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DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 5 - Organização dos Poderes. Poder Legislativo. Processo Legislativo. Bom dia! Com anda a sua preparação para o concurso de Delegado da Polícia Federal? Espero que esteja animado, pois o que te aguarda é um ótimo cargo, com remuneração também bastante atraente. Hoje vamos estudar o Poder Legislativo, o que inclui também a análise das CPIs e do TCU, bem como o assunto “Processo Legislativo”, assuntos frequentemente cobrados em concursos. Visto isso, vamos à aula de hoje. 1 – Poder Legislativo 1.1 – Congresso Nacional 1.2 – Câmara dos Deputados 1.3 – Senado Federal 1.4 – Comissões 1.5 – Estatuto dos Congressistas 2 – Processo legislativo 2.1 – Processo legislativo ordinário 2.2 – Processo legislativo sumário 2.3 – Medida provisória 2.4 – Lei delegada 2.5 – Decretos legislativos e resoluções 2.6 – Emendas à Constituição 3 – Fiscalização contábil, financeira e orçamentária 3.1 – Organização do TCU 3.2 – Tribunais de contas estaduais, distrital e municípios Boa aula! Antes de começar, observe que a nossa ordem constitucional estabelece a independência entre os poderes: Art. 2° São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Já vimos que esse artigo consagra o princípio da separação dos poderes, ou melhor, distinção funcional do poder do Estado (a rigor, o poder não é divisível, ocorrendo apenas uma tripartição das funções estatais para que o Estado possa exercer sua vontade, seu poder). DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 2 Considera-se que o poder estatal compõe-se de três funções, o que permite se falar em distinção das funções do poder: a legislativa, a executiva e a jurisdicional. Para nós, o que importa é a função legislativa (edição de regras gerais, impessoais e inovadoras da ordem jurídica). Sobre esse assunto, é importante lembrar dois detalhes: I) compete ao Poder Legislativo o exercício da elaboração de leis e a fiscalização dos atos de caráter público; Ou seja, o Poder Legislativo desenvolve dois tipos de funções típicas: legislação e fiscalização. Fiscalização? Sim... A função de fiscalização consubstancia função típica do Poder Legislativo. (Ufa! Agora, você pode ficar mais tranqüilo, sabendo que os recursos públicos estarão sendo fiscalizados pelos nobres parlamentares...) II) atualmente, a chamada “divisão das funções estatais” não se encontra mais rígida como antes, tendo em vista que não há mais exclusividade do exercício das funções estatais. Significa dizer que os Poderes exercem suas funções típicas, bem como funções atípicas. Por exemplo, sabemos que a função legislativa é exercida precipuamente pelo Poder Legislativo. Mas, como veremos hoje, o chefe do Poder Executivo também legisla de forma atípica ao editar uma medida provisória. Já a função administrativa é precípua do Poder Executivo. Todavia, é exercida também pelos outros poderes, atipicamente. O melhor exemplo é a realização de concursos para preencher seu quadro de pessoal. Visto isso, entremos no estudo do Poder Legislativo propriamente dito. 1 – Poder Legislativo O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Assim, nosso Poder Legislativo federal é bicameral (composto por duas câmaras). As funções precípuas (típicas) do Poder Legislativo são as atividades de legislação (elaboração de normas gerais e abstratas) e fiscalização. Mas exerce também, atipicamente, função administrativa e jurisdicional (especificamente no julgamento do Presidente da República nos crimes de responsabilidade). Vejamos duas questões introdutórias. 1. (CESPE/TECNICO/TRE/ES/2011) O Poder Legislativo federal é bicameral e exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A assertiva está de acordo com o art. 44 da Constituição: DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 3 “O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.” Essa ideia de bicameral decorre exatamente do fato de que, em âmbito federal, o Poder legislativo é composto por duas câmaras, duas Casas: Câmara dos Deputados e Senado Federal. Observe dois detalhes: I) a fim de tornar rigorosamente correta a questão, o Cespe tomou o cuidado de mencionar o Poder Legislativo federal. Afinal, o legislativo estadual e o legislativo municipal são unicamerais; II) esse dispositivo constitucional pode ser utilizado como resposta para uma questão que te pergunte se o TCU integra o Poder Legislativo; observe que, no art. 44, a Constituição apresenta o Poder Legislativo sem mencionar o TCU. Item certo. 2. