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21/02/13 1 Porifera Ulisses dos Santos Pinheiro DZ/UFPE Porifera • Animais sésseis (fixos) e filtradores que se utilizam de uma única camada de células flageladas para bombear água através do corpo. • Sem órgãos ou tecidos desenvolvidos como outros animais. • Funcionamento baseado em células. Peixes (~500 m) Porifera (~1000 m) Dinossauros (~230 m) Mamíferos (~180 m) Humanos (~13 m) Escala de Tempo Milhares de anos 0 250 500 750 1000 Ø Animais multicelulares mais primitivos, com origem na era Pré-cambriana (mais de 1 bilhão de anos) Ø São exclusivamente aquáticas, encontradas desde ambientes de água doce até as fossas abissais. Ø Possuem cerca de 7000 espécies conhecidas Esponjas Ø São encontradas espécies desde 1 milímetro de comprimento até outras com mais de 1 metros Ø Apresentam coloração bastante variada. Ø Sua fisiologia esta centrada no bombeamento unidirecional da corrente de água Esponjas 21/02/13 2 Organização das Esponjas Ø São animais diblásticos Ø Não possuem tecidos verdadeiros Ø Um tecido verdadeiro possui: Ø junções comunicantes Ø lâmina basal Organização das Esponjas Ø As células possuem grande mobilidade Ø Suas principais células são: Ø Arqueócitos (células totipotêntes) Ø Coanócitos (alimentação e respiração) Ø Pinacócitos (revestimento) Ø Esclerócitos (produção de espículas) Reagregação Reagregação da esponja Malha de nylon Células isoladas Esponjas Cultura sandwich Reagregação Arqueócitos Nucléolo marcado e citoplasma vacuolizado Totipotentes: originam todos os outros tipos celulares (semelhante as células- tronco em vertebrados) Macrófagos ativos (partículas e outras células) Também secretam colágeno Lofócitos Secretam a matriz extracelular (colágeno fibrilar) 21/02/13 3 Esclerócitos Megascleras (principais e de tamanho maior) Microscleras (secundárias e de tamanho menor) Nomenclatura segundo a forma em ~230 tipos diferentes. Secretam o esqueleto inorgânico (espículas de sílica e carbonato de cálcio). Pinacócitos Pinacoderme Dispostas em camada unicelular Podem também fagocitar alimento Sem lâmina basal desenvolvida Contato direto com o meio externo Coanócitos Flageladas Câmara coanocitária Dispostas em camada unicelular Sempre em grupos Organização das Esponjas Ø Seus principais “tecidos” são: Ø Pinacoderme Ø Mesoílo Ø Coanoderme. Ø Nestes “tecidos” podemos encontrar espículas e fibras de espongina que tem funções estruturais na esponja. Organização das Esponjas • Sua fisiologia esta focada principalmente em torno de seu sistema aqüífero. • O sistema aqüífero permanece em constante reorganização • Através dele se processa sua respiração, alimentação e reprodução Sistema aqüífero 21/02/13 4 Cubo Volume Superfície Sup x Vol 2m3 8m 24m 3,00 3m3 27m 54m 2,00 4m3 64m 96m 1,50 5m3 125m 150m 1,20 6m3 216m 216m 1,00 7m3 343m 294m 0,86 8m3 512m 384m 0,75 Volume X Superfície Organização Ósculo (Siconóide) Poro Átrio Ósculo (Asconóide) Poro Ósculo (Leuconóide) Poro Mais eficiente Não há relação evolutiva!! Mais comum Alimentação • Filtração não seletiva. • Partículas menores que 0,05 mm • Grande capacidade de captação de bactérias do meio (ca. 98%) • 1 Kg de esponja filtra 13000 litros/dia Esponjas carnívoras Taxonomia das Esponjas • A classificação das esponjas se dá pelo estudo: – Morfologia Externa – Morfologia Interna • Forma das espículas • Arranjo da arquitetura esquelética Demospongiae Maior grupo (~95%) Ocorrem em todos os ambientes aquáticos do planeta Único grupo com representantes em ambientes dulciaquícolas Possuem espículas silicosas e/ ou fibras de espongina ou nenhum dos dois. Maiores tamanhos Esqueleto variado 21/02/13 5 Classificação de Demospongiae 13 ordens 1000 gêneros (apenas ~500 considerados válidos) Identificação baseada em: Tipos de esqueleto Organização do esqueleto Características gerais do animal Bastante complexa: Esterráster Triênio