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475 Emilio Betti Teoria Geral do Negócio Jurídico Tomo III Ano 1970

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PROF. EMl L I O BETTI
Catedrático de Direito civil da Universidade de Roma
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T OMO III
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«COLECÇXO COIMBRA EDITORE»
COIMBRA EDITORA. LDA.
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COIMBRA EDITORA
Prof. E M l L l O B E T T I
t e o r i a g e r a l
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NEGÓCIO JURÍDICO
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A preunU trêdufão foi feita tomando r -r 
bau a >.* rez^utstda da 2* t4 i;io tSiU 
liana do üirr ia p „ f £mtUj ~tUl-
TEORIA GENERAL DEL NECCZIO 
CIUHIDICO4 ' t«
COPYRIGHT ET UNIÚXE TiPOGP.AFICO- 
-B D ITR IC Z TOKINESE, DE TOKIU
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Reservados todzs direi (os. tm .meus 
portuguesa, pan Coimbra Editora. L.da 
Coig-xa - Portugal
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CAPITULO V III
Invalidade c ineficácia do negócio jurídico
SUMÁRIO: 57.* Invalidade e ineficácia do ncçócio nos seus 
caracteres diferenciais.— 5S. Vários aspectos da invali­
dade: nulidade, inexistência, anulabilidade; invalidade 
absoluta e relativa, total e parcial. — 59. Invalidade 
superveniente ou suspensa, e convalescença do negócio 
inválido.— 60. Revogaçáo. rescisão, resoiuçáo.— 61. Con­
verso do negócio inválido ou ineficaz (•).
— Invalidade e ineficácia do negócio nos seus 
caracUres diferenciais. — Depois de estudadas as pos-
( V Da literatura pandetistica e civilistica citada co 
Cap. I. ver cm especial: Uxger, System, n. 180 e scgs., 
R£Gzlsbz2G2R Pand.. §§ 174-176; Covtello. Trascri-
tiom. i. 240 « segs., 419-21; In.. Manual*, 105-110; Henlh. 
Uhrb. d. húrç. R., § 33; Tuhk. AUçem. Teil, n, §§ 55-58; 
os escritos aí citados a págs. 273. particularmente Strohaí.. 
Ríluüvc Unwifk&ainkiil, èm FcsiscbiftJa!:rh:ir.áertf. d. otsitrr. 
Alii. B. G. 3.. xi. 763; Mitteis. Râmischús Pris&rtchl. i. § 14 
c em Dinin^s Jahrb., 28. S5 e segs.; BRCCK. Anfechibarkeit 
/. Dritu. 1900. 49 c segs. De data mais recente: Fiszi. StuJi 
:u~d del neçozio giuridic■?. 1920; Carnelutti, Sistema
dxr. proc, rir.. n. n .« 537-546; A. Scialoja. S <Mtà t ir.effi- 
eteia. « a Sa&i di vario diritto. 1927-28. 23. OeKTMaKN.
SArMrt TtümchliSkeit. em f. . H.: ::cU-
,c *^5. 119-136; Eicittrr.. S :í .ijir.-r';;an? tç sc~:t.Jrt- .
u. iinglichen G ts c h & fin.i tr.anu .-wista. 107. 1910. 
^ Sj- ' cm JhaibàcUr. 1911. S9. 17Ò; Carse-
0 itCaitniaK Da Riv d.r ^ ^ ig33
8 teoria cfral do ítcócio jurídico
síveis anormalidade do negócio, segundo a sua parti­
cular relevância jurídica, iremos agora examinar, um 
por um, os principais modos do seu tratamento, em 
união com outras formas de Ineficácia do negócio, que 
não dependem do anormalidades, mas e** circunstan­
cias diversas. O exame a que vamos agora proceder, 
demonstrara a oportunidade de manter separadas as 
duas ordens de problemas: os que dizem respeito à 
diagnose das anormalidades (a patologia) e os que se 
referem ao seu tratamento jurídico. Distinção, esta, 
que na sistemática do Código foi, infelizmente, igno­
rada, ao tratar promiscuamente das anormalidades, con­
juntamente com as formas de invalidade e ineficácia do 
contrato (arts. 1418.°-1448.°), e das primeiras até em 
sede de requisitos do próprio contrato (arts. 1343.°-
V iterbo. etn Foro it.. ! 035 r.*. a c scs* C*eiota-F£JU>ara,
L ’cinnidlabilità assciu&. no Foro :t.. 1939. xv, 50; Io., Annuila-
bilità assoluu t r.uilità rtíatica. era Síudi Scirzi. 1940. 73-113; 
Id., Tnvalidiià. no Foro 1948. iv. 33: Id-. Xegtcio £iur.
«e l dir. pnvaío :t.. 1948. Cap. V. n - S2-*4; A. Fedele. La
invalidità del nt^ozio di dir. pnv. (Memcrü ist. çtur. Tcnno. a. 
53' 1943 :ri 7-8. 222-23; c n:a:s htemiura sobre o assunto:
• ’ 1 ’ r v n i ! 7 - : 3*3 . E aradi: KaYSER. Ltscspeaabr.ente cap. Í-V a. u# ■
J u iit is « iW . » *viXc. s ™ irr-r-atnttu . m * * * 1933.
3" 1115-1 HO' G. CaHSSOV. £>« tíA íü .i» tntn
33-67: Boczat. i » rim w une ?~ i « dons un*
.. • • v ú «w ** cumiKCfT Li nxu.iU. na Réiut
d Aaupu := **"?*
* n . de /.«• « W . - * * « * F*K.cA*A-ASTAMA«A. / « ,/ ;* * « .
. *. u> J7 5e«L; iÍKiriorn. na 5i«r. ..jiwfi*
»*•». » ‘-o: *•
m Z r D,
Caps. IV-V.
para o art. 1322.°, parágr., a matéria
.atisa): o que, manifestamente, não
clareza e 6 coerência do sistema da lei.
11
,1345 o» deslocando 
dos requisitos da
^ r S S ^ t i n ^ r as duas rdens de proble- 
i í S o k a . de rclto. também <io tacto dc nem sempre 
ítfrd to poder íicar satisfeito por sanoanar a anor- 
malidade do negócio com a invalidade, como conse­
qüência constante e exclusiva.
Um negócio da vida real pode não ser idoneo 
para vaia como preceito da autonomia privada (§ 17), 
e portamo para explicar, pelo menos por forma dura- 
doura e irremovivel, todos os efeitos que o direito liga 
ao tipo abstracto de negócio a que ele pertence. A qua­
lificação de inválido ou de ineficaz, que então lhe é 
dada, pressupõe, precisamente, um confronto entre o 
concreto regulamento de interesses que se considera e 
n tipo ou gênero de negócio a que ele deve corresponder. 
E exprime uma valoração negativa que é. de certo modo.
o reverso da outra, positiva, que a lei faz relativamente 
ao negócio-tipo a que liga a produção de novas situa­
ções jurídicas. A valoração negativa tanto pode depen­
der do facto de os elementos constitutivos e os pressu­
postos concomitantes do negócio concreto não 
corresponderem aos elementos essenciais e aos Drcssu- 
postoa necessários do tipo legal, como do facto de, 
embora aão faltando a necessária correspondência entre 
uns e ontros. um impedimento estranho ao negócio 
concret.-LT.cnte celebrado, olhado cm si mesmo, se opor.
respecth(T Pr0dll'“ ° d°S efe':tOS Prór ^ s do tipo legal
"hb" ^ * *
® «specto do cm C5tri:o* sob
dos efeúos. Quanto preceuo duerente, ou da falta 
ao alcance da distinção, ha quem
10 tetjria c.i rai, no \ccrtcio jl-rím co
ne«uc- quo eia >/:ja relevante e útil (*). E pode,Íambémr 
aceitar-he que a utiiidade, pelo menos prevalcntemente.
é errposiiiva e >istemdtica. o nvgócio nulo não produz 
efeitos, de -:m modo que, formalmente, não ê diferente 
do ir.r ..«.az • -ntiuw -atrito. M;ü «•. lüatinçdo. embora 
a iUa . uiçao seja, sobretudo, a de introduzir ordem e 
clareza no esoido dos variados e complexos fenôme­
nos da carência do negocio jurídico, revela-se, no entanto» 
como indispensável, desde nue se tenha presente o res­
pectivo fundamento e a di ferente raiio iures. É evidente 
a conveniência de apreciar e classificar diversamente 
a faita de efeitos, conforme depi-nda de deliciência 
intrínseca ou de circunstâncias cxirinzccas, em relação 
ao tipo de negócio jurídico em si mesmo considerado: 
apreciável, a primeira, no próprio momento em que o 
negócio adquire '.ida ou deva entrar em vigor; valo- 
ráveis, pelo contrário, as segundas. normalmente só 
depois de celebrado e completado o negócio nos seus 
elementos constitutivos, e capazes de dar lugar à sua 
caducidade. O critério descritivo á ò a seguir enunciado. 
Qualifica-se, propriamente. de inválido, ou seja. despro­
vido (em definitivo) de valor prcceptivo (§ 17), o negó­
cio a que faite, cu em que esteja viciado, algum dos
diferentes .t rwpett* 
imperativa *. K-ni 
-PAá$.vRELL:, IV; * 
que reafirma a 
cãua.
I
t D«EfIC.(C!A rn SMflCIO
II
«^sanos i« 25), constitutivos do t:pr>
* * pressupostos n
de negócio a que ele P idpncidade p a » pr'>*
j up0 g 30). que provém da lógica correlação 
helctida entre requisitos e efeitos, no mecanismo da norma 
J X car. in,r.. § 1). • 4 ao mesmo tempo, sançao cío 
Jnusimposto i autonomia privada de escolher meios idô­
neos para atingir os seus escopos dn regulamentação aos 
interesses (§ 8). Quaiiíica-se, peio contrário, corno sim­
plesmente ineficaz, o negócio em que estejam em ordem 
os dementos essenciais e os pressupostos de validade, 
quando, no entanto, obste à sua eficácia uma circuns- 
tànda de fado a ele extrínscca.
Invalidade e ineficácia, assim caracterizadas, repre­
sentam, portanto, a solução que o direito é chama i 
a dar a dois problemas de tratamento essencialiner. \ ? 
diferentes. A invalidade é o tratamento que corre- 
ponde a uma carência intrínseca do negócio, no seu 
conteúdo preceptivo; a ineficácia, pelo contrário, apre­
senta-se como a resposta mais adequada a um impe- 
dimento de carácter extrinscco, que incida sobre o pro- 
jectado regulamento de interesses, na sua realizr, io 
P^Gca. Ora, sob um ponto de vista meramente lógico.
' parec"r que a ^èccia intrínseca do negocio pos-
s r r r ^ r f * ^— .« s s í ?* ? '?****■ « -*
sendo , ;* aas L J ^ Je invaIÍ*
eüiaiaaçSo» des efeitos U“ a .w
menti eventua] ou rwt *" " nu uu'1"‘c-‘ci:l mor.;- 
____________ 0,1 Potencial do aeSõcio* f ) .
Í*V. WO e " “ ttttaü“ *** Peoeli:, Imalidiiâ Â.
....... '« « uh np llimito
12 TTXni:x cautJ rt) vrcócio X7ÍDTC0
Mas esto modo aIo i i «* •
mente decisiva a modalil 7 ‘ ^ * * *
ropond .ri, . ü p ^ '3 n r * * “ *
,m b t o ,fc „ « ur .
sototio a I.„ . . •; » i »
y . , ■ * *■ • • :u •nas conceituais
pntotabdeodM. mas r..ntririo>
práticos, para a solução .]iUxi ^ saapn ^ ^ 
dencia de variaveis condiçwa hist<*ka3 e iocoiógicis— 
é costume adoptar-sc o critério nais oportuno, isto i . 
que melhor corresponda a contingente valoração com­
parativa dos interesses «*m conflito <§ 25. cfr. § 27, 
sub 3). Quem tenha prc-s<*nte n problema prático, deve 
pensar na identidade ou diicrcnca, das* ■: problema, em vez 
de ter em conta ti modalidade formal cia solução: nesta, a 
atenuação da nulidade, levada nié n urna <-r. rAnrja d** rfer- 
tos meramente virtual, pode s^ xsuzçrida por contingentes 
razões de oportunidade. E f-ntão. no irahito do mesmo 
problema prático, criado p ia ,'titvciuiidadé insita na gê­
nese do acro e pela carência :ntrin>-íci <:uc ede exLte, náo 
poderá estabelecer-se uma auílrs*, '-ntre nulidade e 
anula bilidade, pelo menos enquaatu se não sair do 
campo da autonomia privada ík» no campo do direito 
público, a validade formal caracteriza*providénria, 
pelo seu mais Iar^> ãnu^í»*1 ■' uiicaciL, ieva a contrapor 
às providencias nulai- .is qui 
veis peios interessado ^
implica que o pnprio™
(S 17) - não a «idsstndí. a » «bçâo qoe dele é con-
m n , .-jn -.m valor vincuiafcvo certo,seqüência (*) — nao ««n -
mente impugna­
da m t i u a anulabilidade 
trw.iú uuU*nomút prizadã.