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/ TRE - TO/2005) O legislador constituinte brasileiro distribuiu as funções estatais entre os poderes da República, sem, contudo, atribuir a exclusividade absoluta da função a determinado poder. Assim, o Poder Legislativo tem, como funções típicas, as de legislar e fiscalizar e, como funções atípicas, as de julgar e administrar. De fato, podemos falar em especialização funcional em cada um dos poderes (em suas funções típicas), mas não em exclusividade no exercício dessas funções (pois os poderes exercem funções atípicas). Nesse sentido, além das funções típicas (legislar e fiscalizar), o Poder Legislativo desempenha as funções atípicas de julgar (julgamento, pelo Senado Federal, de autoridades da República, nos crimes de responsabilidade) e de administrar (administração dos seus bens, serviços e pessoal). Item certo. O Senado Federal é a Casa Legislativa que representa os estados e o Distrito Federal de forma paritária (três senadores por unidade da Federação), assegurando equilíbrio para a Federação. Por sua vez, a Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo, de forma proporcional à população de cada unidade da federação, como decorrência do princípio republicano-democrático. O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados (CF, art. 45, 1°). Objetivamente: DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 4 I) Senado Federal: representação dos estados, em número de três senadores por estado, eleitos pelo princípio majoritário (como ocorre com os chefes do poder executivo) para mandato de 8 anos. II) Câmara dos Deputados: representação do povo, em número proporcional à população (entre oito e 70 deputados), eleitos pelo sistema proporcional para mandatos de 4 anos. III) Cada território elegerá quatro deputados e nenhum senador. A primeira observação pertinente é a de que os municípios não possuem representantes no Poder Legislativo Federal - não participam da formação da vontade nacional. Outro aspecto relevante é que, para a doutrina, a opção pelo bicameralismo favorece o conservadorismo, enquanto o unicameralismo propiciaria um maior avanço democrático por canalizar melhor os anseios populares. Vale destacar que o bicameralismo só ocorre em âmbitofederal, uma vez que, nos estados e municípios, o Poder Legislativo é unicameral. Lembrando que cada legislatura terá a duração de 4 anos (cada senador será eleito para duas legislaturas). Não confunda o conceito de sessão legislativa com o de legislatura. Cada legislatura abrange o período de quatro anos, que corresponde ao período de renovação na composição das casas legislativas e compreende quatro sessões legislativas ordinárias ou oito períodos legislativos. Por sua vez, a sessão legislativa ocorre anualmente. De acordo com o art. 57 da CF/88, as reuniões do Congresso Nacional ocorrem, anualmente, na Capital Federal, no período de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Mas a sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO). Cada sessão é composta de dois períodos legislativos, sendo um em cada semestre. Os intervalos entre os períodos legislativos, tanto no meio do ano quanto no final, são denominados de recesso parlamentar. Cabe ressaltar que, em regra, as Casas Legislativas (Câmara e Senado) atuam em separado. Todavia, há situações nas quais a Constituição exige o trabalho simultâneo (trata-se das chamadas sessões conjuntas). Nesse tipo de sessão, regida pelo regimento comum, as discussões e votações ocorrem no mesmo recinto, entretanto, a contagem dos votos se dá de forma separada. Assim, além de outros casos previstos constitucionalmente, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para: I - inaugurar a sessão legislativa; II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas; III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República; IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar; e DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 5 V – projetos de leis orçamentárias (CF, art. 166). Atenção! A sessão conjunta não se confunde com a sessão unicameral. Nesta última, tanto as discussões quanto a contagem dos votos ocorrem de maneira conjunta, como se fosse apenas uma casa legislativa. Na Constituição só houve uma situação de sessão unicameral: processo simplificado de revisão constitucional (ADCT, art. 3°). Segundo a Constituição, a Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal (CF, art. 57, § 5°). Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa (CF, art. 58, § 1°). O § 4º do art. 57 prevê a realização de sessões preparatórias para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de dois anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente. Fique atento a três detalhes: I) não pode haver reeleição para o mesmo cargo (seria admitido apenas que o vice-presidente virasse o presidente); II) a vedação à recondução só vale para eleições dentro da mesma legislatura (quando houver troca de legislatura – a cada 4 anos – não há mais essa vedação); e III) segundo o STF, a regra de vedação da recondução não é de observância obrigatória por parte dos estados-membros. Além da sessão legislativa ordinária, a Constituição prevê a possibilidade de convocação extraordinária do Congresso (CF, art. 57, § 6°): I) pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice- Presidente da República; II) pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação (CF, art. 57, § 8°). Exceto essas medidas provisórias, na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 6 convocado, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação (CF, art. 57, § 7°). Bem, combinando que (i) acabou o pagamento de indenização; com o fato de que (ii) a grande parte dessas convocações depende da aprovação da maioria absoluta dos parlamentares, você acha que ainda haverá muitas convocações extraordinárias? Vejamos algumas questões. 3. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2010) O Senado Federal compõe-se de três representantes de cada estado e do DF, com mandato de oito anos, eleitos segundo o princípio proporcional, sendo os representantes renovados de quatro em quatro anos, de forma alternada, por um e dois terços. De fato, o Senado Federal constitui-se de representação dos estados, em número de três senadores por estado (e três do Distrito Federal), eleitos para mandato de 8 anos (CF, art. 46, § 1°). Nos termos do § 2º do art. 46 da CF/88, a representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. Entretanto, a assertiva está errada, pois os senadores serão eleitos segundo o princípio majoritário (CF, art. 46, caput). Ou seja, são eleitos os candidatos mais votados para as vagas existentes, sem a ocorrência de segundo turno. Portanto, errada a assertiva. Cabe destacar que, ao contrário dos senadores, os deputados federais serão eleitos segundo o sistema proporcional (CF, art. 45, caput). Item errado. 4. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional delibera, além da matéria para a qual foi convocado e das medidas provisórias em vigor na data da convocação, a respeito dos projetos de lei complementar em regime de urgência. Como comentado, as sessões legislativas do Congresso Nacional podem ser ordinárias ou extraordinárias. As sessões ordinárias estão previstas no art. 57 da CF, segundo o qual o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, em dois períodos legislativos: de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Durante os intervalos desses períodos, a Constituição prevê a possibilidade de convocação extraordinária do Congresso Nacional (sessão legislativa extraordinária, disciplinada nos §§ 6° a 8° do art. 57). Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a única hipótese das medidas provisórias em vigor na data de convocação, que serão automaticamente incluídas na pauta (CF, art. 57, § 7° c/c § 8°). Daí o erro da DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 7 assertiva, pois não se delibera sobre projetos de lei complementar em regime de urgência. Item errado. 5. (CESPE/PROMOTOR/MPE-SE/2010) O número total de deputados por estado é estabelecido em resolução do TSE, proporcionalmente à população, com os ajustes necessários no ano anterior às eleições. Segundo o art. 45, § 1º da CF/88, o número total de Deputados (bem como a representação por Estado e pelo DF)será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população. Os ajustes necessários serão realizados no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados. Item errado. 6. (CESPE/JUIZ/TRF-5REGIÃO/2011) Em caso de urgência ou de interesse público relevante, o presidente da República pode convocar extraordinariamente o Congresso Nacional, devendo ser efetuado o pagamento da parcela indenizatória devida em razão do caráter excepcional da convocação. De fato, a Constituição prevê a possibilidade de convocação extraordinária do Congresso (CF, art. 57, § 6°): I) pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice- Presidente-Presidente da República; II) pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. Por incrível que pareça, fica vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação (CF, art. 57, § 7°). Item errado. 7. (CESPE/JUIZ/TJ/PB/2011) Os estados, o DF e os territórios são representados por três senadores, eleitos, com dois suplentes, para mandatos de oito anos, sendo a representação renovada a cada quatro anos, na proporção de um terço, de acordo com o princípio proporcional e de dois terços, de acordo com o princípio majoritário. A assertiva tem dois erros. Em primeiro lugar, cada território elege quatro deputados, e nenhum senador. Em segundo lugar, os senadores são eleitos segundo o princípio majoritário, sempre. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 8 Item errado. Vistos esses detalhes, passemos a analisar as atribuições de cada um dos órgãos componentes do Poder Legislativo. 1.1 – Congresso Nacional O Congresso Nacional é o órgão legislativo federal, cabendo a ele dispor sobre todas as matérias de competência da União. As competências do Congresso estão expressas no art. 48 (em regra, exercidas mediante lei ordinária ou complementar, com sanção presidencial) e no art. 49 (exercidas mediante a edição de decreto legislativo, sem sanção presidencial). Assim, compete ao Congresso Nacional aprovar leis que versem sobre (CF, art. 48): I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado; III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas; IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento; V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União; VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas; VII - transferência temporária da sede do Governo Federal; VIII - concessão de