Oxiesferáster Tiloto Estilo Sigma Óxea Micróxea Toxa Anisoquela Classificação: Tipos de esqueleto Megascleras Microscleras Fibras (colágeno) Fibras de colágeno Fibras reticuladas Classificação: Organização do esqueleto Reticulado Axial Confuso Fibras primárias e secundárias Classificação: Cor, forma, textura e consistência As mais variadas possíveis... Classe Demospongiae Calcarea Espículas de Carbonato de Cálcio Tamanho geralmente pequeno Até 300 metros de profundidade 21/02/13 6 Classe Calcarea Hexactinellida Espículas de Sílica com seis raios Grandes profundidades (até 10.000 metros) Organização celular sincicial “Esponjas de vidro” Classe Hexactinellida Reprodução Sexuada Assexuada Brotamento Maioria hermafrodita Maioria vivípara Gêmulas Óvulo Espermat. Maioria com fecundação interna Reprodução Sexuada Parenchymela Amphiblastula Reprodução Sexuada Ø Duração: Ø Clathriidae: de 2-3 horas Ø Polymastia: 18-20 dias Ø Esponjas que atrasam o assentamento das larvas tem taxas de mortalidades 6 x maiores do que as que se assentam no tempo correto Ø Graças a esta limitada capacidade de dispersão as esponjas são um excelente instrumento de estudo para biogeografia. 21/02/13 7 Reprodução Assexuada: Brotamento Tethya sp Reprodução Assexuada: Gemulação Spongilla alba Ecologia Ø São animais de vida longa, sendo que algumas espécies apresentam um ciclo de vida anual (eg. Sycon) Ø Existem espécies com rápido crescimento (Terpios das Filipinas com 2,3 cm por mês) Ø Já Sphaerotylus antarticus e outras espécies da Antártica passam mais de dez anos sem nenhum crescimento (1500 anos de vida). Esponjas perfurantes Perfurantes de calcário Afetam recifes de corais Infestam cultivos de mariscos Esponjas aglutinam sedimentos Esta esponja aglutinou a parte de cima do biquini, misteriosamente perdido numa praia de Búzios (RJ)... 21/02/13 8 Bactérias, Cianobactérias, Archaea, Zoochlorelas, Zooxanthelas Biologia Aplicada Ø Esponjas de banho (maricultura) Ø Bioindicadoras ambientais Ø Levantamento paleoclimático Ø Potenciais depuradores ambientais Ø Fibra óptica Importância econômica Esponjas de banho Atualmente com preços elevados Usadas desde a antigüidade até ~1930-1950 Importância econômica: Cultivo Gêneros: Spongia ou Hippospongia (ocorrem no Nordeste) Cortes Flutuadores Cordas 21/02/13 9 - Recifes de coral, costões, cosmopolitas - Sésseis, filtradoras, abundantes, diversas - Sensíveis à qualidade da água - Acumulam poluentes Ø As esponjas tem uma grande capacidade de captação de pequenas partículas do meio. Ø Sua partícula preferida são as do tamanho de bactérias Ø Funcionam como filtros que retêm as bactérias do meio líquido. Fibra ótica artificial Hyalonema sp. Levantamento paleoclimáticos Ø A grande maioria possui espículas de sílica Ø Quando a esponja morre esta sílica vai pra o fundo do mar ou corpo de água doce habitado pela esponja. Ø Através do estudos destas espículas é possível descobrir: Ø Quais espécies já viveram naquela localidade ? Ø Como era a localidade na época em que a esponja vivia ? Importância econômica: Farmacologia - Ácido okadaico: Inibidor de Fosfatase- AZT: tratamento da AIDS - Antibacteriana - Antifúngica - Antiviral - Antimitótica - Tumorogênica - - Citotóxica - ‘ - // - Microorganismos Algas Animais Marinhos Plantas Animais terrestres Percentagem de extratos ativos Atividades 21/02/13 10 Tedania ignis - Argila com espículas (MEV) Drulia uruguayensis Drulia brownii Estudo das Esponjas no Brasil Ø Pesquisa Básica Ø Biologia Celular Ø Taxonomia e Sistemática Ø Ecologia Ø Genética Ø Pesquisa Aplicada Ø Química Ø Farmacologia Biologia Celular Ø As esponjas foram os primeiros animais a desenvolverem a multicelularidade Ø Célula-organismo (Protozoários) para a célula-elemento de um organismo (metazoários) Ø Estudo das esponjas (multicelulares mais primitivos existentes) pode oferecer pistas de quais foram os passos evolutivos permitiram que células ancestrais auto-suficientes pudessem se organizar nos tecidos e órgãos altamente integrados e interdependentes que constituem os animais mais recentes Biologia Celular Ø O escopo destes trabalhos vem sendo a investigação de processos biológicos básicos, mas ainda desconhecidos nas esponjas, tais como: Ø Reações de reconhecimento Ø Nutrição a nível celular Ø Sistemas integradores do organismo Ø O estudo dos arqueócitos (cel. totipotêntes) tem permitido entender os mecanismos desempenhados pelas células tronco nos vertebrados. 