Aula 04 planejamento

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PLANEJAMENTO EDUCACIONAL
PEDAGOGIA – DALTA MOTTA
AULA 04
Rio de Janeiro, 2011 
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PLANEJAMENTO E GESTÃO 
Uma relação produtiva 
No cotidiano das escola, em especial no final e no início de ano, são realizadas uma série de atividades tais como: preencher formulários com objetivos, conteúdos, estratégias, avaliação, indicação de livros didáticos, etc. Outras vezes, os professores são convocados para discutirem a proposta pedagógica da escola. 
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O que se percebe, no entanto, é que com frequência essas atividades são realizadas de forma mecânica, cumprindo prazos e rituais formais, vazios de sentido.
É muito comum o professor considerar tudo isso como mais uma burocracia. (VASCONCELLOS, 2000, P.15).
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E, caso seja verdade, por que isso acontece?
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Questões:
Na maioria das vezes, o ato de planejar na escola é mecânico?
Ocorre em todas as escolas?
Até que ponto a direção da escola é responsável por transformar o momento do planejamento em uma situação meramente formal e burocrática?
Até que ponto os diretores e coordenadores usam o planejamento como um mecanismo de controle?
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Será verdade que os professores são, demasiadamente, resistentes à elaboração do planejamento? 
Essas questões não têm uma única resposta, pois existe uma situação diferente em cada escola.
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Seja qual for o estágio em que a escola se encontra, o tema do planejamento como instrumento de gestão, é bastante pertinente, uma vez que o ato de planejar (processo permanente), pode ser uma boa oportunidade não só para o grupo interagir em torno da construção ou atualização da proposta da escola, como também para “afinar” concepções, ideias, opiniões, construindo consensos na perspectiva do alcance de metas e objetivos comuns. 
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Esses momentos podem se tornar, excelentes oportunidades, para trabalhar a integração do grupo. Na verdade, estamos nos referindo a um modelo de gestão democrática.
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 Então, o planejamento precisa:
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- Ser pensado para além da sua dimensão instrumental, entendido como instrumento político, na medida em que expresse as intenções, os princípios e as finalidades da escola;
- Ser elaborado de modo participativo, acolhendo, discutindo e incorporando ao processo, as propostas construídas de modo coletivo pelos diferentes sujeitos que participam da vida da escola;
- Ser construído a partir do diálogo com a realidade intra e extraescolar.
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O planejamento pode ser um instrumento (mecanismo/estratégia) de fomento e sustentação à gestão, cujo poder pode ser mais partilhado (descentralizado), com a participação dos diferentes grupos nos diversos processos decisórios.
Contudo, é necessário ter vontade política e acreditar que esse processo pautado por relações menos hierarquizadas é mais rico e pode construir um trabalho mais adequado, fruto do diálogo entre os sujeitos que integram a comunidade escolar.
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Um aspecto que merece destaque é o fato de que a atual prática gestionária nas escolas acaba exigindo dos diretores uma dedicação maior, às vezes plena, às questões administrativas, obrigando-os a tornar secundário o aspecto mais importante de sua atuação, que é a sua responsabilidade em relação às questões pedagógicas e propriamente educativas.
Sobre a Gestão Democrática e o Planejamento Participativo
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A afirmação de que “é difícil administrar sozinho a escola”, denuncia o isolamento do dirigente escolar enquanto responsável único e último pela instituição educativa.
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As formas de gestão são variáveis determinantes do clima organizacional:
. Autoritário 
Participativo
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“A eficácia da escola e o sucesso dos alunos são afetados pelo clima organizacional.” (BRUNET, 1999, p.138)
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Mudança de cenário:
Pluralismo político
Emergência do poder local
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PARTICIPAÇÃO AUTONOMIA 
GESTÃO DEMOCRÁTICA 
A atuação do diretor, suas atribuições e o seu vínculo com a escola se alteram, dependendo da forma de sua escolha.
Hoje temos diferentes categorias de escolha dos diretores:
Nomeação
Concurso
Esquemas mistos
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Pressupostos da Gestão Democrática:
- Capacitação de todos os segmentos escolares;
- Consulta à comunidade escolar;
- Institucionalização da gestão democrática;
- Lisura na definição da gestão;
- Agilidade nas informações;
- Transparência nas negociações.
Acreditamos que é fundamental que a gestão da educação e da escola, aconteça tendo presente princípios de uma democracia participativa e que tenha no seu horizonte a transformação da própria sociedade.
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Na verdade, estamos propondo uma gestão que pense a educação e a escola para além de uma simples adaptação às necessidades do contexto. Estamos sugerindo uma gestão que seja capaz de transformar a realidade política, social e cultural, onde todas as pessoas sejam igualmente sujeitos de direitos e tenham respeitadas e valorizadas a suas diferenças.
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Analisando as funções do diretor:
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- Antes de tudo, ele é um educador;
- Sua função é, primordialmente, pedagógica e social;
- Deve ter desenvolvidas suas competências técnicas, políticas e sociais;
- Deve ser um articulador dos diferentes segmentos da escola;
- Deve ser o mobilizador da equipe;
- Deve ser um líder (democrático);
- Deve ser capaz de dividir o poder de decisão com professores, funcionários, pais e alunos.
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 Uma gestão escolar menos hierarquizada e mais democrática não só partilha a gestão como um todo, como estimula e promove um planejamento realizado de modo participativo.
Segundo Gandin (1994), A participação pode ser exercida em diferentes níveis e modalidades:
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1 – Colaboração – é o nível em que a “autoridade” chama as pessoas para trazerem sua contribuição para o alcance do que esta mesma a”autoridade” decidiu como proposta;
2 – Decisão – vai além da colaboração e tem aparência democrática mais acentuada. O “chefe” decide que todos vão decidir, leva algumas questões à plenária e manda que todos decidam. No geral, são decididos aspectos menores.
3 – Construção em conjunto – pouco freqüente, o poder está na mão das pessoas. Todos crescem juntos, transformam a realidade, criam o novo em proveito de todos com trabalho coordenado.
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Planejar é construir a realidade . Não é só organizar essa realidade e mantê-la funcionando, mas transformá-la. Por isso, precisa ser científico:
Para facilitar a compreensão do procedimento científico, Gandin se utiliza da proposta de Rubem Alves: O Escoteiro Inteligente.
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Essa proposta orienta para o seguinte processo:
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1 – Compreender a situação;
2 – Estabelecer o rumo;
3 – Verificar a distância entre o desejado e o que se tem no momento;
4 – Definir o caminho
Assim o escoteiro propõe: ações, comportamentos e atitudes e normas.
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Dessa forma, é necessário:
- Haver planos anuais;
- Existir uma equipe coordenadora;
- Ter uma conexão com o orçamento;
- Integrar os diversos setores ou departamentos;
- Que a participação seja a vontade do sistema e do Diretor;
- Instituir um processo de audiência contínua.
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Apostar no planejamento escolar nessa perspectiva, é considerar a escola como um espaço aberto, dinâmico, em constante interação com o mundo político, social e cultural e, desse modo, conceber o planejamento como um processo também aberto, dinâmico, realizado
e reelaborado continuamente, tendo presentes o diagnóstico tanto qualitativos quanto quantitativo da realidade, pretendendo intervir e transformar essa mesma realidade. Tornando-a mais justa e digna para todos.
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