social marxista, segundo o qual, as relações materiais que os homens estabelecem entre si e o modo como produzem seus meios de vida formam a base de todas as suas relações
2.7.2. Dialética 
é o modo de pensarmos as contradições da realidade, de pensarmos as diferenças sociais e, consequentemente, à transformação permanente da realidade – a realidade dialética. 
Princípios básicos da dialética: tudo se relaciona; tudo se transforma; mudanças qualitativas; luta dos contrários; tese-antítese-síntese. 
A aplicação das teses fundamentais do materialismo dialético à realidade social deu origem à concepção materialista da história.
2.7.3. Luta de classes.
a luta de classes é o confronto entre duas classes antagônicas quando lutam por seus interesses de classe.
No modo de produção capitalista, a relação antagônica se faz entre o burguês, que é o detentor dos meios de produção, do capital, e o proletariado que nada possui e só vive porque vende sua força de trabalho.
A luta de classes, na perspectiva materialista da história, relaciona-se diretamente à mudança social, à superação dialética das contradições existentes.
Daí a luta de classes ser considerada o motor da História, a responsável pelas transformações sociais.
Para Marx, o capitalismo foi o modo de produção que separou de modo mais profundo o trabalho e os meios de produzi-lo, acentuando a exploração da classe não proprietária dos meios de produção (proletariado) pelos proprietários dos meios de produção (burgueses).
2.7.4. Ideologia.
Ideologia é “o conjunto de proposições existentes com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe dominante com o interesse coletivo, construindo uma hegemonia daquela classe, tornando-se uma verdade absoluta e natural.”
Dessa forma, a manutenção da ordem social requer dessa maneira menor uso da violência.
2.7.5. Alienação.
É originada na vida econômica.
 O bem produzido não pertence ao trabalhador.
 Não é mais o operário que projeta o trabalho. 
Há separação entre planejamento e execução, entre pensar e agir. 
Tem-se como consequência um saber mecânico e fragmentado.
Infraestrutura: é aquilo que está à base da sociedade e lhe dá sustentação.
Superestrutura: é aquilo que se sobrepõe à sociedade como meio de opressão.
 SUPERESTRUTURA 
 
FABRICA 
FAMÍLIA
ESTADO 
ECONOMIA / INFRAESTRUTURA

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais

Outros materiais