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;;ji:A J. *<■
rescindo, rr*5* * 
»iuc lhe
Constnr;*,j 
ní
. . « * FcOKLS,/*«:«-
- i -rrü o anula*
•-..ir &áo a relação 
. -m_. cXxia-
»% i
«almente inconsistente e precá rio , destinado 
sendo csscnciaJ ^ lo interessado, mesmo quando 
a àtsaputcer ^ á0 De facto. a própna pro-
” a exccpção de anuiabilidade (art. 1442-.
ponibilidad d^unciae demonstra uma virtual
iá antes de se lhe provocar a anuiaçao ('). De resto, 
uma avaliação comparativa dos interesses em conflito, 
pode fazer' com que se considere oportuno atenuar a 
virtual carência de efeitos até à simples rcscindibi-
lidade (art. 1447.») (supra, § 25).
Passando a estudar a eficácia, deve dizer-se que 
a circunstância que a determina, ainda que extrínseca 
ao negócio, deve, no entanto, ser sempre daquelas que 
a consciência social e a lei tenham em conta, quer a ) em 
ordem ao funcionamento prático do neçócio, como auto- 
regulamento de interesses privados, quer b ) em rela­
ção aos limites sociais que a autonomia privada deve 
observar (§ S) no interesse das próprias partes, para a 
tutela da sua condição de paridade e respectiva equi­
paração, ou ainda no interesse de determinados ter­
ceiros que. embora estranhos ao negócio, lhe sofrem 
os efeitos indirectos (§ 32 d) (5).
a) Quanto ao primeiro ponto, basta recordar que 
o negócio pode, pela sua indoie, enquadrar-se numa 
previsão completa (§ 2 prei., § 37), no sentido de que 
para a çào da sua função tipica é necessária a
... . ^ ^ ter em °°n^ . cparràruraeate ao raciocínio natura-
0 dc FEDEIf:* InvaJtíiú. 2711 o seus.. 302 e seçs., 2S0 e 
U^a reíeríacia ã ^tispccie .wcliisiva tias vicissitudes 
orca b^Lihd™c°0l08,‘l 4'J°’ mais Jo clue kennética. 6
M Cír. o nosso Dir. romano: paru gener.. 322 e scgs.
UNIVERSIDADE D E SAO PAULO
ü __________ geral no mbcOob
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JUftÍDtCO
supcrveniencia cie um «m»** / .
Jacto, na íalta do ~ ,ü 1 1 ^ ™ ° ™ 1'“ ”‘U .uaj le perde a sua «licici*-:. Pmtee-íC
na falta de a c m a ^ o da herança por p .** de
d ignado como herdc.rn no o í a J T S »
'. °U 31 !;lita •tttstaçi», dilunçOode
arbitro ou do arhutadfir,; or r .a , de quem a Z éch a -
mado por acto dc compromisso ou de arbitragem (Cód. 
Proc. Civ.. art. 813 o. Cód. Civ.. art. 1473 «). CoaíL- 
gura-s* aqui uma relato de seqüência 8 37) entre o 
negócio e a aceitação, por parte da pessoa, nele contcm- 
plada, na falta da qual o projectado retjulaínento^de 
interesses não entra em vigor em relação a ela- : jS ÍS 
Pode acontecer, inversamente, que sobrevenhanm 
estado de íacto, que configure uma situação diferente 
daquela quo a índole do negócio faz, normalmente, pres* 
supor, e assim tome impossível o funcionamento prá­
tico do regulamento de interesses que costuma ter-se 
em vista (pense-se na superveniente impossibilidade 
fortuita da prestação prometida: C. Civ., arts. 1218.° 
e 1463.°). Aqui. porém, não desaparecem os efeitos 
jurídicos como tais «tanto assim que pode surgir o
problema de saber quem hâ-de suportar o risco:
art. 1465.°), mas desaparece, apenas, a possibilidade do 
facto da sua produção em conformidade com a- des- 
tinção tipica do neçódo: está cm questão não só a 
eficácia, mas também a (jictfnct* negócio, isto é, a
plenitude dos seus efeitos. - - - -
Pelo contrário, é impróprio considerar como figu­
ras de superveniente ineficácia, a falta de verificação do 
evento, elevada pelas port» a condido saspensiva do
. rí«-»fãü dannelc, levada a condiçãoeix ou .i wn..-açao • . *
r. solutiva: porque, uq«i. •» " * « * ’ * ^ ded°
mecanismo iatemo prccepnvo do próprio negócio. por 
S d o o u a l p a r t e s ptocuranun «b on h u r àquela p »
b ^rncxm vo 15t» VALIOAOS
- • *“ SS 4£L.» » o*> * r r * 8 *!■4) <?•
b) ()nmto aos limites sociais que a autonomia 
privada tfcvè respeitar Ao intcres» <ias partes ou de 
terceiros (§ $&; *). é de díz< r {ue r. sua inobservância
— isto é, a lesão do direito de uma das partes ou do 
terreiro —, ainda que se reporte ao íacto da celebraçào 
do negócio naqueles determinados termos, também jus­
tifica formas de ineficácia, que nem sequer têm, aqui, 
caracter originário, mas sobrevêm com o concurso 
de dadas condições e só mediante reacçáo do interes­
sado. Antes desta, há um estado ce pendência, e nào 
de invalidade R, durante a qual o negócio tem plena 
eficácia: sucede apenas, que essa eficácia nào tem carac­
ter definitivo, dado que — quando concorram certas 
condições — não se sabe se ela se manterá, ou será. 
removida pela iniciativa do interessado, na medida em 
que o prejudica. Essa iniciativa, destinada a fazer cons- 
rar o facto objecüvo da lesão e, normalmente, a sua 
existência ou superveniência, no momento em que ela 
é tomada (art. I44S.°. n.° 3); pode assumir várias figu­
ras: revogação {arts. 2901.° e 524.°; cfr. a caducidade
para T dlsp0S!,;ões testamentárias pelo 
.eparaadoaçaopeiosans.S00.«e808.°), rescisão
( ) Xa nossa ordem m
W a i. oi/i *■«, pril os / í 3-2 ). 5. Romano.
<’ ) c « oprnào ccMr’ ! ' W " - 05'
* '"wfttiu. „ , -0V . ^ n- « * hcsit=c:« 
a «ducaiado da «Icsacáo. < ; v : r " * «v o g a ç io * :• m
D" 335)) qa: / " ” • ' ’u"
^ ^ «n n p n a w p ís w T v S ; -• 5 -a. mais ^5f)
^ • ii KllPJI\/Coc.r%Ar*r> h r
k
16 TEORIA GERAL DO NEOCCTO JURÍDICO
(arts. 1448.°, 763.®-767.®; cír. art. 1970.°. 764.® parágr.- 
2922.° do Cód. Civ... redução 'arts. 554.®-555.°), e resól 
luçüo (arts. 1467.®, 1479.®). Mais-adiante, voltaremos 
a iaiar das formas que pode revestir a impugnação do 
negócio (§ 60) (8).
É antes de recordar aqui (§ 32, c), que a tutela do 
terceiro contra os efeitos do negócio que. na aparência, 
o prejudicam, nem sempre carece de uma iniciativa da 
sua parte. Não só não a exige, quando o negócio que
0 seu comportamento contempla, seja, em si mesmo, 
inidóneo para prejudicá-lo, segundo os principios da 
legitimação (arts. 1331.°, 1473.°; supra, § 27), visto 
que em relação ao nada nem sequer se pode conceber 
uma impugnação; mas ela também nào é necessária 
quando os efeitos do negócio r.âo sejam opor.ivtis ao 
terceiro, cuja posiçào jurídica se mostre com eles compatí­
vel (§ 32, c), pelo facto de as partes não terem satis­
feito, a seu respeito, um ónus áe legalidade que lhes 
incumbia, como o de dar publicidade ou certeza ao 
seu acto, por meio da transcrição (art. 2&44.0), ou ins­
crição (art. 2S27.°), ou do registo (art. 2704.°}, ou
— tratando-se de sociedades — por meio da inscrição 
no registo das empresas (arts- 2297.®, -31/.°), ou o de 
levar ao conhecimento de terceiros, através de meios 
idôneos, as supervenientes modificações da legitimação 
farte i qcví o 2207 0> ou o de lhes tomar cognosci\el
1 elebr^àodc diferen:, {art. 141*). A inopo-
nibilidade (ao terceiro) é. t a n e l a . uma iorma de 
ineficácia, que no sistema da !•.•» -e coloca ao lado da 
imtmsnabilidade, fonua de drfí*» i*»sava e preventiva
(F::iu l c
,, c j jsíuntUs'»’ i:cs:js i anulabilüaiie
l Lr Im-Mid.. -73 e * ** • ). « * * =“ »» adiante. § 58, 3.
17
passo que aqui estamos cm 
para tutela de.terceV activa c sucessiva (*). 
presença de u ^ ^ ^ o q„e procurámos mostrar
ÜC nem todo o inadimpiemento com
atrás (j »• m rtf sançio a ineficácia do
í - ° — * Iei- 
£ ? , £ . como se vê. nem sequer no direito hodiemo. 
£ principio gerai que ligue a qualquer -laçan do pre­
ceito legal como sanção, a invalidade ou a total ine­
ficácia do acto irregular. A sanção pode. até. esgotar-se 
na cominâçáo de uma multa ao contravcntor, sem 
atingir a eficácia do negócio.
58 — Vários aspectos da invalidade: nulidade, ine- 
xisUncia. anulabiliáade; invalidade absoluta e relativa, 
lotai c parcial. — A) Delineada, através dos caracte­
res diferenciais, a delimitação entre invalidade e ine­
ficácia em sentido estrito, é preciso, agora, esclarecer, 
antes de mais nada, a distinção entre nulidade e ine­
xistência jurídica do negócio. Também esta distinção, 
apesar de sujeita a críticas í1), é conceituai mente legi­
tima (*). Podem imaginar-se casos em que é possível
r a u ü l f Í T ta"** BaSI,an- £«■>, d'une ih ioru
^ ,3‘ 325 e ^ • 356 - *C5S-; F « -
rir. também » » . 37 e se?s ;
• t a t t a .\vw .!0 ) comm ■ 1936- C a r:o -v -
- s - i s Z t i T Z sui.pa,nmoma **«'••
O . •v CS<;ss-
J ^ “v. * R ^ meCWT XrCU Sis!emj * »
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C ^ ‘daçio L acto nJ‘ t3n,ÍV;:: •» ro^:b:
* ~ T«,n» aw,| _ ,tt ' u‘0, luacUo deixe de o<-.xr
i t l
15 TEORIA ÇSRM. W> xr.CtfCIO JURÍDICO
falar-sc dc verdadeira .inexistência jurídica <ir» nc^ cc.io 
quo sc pretendeu celebrar, na medida em q:e deie só 
existe uma vaga aparência, que. se pode ter xiario. -m 
algum dos interessados, a impressão suptiriicml í*. r-ir-io 
celebrado ou de a «*ie ter assistido, não prodiz. pcrõir.. 
absolutamente, nenhum lícito :uridico, nem -^quer ie 
caracter negativo ou aberrante. Pelo contrário, a valo­
ração de um negócio como nulo pressupõe, pelo menos, 
que o negócio existe como falispicte. que. portanto, há 
uma imagem exterior dos seus elementos, valorável 
como válida ou inválida e, eventualmente, capaz de 
gerar, pelo menos, qualquer efeito secundário, negativo 
ou aberrante. embora essa figura venha, depois, gra­
ças a uma análise mais profunda, a revelar-se incon­
sistente.
