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Aula 00 - Constitucional

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DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR FREDERICO DIAS 
 
Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 1
Aula Demonstrativa do curso de Direito Constitucional para Delegado 
da Polícia Federal 
Assunto: Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais 
 
Bom dia, amigo! 
Estou aqui para elaborar mais um curso no site do Ponto, desta vez para o 
concurso de Delegado da Polícia Federal. 
Antes de me apresentar, quero dizer que é muito bom ter a oportunidade de 
elaborar mais um curso aqui no Ponto. Principalmente pelo fato de ser online. 
Sei que, neste momento, pessoas de todo país estão “me lendo”. E é muito 
legal saber que este curso alcança tantas pessoas que se situam longe dos 
grandes centros e objetivam passar num concurso público. 
Meu nome é Frederico Dias e trabalho no Tribunal de Contas da União 
(aprovado em 9° lugar no concurso de 2008 para o cargo de Auditor Federal 
de Controle Externo). Mas, comecei minha carreira no serviço público ao ser 
aprovado no concurso de Analista de Finanças e Controle da Controladoria 
Geral da União - AFC-CGU (1° lugar nacional em 2008). 
Além de trabalhar no TCU tenho ministrado cursos de Direito Constitucional. 
No final de 2010, lancei um livro de Questões Discursivas de Direito 
Constitucional, em que resolvo e comento diversas questões dissertativas de 
vários assuntos do Direito Constitucional. Este livro encontra-se praticamente 
esgotado, mas já na editora uma nova edição. 
Ademais, em 2011, lancei também um livro de Questões comentadas do 
Cespe. Nesse livro eu comento diversas questões objetivas recentes do Cespe. 
Por fim, acabo de lançar, agora no início de 2012, um livro de Questões 
comentadas da Esaf. 
Bem, meu propósito aqui é auxiliá-lo na disciplina Direito Constitucional. E 
para essa preparação, o ideal é estudar a teoria e complementar com questões 
de concursos anteriores, a fim de se conhecer o estilo da banca examinadora. 
Assim, teremos a oportunidade de ver, de forma objetiva, todos os principais 
aspectos importantes dessa disciplina para o seu concurso. E, como se sabe, 
de todas as bancas, o Cespe é a que mais cobra a jurisprudência em suas 
provas. Daí a importância de um curso atualizado. 
Um aspecto relevante é que o formato proposto pelo Ponto para esse nosso 
curso é de teoria + questões, e não de exercícios comentados. Assim, 
comentarei diversos exercícios do Cespe ao longo da aula, mas não todos. 
Assim, para realmente fixar o assunto, outras questões recentes serão 
apresentadas (mas não serão comentadas). De qualquer forma, o fórum de 
dúvidas servirá exatamente para tirar todas as dúvidas relacionadas aos 
exercícios (comentados e não comentados). 
A aula de hoje te dará uma boa ideia de como será o curso. 
Vamos dar uma olhada na distribuição do conteúdo ao longo do curso? 
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR FREDERICO DIAS 
 
Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 2
Aula demonstrativa (esta aula) - Teoria Geral dos Direitos e Garantias 
Fundamentais 
Aula 1 – Teoria da Constituição e do Direito Constitucional (natureza, conceito, 
objeto e classificações). Interpretação e Aplicabilidade das normas 
constitucionais. 
Aula 2 – Poder Constituinte e modificação da Constituição. 
Aula 3 - Direitos e garantias fundamentais – Parte 1. 
Aula 4 - Direitos e garantias fundamentais – Parte 2. 
Aula 5 - Organização dos poderes no Estado. Poder Legislativo (fundamento, 
atribuições e garantias de independência). Processo legislativo (fundamento e 
garantias de independência, conceito, objetos, atos e procedimentos). 
Aula 6 - Poder Executivo (Atribuições e responsabilidades do presidente da 
República). Forma e sistema de governo. Chefia de Estado e chefia de 
governo. Funções essenciais à Justiça. Organização da Segurança Pública e 
Atribuições da Polícia Federal. 
Aula 7 - Poder Judiciário. 
Aula 8 - Controle da constitucionalidade – Parte 1 
Aula 9 - Controle da constitucionalidade – Parte 2 
Aula 10 - Ordem social (Ordem social. Base e objetivos da ordem social. 
Seguridade social. Educação, cultura e desporto. Ciência e tecnologia. 
Comunicação social. Meio ambiente. Família, criança, adolescente e idoso. 
Índios). 
Portanto, pretendo abordar o conteúdo de Direito Constitucional em dez aulas 
(sem contar esta apresentação). 
Vamos iniciar nosso curso já hoje com um assunto bem interessante: Teoria 
Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais. 
Desejo-lhe uma boa aula! 
 