anistia; IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal; X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b da CF/88; XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; XII - telecomunicações e radiodifusão; XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações; XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal; XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 9 Destaquei algumas que considero mais importantes de serem conhecidas para concursos. Agora, um detalhe legal (que pode fazer a diferença na sua prova). Imagine se na sua prova caísse a seguinte questão: “Compete ao Congresso Nacional dispor sobre organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal.” E aí, certo ou errado? Se você teve dúvidas, leia o inciso IX (destacado de azul acima) e responda. Essa questão estaria errada! Na verdade, ela estaria desatualizada, uma vez que não compete mais à União organizar a Defensoria Pública do DF. Portanto, foi alterada essa competência do Congresso Nacional. E você sabe como as bancas adoram novidades... Portanto, fique atento! É que Emenda Constitucional 69/2012 transferiu da União para o Distrito Federal as atribuições de organizar e manter a Defensoria Pública do Distrito Federal. Portanto, a referida emenda altera o art. 21 (que trata das competências exclusivas da União), o art. 22 (que trata das competências privativas da União) e o art. 48 (que trata das competências do Congresso Nacional que são exercidas com a sanção do Presidente da República). Outra coisa: é importante você saber diferenciar as competências vistas logo acima das que veremos a seguir! As competências abaixo iniciam com verbos no infinitivo e apresentam atividades a serem desempenhadas pelo Congresso por meio de Decreto Legislativo, sem passar pela fase de sanção presidencial. É da competência exclusiva do Congresso Nacional (CF, art. 49): I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; VI - mudar temporariamente sua sede; VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores; VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado; DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 10 IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes; XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão; XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União; XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavrade riquezas minerais; XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares. Para treinar esses aspectos, vamos fazer algumas questões. 8. (CESPE/JUIZ/TRT1/2010) Compete ao Congresso Nacional, com a sanção do presidente da República, autorizar a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais em terras indígenas. Nos termos do art. 49, XVI da CF/88, compete exclusivamente ao Congresso Nacional autorizar a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais em terras indígenas. Essa competência será exercida mediante decreto legislativo, sem sanção presidencial. Item errado. 9. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª REGIÃO/2008) Compete ao Congresso Nacional fixar os subsídios dos ministros de Estado, não havendo necessidade de que a norma seja sancionada pelo presidente da República. De fato, compete ao Congresso Nacional fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado. Como se trata de competência exclusiva do Congresso Nacional (CF, art. 49, VIII) é exercida por meio de decreto legislativo, que não se submete à sanção do Presidente da República. Item certo. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 11 1.2 - Câmara dos Deputados O art. 51 da Constituição estabelece as competências privativas da Câmara dos Deputados, que serão, em regra, tratadas por meio de resolução, sem sanção do Presidente da República ou qualquer participação do Senado Federal. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado; II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa; III - elaborar seu regimento interno; IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. Observe que o inciso IV apresenta a iniciativa de lei para a remuneração dos seus servidores (nesse caso, o assunto não é tratado por resolução, mas por lei). Só para lembrar, o subsídio dos próprios membros (deputados) será definido por decreto legislativo do Congresso Nacional (CF, art. 49, VII). Vale destacar ainda, dentre as competências da Câmara, a autorização, por dois terços de seus membros, da instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado. Neste último caso (ministros de Estado), de acordo com o STF, só haverá necessidade de autorização da Câmara se os crimes cometidos guardarem conexão com delito de mesma natureza imputado ao Presidente da República. 10. (CESPE/ANALISTA/PROCURADOR MUNICIPAL/PREFEITURA DE BOA VISTA/2010) Compete exclusivamente à Câmara dos Deputados sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitarem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. Trata-se de uma das competências mais relevantes do Congresso Nacional (e não da Câmara dos Deputados). Nos termos do art. 49, V, da CF/88, é competência exclusiva do Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. Essa competência do Congresso é bastante cobrada. Item errado. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 12 1.3 – Senado Federal Como comentado, cada estado (e o DF) elegem o número fixo de três senadores cada um, com mandato de 8 anos (2 legislaturas). Diversamente da Câmara, que se renova integralmente a cada quatro anos, no Senado a representação de cada Estado e do DF é renovada parcialmente, de quatro em quatro anos, por um e dois terços. Isso significa que, se você se lembra, foram eleitos em 2010 dois senadores para determinado estado. Na eleição subseqüente (2014) será eleito um senador. Já na de 2018, dois senadores... E assim por diante. As competências privativas do Senado estão dispostas no art. 52, são bem mais numerosas que as competências da Câmara e também são, em regra, disciplinadas por resolução da Casa. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado- Geral da União nos crimes de responsabilidade; III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de: a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República; c) Governador de Território; d) Presidente e diretores do banco central; e) Procurador-Geral da República; f) titulares de outros cargos que a lei determinar; IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente; V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 13 VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal; VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno; IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato; XII - elaborar seu regimento interno; XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII da CF/88. XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. Dentre as competências mais cobradas em concursos, está a de julgardiversas autoridades por crimes de responsabilidade (incisos I e II). De se observar que, nessas situações, presidirá a sessão o Presidente do STF, limitando-se a condenação (proferida por dois terços) à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. Quanto a esse julgamento, o STF firmou entendimento de que a renúncia ao cargo, apresentada na sessão de julgamento, não paralisa o processo de impeachment. Ademais, não interrompe a jurisdição do Senado Federal para prosseguir no julgamento do processo, uma vez que ainda pode ser aplicada a pena de inabilitação para o exercício de funções públicas por oito anos. Observe ainda que diversas autoridades devem passar pela chancela do Senado para terem sua nomeação aprovada. Vejamos alguns exercícios. 11. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) As matérias de competência privativa do Senado Federal não dependem de sanção presidencial e se materializam por meio de decreto legislativo. As matérias de competência privativa do Senado estão listadas no art. 52 da CF/88. De acordo com o caput do art. 48, elas não dependem de sanção presidencial. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 14 Aliás, essas matérias de competência privativa do Senado, em regra, são promulgadas pela presidência da sua mesa, sem participação nem mesmo da Câmara dos Deputados. Todavia, em regra, são matérias disciplinadas por meio de resolução, e não por meio de decreto legislativo. Por isso, errada a questão. De qualquer forma, cabe destacar que nem todas as competências do art. 52 são exercidas por meio de resolução. Com efeito, compete ao Senado Federal a iniciativa de lei para fixação da remuneração de seus servidores, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, Item errado. 12. (CESPE/JUIZ/TRT1/2010) O Senado Federal tem competência para fixar, por proposta do presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. As competências privativas do Senado estão dispostas no art. 52 da CF/88 e são disciplinadas, em regra, por resolução dessa Casa Legislativa, sem necessidade de sanção presidencial. De fato, é competência privativa do Senado Federal fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (CF, art. 52, VI). Item certo. Vejamos algumas questões que nos ajudem a treinar as competências dos órgãos do Poder Legislativo. 13. (CESPE/TECNICO/TRE/ES/2011) Compete privativamente ao Senado Federal proceder à tomada de contas do presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional no prazo de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa. Olha, o Cespe vai tentar te confundir, por exemplo, atribuindo ao Senado uma competência da Câmara dos Deputados. Ou, da mesma forma, afirmando haver a fase de sanção/veto em alguma das competências do art. 49 da CF/88. Não caia nessa! Em primeiro lugar, eu não posso admitir que você confunda competências da Câmara e competências do Senado. Pegue sua Constituição e acompanhe comigo. No caso da Câmara dos Deputados fica fácil, pois são pouquíssimas competências expressas no art. 51 (disciplinadas, em regra, via resolução, sem sanção presidencial). Portanto, é importante você memorizar estas duas: autorizar a instauração de processo contra o Presidente, o Vice-Presidente e os Ministros de Estado (CF, art. 51, I); e proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa (CF, art. 51, II). Pronto! Você só precisa saber isso. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 15 As competências privativas do Senado estão dispostas no art. 52, são bem mais numerosas que as competências da Câmara e também são disciplinadas por resolução da Casa (espécie normativa que não exige sanção presidencial e nem participação da Câmara dos Deputados). Dentre as competências do Senado mais cobradas em concursos, está a de julgar diversas autoridades por crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I e II) e a de aprovar a nomeação de diversas outras autoridades (CF, art. 52, III e IV). Ao longo dos próximos exercícios, você vai treinar comigo aqui, mas guarde essa dica. Voltemos à questão. Compete à Câmara dos Deputados proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa (CF, art. 51, II). Item errado. 14. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª REGIÃO/2008) A escolha de chefes de missão diplomática é aprovada pela Câmara dos Deputados, por maioria de votos, em escrutínio secreto. A assertiva está errada, pois compete ao Senado Federal aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente (CF, art. 52, IV). Saiba que compete ao Senado aprovar a nomeação de diversas autoridades (CF, art. 52, III e IV). Por exemplo, acaba de ser escolhida a nova ministra do TCU. Onde ocorre a sabatina dela? No Senado (CF, art. 52, III, “b”). Item errado. 15. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2010) É de competência do Senado Federal autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o presidente e o vice- presidente da República, bem como contra os ministros de Estado. Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o presidente e o vice- presidente da República, bem como contra os ministros de Estado (CF, art. 51, I). Veremos mais detalhes sobre essa competência da Câmara e sobre esse dispositivo constitucional quando estudarmos o processo de responsabilização do Presidente da República. Item errado. 16. (CESPE/PROMOTOR/MPE-SE/2010) São competências privativas do Senado Federal: julgar anualmente as contas prestadas pelo presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 16 Não compete ao Senado Federal o julgamento anual das contas do Presidente da República. Com efeito, é competência exclusiva do Congresso Nacional o julgamento anual das contas do Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo (CF, art. 49, IX). Item errado. 17. (CESPE/PERITO PAPILOSCÓPICO/PC-ES/2011) O Senado Federal, ao julgar o processo de impeachment de presidente da República, exercerá uma função jurisdicional. De fato, ao julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I), o Senado exerce a função jurisdicional de forma atípica. Item certo. 18. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA II/TRE/MT/2010) Embora vigore, no Brasil, o sistema presidencialista de governo, a CF atribui ao Congresso Nacional o poder de sustar os atos normativos e os atos administrativos do chefe do Poder Executivo sempre que os julgar inoportunos e inconvenientes ao interesse público. Se o Congresso pudesse sustar quaisquer atos normativos do Presidente da República apenas por considerá-los inoportunos e inconvenientes estaríamos diante de uma situação de substancial ofensa à separação dos poderes.Afinal, o Presidente só conseguiria fazer o que o Congresso permitisse. O que o Congresso tem competência para fazer é sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa (CF, art. 49, V). Mas, nesse caso, a intervenção do Congresso é justificável (e, de forma sábia, prevista constitucionalmente); afinal, o que estará fazendo o presidente se ele editar decreto que extrapole o seu poder regulamentar ou editar lei que extrapole os limites da delegação legislativa? Estará invadindo a competência do próprio Congresso Nacional! Diante disso, a Constituição atribui ao Parlamento competência para sustar decretos regulamentares ou leis delegadas que extrapolem seus limites. Item errado. 19. (CESPE/ANALISTA/TJ/ES/2011) Incumbe privativamente ao Senado Federal avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. A assertiva está correta, pois, nos termos do art. 52, XV, da CF/88, compete privativamente ao Senado Federal avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. Item certo. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 17 20. (CESPE/JUIZ/TJ/PB/2011) Entre as competências exclusivas do Congresso Nacional incluem-se a de processar e julgar os ministros do STF, os membros do CNJ e do Conselho Nacional do Ministério Público, o procurador-geral da República e o AGU nos crimes comuns e nos de responsabilidade. Qual das Casas Legislativas tem competência para julgar certas autoridades nos crimes de responsabilidade? Acertou se você respondeu “o Senado Federal”. Pois bem, compete privativamente ao Senado Federal processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade. Item errado. Vejamos, a partir de agora, como a Constituição disciplina as Comissões das Casas Legislativas. Para fins de concurso, importantes são as CPIs, por isso mesmo, estudadas posteriormente. 