' Se, por exemplo, nos encontramos perante uma 
proposta contratual e uma declaração em função de 
aceitação, cujo conteúdo, porerr.. seja tão manifesta­
mente desconforme do conteúdo ia pror sta. qu ^não 
possa dar lugar a mal-entendidos $ 54*. a combinação 
destes actos não pode dizer-se que dê lugar a um con­
trato nulo: ela nào dá lugar a nenhum contrato 
(art. 1326.°, último pard^raío- ■' 'v-rume r.vrr: a urr.a 
acção contratual, nem a uma acção p r ianes px*iú 
confiança tida na validade do c?ntraio (ar:. 133S.°)
em oposição com o interesse social. :\: x ru; i lhe justifica 
a nulidade. Cfr. C a rio ta -F e rra ra . m 5 r 37. rs.***’ : 
95. em nota, Pescatoke. cm Fsrr . I94i>. 5a3ítor«>-
-P a ssa re lli, Tí Sí !.. 157 TV.ra • di?:::*. • •.a-.*.\ir'.cncia .*
invalidade nas hipóteses -1 ar 1:30 141 . C
del c&tilrailo. 1950. n.° 31.
( 3 j Impr -rt i uncut . umr : le-Tuii
de 1927 (Gfur. Tor.. 19-7. U12\ sala . .n£xis:.*ncia i : ú-i> 
trato, em presença de um erro que o vivia. Em 1 ■
------— um reconhecimento de divida por
P e l o <»nttano. r acompanhado ( § 3 ; , por
parte de « » “ ^ t d r i a do credor, a favor do ori- 
íma declara^ 0 ]36g 0^ extingue a obnzac;.o pn-
gjnário devedor 1^ - 1276°, ainda que seja-nulo
mitiva. nos «enno»
contido próprio a qualificação de inex.sttncia. a 
trária. <■«> ,g47 (n0 RcP . Foro. I947. co!. SS6.
Cr « l!2. Í S o celebrado verbalmente, em caso emque
n* 25,1 L m ^ nt0 adsubstantiam, deve considerar-s- ;u n - 
& lei exige o ac Dq mcsm0 modo decidiram tam bém :
tór r r e," ”n«a.em‘ 28<leMarçode 1947 r ^ o ,7.. 1948,
de Bresda, em 3 de Junho de 1948 Foro 1’ac.ano. 
S ; , T a Cass- en, 7 de Jane.ro de 1946 F .ro. 1946.
Jocab riéfe. e con,, . n.°92); o Tnb. de Milão, em 22 de Jane.ro 
de 194S (Giur it.. 1949. r. 2. 238): «Nos termos do artigo I I 1.o, 
n.<* 5. do Código Civil, o casamento por procuração já r.ão pode 
ser celebrado depois de decorridos ISO dias sobre a data em 
que a procuração loi passada, ou se tiver decorrido o prazo :me­
nor eventualmente indicado na procuração para a sua vaii- 
dade... 0 casamento assim celebrado, tem de considerar-se 
inexistente e nào nulo». Dizem, pelo contráno. respeito à 
nulidade, as máximas enunciadas pela Cass.. 15 de Fever?:ro 
de 1943 (top. Fero. 1943-45. col. 1119. n.« 510-511 A ac;do 
destinada a ia^ er declarar inexistente um contra ro, pod.* ?er 
proposta por qualquer interessado e também oíicios&meate, 
sem limites de prova ou de termos de prescrição em particular 
por quem resàa vàlidameate comprado o imóvel, objecto de 
oucu veada ae-vistec:»; <• pela Cass.. 22 de Fevereiro de
5èW'?' 0 contr- n ° ,05' : <A causa :±.
SObrC 3 J° ae iX ÍO 
* * i uK-ahcaae do» ic J Ü object:vav
« « » (Cód. áe Phic. (■■••• " i l T 8 ™ ' S° brt'‘ aqUal e -:' r : í*
Beie:nl’n> de ii>37 c * !* ** >entL,nÇíi da Cass . !
inexistente o ac:o a r« / / ’ ll> jurúiican:
**aviais. Uizz r iJ L ’ *** VÍC,° inerentc =ci:s lcir.c::::s 
«fetos que a . Centc *done:dade para produzir s
• « a e>sc actor.
20 TEORIA GERAL DO NT.GÓCIO JURÍDIÇO
e sõ a declararão judicial da nulidade faz reviver a I 
extinta obrigação. De igual modo, a disposição testa- I 
mentária, ou a doação, ainda que nula. é todavia 
susceptível de confirmação, nos termos dosartigos 590.°, 
799.°: o que pressupõe que ela existe, pelo menos como 
fatispécie de uma dcclaratio voiuntatis suíiciente para 
qualificar um comportamento posterior, em que se deva 
ver a renúncia a fazer-lhe valer a nulidade (nota 17). 
Analogamente, o contrato de trabalho nulo (salvo por 
ilicitude do objecto ou dacausa): os efeitos do qual, 
nos termos do artigo 2126.°, ficam ressalvados para 
protecção de quem prestou o trabalho, «-durante o período 
em que a relação teve execução».
Quanto às aplicações, toma-se mais fácil indicá-las 
no campo do direito público, e em particular do direito 
processual; mas elas não faltam, também, no direito 
privado, especialmente em matéria de negócios do direito 
de família (§ 35). É sabido que a antítese nulidade- 
-inexistència tem grande valor na teoria da sentença (4). 
Pela necessidade de certeza, que aqui é particularmente 
notável, a ordem jurídica reconhece eficácia a fatispécies 
mesmo gravemente viciadas e irregulares, desde que 
elas sejam a exteriorização da pronúncia jurisdicional. 
Mas é preciso um mirtimo de requisitos, estabelecidos 
de várias maneiras, sem o qual a sentença é inexistente.
No campo do direito familiar, o direito canônico 
elaborou a distinção entre matrimonium nuUum e inatri-
(*t Carnelutt: Sistfir.j. n.rt 562; G. Wcrzer.
Stcí:iut:.:l :t. nichtigt& Urtcú. em St\ui:cn Eriaüi. d. bürgetl. 
tf. Iiç» Ltonhard, 40 (1927’ . 25 c scgs . 205 e scgs.; o nosso 
D\r. pto:. civ. l$36. n.c* 1S7-IS9; Cortesia ot Serego, 
Lit senuxza incsiittnie. L938; Nussbaum. Prou^shaudiungân, 
ihrâ Visraussítzun^en ;í. Erjordehtsu. 190$. 79 o scgs.. 127 c segs.
i.tl« , |«.,f iK i* i ' w» sr 2!
J K m íferal, dever.i quuüfiwrws 
1 Z l u ■> '|uan-‘« « * Umukcro ,1c
en». mr*i * Ir, ff li,, iwo - llíjilii -(• Ho»
F " í » * * " IP * * * ” ' n (i !? " " P °
Lm Mquer d a u » «te «is< u r ti.«u ivo •• 
Xnanir cow> ■» mdirJ'!- pelo dudo ..riu-o I27ÍV- 
ínur* ineJMcmmfnw. fala do nulidade da *obn*aç4o». 
mi m «le nulidade do endosso liberacórioj.
B I IV|h>is du ícr delimitado a invalidade sol> o 
ponto de vwta o fe m em confronto com as «-atrçorias 
vionhas <U ineficácia cm «ntído estrito e da :nexis« 
téucia. üdta delinear as diferem;as interna», distinguindo 
a mãidúii da unulabUidadr Esta distim.ao indico, ao 
mesmo tempo, uma gradação de invalidade e um cri­
tério. pelo menos tenilenctal. para delimitar as respec­
tivas «feras de aplicação.
Ê nuio o neijoao que, {K>r falta de ilçum eiemento 
«wiáal correspondente à configurarão exigida J ja 
imdiinco para dar vida àquela nova situação jurídica 
que o direito liga ao respectivo tipo legal, em «xmíor-
n. l r« 0lnh*c“l0 A /mWírfiAi ,M fiur..
i í í f r z : . ' '■
qwnitanviM i ' c •*1*1 « U * •>lr»(.-.»*niemo
-u !,i!' -tola* (s.* 2S-J91 * mma*çAo11 por clc rteor-
rtttfu rtriUr — , °M e °wlr ' * * * * '■ rHe-
1^ , ‘ J 25 «giu: x «Ua
‘V «M wlUtfo qtie proç* r.: i no 
Jf * t « . ut j;.vi« mUf'5' ' •'» . pode
1 «* » d-u,„ ',n,ir a""° ln'
^ ........ c . como * * tfsiii-
* c 23.
TTfiíU*. « fo L Dn *>r</ctn JlFiMCO
«idade com a íunçáo econúmico-aocfcü qac o caracteriza 
(§20. 30): ^ nulo, embora p* . >a eventualmente, produ­
zir allí,in5 < *r/â ^ e ':>z- 5t: >n : *m i outros dife­
rente*. «le caracter ru ttivo v.i stii-mante pois que, de 
outro modo, **ria ant*> <í« •; luüf car - «in » ;nex^tentej.
Polo contrário, será apenas anuiu vei v negôdo que, 
ainda que nàu faltem nele </s Pimentos essenciais do 
tipo e embora dando vida precária à nova situação 
jurídica que o direito refere ao *ipo legal, po.sa — apôs 
rtacçâo da parte interessada — ser removido como pre­
ceito. com efeitos retroactivos. - considerado como se 
nunca tivesse existido. Uma nulidade, encarada como 
carência actuai de efeitos, só aparece, neste caso. em 
resultado de uma sentença 'constitutivai. quando um dos 
interessados tome a iniciativa de a fazer proferir pelo juiz. 
como conseqüência dos vícios que aíectam o negócio. 
A anulabilidade corresponde, de acordo com tudo o 
que dissemos (sub A ) . a dcíic-ncias do oeqódo*con­
sideradas menos graves do que aquelas que produzem. 
a sua nulidade, segundo uma avaliação contingente, 
feita pela lei. dos interesses a tutelar. D-* um modo 
geral, pode dizer-se que há anulabilidade riando falte 
um pressuposto àt'. vuliàaJf. ou ciando um elemento essen- 
ciai do negócio esteja simpiesmer.te ; :i:.iáo; ao passo que 
só existe nulidade, quando falta um elemento constitu­
tivo ilo negócio, ou este se apresenta áendente na 
configuração exigida p-ia lei arts. 1343.°-44.'>; 13-J6.0: 
62S.O). Por is.se>, deriva simples anuiabiüdaie da raita 
de capacidndo (nrts. 322». 1425 *. I !*»!.» dc> Cód. Civ. . 
OU !c (art. 2ISS ' 1:555.";
últim.» pwágra:'» 31? - - d r. contrário
,JS ar«- l-»7s) •-I4ÜH) > e Kí-iS C .; Civ.. be-u 
como dos vícios do demento arts 1427->
,390-#* » « * * Ccd. C:v . P , . } ciMitririo, deriv.^
------ ——
í de íorvui constitutiva do ftegrfcio 
flui.■ i-*dc d* ^ acordo no contrato /arts. KJ25.or
(Ut ‘ oU iücitudc da causa (art*. 1343.»!
l4!^Vy ^ Jo 1418.*). inidoncidadc do >L;cto 
«*» ifldctemunaçâo do preceito negociai 
/art 62SW ou de ele *r contrário a normas impcnuivas 
tü ici (art. M&*í* Na rc/orma do Código, a distinção
term in ológica entre nulidade e anuiabiüdadc. que não 
pertencia ao estdo legislativo do Código de 1865. foi 
intn^ du/ida e mantida com suíicientc rigor farts. J-4I8/». 
1425.°* 1427.°, 1442.°, 1276.° do Cód. Civ.. que qualifica 
de nuia a «obrigação#, compreendendo o contrato em
que é assumida).