1 – Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais 
Imagine uma situação em que o Estado exerce seu poder sem limites. Quem 
estiver “de fora” desse Estado, estará sofrendo interferências não só na sua 
atividade econômica como também em sua vida particular. Então, foi 
necessário que, com o desenvolvimento das Constituições escritas, também 
evoluísse o estabelecimento de direitos para o indivíduo que o protegessem 
dessa atuação do Estado. 
Observe como funciona o sistema democrático: os cidadãos delegam o poder a 
seus representantes, entretanto, esse poder não é absoluto. Ele conhece 
limitações (como é o caso da previsão de direitos e garantias fundamentais). 
Por decorrência, junto à noção de democracia, o governo pelo povo deve estar 
associado à limitação do poder estatal. 
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR FREDERICO DIAS 
 
Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 3
Na época do surgimento dos primeiros direitos fundamentais, o que o cidadão 
queria era que o governo estivesse bem longe dele, que aquele Estado não o 
atrapalhasse. Podemos dizer: ele exigia uma abstenção, um não-fazer por 
parte do Estado. 
Assim, você deve ter em mente que os direitos fundamentais originaram-se a 
partir da necessidade de se garantir uma esfera irredutível de liberdades aos 
indivíduos em geral frente ao Poder estatal. 
Ok. Mas, nesse momento, você já deve ter pensado que os direitos vão além 
da mera defesa do indivíduo contra o Estado, não é mesmo? 
Afinal, os direitos sociais e econômicos refletem uma atuação do Estado para 
melhorar a vida da população. Se você abrir sua Constituição no art. 6°, isso 
ficará bem claro: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o 
trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição.” 
E é isso mesmo. Inicialmente, os direitos fundamentais funcionavam apenas 
como limites ao poder do Estado (a chamada natureza negativa). Mas, 
modernamente, é também exigida uma atuação comissiva do Estado, a fim de 
corrigir as desigualdades criadas pelo sistema econômico vigente. Daí se falar 
em diferentes gerações ou dimensões de direitos. 
Nesse sentido, os direitos fundamentais surgem como direitos negativos (de 
abstenção), a exemplo do direito à vida, à liberdade, à propriedade, à 
liberdade de expressão dentre outros. 
Somente no século XX, com o crescimento do Estado Social, passa-se a exigir 
uma atitude comissiva do Estado, uma atuação estatal em favor do bem-estar 
do indivíduo. 
Com isso, podemos classificar os direitos fundamentais em três dimensões (ou 
gerações). 
Na primeira geração, consolidada no final do séc. XVIII, temos os direitos 
ligados aos ideais do Estado liberal, de natureza negativa (exigindo um não 
fazer), com foco na liberdade individual frente ao Estado (direitos civis e 
políticos). 
Na segunda dimensão, surgida no início do séc. XX, temos os direitos ligados 
aos ideais do Estado social, de natureza positiva, com foco na igualdade entre 
os homens (direitos sociais, culturais e econômicos). 
Há ainda a terceira dimensão, também reconhecida no séc. XX, em que 
temos os direitos de índole coletiva e difusa(pertencentes a um grupo 
indeterminável de pessoas), com foco na fraternidade entre os povos (direito 
ao meio ambiente, à paz, ao progresso etc.). 
Vamos treinar com uma recente questão do Cespe sobre esse assunto. 
1) (CESPE/ANALISTA/TRE/ES/2011) Os direitos fundamentais considerados 
de primeira geração compreendem as liberdades clássicas, negativas ou 
formais. 
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
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Os direitos fundamentais de primeira geração enfocam as liberdades clássicas 
ou formais do indivíduo, de natureza negativa. Ou seja, exige-se um não-fazer 
do Estado, com vistas a garantir a liberdade do indivíduo. 
Item certo. 
2) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-ES/2009) Os direitos de primeira 
geração ou dimensão (direitos civis e políticos) — que compreendem as 
liberdades clássicas, negativas ou formais — realçam o princípio da 
igualdade; os direitos de segunda geração (direitos econômicos, sociais e 
culturais) — que se identificam com as liberdades positivas, reais ou 
concretas — acentuam o princípio da liberdade; os direitos de terceira 
geração — que materializam poderes de titularidade coletiva atribuídos 
genericamente a todas as formações sociais — consagram o princípio da 
solidariedade. 
Podemos classificar os direitos fundamentais em dimensões (ou gerações). 
1ª geração → Estado Liberal → Natureza negativa → LIBERDADE 
2ª geração → Estado Social → Prestações positivas → IGUALDADE 
Portanto, há um erro na questão que inverteu os conceitos. 
Há ainda a terceira dimensão, que se relaciona aos direitos de índole coletiva e 
difusa, com foco fraternidade. 
Item errado. 
Outros aspectos importantes a serem mencionados: 
1 – As expressões direitos e garantias não se confundem. Enquanto os direitos 
são os bens em si mesmo considerados (principal), as garantias são 
instrumentos de preservação desses bens (acessório). Por exemplo, para 
proteger o direito de locomoção, a Constituição prevê a garantia do habeas 
corpus. 
2 – Se inicialmente os direitos fundamentais surgiram tendo como titulares as 
pessoas naturais, hoje já se reconhece direitos fundamentais em favor das 
pessoas jurídicas ou mesmo em favor do estado. Por exemplo, o direito de 
requisição administrativa previsto do art. 5°, XXV da CF/88, é um direito 
fundamental que tem como destinatário o Estado. 
3 – Embora originalmente visassem regular a relação indivíduo-estado 
(relações verticais), atualmente os direitos fundamentais devem ser 
respeitados mesmo nas relações privadas, entre os próprios indivíduos 
(relações horizontais). Por exemplo, o direito de resposta proporcional ao 
agravo, no caso de dano material, moral ou à imagem (CF, art. 5°, V). 
4 – Os direitos fundamentais não dispõem de caráter absoluto, já que 
encontram limite nos demais direitos previstos na Constituição (Princípio da 