21/02/13 11 Reconhecimento Básico. Reações imunes A B Citologia Indivíduo B Indivíduo A Células responsáveis Mecanismos ??? Hymeniacidon Haliclona Apoptose? Métodos iniciais Métodos iniciais Óxido Nítrico? 21/02/13 12 Métodos iniciais Proliferação Genética Ø Ferramenta importante para a taxonomia e para sistemática filogenética. Ø Utilizada nos grupos controversos, com poucos caracteres morfológicos. Ø Pode ser usada para detectar diferenças intraespecíficas. Taxonomia Ø Tem como escopo o levantamento da biodiversidade de Porifera para o Brasil. Ø Nos ambientes dulciaqüícolas existem 150 espécies descritas para o mundo. Ø O Brasil conta com ~50 espécies (1/3 das espécies). Ø A maior parte dos registros foram feitos na Amazônia e no Rio Grande do Sul. Ø Coincidentemente a mesma região onde se concentraram os esforços de estudo da única taxonomista do grupo para o Brasil, até pouco tempo atrás. Estudo das esponjas no Brasil Taxonomia (Pesquisa de Base) Química Extração de compostos químicos Farmacologia (Estudo dos compostos bioativos) Citologia Genética Estudo das esponjas no Brasil Aplysina caissara Estudo das esponjas no Brasil Folha de São Paulo 21/02/13 13 Estudo multidisciplinar entre as pesquisas básicas e aplicadas com esponjas Monografia: Descrição de Aplysina caissara sp.n Extração de novos compostos químicos: Caissarina A e B Farmacologia: Caissarina A e B (ação antitumoral) Dissertação (Mestrado): Revisão do Gênero Aplysina para costa brasileira Descrição de nove espécies novas para o gênero Aplysina Pesquisadores que desenvolvem trabalhos com Esponjas no Brasil Fundação Zoobotânica (RS): Ø Dr. Maria Conceição Tavares Ø Dra. Cecília Volkmer-Ribeiro USP (SP): Ø Dr. Márcio Custódio UERJ (RJ): Ø Dra. Gisele Lobo-Hajdu Ø Dr. Eduardo Esteves Museu Nacional/UFRJ (RJ): Ø Dr. Eduardo Hajdu Ø Dr. Guilherme Muricy UFRJ (RJ): Ø Dra. Michelle Klautau UFPE (PE) Ø Dr. Ulisses Pinheiro UFBA (BA) Ø Dra. Carla Menegola Ø Dr. Emilio Lanna Créditos: Ø Esquemas: Ø Dr. Márcio Custódio (IB/USP) Ø Fotos: Ø Dr. Eduardo Hajdu (Museu Nacional/UFRJ) Ø Dr. Guilherme Muricy (Museu Nacional/UFRJ) Ø Dr. Fernando Moraes (Museu Nacional/UFRJ) http://www.poriferabrasil.mn.ufrj.br/ Esponjas incrustantes finas Monanchora sp. Esponjas incrustantes finas Iotrochota birrotulata 21/02/13 14 Esponjas incrustantes finas Chondrilla nucula Esponjas incrustantes espêssas Xestospongia sp. Esponjas incrustantes espêssas Plakortis angulospiculatus Esponjas incrustantes lobadas Oscarella tuberculata Oscarella lobularis Esponjas maciças Dictyonella sp. Esponjas maciças Ircinia strobilina 21/02/13 15 Esponjas esféricas Tetilla radiata Esponjas esféricas Cinachyrella sp. Esponjas esféricas Tethya spp. Esponjas eretas Aplysina fulva Esponjas eretas Amphimedon compressa Monanchora arbuscula Esponjas arborescentes Axinella sp. Raspaillia elegans 21/02/13 16 Esponjas foliáceas Niphates digitalis Esponjas tubulares Aplysina fistularis Agelas conifera Esponjas vasiformes Verongula gigantea Ircinia campana Esponjas em forma de barril Xestospongia muta Esponjas grandes Esponjas perfurantes Cliona celata 21/02/13 17 Esponjas perfurantes Cliona delitrix Esponjas com papilas Polymastia janeirensis Esponjas com papilas Hymeniacidon heliophila Esponjas com papilas Oceanapia nodosa
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