A iniciativa de pedir a anuiaçáo corresponde ao 
cifrado de um poder (*). para o qual, no negócio 
bilateral (art- 1445.° do Cód. Civ.), só está, normal-
(• S io é exacto que o poder tenha aatureca :nera- 
cate ptxx&Miil (dota opimào. Fedelk. Inraiid.. n • 122* 
Coca ruáo. a úu., encara a acçáo destinada a obter a dcclã- 
nçio da aulaiade como o exerdao de um direito a resciüo 
ca i anaUçao isentença de 4 de Fevereiro de 1936 n a 417 
ao top. Fm>. 1936. vocábulos obUif. c contr . a •» 283) W m i 
<*»ua dea.io 4 de .Y^ to de 191!. em /7r«r U.. 19- • I 
» « * * » * “ ■*»?*> con» m«M = de
*» i n ,diJe d0 icío * «*• “ 1 /«-
1 «*»•■ et saibrai i Coffl° an"M<,i0 0U pan* rcaunct^ 
«a C .» M c “ 21 de Ootnbro de 1947. n - 1620.
« “L i . f ° 7 ' <íue faIi d<? ~m direito i
^ M t o * W ^ " í° de,94í’ «a r . W50. ».
,,e * * contrato per vicio i* jR-
E * «fa. > título * u .
« * • » * , « * « « . pdo iu^jsor 4 ütulo
24
i
TtftRIA CEJUL 00 \W6qO JURÍDICO
mente, legitimado qurai •• p .r. • n .;<• c u í.S 29) *: •‘•stá 
nele interessado, c no negócio m/jrf/s (arts. 591.°.
6O6.0 e 624.°) quem. n;io • tar.do ! ?• rminado a p rio ri 
(6 este o sentido *la expressão <qunl<«iier • -‘-.soa»», vunba 
a ter nele intt*r<**sc. Ela pc-v rrt.r;;; :;»r-á*« fw.io :neiu 
processual da acy l «, ou peio *a **xcej io. coniorme a 
interessado tome a iniciativa *Íí» p n w s o de anula­
ção. ou tenha de defender-se num processo contra ele 
intentado para fazer valer os efeitos jurídicos do negó­
cio anuláveL Em todo o caso, o negócio produz, de 
maneira precária, esses efeitos, até que a iniciativa 
destinada a anulá-lo tenha obtido êxito. através de 
uma sentenra constitutiva. Se. ao invés, o juiz é cha­
mado a determinar aqueles efeitos, ele não pode. ofi­
ciosamente. conhecer daquelas circunstâncias de que 
depende a anula biiidade, embora resultem dos autos, 
mas apenas pode té-Ias em conta quando o interessado 
(cuja iniciativa ele nio pode üspensar suscite a excep- 
ção destinada a íazé-las valer *T .
A anuiabilidade é, portanto. a &§ura da invalidade 
que mais se aproxima da inencáda superveniente, após 
reacção do interessado (§ 57. suo ò ) . Pór isso, algumas 
vezes, no tratamento das anormalidades do nesocic. eia 
é substituída — por conveniência de uma melhor oro- 
tecção d os intereü-hs em jogo — pela sanção aiim da 
resolubilidade (é o que sucede para o ciso de falta de 
legitimação, que ocorre na venda de coisa alheia* 
arts- 1479.0. 1480.« do Cód. Civ . ou então pela da 
rescmdibihdade, igualmente anxn é ■> caso. no estadoe perigo quç d- • — • , r . . : r ' :
art. 1447.°}. Esta diferença ..:e tratamento explica-se
pig- 92.
C Cfr. o D.r, fTX. jtórt( . » cd > .
d e n t a r com a afinidade do mecanismo técnico 
posto pela lei à disposição do interessado, para coiocar 
no mesmo piano o negócio anulável e o rescindivel ou 
resolúvel, e reagrupá-los todos na figura, por alguns 
proposta, da tvicissitude eliminável# (8). A diferença 
do problema prático compreende-se fàcilmente, desde 
que se tenha presente que, quando se trata de uma 
defidéfida intrínseca do negócio, é sempre abstracta- 
mente concebível orientar-lhe o tratamento, quer no 
sentido de uma carência actual, quer no sentido de 
uma carência virtual de efeitos, e parece possivel 
estabelecer, em abstracto, uma equipolcncia e conver- 
tibiiidade recíprocas, entre nulidade e anulabilidade; 
quanco, pelo contrário, se discute uma circunstàn-
26
TEORIA GERAL DO .‘.RGÓCIO JURÍDICO
ceber-sc como categorias dogmáticas fixas e imutáveis, 
indiferentes às variáveis condições históricas: elas são, 
antes, o fruto de valorações jurídicas essencialmente 
dependentes do modo de conceber a autonomia privada, - 
os seus elementos e pressupostos indefectíveis. Desta 
forma, num sistema baseado no formalismo, ficariam 
reduzidos ao mínimo os elementos cuja falta reclama
o tratamento no sentido da nulidade. E também no 
direito romano clássico, dolo e violência não eram tra­
tados como vícios de determinação causai, mas como 
ilícitos que influem ab exira sobre ela, e capazes de 
provocar uma reparação do torto (actio poenalis) (9). 
Inversamente, num ordenamento sensível aos limites 
sociais da autonomia privada {§§ 32, d; 57, b ), é admis­
sível que a lesão seja tratada como vício intrinseco do 
negócio e considerada relevante, mesmo sem o requisito 
da sua persistência (art. 1443.°, n.° 3). Mas o ponto 
decisivo é que, nos casos em que a ordem jurídica, em 
concordância com a consciência social, é levada a con­
siderar o acto de autonomia como afectado por uma 
deficiência intrínseca, é sempre de crer que o problema 
do tratamento seja resolvido no sentido da nulidade.
E a razão que induz a atenuá-lo no sentido da anula- 
bilidade (ex.: arts. 42S.°. 606/'. 1425.*. 1433.°), vai, no 
geral, encontrar-se na reconheciia oportunidade de con­
fiar na apreciação .lo interessado, para fazer depender 
de uma iniciativa deste a decisão sobre se a carência 
virtual deve converter-se em carência actual de 
efeitos, ou se o preceito estar-eiecido pelos interessa-
{* ) Cír. o nosso :r. roauiiu': §§ 54 e o?.
**nam fáceis mais largas referências históricas * acerca ,.o 
tra ta m en to via n u lidade.
(los d<! 
nara d 
È
ixiALiMr. u isr.ncÁctA no sr&kto
----- — — ------ ------------
ve. náo obstante o vício, rqiUlar
Ir* n ' “H
Larticularmcnte instrutivo acorca do •.
rrrurt» -«• ctiirc nulidade * anulabèlidade, o *
d i t a d o da falta dn observância dos * 
forma :u confecção do tes tam en to , enunciado 
artigo <*!&• Orientam o tratamento no sentido d** n 
dade. aquelas inobserváncias que comprometam a f 
çáo certificadora do d(Kumento e ponham em ryç^ 
a proveniência da declaração do testador, exciu^^80 
certeza dessa proveniencia. como, por ex.. % certeza 
aceita da identidade do codicilo no testamento cerrado 
(art. 605.°. n.° 4). Orientam, pelo contrário, o trata, 
mtnto no sentido da anulabilidade, aquelas iaobser- 
vànaas que. sem excluir a certeza da prcveniénria, 
fazem surgir dúvidas (que é preciso demonstrar serem* 
em concreto. fundamentadas! acerca da ater.dx ilidade 
do documento e. em particular, acerca da :dtr.::dade 
do codicilo ao testamento ( ,0).
As diferenças de regime entre nulidade e ônulabi- 
lidade, são conseqüências naturais que derivam da dife­
rença de índole das duas fornus de invalidade Assim, 
é natunü que a nulidade, ao contrário da anulacilidadè; 
nâo prescreva e nào se sane, em regra, por cor.:inr,ação 
ou fatfliq f f i uts. 14” V IAZI -c<i.
Civ . ainda que. abstractamente, tarnbcm seja coacebi-
61.( * • Cu í., I de Agosto dc 1941. na C iu r .........
Ttftnà* nota 6. ' . o r t r a v ^ ^ ^ T
l * - A nfc* rtipcito. veja-ae a üa$* V , .m r
# timr.i d/l UtUvnevl-' ^
ItM^ JfcM « n catrâno i uma dccW *' »• •
ptraiU qucu co&ccp .!*> riijwlaincfitc ->rr* ^
totaimenic o rar.rr.cnto í íUo!'\'il*> e a 
drt cjc^ *.iia> (ctr. Cód. de Proc. Civ., ^ tv '*
TEORIA GCIUlL ! » \ECÓCIO JURÍDICO
. uma disciplina cit crente deste ponto (como acontece 
m alguns casos: arts. 590 o e 799 «j. Em primeiro lugar.
~o é possível falar de prescrição, se náo nos referirmos 
a jireito que possa prescrever: ora. e^ é certo quo 
Liste um direito a anulação, náo existe um particular 
direito à nulidade do negócio (arts. 1421.° e 1422.°) (n). 
Depois de celebrado o negócio que seja nulo de um modo 
absoluto, continua a subsistir a situação jurídica exis­
tente anteriormente e que o negócio modificaria, se fosse 
válido; as relações preexistentes podem, é claro, pres­
crever (1422.°), mas, nesse caso, trata-se da prescrição 
daquelas relações, não de prescrição da nulidade. Pelo 
contrário, depois de ceiebrado o negócio anulável, a 
modificação, que este se destina a introduzir na situa­
ção preexistente, verifica-se. ainda que de forma pre­
cária; mas, ao mesmo tempo, nasce um poder de impug­
nação, destinado a eliminar retroacti vãmente aquela 
modificação. No interesse da certeza das reiações jurí­
dicas, esse poder pode vir a prescrever 'art. 1442.°, 
624.°, último parágr.. do Cód. Civ.). e podem, dessa 
forma, tornar-se estáveis os efeitos que corriam o perigo 
de desaparecer por anulação do negócio. Em relação a 
um poder como o de anulação, e em relação a uma 
forma de extinção que anda mais ligada a tuna falsa 
apreciação do interessai:-, era proponfvei a questão de 
saber se não deveria falar-se de caducidade, em 
'e z de prescrição (cír. também o art. 1449.°) t‘ -i 
<*iavia. a diferente qualificação ia lei é vinculante
u ,r- Á n \ . n i ' nWresj: ,-r W !i tu l
% V w ~ ■’ -'3 19415» -obre .1 duvjúvi rEDct - •• • .
0 ** Obras al citadas . * “ “ ' Ü 6. nota !.
2.* «d. 40,1 ” 4 M - 0 CAXDuut. ,Yoa * , . . . . . . v . .
1 • r^^ns. \Qota O).
B i.vcncXcM DQ vr.oficu, ;uRlDrço ^
------- ~ ~
„ intérprete, em relação ao diferente
Para . ia Jeriva (art. 1442.°). A prescriç$0
que aei* r^u £ ^
“ " “ Rdativãm ente aos contratos. nos ler_
. ,r to quando a anuiabdidade provenha ,Í‘ JS
rS o len u m en to ou de incapacidade legal. 
t o r r e a partir do dia em que cessou a v i o l * * ^ 
descoberto o erro ou o dolo. cessou o estado de ^ 1 
dição ou de inabilitação, ou em que o menor ^ 
a maioridade; nos outros casos, decorre a partir * 
dia da celebração do contrato.
Ko que se refere aos negócios mortis causa, nos ter 
mos dos artigos 624.» e 591.». último parágr.. 0 termô 
decorre do dia em que se teve conhecimento da vioiên_ 
da, do dolo ou do erro, ou, respectivamente, do dia em 
que foi dada execução ao negócio. Todavia , a extinção 
por prescrição do direito à anulação tem um alcance 
limitado e tem maior relevância processual que subs­
tancial. Completada a prescrição, a anulabilidade do 
negócio, se não pode constituir fundamento de acção, 
pode, no entanto, fazer-se va ler por v ia de excepção, 
ou seja, de reacção contra a in ic ia tiva por meio da 
qual a contrapane faça va ler as relações juniicas 
nascidas do negócio anulável (art. 1442.°, ú ltim o parágr., 
1462.°). A razão prática que ju stifica x perduração da 
oponibilidade do vicio, é porque seria inoportuno impor 
à parte interessada o encargo de, a todo o custo, tomar 
a iniciativa, dentro do quinquénio, da anulaçao 
negócio, quando a contrapane não pretenda que 
s* execute: enquanto a contraparte estiver sossegada. -‘a0 
a nuão para que 0 interessadona anuUç.-c' a 
f jC' *V'° « ta n to , a perduração da proporá- 
fizemosa exceP ^ ° sen-c para demonstrar — corn
aotar (§ D/) — que_ m esm o independente-^-— 0
TEORIA CfRAL RO NEC :*.o n RÍDJCO
de uma declaração de anulaç:i> o negócio continua a 
estar afcctado de u m falta vir.uai de efeitos, a qual. 
oportunamente, porfc converteu .* dr. virtual em actual, 
mediante manifestação por par.: do interessado. Em 
conclusão, a anulabiüdade do negócio pode fazer-se 
valer por v*ia de excepção enquanto durar a relação a 
que a anulação do negócio viria pòr fim (w).