relatividade ou da convivência das liberdades públicas). Assim, esses direitos 
não podem ser utilizados como escudo protetivo da prática de atividades 
ilícitas. A título de exemplo: (i) a garantia da inviolabilidade das 
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
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correspondências não será oponível ante a prática de atividades ilícitas; (ii) a 
liberdade de pensamento não pode conduzir ao racismo – e assim por diante. 
5 – No caso concreto poderá haver colisão entre diversos direitos (por 
exemplo, liberdade de comunicações x inviolabilidade da intimidade). O 
intérprete deverá então realizar uma harmonização entre esses direitos em 
conflito, tendo em vista a inexistência de hierarquia e subordinação entre eles, 
evitando o sacrifício total de um perante o outro. Assim, conforme as 
peculiaridades da ocasião, prevalecerá um direito, prevalecendo o outro numa 
nova situação. 
6 – Não se admite a renúncia total por parte do indivíduo de um direito 
fundamental. Ou seja, é característica deles serem irrenunciáveis. Todavia, 
modernamente, admite-se que deixem de ser exercidos pelos seus titulares 
temporariamente em determinadas situações. 
3) (CESPE/PROFESSOR/IFB/2011) As violações a direitos fundamentais 
ocorrem tanto nas relações entre o cidadão e o Estado quanto nas 
relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. 
Os direitos fundamentais nascem para regular as relações verticais, entre o 
cidadão e o Estado, protegendo o primeiro da atuação forçada deste último. 
Isso evoluiu e, modernamente, considera-se que os direitos fundamentais 
devem ser respeitados também nas relações privadas (mesmo que em um pólo 
dessa relação esteja uma pessoa jurídica). 
Quer um exemplo? 
O dispositivo constitucional que afirma serem invioláveis a intimidade e a vida 
privada (CF, art. 5°, X) aplica-se à relação estabelecida entre uma revista e 
uma pessoa física que não deseja tornar públicas informações relativas à sua 
intimidade. 
Item certo. 
4) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MPS/2010) Os direitos e as garantias 
fundamentais consagrados constitucionalmente não são ilimitados, uma 
vez que encontram seus limites nos demais direitos igualmente 
consagrados na mesma Carta Magna. 
De fato, os direitos fundamentais não são absolutos, pois encontram limites 
em outros direitos. É o caso da liberdade de expressão, que poderá ceder 
frente à inviolabilidade da intimidade e da imagem do indivíduo. 
Item certo. 
5) (CESPE/PROCESSO SELETIVO/MS/2008) Atualmente, não se reconhece a 
presença de direitos absolutos, mesmo que se trate de direitos 
fundamentais previstos na CF e em textos de tratados e convenções 
internacionais em matéria de direitos humanos. Os critérios e métodos da 
razoabilidade e da proporcionalidade se afiguram fundamentais nesse 
contexto, de modo a não permitir que haja prevalência de determinado 
direito ou interesse sobre outro de igual ou maior estatura jurídico 
valorativa. 
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
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Ótima oportunidade para você fixar o que eu já disse: não existem direitos e 
garantias fundamentais de natureza absoluta. Lembre-se ainda de que 
não há relação de hierarquia (subordinação) entre eles, possuindo todos a 
mesma dignidade. 
Item certo. 
6) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA 
PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) O direito fundamental à vida é 
hierarquicamente superior a todos os demais direitos humanos, estejam 
eles previstos na CF ou na Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Não há hierarquia entre direitos fundamentais, o que implica em afirmar que 
não haverá direitos que sempre prevalecerão sobre outros em qualquer 
situação. Aliás, como veremos o próprio direito à vida sofre restrição 
autorizada na CF. É o caso da autorização para pena de morte no caso de 
guerra declarada. 
Item errado. 
7) (CESPE/AUXILIAR DE TRÂNSITO/SEPLAG/DETRAN/DF/2008) O direito ao 
meio ambiente ecologicamente equilibrado é considerado direito 
fundamental de terceira geração. 
O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (CF, art. 225) constitui 
típico interesse difuso de terceira dimensão (ou geração). 
Item certo. 
8) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ/RJ/2008) A garantia ao direito de 
herança é um direito fundamental, que não pode ser restringido pela 
legislação infraconstitucional. 
Não existem direitos e garantias fundamentais de natureza absoluta. 
Portanto, assim como outros direitos, a garantia ao direito à herança pode ser 
restringida por norma infraconstitucional, desde que na imposição das 
restrições seja preservado o núcleo essencial dessa garantia e observado o 
postulado da razoabilidade. 
Item errado. 
9) (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009)As violações a direitos fundamentais 
ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, 
inexistindo nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de 
direito privado. Assim, os direitos fundamentais assegurados pela CF 
vinculam diretamente os poderes públicos, estando direcionados apenas 
de forma indireta à proteção dos particulares em face dos poderes 
privados. 
Modernamente, os direitos fundamentais vinculam não só as relações 
indivíduos-Estado, mas também as relações privadas (“negócios privados”), 
tanto entre pessoas físicas quanto entre pessoas jurídicas privadas. 
Item errado. 
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR FREDERICO DIAS 
 
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10) (CESPE/ANALISTA DE GESTÃO CORPORATIVA: 
ADVOGADO/HEMOBRÁS/2008) De acordo com o posicionamento 
majoritário na doutrina, os direitos sociais integram os denominados 
direitos fundamentais de segunda geração. 
Os direitos sociais integram a segunda dimensão (ou geração) dos direitos 
fundamentais, que se caracterizam por exigir do Estado prestações positivas 
em respeito ao princípio da igualdade. 
Item certo. 
 