A anulabilidade do casamento dependente de 
alguma das razões previstas pelos artigos U7.°-I23.°f 
está sujeita a uma particular forma de caducidade 
a prazo curto (um mês ou três meses), a qual, de um 
modo geral, está relacionada com o facto da coabita- 
çáo posterior ao momento em :uc a razão de anulabili­
dade tenha cessado ou haja sido conhecida (arts. 119.°. 
120.° e 122.° do Cód. Civ ). Pondo de parte a verifi­
cação dessa razão de caducidade a anulabilidade por 
vicio do consentimento ou por incapacidade, deve con- 
siderar-se sujeita à prescrição ordinária dos negócios
( 13) A Cass decidiu que o en-.r.? distintivo para deter­
minar se há lugar à api.:açào do ar*.: > 1300.° do Códieo Civil 
de 1S65, ou à do artiqo IO*'*- .ienvr. Ir fe ter ou tuto procurado 
executar o nococio sentvnça ie 9 .t Dezembro de J936, em 
Foro, 1937. i '22S. com co:.. ão de H l a t o ; sentença de 15 de 
Marro de 1939, no Rrp Firo, 1939. palavras ohbiig. e contr,, 
n.°* 523. 524'. Também declditt qoc O princípio Uinporaiia 
ad iigenduni vale rarrb-m \ favor 1 -tor que replica* C^ass.. 
16 de Dezemtro do lvC5 na 192& !. 1. I09v V.r
também Cass., 23 «ie ri.v. ...• 1946 Fcrr, 1949. coL 749. 
n. 2S6i • -O termo do rr^ :::N da ..ccão de anulação de um 
contrato não tem aplicado quando .. ^validade desto e oposta 
por vi a de excepção. c x ui res norto a situação das *partcs 
devo m.t apreciada em relação ao íu interesse em iace do 
contrato, <eja mtal for .l sua posição zj processo» c^oüí. ApeL 
de Turim. 12 de Dezembro de 194; Re p. F v»>« .\bulos 
abbiigi e contr, n. 514).
k -u seja. a quinqucnrd ( « ) . É. também a
I jurídiws. A C idade resultante do vincul, . !u'.
W fpsa" aín,nónio. existente <• vàlulamentc
« * * 1 ? T > I7-". ” •* *•*» <">• '1U»
' * % „ outro lado. nisso difcnndo da anulabüj,. 
. nulidade náo H ' * »
do (art. U Z ) ° 1,0 tod ' *' ' ,n « o í n.„ J '
« o autor do negócio quer tnamer o arranjo de
« s c s . , » » náo p o d « ™ ± “ “ « n esác io
deve o negócio ($31 . nao no senV;do ^
(«*) Todaxia. a Cass. entendeu que <a disposição h 
artigo 1300.° do Código Civil de 1S65 não se aplica ao c W 
mento» fsentença de 13 de JuJho de 1937, em Fero. 1937 
I60S com nor? de citações), e isto por via da discipl-a rarti! 
coUr c da intima natureza do instituto matrimoniai.
«entes ça é particularmente notável por nâo aceitar o nac:oi0 
de que o arngo 130*).° do Código Civil tenha um alcance geral 
sendo, portanto, aplicável a todos os negócios jurídicos lata­
mente entendidos (veja-se, anteriormente. Cass., 16 de Juiho 
de 1936 :hid., 1936 r. 954), limitando a aplicação do rnesmo 
principio aos negócios jurídicos de conteúdo patrimonial cit. 
Cass. 20 de Maio de 1942. no Re p. Foro. 1943-45. coL 
n. 53 Veja-se também. no domínio do novo Código ApeL 
de Catanrajo, 2 de Agosto dc 1945 (Rep. Fero. W46. coL óS7, 
n. 43): «O casamento náo deve considerar-se um contrato, e 
por isso a acção de nulidade prescreve no termç ordinário e 
nâo no menor, de cnco anos». A premissa é exacta: 0 casa- 
roento nao e um contrato. mas um acordo ( $ 37); mas a conse- 
qefaca aáo esti cena. ou é. pelo menos. discutível 
«a relação isua ácalabilidade, existirá sempre a hia*
^UC ^ az a abreviar o período de incerteza.
( Ia.erprecujdo erroneamente* o artigo -2.
« * 0 emento, de 27 dc Maio de 1929, n. $47. i Ca*
1950 reun,^ as* de Janeiro dc 11*50. n. l&f. ria Cf,;<f * **'
^ ^ * 5? a ü€m anota^ ° cmua) cou5:jL,ra c~!r;uS*
hra.l.» ^ t.V,s üra ‘lnrerior casamento preconeordatar..'. -
P-inco o r::o puramente canônico: supra.
, _ [ l , r .n^ l H « r lC l l lA 00 NECrtcl° 'VKtO lf ^
TEOIUA GERAL V» NXCÓCXO JVRÍDSO#
3 2 ____ ——---------------------
eprodução do anterior, mas no sentido de celebrá-lo 
fC l novo. visto o conteúdo to neçócio miío não ter um 
ttlor Receptivo vincular.- •. Náo pode chegar àquele 
resultado com um neç.'é :o diverso; e linda menos 
coin um negócio mais -irr.pies. meramenie inteqrativo 
do negócio nulo, sem a observância dos requisitos de 
forma estabelecidos para aquele, por exemplo. por 
meio de uma simples referência (per ráationem) ao 
conteúdo do negócio nulo. ou por um acxo de convali- 
dação (“ ). Por outro lado, admite-se *2ma derroga­
ção a este critério com base nos princípios dos arti-
( w) Apelação de Turim, 25 de Julho 1941 (Giur. 
Tor.. 1941, 886): «Um contrato sem causa são é susceptível 
de confirmação: não tem. portanto, relevância -iridica. a par­
cial execução do mesmo contrato*. Na 3 unFrrsdência mais 
recente, ver: Cass.. 19 de Maio de 1949 (Mass. Foro it., 1949, 
coL 261. n. 1255): «A falta de iorma exigida. subsianiiam 
toma nulo o respectivo acto: para que esie tenha exis­
tência jurídica, é preciso que seja renovado, isso é. integral­
mente refeito com observância da forma prescrrta. Portanto, 
só em sentido impróprio pode falar-se de reconhecimento 
documental ou de confirmação lesse acto*. Cass_. 21 de Janeiro 
de 1950 (\lass. Foro. 1950. cc.. 39. n. 177 • l^io há convali-
dação de negócio nulo. mas renov:ação. qu an i; oa sucessiva 
manifestação de vontade, as r.ures tenham rrrasidido manter 
firme a nulidade verificada. rc*?uíar-ihe as rrzsequèncias e 
chegar a um novo e autónoir.: acordo, ainda nas mesmas 
condições do precedente» (aplicação ao caso áas documentos 
particulares de transferência imobiliários 3S0 registados) 
(eonf. Cass.. 20 de Janeiro ie 1945. ao R i p. 7 -ro . 1943-45. 
eol. 1119. n. 517). É. tar.iberv. de ter em 'eC T á sentença 
a iU ss " de 18 de Fevereiro de ;í49 [Mass. F-.t- .940 cot ,;U 
n- 284): «O insütnto da r,.:,.ca,ão não f c ^ » a V » * « 
negócios absolutamente mi! - simuladcs.. :Ue a reíe-
u m “ T r 11" "Ve ccnside— '’* - ôroduto de
mono au • ' :e !K' " ' ' icerca Ja a t v i ‘ dest« fcaú-no' *lUc ja atras criticam. # no 3 50.
590,0 e 799.°J segundo os quais a nuiida ,
-néína ou da doação. q u a W T ^ <Jk
* - J' - Se;tf p í iá nSo P°de Ser ÍnV0Cada P^ iós
fcau» q«c 3 “ j * * * do disponente. que, conhecendo
fenham' flcp?,S da m0rte deie
a m io ‘ia n valcr a nulidade do acto de disl 
renuncwdo a • n Jado voluntária execução (§ 3q 
posição- ou 1U ^ ^ 13U o do Código de 1865 falava’ 
D° S: 5 íhonfinnação, de renúncia a opor os vícios 
J fo S a ou qualquer outra excepção) ( » ) . Pelo contrã-
7TT petodoe diz respeito à ra/io mrrí. com toda a razão
( \ m ,a I M toao P ur- S®' P00 na base dos r«iuisitos 
SrotF!. Te- a .neCessidadc de proteger a família
de forma e - pronunc;a em contráno da decisão do
Trib de Turim, de 15 de Março de 19-16 fna G iur. compl.
*! 1946) qne admite a revalidação de um testamento 
fctoêmcae nem sequer esàsáa. a íatispécie elementar de uma 
declòrãtio \oiuntaus (sub A )% ainda que afectada por vidos na 
expressão ou na motivação (§ 30. nota 9; § 31, nota 16).
Na jurisprudência, veja-se a Cass.. de 8 de Outubro de 1948 
(Giur. it., 1949, i. 1. 486): «O artigo 590.* do Código Civil 
ao admitir a confirmação e execução voluntária das disposições 
testamentárias alectadas de nulidade, seja qual for a causa de 
que ela dependa, pretendeu estabelecer que pode reva.idar-se 
até uma disposição testamentana nula e não simplesmente 
anniável Peio que diz respeito aos outros elementos d»reva­
lidação, devemos reportar-nos à disposiçãodo artigo 1444.° 
do Código Civü, qne tem um alcance geral»; Apelação de Nápd- 
les. 23 de Abril de 1945 (Rep. Foro, 1946. col. 1061. n. 12): 
«A repa catoniana çucd ab im:io itiosum esi Iractu ttmpcris 
cowaluci iz n/jutí. absoluta em reLiçáo aos actos incxisieatcs. 
encontra uma Jjmiução no artigo 131 ] . « do Código Civil 
“ r ^ 590.«e 799.0 d0 novo código). segundo o qual.
a ccriíinr*:i*:^ ou execução voluntária de 
toS' depoU°í0U tC8tomcntána, por parte dos herdei-
a opor on*«»rt m0r‘C **° dutor disposição, inclui a renuncia 
^ Sequer ra^o de * ■ V B f------* ' W l í *
3 Ti0r:» Qtrtl—Uj
invalidade». (Coní. Tribunal do
TEORIA ocral do SfCrtCIO n-Ktoico
, rcer3 oposta £ Válida para os casos de anulabili-
n°\ „ nesócio anuiável é sempre susceptível de reva-
- fart 1444 " do Cód. Civ.>. E sta diferente reçu - lidaçao (art. * .
--------7T., Tlarc > 1946. no Rêp. Foro. 1946. col, 1061*.
TunJ* Apci dc Veneza. iõ <ie Dc2cmbro.de 1947. no Rep. 
c L 1948 col. 1356. n.° 20; Cass., -25 de Março de 1946,
Rep. Foro. 1946. col. 1060. n.° 8). Veja-se. por outro lado. 
«obre o conhecimento das causas de in%-alidadc. a Cass., 9 de 
Agosto de 1946 (R ep . Foro, 1946, col. 1060. o .0 6) : «Em
matéria de confirmação e execução voluntána de disposi­
ções testam entárias nulas, exige-se. tanto pela regra do 
artigo 1311.° do Código Civil de 1S65. como pela do artigo 590.° 
do Código Civil vigente, a consciência daquilo que, cora a con­
firmação e a execução, por um lado, se aceita, e aquilo a que, 
por outro, se renuncia...* (Conf. Cass.. 27 dc Março de 1948, no 
Rep. Foro. 194S, col. 442. n.° 37. e ApeL de Turim. 11 de Junho 
de 1945. no Rep. Foro. 1946. col. 1061. n.°* 9 -11 ).— Quanto 
á amplitude dos efeitos ver Cass.. !2 de Abril de 1943 'R e p . 