2 – Direitos e Garantias Fundamentais na CF/88 
Vale a pena revisarmos como a Constituição Federal de 1988 disciplinou os 
direitos e garantias fundamentais. Veremos aqui apenas os aspectos mais 
gerais, pois os direitos em si (em espécie, como são exemplos aqueles listados 
no art. 5°) serão apresentados na aula sobre os direitos e garantias 
fundamentais em si. 
Os direitos e garantias fundamentais estão disciplinados no Título II (arts. 5º a 
17), por isso denominado “catálogo dos direitos fundamentais”. Nesse Título II, 
os direitos e garantias fundamentais foram divididos em cinco grupos, a saber: 
a) direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º); 
b) direitos sociais (arts. 6º a 11); 
c) direitos de nacionalidade (arts. 12 e 13); 
d) direitos políticos (arts. 14 a 16); 
e) direitos de existência dos partidos políticos (art. 17). 
Mas, nem todos os direitos e garantias fundamentais presentes na nossa 
Constituição estão enumerados nesse catálogo próprio. Há, também, diversos 
direitos fundamentais presentes em outros dispositivos da nossa Constituição, 
que são, por esse motivo, denominados “direitos fundamentais não-
catalogados” (fora do catálogo próprio). O direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, por exemplo, é um direito fundamental de terceira 
geração não-catalogado, pois está previsto no art. 225 da Constituição Federal. 
Nesse sentido, o constituinte foi expresso (CF, art. 5º, § 2º): 
“Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.” 
Assim, é bom lembrar que a enumeração constitucional dos direitos e 
garantias fundamentais não é limitativa, taxativa, haja vista que outros 
poderão ser reconhecidos ulteriormente, seja por meio de futuras emendas 
constitucionais (EC) ou mesmo mediante normas infraconstitucionais, como os 
tratados e convenções internacionais celebrados pelo Brasil (CF, art. 5º, § 2º). 
Por fim, vale comentar que, embora o caput do art. 5º da Constituição diga 
textualmente que os direitos e garantias fundamentais são garantidos aos 
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR FREDERICO DIAS 
 
Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 8
brasileiros e aos estrangeiros residentes no país, a jurisprudência 
entendeu de forma diversa. 
Assim, a expressão “estrangeiros residentes no País” deve ser entendida como 
“estrangeiros sob as leis brasileiras”. Ou seja, aplica-se a estrangeiros 
residentes ou não-residentes, enquanto estiverem sob o manto do nosso 
ordenamento jurídico. 
Mas, observe, não é que todos os direitos são destinados a estrangeiros. A 
ação popular, por exemplo, é garantia que não poderá ser estendida a 
estrangeiros em geral, pois apenas o cidadão é legitimado ativo. 
11) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-ES/2009) Considere que o estrangeiro 
Paul, estando de passagem pelo Brasil, tenha sido preso e pretenda 
ingressar com habeas corpus, visando questionar a legalidade da sua 
prisão. Nesse caso, conforme precedente do STF, mesmo sendo 
estrangeiro não residente no Brasil, Paul poderá valer-se dessa garantia 
constitucional. 
A expressão “estrangeiros residentes no País” deve ser entendida como 
“estrangeiros sob as leis brasileiras”. Ou seja, aplica-se a estrangeiros 
residentes ou não-residentes, enquanto estiverem sob o manto do nosso 
ordenamento jurídico. 
Item certo. 
 