Foro. 1943-45, col. 1621, un. 71-73.: «Quer com base no 
artigo 1311.° do Ccdiç? Civil de 1S65, quer nos termos do 
artigo 590.° do Código Civil em vigor, a conürmaçào ou a 
execução voluntária de uma disposição testamentária. preclude 
que se possam opor. nào apenas as nuiidades formais da mesma 
disposição (não excluindo o caso do testamento oral), mas 
também as nulidadcs atmeutes à substância, previstas ^eia 
lei. entre as quais a incapacidade aatural ou legal do testador 
® os ^cios da vontade*: Cass.. 17 ie Junho de 1947 G iu r. 
#..'1948, r, 1. 341 «Também o viezo da disposição testamen- 
tar:a que viole o direto à legitima, é sanado com a execução 
voluntária da mesma disposição» (Cont Apelação de Bolonha,
6 dc Junho de 1942. ce R *p . F rrc . 1943-45. col. 1620. n
í r ; : vf-te- r z A^ í5°de c"?üari- n d* deZ £ et?;- 1 ■ * » • a- - ; « t o r«ie :n ser saaa-
«*-**• - ! S ° volua:ára> as
«da a instiraievlc3 ex -rrss ji^m ^ ^ * preleada dar
N5o „ , ,0 ’ prc ^ 1 * »* « d e m p ú b lica ».
proposta por * B“Ir ? restritiva
f e , da l6-- «=“i^ consrruv-lo
• ■ « « U c a . dando ap.-nas u a
r i » dC ‘ ' a ac c.oníimia-io c reiorça-io g 3l>
tlin critério diferente, extraído
C ) protegidos com a sa»çlo £
estensá» d(>s ^ d e d is tm gu ir-se em absoluta
invalidade. « s d l ic r , o n egóc io v ic ia d o p o d e serdespro .
e fríJt*a: <lUCf ‘ g mesmo em relação a todo equalquer 
vido dc efeitos <' pelo contrário, não ter aqueles
in t e r e s s a d o . oU L ^ t e gera, relativamente a certos 
efeitos, que n0 davia produzir as conseqüências que
interessados, e, a outras pessoas (§§ 31. 32),
lhe sáo propn.■ )tese a invalidade, estabelecida para. 
Nesta segunda circunscritos, apresenta-se como
salvaguarda de in tituiares: relativa no sentido de
relativa quanto a g de ser tomada em coasde-
qUC £ÓT i X L é oficiosamente), quando existaa :ais 
Z S r J Z * * necessária para a sua tutela.
------------ ^ Z T f t w St S. nu llità . 43 c seçs.: CaRIOT.v-Fb*-
T s e À (§31. nota 16). Pode. antes, pcúsar-se. 
rara. -V |.. 34- e segs. u virtude dc re&unca
numa inoçombilidade da nuuda § 5 ,3 . 2)
ou convenção, excepcionalmente adnÔtida uma ionna
de «sanar» o negócio nulo por vicio de fo r a . ! F ^ ccSS-
cuçâo voluntária por parte das contra-mter * é - ceite
tmçáo de uma redução legal da fatispéa - « . i.
por G. Pasettt, Sanatoria per confcrir.a ^ reve-
domz. (1953). .55 c sess. Mas não parece su fic ien te^ 
lar a razão intrínseca do tratamento, se não se ti •L 
a auto-responsabilidade dos familiares interessa 3 
valer a nulidade. gafàwc®»
( l *) Trata-se. na verdade, de uin.i exyrvKa^ 
que deve entender-se no sentido dc que não estao t 
nados os sujeitos pani quem a invalidade e rcíevanu.
TTÍ)K!-V reiM LDOjtócdcro ;;;*ÍDlCO
XI. , „xacta a formulação corrente deste critério. 
* “! “ intíficar-sc a invaUd.de absoluta com a 
^ • a T e i relativa com a anulhLilidade. Na tenrn- 
" f í í chegam até a coníuadirLe as duas locuções; 
X id a d e e nulidade «k f t v a {'*). Ora náo conse- 
ver porque a nuUdadc não possa ser relativa (»•). 
Não há incompatibilidade lógica er.tre os dois concci- 
[os• a re la tiv id ad e das qualificações e situações jurí­
dicas é um fenômeno que, actualmente, pode conside-
(>•) Por ex.. Cass.. 22 de Abril de I93S ( D ir . tav.. 193S, 
374 e 552): as nulidades de diretto privado sâo. em regra, 
«nulidadcs relativas, que náo podem ser deciaradas oficiosa­
mente pelo juiz». Deve notar-se que na jurisprudência se 
encontram, com frequência, inexactidões de terminologia: assim, 
por ex., os negócios realizados no interesse do menor sem as 
autorizações rituais, ou pelo preprio menor, sào qualificados 
de nulos (Apel. de Veneza. 9 de Abril de 1946. no Rep. F ir o . 
1946, col. 732, n. 37: Cass.. 19 de Abril de 1949. ao M ass. 
Foro. 1949, col. 199. n. 943^; a mesma quaiiíicaçãp é atri­
buída ao negócio viciado por de.o, pe!a Apêi. de Veneza. 4 de 
Abril de 1947 (R ep . Fero. 1947. ccl. SSS n. 300) e ao casa­
mento cm que o consentimento es:á por qualquer modo viciado.
" e 11 de J ^ i r o -ie 1946 Rct>. F oro
S S Cf laí- e?fia Apc!- dí 24 de Abrií de 1947
(Rep- Foro- ccL S14. n. 56s X e - a n w s - a inexa -in V n
5 » > * * m m * ■ ■ & , T ; « w .1946. col. 10(52. n. 24 »e .9-io /?<-\ F o ro .
2*t ;: ;^ V *vio * ^abU k lade . embora
ClLU ' * . 1940. ;v , ft ^ .p ro posto , Ca r io t *.-
,r- «» faihitfiat 113-21 * ’ * giitr , n. S7*
TXVAUPAPg E iximcXciA 00 NCüÓLlo
- (introd. § 6 . g : § .35 : ÍX,r ° u lro lad.
^ fin* * 10 ^ se verifica objectivamente. no ^ 
9tuaçi° <\üC t i subordinada a uma 
un.^ de que nio » a (az<i-la valer. pode. tod*^
1 c iai dcst»1* ' apcnas um reiaçao a deu-—processual ,^tamcntu . t i
veriíi1^ Vdos ao s qUiUSS » .»“ Ksa . . . * , - '‘ ucurnú.J«ados. aos quais estã circunscrita a ^ nados interessa i unia decisão de accrtamento p0rtinúáadc p a r a ^ 
parte do juu (*)•
_ ______ ____ VeheY reialiv* Unwtrksamkeit. no citado
si) StROK*1-- com outra orientação. Cariot*.f J S i f f i i - » * “ ““ **,FeKrara. A***. Jnnuiuiouua c*mw»»“ * * nu*#*!» maiiva. nos Síudi
-1' ' SRA~ c ‘scu~ S e g e ::o g iu r .. n . « S5-S7; Fedeu :. W WiM> Sro ru . 7 3 e ^ e g s . ---------- -------- ; é ^
---- -- procura
o u u w — a noção de um a anulabilidade absoluta
elaborar. d e ^ ^ -*m . nocã0. oue ele utiliza
OCvrt*. ----o— w - --- ..**««
n.<* 66-74. CajuoTA-FerRara tenta demonstrar qUe é 
traditüria cm si mesma a noção de nulidade relativa e C°Q
CUUViOi, UV --------- - ___
(em Foro . 1939. iv. 50): noção, que ele uuüza para qualifi^ 
a invalidade do casamento nas hipóteses em que a impn^naçào 
pode partir de todos aqueles que nela tenham um interesse 
legitimo, nos termos do artigo 117.° do Ccdigo CiviL Mas .^ 
dc ver que a tentativa para derrubar, assim, as duas qualifi­
cações. tem o defeito de ignorar a sua relatividade essencial; 
e a critica da noçào de nulidade relativa parte da premissa 
in demonstrada (Stuái Scorza. 75, S l ) de quç6 característica 
essencial da nulidade, segundo o seu conceito, o facto do negó­
cio náo produzir efeitos por via dela e não t»oder ser sanada 
por «confirmação», nem por caducidade. Mas o caracter rela­
tivo ilã nulidade, assim como exclui a impugnabilidade ao negó­
cio por parte de quem tenha um inter*?s« para agir. sem aer 
um dos interessados contemplados pela norma, do mesmo mixio 
exdoi, também, por coerência lógica, um a fáta aosomta « 
efeitos e uma ngorusa insanabilidade. em relação a *erGe^ <^ 
isto é. Is pessoas diferentes daqueles detsnrisados 
($32. i ) .—A característica essencial da nulidade, 
consare em nào ter o interessado o ótntò ú**í inscM **** ^ ..^ta 
declarar a invalidade (carência dc efeitosi. J ^lK x. ,;t0 Ja 
de *:rr.tz cm relação a ele. cm viftudo ap^sos do 
lei: e uma diferença que tem. sobretudo. relevância ^ RjUg* 
negativa, portanto, a tentativa dc C-\RiorA-r-
' uo srcúcio Jt-Blaico
2 " " ' ^ 7 T T T e ver se no direito vigente 
° utra q“ l n^idade relativa. Também, porém, 
existem caso resolvcr.5e em sentido afirm ativo.
0511 S - u le dos actos de disposição da coisa c k d a em 
A T f nos termos dos artigos 2913.°-291d.° do Código 
T i é nu lidade, porque tem a sua fonte numa cir- 
i í â n c a que precede o negócio, ou pelo menos a 
da sua eficácia (art. 2914.°). como a penhora 
conseqüente da execução forçada, e leva a exclu ir 
um dos pressupostos de validade desse negócio, ou 
seja, a legitimidade para dispor; é nulidade relativa, 
porque consiste em tais actos «não terem efeito em 
prejuizo do credor pignoratício e dos credores que in ter- 
venham na execução*, pelo que só vale para os fins 
do processo executivo; é nulidade verdadeira e própria, 
porque existe objectivãmente, sem necessidade de qual­
quer impugnação.
A mesma natureza de nulidade re la tiva (§ 2S) em 
relação à massa dos credores, tem, também,' 1 in va li- 
ade dos actos de disposição dos bens onerados Delo
de 1942 n ° i a -c ' ’ de 16 de ü a rço
c«ntradi- « . CIr n- a m» , i e
por «ma dC uxaA ^ t i v id^ Üera. absurda e
i|a lógica ( l 6 l l.
'«ria entre
IS V kUlMJUE E IH P FIC X CU IX) MEUicfO }\ ,U l ) .
É. igualmente, nulidade relativa (§ 28),
lecida para 
ao Estado 
do ministí
garantia do direito dc preferência r 
sobre a propriedade artística, por jntr. <eri*to
___________io da instrução pública, pela Jt.j
Junho de 193y. n.<> 1089 (arts. 30.“ , 31.» tí g j 0} 1 
caso dc invalidade relativa entre as partes f§ K) ^ 
mas irrelevante relativamente ao domtnus (j 39 ^
é configurado pelo pagamento com coisa alheia, seçund# 
a disciplina do artigo 1192.° (cfr. art. 1479.°). Um outrQ 
caso é configurado pela inobservância de formas con­
vencionais pactuadas ad subsiantiam acfus (1352.°). por 
outro lado. o critério da relatividade pode também 
encontrar-se numa limitação da legitimação passiva 
referida aos sujeitos contra os quais a nulidade é invo­
ca vel: é o que sucede na simulação (art. 1415.°). Apa- 
roo\ então, o aspecto da inoponibilidade (§ 57) (21).
Resta agora ver como se comporta o critério da 
invalidade relativa em relação à anulabilidace. Costu­
mam confundir-se aqui dois momentos diferentes: o que 
precede e o que segue a declaração da anulação do negó- 
(-ua^ jcavao* como relativa ou absoluta, da anu- 
la uutaae, a quire um significado bem diferente numa 
ou noutra fase.
da r l ü v i d S e T e v f a ^ 0 de 0 Crité" °
prom over a anulação seja ° â k *110
11 confendo a todos aqueles que
( » ) Efectivimente. náo 
lisricas. como as jue «c Vçr^ ' ra!a !o diferen mtur.t-
veget-ü- Parece csl(. ' «Urs sspéejcs u
C**iorA-FERKASA. -Víjaao 1JU_t*ári'>. o inodo ^ ver de 
vávo! intrnto de r ^ car ^ • 3a n. v,
o n to n o r e s . ]^ te n no ,núlc^ c w c„ ilos
-sc- ia. cm todo o cwo. dc "*c‘‘do UCl . - J
Wl«ntühò',
40 TEORIA <,mXL DO NECÚCtO JURlDICO
nele têm interesse (arts. 117.°, 591.'» e 1551.», parágr.), ou 
apenas a determinados interessados (arts. 1395.°, parágr 
1141.» n.° 1. U92". paráçr.). Xeste sentido, a anulabi-' 
lidade é. com maior írcquència, taais relativa que absoluta 
(no sentido atrás referido: nota I/-3), e enquanto dura, 
d i lugar a uma figura de negócio daudicante. Lembre­
mo-nos da anulabilidade por incapacidade ou por vidos 
do consentimento: nos termos do artigo 1441.o, «a anula­
ção do contrato só pode ser pedida pela parte em benefício 
da qual a lei a estabelece* (cír. art. 1395.® parágr.): Pelo 
contrário, a incapacidade contratual criada pela interdi­
ção legal conseqüente a uma pena (art. 1441.® parágr.) 
e a incapacidade de testar (prevista pelo art. 591.°), 
podem justificar a impugnação do contrato ou do tes­
tamento por parte ede quem nisso tenha interessei. 
Por isso, nos termos do artigo 117.°, co casamento 
contraído com violação dos artigos S4. \ S6.°, S7.° e S8.° 
pode ser impugnado pelos cônjuges, pelos ascendentes 
mais próximos, pelo Ministério Publico e poi todos 
aqueles que tenham, para impugná-lo. um interesse 
legitimo e actualf. Por outro lado, tenha-se em conta 
que a anulabilidade por vicio do consentimento tem 
um raio de acção muito maior que a anulação por inca­
pacidade, embora ambas tenham caracter relatho. eíec- 
tivamente, a anulabilidade por incapacidade, é consi­
derada pelo artigo 1945.°, fome de excepção pessoal, 
o que não sucede com a anulabilidade por vido do 
consentimento: por isso. a O T d a pode ser oposta pelo 
fideicomissário (qu-isnn .-.o :erce:ro a c i n t e do imó­
vel hipotecado, ele é admitido a opor todas as excep-
- v Ao devedor. nos termos do art. 2859.°,
ç5es nao oposta . . .
que sobre este ponto, movou. em reiaçao a norma
do art. dü Codif
b) Depois da Jeclaraçao de anuiaçao, convertida
INVALIDAM fc INEFTCXCIA DO NBoQuo ji»kjDIc
então a carência virtu:d cm carência actual de Vai 
preceptivo. o regulamento de interesses estabeicS
com o negócio deve ser considerado como nunca tend? 
existida. A qualificação de invalidade absoluta J 
relativa toma. então, o mesmo significado em quç 
fala de nulidade absoluta ou relativa; quer dizer. ausèn. 
da dos efeitos jurídicos do negócio relativamente a 
todos os interessados, ou apenas em relação a deter­
minadas pessoas. Neste sentido, também a anulabiu. 
dade — pelo menos na medida em que a decisão anu- 
latória tenha lugar no deferimento de um pedido 
formulado por via de acção, não de excepção — é, em 
regra, absoluta, e só excepcionalmente relativa. Nem 
todos podiam promover a anulação; mas. depois dela 
declarada, todos podem aproveitar-se dela. Todavia, 
a anulação do negócio conserva, por vezes, efeitos limi­
tados aos que a promoveram: assim, nos termos do 
artigo 1445.° «a anulação que não provem de incapa­
cidade legal, nào prejudica os direitos adquiridos a 
titulo oneroso por terceiros de boa-fé», desde que a
aquisição seja anterior ao registo da acção de anula­
ção (art. 2562.°, n.° 6).
O probkma do caracter relativo ou absoluto põe-se
não so a respeito da anulabilidade e da nulidade, mas 
também em relação à
^üicacia eui sentico estnto
* - “ P "
rente direito alheio (ex.; ^ «m s u m id o peioconcor- 
pela conseqüente lesão de u~' cír- 1309.°) ou
de disposição por meio do A " i:r" ° “ ct0
juizo aos credores, ^ , 0 devedor cause pre-
dores, nos limites do pr''nü^ V°8ado ?or um ios cre- 
acordo com o artigo 2901 o ?s lhe determine. de 
pelo contrário, na órbita <u L ' *>■ ^quadrada.
Processo de falência,
42 TBOSUA CERAL DO NEGÓCIO IvRiDICO
a revogação aproveita a toda a massa dos credores, * 
entre os quais a falência constitui urna espécie de socie­
dade (arts. 66.° e 67.° do R. D. de 16 -ie Marco de 1942, 
n.° 267). Da redução oi>tida pelo i.-rde:ro iegitimário 
aceitante a benefício dc inventário, nào podem aproveitar 
os credores hereditários art. 557.°. íltimo parágrafo;.
D) Finalmente, segundo um outro critério, a 
invalidade distingue-se em total e parcial. Quando o 
negócio esteja viciado apenas numa parte do seu con­
teúdo preceptivo, entendido o vocábulo "parto como 
referido ao âmbito daquele conteúdo ex.: art. 1478.°) 
ou apenas quanto a uma das diversas disposições de 
que consta (§ 37), é abstractamente possível tanto a 
solução segundo a qual a invalidade se mantém, pre­
cisamente, parcial, isto é, circunscrita iquela disposição 
ou àquela porção do conteúdo preceptivo do negócio 
(idüe per inutüc non vitiatur), como a solução con­
trária, no sentido de que o vicio da parte se comunica 
ao resto, submetendo ao regime da invalidade também 
a parte sã, de modo a dar lugar â invalidade total do 
negócio. A nossa lei segue a primeira solução também 
no Cód. Proc. Civ., art. 159.°). que remonta â tradição 
do direito canônico (vi, 5, 13. c. pelo contrário, o 
Código Civil alemão adopta. como cr.tério geral, o da 
invalidade total (§ 139). Xeste ponto, a nossa lei parte 
de um conceito menos rúido, e talvez mais realista, 
da unidade do negócio (§3/
(MJ SALtOLES. DéC^r. ic re l. O ATHgO !39.*T
iI cotm w n í u ' 7*í• • •* ■ . 'Y if , no . i f .302 c segs.-, 0 « .....
k*\
INVALIDADE t INEFICÁCIA tX) M:t.ót to JlUtítUp
0 princípio da invalidade parcial encontra-se 
o no artiço 1419.° do Código Civil: «u nniU!Un'- r L nuIlcl*cie
V V I V U i U U V +rrnmmmrn »
atinrida pela nulidade.. 0 que mostra que a nulidade 
parcial é a regra e a total a excepção (“ ). de maneira
( » ) Para alguns casos decididos pela jurisprudência, 
ver os snmános seguintes: Cass.. 12 dc Fevereiro dc 1947 (Giur. 
it 1947. i. 442): «Uina cláusula contratual nula. pode infec­
tar de nulidade todo o acto. na medida em que se refira a 
um elemento pnncipal do negócio jurídico de que 6 iner£ncia 
c quando haja entre ela c as demais pactuações uma tal cone­
xão. que não seja possível considerar umas sem a outra*; 
Cass.. 22 de Fevereiro de 1947 (Giur. canp!. Cass.. 1947, 
vol. xxv. 10\: «O principio geral ttiíiU per inutiie non vttinlitn 
c aplicável quando a pane ou cláusula nuia do contrato tiver 
ex^tènoa autônoma; mas se. pelo contrário, se trata de parte 
ou cláusula nula que, embora materialmente desligada do 
respocuvo contrato, esteja com este em correlação mcindível 
c funcione como ccmdxcio ««w m da ns ou si ne. jua iteit, em 
« l caso o d i » prmdp» não « apUca, porqi;e a nu;idade paI.
í f " 3 “ “« “íio». (Coní- Ciss., 17 Je
° de 1943- • ° Rtp- Fo,°- HM3-ÍS. col. 1120. r.. 520 c Cass..
- w
g f
TEORL\ GLJtAL DO NEGÓCIO JURÍDICO
que quem invoca esta tem o ónus de provar que ela 
tem o seu fundamento na particular intenção prática 
das partes (o contrário do que dispõe o § 139 do Código 
alemão, que atribui o ónus àa prova a quem invoca 
a nulidade parcial). Uma aplicação coerente do prin­
cipio é feita nos artigos 1420.° a 1446.° quanto ao 
contrato plurilateral com prestações dirigidas a um 
escopo comum (§ 38): por isso «a nulidade (ou a 
anulação) que fere o vínculo de uma só das partes, não 
importa a nulidade do contrato, salvo se a participa­
ção dela dever, de acordo com as circunstâncias, con­
siderar-se essencial*. Por conseguinte, excluído o carac­
ter essencial, o contrato plurilateral inválido será um 
negócio claudicante (**). Aplicações do princípio com 
uma função de rectificação, isto é, tendentes a trazer
o preceito da autonomia privada para a órbita da lega­
lidade (§ 9), são, depois, feitas, pelo artigo 652.° ao 
legado de coisa que se averigúe só em parte scT pro­
priedade do disponente, pelo artigo 771.° à doaçào que 
compreenda também bens futuros (doação que é redu­
zida ao limite dos bens presentes), pelos artigos 1500.° 
e 1501.° à venda a retro, na qual se haja estabele-
nos termos do qual a nulidade de cercai cláusulas nào 
importa a nulidade Jo contraio quando a* cláusula* nula» 
sào su bs mu idas de direito por normas impcrauvasl 
pode aplicar-se «juando o contnv.o com Clau<ula nula troto 
sido cstipulido anics de entrar eni viger a norma 
mtfva» ' «ope-
(- '» ) Cit. Casá 27 Ja Janeiro d* 1949 '/*«*_ Fvro ^ 
c o L 24. n lio ». «O contrato plurilateral o :aracten-adio ''elo
escopo com.im de todos aqueles «jue r.cjc ^ pCJ°
esse «scopo rvlo juu de memo.
d** uma *4 da* p.ui^. aio imporia nulidade .. * Mncuio
relativamente aus outrcet sujeita». * ^n trato
IKVALUMpB C INETTCXCIA DO MECÓCIO l!'K(|)|ro
1 ------------------------------------ ------ 45
ddo restituir im preço superior aõ estipulado ou 
haja convencionado uni termo maior que o leçal [con 
venções ilegais, que sâo reduzidas, nos termos pernjj 
tidos pela lei , e. analogamente, p*lo art. 1573 0 
à locação convencionada para além de 30 anos, pej0 
último periodo do artigo 1865.° à convenção de resgate 
na constituição de renda; peio artigo 1941.° à fiança que 
exceda o débito ou prestada em condições mais one­
rosas; finalmente, pelos artigos 1284.°, último período, 
c 1815.°. ao mútuo: no qual, se se pactuam, mas nào 
por escrito, juros acima dos estabelecidos pela lei. ou 
se foram combinados juros usurários, a convenção — ine­
ficaz. por falta de prova escrita, no primeiro caso, nula, 
por üidtude. no segundo — é reduzida na medida dos 
juros legais. Este tratamento da cláusula nuia por 
ilicitude. e também 0 tratamento das cláusulas subs­
tituídas de direito por normas imperativas, por *x., dos 
artigo» Kx>9.° e 1419.°, parágrafo, importando trans­
formação qualitativa de um regulamento de interesses 
anti-soaalr reprovado, em si mesmo, peio direito í§ 9) (“ ), 
configuram, ao mesmo tempo, casos de conversão
O tratamento no sentido r , , . t
mmn ; • t ’ invalidade sarcialpressupee como é evidente. que a d , . » .