Bem, vejamos outros aspectos... 
I) Nem todos os direitos e garantias fundamentais foram expressamente 
gravados como cláusula pétrea. Nos termos da CF/88, só são cláusulas pétreas 
“os direitos e garantais individuais” (CF, art. 60, § 4º, I), constantes do art. 
5º e outros dispersos na Constituição, como, por exemplo, a garantia da 
anterioridade tributária (uma das limitações ao poder de tributar do art. 
150). 
II) As normas que consagram os direitos e garantias fundamentais têm, em 
regra, aplicação imediata (CF, art. 5º, § 1º). Entretanto, há exceções: 
direitos fundamentais consagrados em normas de eficácia limitada 
(dependentes de regulamentação). 
III) Em situações excepcionais (estado de defesa e estado de sítio), são 
admitidas restrições e até mesmo suspensões de diversos direitos e garantias 
fundamentais. 
IV) Nos termos do § 4º do art. 5°, o Brasil se submete à jurisdição de 
Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. 
12) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/STJ/2012) As normas que tratam de 
direitos e garantias fundamentais são consideradas programáticas, pois 
dependem de regulamentação para ter eficácia. 
As normas que consagram os direitos e garantias fundamentais têm, em regra, 
aplicação imediata (CF, art. 5º, § 1º). Ou seja, não são programáticas, não 
dependendo de regulamentação para a produção de seus efeitos essenciais. 
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
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Item errado. 
13) (CESPE/JUIZ/TJ-PI/2012) Apesar de não constar do elenco de direitos 
fundamentais previstos expressamente no art. 5.º da CF, o princípio da 
anterioridade tributária constitui garantia individual fundamental, 
conforme reconhece a jurisprudência do STF. 
É certo que nem todos os direitos e garantias fundamentais presentes na 
nossa Constituição estão enumerados em catálogo próprio (arts. 5° a 17). Há, 
também, diversos direitos fundamentais presentes em outros dispositivos da 
nossa Constituição. O STF já se pronunciou no sentido de que, embora não 
esteja prevista no art. 5°, a anterioridade tributária (uma das limitações ao 
poder de tributar do art. 150) é garantia individual do contribuinte, 
insuscetível, portanto, de abolição por cláusula pétrea. 
Item certo. 
14) (CESPE/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/TCDF/2012) Embora a CF 
estabeleça como destinatários dos direitos e garantias fundamentais tanto 
os brasileiros quanto os estrangeiros residentes no país, a doutrina e o 
STF entendem que os estrangeiros não residentes (como os que estiverem 
em trânsito no país) também fazem jus a todos os direitos, garantias e 
ações constitucionais previstos no art. 5. o da Carta da República. 
Embora, textualmente, a Constituição garanta direitos e garantias 
fundamentais apenas aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
país, o STF entende que a expressão “estrangeiros residentes no País” deve 
ser entendida como “estrangeiros sob as leis brasileiras”. Ou seja, aplica-se a 
estrangeiros residentes ou não-residentes, enquanto estiverem sob o mantodo 
nosso ordenamento jurídico. 
Todavia, a questão foi bastante inteligente, pois não se pode dizer que todos 
os direitos fundamentais foram garantidos aos estrangeiros em geral. 
O Habeas corpus, por exemplo, pode ser impetrado por estrangeiros. Por outro 
lado, a ação popular não foi estendida a eles, pois apenas o cidadão é 
legitimado ativo. 
Item errado. 
15) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/AM/2008) Embora o 
art. 5.º da CF disponha de forma minuciosa sobre os direitos e as 
garantias fundamentais, ele não é exaustivo e não exclui outros direitos. 
Nem todos os direitos e garantias fundamentais presentes na nossa 
Constituição estão enumerados em catálogo próprio. Há diversos direitos 
fundamentais presentes em outros dispositivos da nossa Constituição (direitos 
fundamentais não-catalogados). 
Item certo. 
16) (CESPE/MANUT. ARMAMENTO LEVE/PM/DF/2010) Segundo a CF, as 
normas constitucionais que prescrevem direitos e garantias fundamentais 
têm eficácia contida e dependem de regulamentação. 
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
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As normas que consagram os direitos e garantias fundamentais têm, em regra, 
aplicação imediata (CF, art. 5º, § 1º), não dependendo de regulamentação 
para a produção de seus efeitos essenciais. 
Item errado. 
17) (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ/AL/2008) O estado de defesa 
autoriza a restrição ao direito de reunião, ainda que exercida no seio das 
associações, ao sigilo de correspondência e ao sigilo de comunicação 
telegráfica e telefônica. 
Estabelece a Constituição Federal (CF, art. 136, § 1º) que o decreto que 
instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará 
as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as 
medidas coercitivas a vigorarem, dentre elas, restrições aos direitos de: 
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; 
b) sigilo de correspondência; 
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica. 
Item certo. 
18) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 17ª 
REGIÃO/2009) O Brasil se submeterá à jurisdição de Tribunal Penal 
Internacional a cuja criação manifestar adesão. 
A assertiva está de acordo com a letra da CF/88. Estabelece o § 4º do art. 5º 
da Constituição Federal que o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal 
Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. 
Item certo. 
19) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO SUBSTITUTO - CE/2008) A anterioridade 
tributária não é cláusula pétrea da Constituição Federal de 1988. 
Como comentado, os direitos e garantias individuais não se restringem ao art. 
5° da CF/88. Assim, de acordo com a jurisprudência do STF, o princípio da 
anterioridade tributária – previsto no art. 150, III, “b”, da Constituição 
Federal – é cláusula pétrea, por representar uma garantia individual do 
contribuinte (CF, art. 60, § 4º, IV). 
Item errado. 
20) (CESPE/JUIZ/TJ/PB/2011) A jurisprudência do STF reconhece que os 
estrangeiros, mesmo os não residentes no país, são destinatários dos 
direitos fundamentais consagrados pela CF, sem distinção de qualquer 
espécie em relação aos brasileiros. No mesmo sentido, as pessoas 
jurídicas são destinatárias dos direitos e garantias elencados na CF, na 
mesma proporção das pessoas físicas. 
Sabemos que os direitos fundamentais aplicam-se não somente aos brasileiros 
e aos estrangeiros residentes (como dá a entender o caput do art. 5°), mas 
também aos estrangeiros não residentes que estejam sob as leis brasileiras. 
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Ademais, sabemos que os direitos fundamentais podem ter como titulares 
pessoas jurídicas (e até mesmo o Estado). 
Tudo certo até aí? Certo, certíssimo. 
Agora, é importante você saber que isso não quer dizer que não haja nenhuma 
distinção entre brasileiros e estrangeiros. Há sim! Por exemplo, a ação popular 
é uma garantia fundamental que só pode ser impetrada pelo cidadão, não 
sendo direito garantido aos estrangeiros em geral. 
Da mesma forma, não há que se pensar que as pessoas jurídicas sejam 
destinatárias de direitos e garantias na mesma proporção das pessoas físicas. 
As pessoas jurídicas são destinatárias de alguns direitos fundamentais, mas a 
grande maioria desses direitos continua tendo como destinatárias as pessoas 
naturais. 
Item errado. 
 
2.1 – Tratados e convenções internacionais 
Inicialmente, você deve se lembrar do teor do art. 5°, § 3° da CF/88, segundo 
o qual os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 
três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. 
Esse parágrafo é importante, tendo em vista a evolução jurisprudencial recente 
sobre esse assunto. 
Até o ano de 2008, os tratados internacionais poderiam alcançar status de 
emenda constitucional (como visto acima) ou status de lei ordinária caso não 
se enquadrassem nessa regra do art. 5°, § 3° da CF/88. 
Mas, em dezembro de 2008, o STF alterou o seu entendimento quanto à 
situação hierárquica dos tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos celebrados pelo Brasil. 
Desde então, passou a entender que esses tratados sobre direitos humanos 
têm status de supralegalidade, quando incorporados pelo rito ordinário, isto 
é, mediante aprovação de decreto legislativo por maioria relativa das Casas do 
Congresso Nacional. 
Ou seja, esses tratados situam-se abaixo da Constituição, mas acima das 
demais leis do ordenamento jurídico. 
Diante disso, podemos considerar que os tratados e convenções internacionais 
celebrados pelo Brasil poderão assumir três diferentes posições hierárquicas ao 
serem incorporados ao nosso ordenamento pátrio, a saber: 
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Status que podem assumir os tratados internacionais: 
a) emenda constitucional → tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos incorporados pelo rito especial do § 3º do art. 5º da 
Constituição Federal (CF, art. 5°, §3°); 
b) lei ordinária federal → demais tratados e convenções internacionais que não 
tratam de direitos humanos; 
c) supralegalidade → tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos incorporados pelo rito ordinário. 
É importante você guardar agora a informação mais avançada sobre isso: 
independentemente do status de sua incorporação, os tratados e convenções 
internacionais submetem-se a controle de constitucionalidade, tanto na via 
abstrata quanto na via incidental. 
Para memorizar essas informações só tem um jeito: exercícios, exercícios e 
mais exercícios... 
21) (CESPE/MANUT. ARMAMENTO LEVE/PM/DF/2010) Se o Congresso Nacional 
aprovar, em cada uma de suas casas, em dois turnos, por três quintos dos 
seus votos dos respectivos membros, tratado internacional que verse 
sobre direitos humanos, esse tratado será equivalente às emendas 
constitucionais. 
E aí, um tratado internacional aprovado pelo Congresso Nacional assume qual 
posição hierárquica no nosso ordenamento jurídico: status de lei ordinária? 
Status de emenda constitucional? Ou nenhuma das duas? 
Bem, vamos memorizar.... 
I) emenda constitucional → tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos incorporados pelo rito especial do § 3º do art. 5º da 
Constituição Federal (CF, art. 5°, §3°); 
II) lei ordinária federal → demais tratados e convenções internacionais que 
não tratam de direitos humanos; 
III) supralegalidade → tratados e convenções internacionaissobre direitos 
humanos incorporados pelo rito ordinário. 
Assim, de fato, terão status de emenda constitucional os tratados e 
convenções internacionais sobre direitos humanos incorporados pelo rito 
especial do § 3º do art. 5º da Constituição Federal. 
Item certo. 
22) (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/RELAÇÕES 
INTERNACIONAIS/MS/2008) Os tratados internacionais firmados pela 
República Federativa do Brasil devem ser aprovados no Congresso 
Nacional por decreto legislativo para fins de incorporação. 
Os tratados internacionais são aprovados definitivamente pelo Congresso 
Nacional, mediante decreto legislativo (CF, art. 49, I), ato que não se sujeita à 
sanção ou veto do chefe do Poder Executivo. 
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Item certo. 
23) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJ/CE/2008) De acordo com o texto da CF, 
tratado internacional que verse sobre direitos humanos, ainda que 
incorporado com o quorum de emenda à CF, não pode a ela ser 
equiparado, devido à ausência de iniciativa dos legitimados para alteração 
constitucional. 
Nos termos do parágrafo 3° do art. 5° da CF/88, os tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos serão equivalentes às emendas 
constitucionais se forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, 
em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros. 
Item errado. 
 