pode ondir-se em duas üísdosU s Í t
tíveis uma de se manter e a'outíT3 ÍM,tai.ta* 5USCeP '
respectivamente, que as várias disn ° ^ e.limin”áa’ ou*
o negeeio. podem ser tratadas de 1ue consta-
das outras, dc modo qUe a javali,i, ? m,de?ender.t s ::m:w
adcâewnm ,oiid;algti-
( j» C.viuoTA-Vrutu«A 3-0
« to 5Ur° ntJ°- *rr^ a ni'«.n'tcn- 2o- nau tera
tratamento e o ,ia llc- um* |u. nu
entre <-* cí>ml>attbauiiade
46 7T0RIA GERAL DO ÍÍEGÓCIO TURÍDICO
tuas, possa circunscrever-se a elas e não tenha influênciaj 
sobre a validade das outras, c seja com elas compatível, 
porém, quando a disposição inválida e aquela que seria, 
de per si, válida, estejam, pelo contrário, conjugadas 
entre elas por um vinculo dc unidade ou de subordina­
ção (§ 37), a regra utiU per znxUiU jioji viiiatur♦ já não 
tem fundamento. Em particular, no caso de subordi­
nação, poderá, perfeitamente, acontecer que o vício da 
disposição subordinaria náo influa sobre o valor da prin­
cipal' mas, certamente, o vício da disposição principal 
comunica-se à subordinada e envolve a invalidade de 
todo o negócio. De resro. o vínculo de unidade ou de * 
subordinação entre as várias partes do conteúdo do 
negócio — a tornar certo por via de interpretação — 
pode não ser apenas lógico e objecdvo, mas também 
psicológico e subjectivo: isto é, pode resultar da par­
ticular intenção prática das partes (é este o significado 
da reserva enunciada no referido art. 1419. °). O pro­
blema do carácter totai ou parcial põe-se. também 
aqui, não só em relação á invalidade, mas igualmente 
a respeito da ineficácia (art. 1466.°).
5 9 __in v a lid a d e superveniente ou suspensa. £ con-
valcsccnça dn negócio mv.i.ido. O negócio poete, atra­
vés de succsshas vicissiraáes, perder .i sua originária 
validade ou pode. graças a determinadas integrações 
ou eliminações, obrer a validade que, de início, lhe
fâJtíivn4 Na verdade, a invalidade pode ser. além de
• * nuer dizer imediata e coeva do negócio:omnnana, qULJ _ -
. « »niente i conclusão do negocio; b nendentea) supeni *ntUk
ou suspensa.
i A invalidade surerveaiénu\ ouinvalidação,
a{ IçfR-cie de caducidade a que podem estar 
e unia *-• i
INVALIDAM E IXEncACU 00 47
sujeitos todos os negócios com eleitos diferidos
(§ verdade, sc o efeito do negócio ó imediato c
instantâneo, não é concebível e. em qua.quer caso. não 0 
relevante, como causa de aversão*, um defeito postenor 
„o „ c S„ . o r
( 1) Romano. Osservaiioni suila invalidità sucessiva degli 
atti xmmtnisirain i. cm Scritti in orjore d i Vacchtlli. 1937. 432 
( iv i . bibliografia); Gasparri. invalidità sucessiva degli atti 
amtninxsirativi. 1939. 15 e scgs.; Romanelli. La c. d. inra li- 
dUã succxssiva d. atti ammin.. cm Jus, 1942. 124; F e d e l e . 
Inva lid ità neg. giur . n.°® 49*61. cm espec. 124 e segs.; G ar- 
GIVEO. Sospensionc d. atti amtnir.. da p. d. cons. J i stato. 194S. 9. 
n. 6 ; ^ nosso D ir. rotn.. 335: CARiOTA-FEttRARA. X tgoz io giur.. 
n. S9 '375 e scgs.; Falzea. La ccndizione c* ç li eletr.enti delVatto 
■iuridico, 4S. 51, n. 51: ao qual deve observar-se que ho^e, 
como no direito romano, asupcrvcmència. queoreduz a «revoga­
ção de direito do iestamento, é atinente à função típica do 
negócio mortis causa e portanto, conforme a coníijjuraçâo legal 
deste, constitui uma razao intrínseca que rca^e sobre a própria 
validade- resto, o caracter intrínseco dcueude de uma 
apreciação essencialmente relativa: o que convim lembrar a 
qcem -aia de «nericácia sucessiva. iS.orroRo-P.vsSARELLt. en 
Riv. .:>r c iv .J ^ 3- ^ : t op , ,946 124;C a rra ro .
22S: cfr. T ^ , . 1947. 4 3 ; Scoo.N.u.touo. Inval.
stlc rcv cm j r . n . d:r. comp.. 27. ;x>-12*. %
1 1 \ E todavia, a Cass. S. U. em *>i i ?
. . » « - * . * ,s i°-
fenômeno de -everíio. de um casuo«to ^ » «
, errór.e.i interpretação do artigo . '• ^ d° ' me!XS
niai que nos j i submetem™ a uma « U i , ^ ct " > « » ■ » - 
,ual char=ãn-.o5. oportunamente. a ''■*)■ para
“ % à & . n. 15). C f , C. 5. 6. 3 pr. ^
U‘ ~ ex i*>st facto vitiari nca Cootr^ctura
n,atnm •• n0 por Vclterra, tu. Bul, V '^«lam .-nte
COOStO^ 0 r ront ^^ 29
48 TEORIA cn u i. 00 NEGÓCIO jj.RÍÔICO
particular, sujeitos a tornarem-se ^íváfidos os actos 
negócios façam parte de uma j jlispêciâ complexa 
de formação sucessiva (§ 37).
Tais negócios não podem entrar :n vi^or enquanto 
nâo se verificar a existência de todr ? os elementos da 
fahspccie cm que se enquadram precisamente porque 
o efeito não pode produzir-se, lòçicamente. antes da sua 
causa genética: a qual, aqui. é a previsão complexa na 
sua totalidade, de que o negócio é apenas uma parte).
E por conseguinte des exigem i permanência dos 
pressupostos que lhes são necessários, até ao momento 
era que a fatispécie se completa. Segue-se que, antes 
desse momento, a eficácia do negócio nunca 6 segura. 
Por isso, a invalidação pode ferir a doação feita em 
atenção a um futuro casamento (art. 785.°, n.° 2); 
e pode ferir o testamento: figura por excelência do 
negócio que se enquadra numa ja ti;: J::e áe formação 
sucessiva, visto se destinar a só entrar em vi^or com 
a produção do evento que provoca a sucessã*: a morte. 
Produz invalidação do testamento a falta de capaci­
dade jurídica (isto é. a incapacidade para escolher os 
seus sucessores), que sobrevêm com a interdição legal 
do testador. em conseqüência de condenação penal 
(§ 26i Analogamente, fez com que cie caduque, auto­
maticamente. a snperwsiência de n filho ou descen­
dente legitimo, ou a sua -.gnoraaa existência, ou o
r e c o n h e c i m e n t o de un: filho natural. n.;s termos do
artigo 6S7° Jo cóíll50 Cívi1- A<lu:- -1 k': >l'j aliCca a
caducidade das dispo®testaner.tárias c-:r... uma
^ pnfa ••= -V. - iãmimsu .: s • : . ire
8* S/. chfça -i «te a r i nvaLcz&e de a,;os cuja
Va bA-a in:c:.v;.v dfsje <\\ic .un*In não esto
S S SA
INVALIDADE B INEFICÁCIA DO NEGÓCIO JTnfolro 
---------------- 49
«revogação dc direito», c essa qualificação remonta 
tradição do direito romano, onde é desiçnado 
rumpi testanrentum, tanto o efeito «la rovoçaçao, como o 
da superveniência de filhos póstumos. Mas a sistem ati^ 
ção que o Gódigo faz desta norma, sob a equivoca rubri^ 
«da revogação das disposições testamentárias>, não deve 
induzir em erro o intérprete quanto a uma pretensa 
analogia com a revogação (art. 679.°) do testamento 
A superveniência (objectiva ou subjectiva) de descen­
dentes, reage sobre a própria validade do testamento 
por uma razão intrínseca, directamente atinente a fun­
ção tipica do negócio morlis causa, visto que a previsão 
da morte está intimamente ligada à consideração dos 
descendentes, nos quais somos levados a ver os natu­
rais continuadores da tradição familiar e da posição 
patrimonial. Ela apresenta, por conseguinte, um pro­
blema inteiramente diverso do da liberdade de testar, 
que se manifesta com a revogação (§ 31 b) : problema 
que encontra aqui uma solução essencialmente diferente 
da que a lei lhe dá em matéria de doação, onde, pelo con­
trário. é confiada à iniciativa do disponente a revogação 
dependente de certas hipóteses (art. SOO.0! e, portanto, 
a ineficácia do negócio (§ 60).
h j Oa ~e^jcios cuja eficácia esteia subordinada 
a um evento futuro e incerto-^ner este seja uma 
condição prevista para ele*; ‘ ,
• ou um elemento consutu- 
• %
( ’ ) U m línómcno a n iW . . 
na caducidade dos testajata^ L. mvati'laç5o é configurado 
J e m vs meses prcvuio aoi a r á -o s f i i^ 5' ?ol° 10 ^ r" ' °
nestes casos a caducidade ^ A .‘°'4> «IS.» e Tcdavia.
i .ínutaçao da pr<Spria vi ^ ' a ar.ia Tacto su? -rvcn iea te . 
e s tA io n u a e s p i a i do „ csôci0 « t a b ^ , ^ ^ ;e i para 
. ed-. 5 33J- o qual. ^ Ça* * * » . ^ » ,
8^ncie « n Ul ® *caducid * \* n^ turc>,, aa<1- outros fenc-, — T*oriA Geral —m
50 teoria geral do NEGÓCIO JURÍDICO
tivo de uma fatispécie complexa, em que, por sua natu­
reza, o negócio se enquadra — podem dar lugar ao fenô­
meno da invalidade pendetite ou suspensa (4). E ao 
mesmo fenômeno dá lugar a invalidade relativa. (§ 58, C), 
a qual, existindo apenas na medida necessária para a 
tutela de certos interesses, não é definitiva, mas encon- 
tra-se em estado de pendência, no sentido de estar 
sujeita a resolver-se com o desaparecimento desses 
interesses.
aa) Na hipótese de efeitos diferidos, produz-se 
uma invalidade suspensa, antes de mais. 1.°, quando, 
no momento em que o negócio se celebra, ainda falte 
um dos seus pressupostos necessários, o qual, porém, 
não seja daqueles que devem existir desde o início, 
mas sim de natureza tai que possa sobrevir também 
depois (§ 29): é o caso da legitimação (§ 27). Assim, 
nos termos do artigo 651.°, o legado de coisa alheia, 
em regra nulo por isso mesmo, convaüda-se se a coisa 
legada for propriedade do testador no momento da
sua morte.
( * ) Mrrrris. Rôm . Privatrecht. 243; o nosso D ir . rem.. 
334- cfr I9-*. n. 3. 332. b): Cajuota-Ferrara. em Sluui sassx- 
resi 1936, 14 : X íçoxío g i*r„ tl S9: 372 e se-s.: F e d b l e . [nva- 
o» 61 e 74 <Que pretenderia falar de ^nulidade indecisa*);
Ouuota-Fb*»***. 348. n. 11: 372 íala. «diferente- 
de «invalidade mcecsa» e de «validade suspensa»; 
mente’ ,ra çpjao «um caso de validade suspensa» a venda 
e . C° nil ^ a entregue -O arbítrio de um terceiro a deter-
civil cm q L ^ qrAroIJfcss-RxE2LE». K^mmtttíars, B.G .l
INVALIDADE n intficAcia do ni:cocio h ;rxdico
Pelo contrário, 
pendente, quantq
|ot configura um caso de in<-[icáci 
i \ função translntiva, a venda a
confere a propriedade ao comprador no momento em 
que o vendedor a íulquira (de maneira diferente da 
venda, o penhor de coisa alheia é válido, e a aquisição 
superveniente da propriedade sòmente lhe confere maior 
eficácia: argumento tirado do art. 2/69.°).
Considera-se, também, em estado de pendência o 
negócio celebrado em representação de outrem por 
quem não tinha o poder para

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