Bem, são vários aspectos, eu sei. A fim de auxiliá-lo na memorização dos 
principais deles, peço licença para apresentar um esquema que formulei para 
os cursos online ministrados aqui no Ponto. 
Sintetizando: 
 
 
3 – Limitações dos Direitos Fundamentais 
Esse assunto vem sendo aos poucos cobrado pelas bancas examinadoras. 
Eu sei que você está cansado de saber que os direitos e garantias 
fundamentais não são absolutos e que seu exercício poderá resultar em 
conflito com outros direitos igualmente previstos na Constituição. 
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Assim, esses direitos sofrem limitações. Ao longo da CF/88, constatamos 
diversos exemplos dessas limitações, como restrições legais. Nesse sentido, o 
sigilo das comunicações poderá ser afastado por ordem judicial, “nas 
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação 
criminal ou instrução processual penal” (CF, art. 5°, XII). Ou seja, trata-se de 
limitação do direito ao sigilo mediante lei ordinária aprovada com fundamento 
na norma constitucional. 
Outras vezes, a Constituição apresenta diretamente as restrições, na própria 
definição daquele direito. Veja o caso do direito de reunião, que só está 
assegurado se realizado pacificamente e sem armas (CF, art. 5°, XVI). Ou 
seja, a limitação vem estabelecida na definição do direito. 
Assim, fica claro que direitos e garantias são passíveis de limitação ou 
restrição. O que você precisa entender é que essas restrições, também são 
limitadas. É dizer, os limites (ou restrições) também sofrem limitações. 
Não entendeu nada? 
Na verdade, trata-se da “teoria dos limites dos limites”. Veja como é fácil: 
admite-se a restrição de direitos fundamentais. Mas essa restrição não pode 
ser ilimitada, pois ela deve se razoável. 
Isso porque há necessidade de proteção de um núcleo essencial de um direito 
fundamental, no que tange à proporcionalidade das restrições impostas a ele. 
Assim, essa teoria foi concebida para atuar como uma barreira à fixação de 
limites legais ao exercício dos direitos fundamentais. Com isso, evita-se que o 
legislador ordinário consiga esvaziar o conteúdo daquele direito. Ou seja, o que 
se pretende é proteger um núcleo essencial daquele direito. 
Em suma: 
I) sabemos que não existem direitos e garantias fundamentais de natureza 
absoluta; 
II) compete ao legislador a imposição de limites ao exercício desses direitos e 
garantias; 
III) mas esse limite não é ilimitado, tendo em vista que se deve preservar o 
núcleo essencial desses direitos, considerando o princípio da proporcionalidade. 
Concebeu-se essa teoria como forma de se evitar o esvaziamento do direito 
fundamental por ação desarrazoada do legislador. 
De qualquer forma, sabemos que não há na ordem constitucional brasileira 
disciplina expressa sobre a proteção do núcleo essencial dos direitos 
fundamentais. A teoria dos limites dos limites cumpre esse papel, mas se trata 
de construção doutrinária e jurisprudencial que tem aplicação entre nós. 
Por fim, vale comentar sobre os dois modelos sobre a proteção do núcleo 
essencial dos direitos fundamentais: teoria absoluta e teoria relativa. 
Em resumo, os adeptos da teoria absoluta entendem o núcleo essencial dos 
direitos fundamentais como unidade substancial autônoma, que 
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independentemente de qualquer situação concreta, estaria a salvo de eventual 
decisão legislativa. 
Os adeptos da teoria relativa entendem que os contornos do núcleo essencial 
só podem ser estabelecidos em cada caso concreto (considerando, inclusive, o 
aspecto da proporcionalidade). 
Vamos resolver uma questão? 
24) (CESPE/ANALISTA DE GESTÃO CORPORATIVA: 
ADVOGADO/HEMOBRÁS/2008) A teoria dos limites dos limites serve para 
impor restrições à possibilidade de limitação dos direitos fundamentais. 
A “teoria dos limites dos limites” impõe o seguinte: “o poder da lei de impor 
limites ao exercício de direitos e garantias constitucionais se sujeita, por sua 
vez, a limites, haja vista que a limitação imposta só será válida se respeitar o 
núcleo essencial de tais institutos e, também, o princípio da razoabilidade ou 
da proporcionalidade”. 
Item certo. 
25) (CESPE/ANALISTA/STM/2011) Os direitos fundamentais, em que pese 
possuírem hierarquia constitucional, não são absolutos, podendo ser 
limitados por expressa disposição constitucional ou mediante lei 
promulgada com fundamento imediato na própria CF. 
De fato, os direitos fundamentais não dispõem de caráter absoluto e podem 
ser limitados: 
I) por expressa disposição constitucional; 
Esse é o caso do direito de propriedade, em que a própria Constituição Federal 
já estabelece algumas limitações ao seu exercício, por exemplo: atendimento à 
função social (CF, art. 5º, XXIII); autorização para desapropriações (CF, art. 
5º, XXIV); autorização para requisição administrativa (CF, art. 5º, XXV). 
II) mediante lei promulgada com fundamento imediato na própria CF. 
Esse é o caso, por exemplo, da liberdade de exercício profissional (CF, art. 5°, 
XIII), em que a Constituição atribui à lei a função de estabelecer qualificações 
profissionais (que restringirão o exercício desse direito). 
Item certo. 
26) (CESPE/ANALISTA/STM/2011) As liberdades individuais garantidas na 
Constituição Federal de 1988 não possuem caráter absoluto. 
É isso mesmo! Marque errado naquelas questões que afirmarem determinado 
direito tem caráter absoluto. Os direitos fundamentais têm como limites outros 
direitos fundamentais e poderão sofrer restrições por expressa disposição 
constitucional ou mesmo por meio de leis infraconstitucionais (desde que 
respeitado o princípio da razoabilidade). 
Item certo. 
 
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Bem, hoje fico por aqui. Devo lembrar que os direitos e garantias em espécie 
ainda serão vistos em aula própria. De se destacar ainda que esta aula é 
demonstrativa, portanto, teve um número menor de páginas (e de questões) 
do que você vai encontrar no curso.Fique com mais algumas questões de fixação. Espero que você tenha gostado 
da aula. 
Um abraço e bons estudos! 
Frederico Dias 
 
4 – Exercícios de Fixação 
27) (CESPE/ ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO/DPU/2010) Os tratados e 
convenções internacionais acerca dos direitos humanos que forem 
aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três 
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. 
28) (CESPE/BACHAREL EM DIREITO/CORPO DE BOMBEIROS (DF)/2006) 
Enquanto os direitos de primeira geração (civis e políticos) — que 
compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais — realçam o 
princípio da liberdade, os direitos de segunda geração (econômicos, 
sociais e culturais) — que se identificam com as liberdades positivas, reais 
ou concretas — acentuam o princípio da igualdade. 
29) (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) Todos os direitos e 
garantias fundamentais previstos na CF foram inseridos no rol das 
cláusulas pétreas. 
30) (CESPE/ADVOGADO/CESAN/2005) O processo de afirmação dos direitos 
fundamentais de segunda geração iniciou-se no século XIX e intensificou-
se no século XX por meio da positivação dos direitos coletivos e sociais. O 
papel do Estado, agora, é o de garantir e implementar esses direitos, 
interferindo, se necessário, no domínio econômico. 
31) (CESPE/AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS/TCE PE/2004) Na evolução dos 
direitos fundamentais, consolidou-se a classificação deles em diferentes 
gerações (direitos fundamentais de primeira, segunda e terceira 
gerações), as quais se sucederam e se substituíram ao longo do tempo, a 
partir, aproximadamente, da Revolução Francesa de 1789. 
32) (CESPE/ANALISTA JURÍDICO/CMBDF/2007) Há, no sistema constitucional 
brasileiro, direitos e garantias que se revestem de caráter absoluto, e que 
não estão sujeitos a medidas restritivas por parte dos órgãos estatais, 
ainda que respeitados os termos estabelecidos pela própria Constituição. 
33) (CESPE/ADMINISTRADOR/TJDFT/2008) Os direitos e garantias 
fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988 não comportam 
qualquer grau de restrição, já que são considerados cláusulas pétreas. 
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34) (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) É cabível o 
estabelecimento de restrições ao direito de liberdade de manifestação do 
pensamento para evitar lesão a um outro preceito fundamental. 
35) (CESPE/CONTADOR/STF/2008) Os direitos e as garantias fundamentais 
não podem ser reconhecidos e aplicados aos estrangeiros em trânsito pelo 
território nacional. 
36) (CESPE/CONTADOR/SEGER/ES/2009) Na evolução histórica dos direitos 
fundamentais em gerações, entende-se que o direito de propriedade é um 
direito fundamental de primeira geração. 
37) (CESPE/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL/ÁREA 
5/ANAC/2009) Ao garantir aos brasileiros e estrangeiros residentes no 
país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, o artigo 5.º da Constituição Federal de 1988 
(CF) exclui de seu âmbito de proteção o estrangeiro em trânsito pelo 
território nacional. 
38) (CESPE/PROCURADOR/PGE AL/2008) Ao analisar a constitucionalidade da 
legislação brasileira acerca da prisão do depositário que não adimpliu 
obrigação contratual, o STF, recentemente, concluiu no sentido da 
derrogação das normas estritamente legais definidoras da custódia do 
depositário infiel, prevalecendo, dessa forma, a tese do status de 
supralegalidade do Pacto de San José da Costa Rica. 
39) (CESPE/TJDFT/ANALISTA EXECUÇÃO DE MANDADOS/2008) A retirada de 
um dos sócios de determinada empresa, quando motivada pela vontade 
dos demais, deve ser precedida de ampla defesa, pois os direitos 
fundamentais não são aplicáveis apenas no âmbito das relações entre o 
indivíduo e o Estado, mas também nas relações privadas. Essa qualidade 
é denominada eficácia horizontal dos direitos fundamentais. 
40) (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/ANAC/2009) Embora seja possível a 
restrição da liberdade de locomoção dos indivíduos nos casos de prática 
de crimes, é vedada a prisão civil por dívida, salvo, conforme 
entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), quando se tratar de 
obrigação alimentícia ou de depositário infiel. 
41) (CESPE/ANALISTA/STM/2011) Caso um tratado internacional sobre 
direitos humanos que estabeleça um direito fundamental seja aprovado, 
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos 
dos votos dos respectivos membros, ele equivalerá a uma emenda 
constitucional. 
 
GABARITOS OFICIAIS 
 
27) C 
28) C 
29) E 
30) C 
31) E 
32) E 
33) E 
34) C 
35) E 
36) C 
37) E 
38) C 
39) C 
40) E 
41) C 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional 
Descomplicado, 2009. 
HOLTHE, Leo Van. Direito Constitucional, 2010. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, 2009. 
MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo 
Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 2009. 
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, 2007. 
MORAES, Alexandre. Direito Constitucional, 2010. 
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 2010. 
http://www.stf.jus.br 
http://www.cespe.unb.br

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