1.4 – Comissões O art. 58 da CF/88 dispõe acerca das comissões permanentes e temporárias, que integram o Congresso Nacional e cada uma das Casas, e serão constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação. O § 1º do art. 58 prevê que na constituição das Mesas e de cada Comissão, seja assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa. Nos termos do § 2º do art. 58, compete às comissões, em razão da matéria de sua competência: I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa (ou seja, projetos de lei que não passam pelo plenário); II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições; IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 18 Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum (CF, art. 58, § 4°). 21. (CESPE/ACE/TCE/TO/2009) O Congresso Nacional e suas casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação. Essas comissões poderão, em razão de sua competência, discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa. Trata-se de competência conferida às comissões parlamentares, que poderão discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa (CF, art. 58, § 2º, I). Isso significa que alguns projetos de lei serão aprovados única e exclusivamente pelas Comissões, sem passar pelo Plenário das Casas. Quais são esses projetos? Isso será definido no regimento de cada Casa (e, para nós, em Direito Constitucional, isso não interessa). Item certo. Vejamos agora a mais famosa das comissões. Comissão Parlamentar de Inquérito As CPIs são exemplos de mecanismos componentes do sistema de freios e contrapesos estabelecidos pela Constituição Federal. Ou seja, trata-se de uma das formas de controle dos demais poderes pelo Legislativo. Nesse sentido, as CPIs representam o desempenho de função típica do Legislativo: fiscalização. Na Constituição, apenas um dispositivo trata dessas comissões. Nesse sentido, o §3º do art. 58 estabelece que as comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. De início, observe que as CPIs são criadas por prazo certo para a investigação fato determinado. Ademais, a instauração depende de requerimento de um terço dos membros da Casa Legislativa. A indicação de prazo certo para a conclusão dos trabalhos da CPI não impede sucessivas prorrogações, desde que dentro da mesma legislatura. Objetivamente, a indicação de fato determinado: DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 19 I) impede a criação de uma CPI para investigações genéricas; II) não impede que sejam investigados outros fatos de surjam durante as investigações; III) impede que o depoente seja obrigado a responder perguntas referentes a fatos estranhos. Apesar da literalidade do dispositivo constitucional, devemos lembrar que os poderes da CPI não são exatamente os mesmos de um juiz, pois elas não podem ofender o princípio da reserva de jurisdição (abrange determinadas medidas exclusivamente destinadas à competência do Poder Judiciário). Vejamos a seguir alguns entendimentos do STF sobre esse assunto. I) É admitido que o regimento das Casas crie limites ao número de CPIs que podem ser criadas simultaneamente. II) As CPIs têm competência para investigar fatos que já estejam sendo objeto de investigação policial ou do Ministério Público. III) As CPIs não têm competência para investigar atos jurisdicionais. De qualquer forma, magistrados podem ser intimados a comparecer para depor sobre prática de atos administrativos (exercício de função atípica).Por outro lado, as CPIs têm competência para convocar membro do Ministério Público e Ministros de Estado para depor. IV) Desde que haja interesse público, CPI pode investigar negócios privados. V) CPI de um ente federado (do Congresso Nacional, por exemplo) não pode investigar irregularidade no campo material de outro ente (irregularidades em âmbito municipal, por exemplo). VI) As manifestações de congressista em CPIs estão protegidas pela imunidade material (afinal, trata-se de exercício da atividade parlamentar). VII) Os atos que impliquem restrição de direito (por exemplo, quebra de sigilo bancário) devem ser fundamentados (motivados) e decididos por maioria absoluta dos membros da comissão (princípio da colegialidade). VIII) As CPIs não têm competência para ter acesso a processo judicial em trâmite sob segredo de justiça (não quebra sigilo judicial). IX) A instauração da CPI depende apenas daqueles requisitos previstos na CF/88 (art. 58, § 3º). Atendidas tais exigências, cumpre ao Presidente da Casa legislativa adotar os procedimentos subseqüentes e necessários à efetiva instalação da CPI. Assim, essa prerrogativa do Parlamento de investigar não pode ser comprometida pelo bloco majoritário existente no Congresso Nacional por meio de sua intencional recusa em indicar membros para determinada CPI. Ademais, vale destacar que os depoentes em CPIs têm direito: (i) ao silêncio (não auto-incriminação); (ii) ao sigilo profissional; e (iii) a ser assistido por advogado e comunicar-se com ele durante as sessões. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 20 As CPIs têm competência para convocar integrantes da população indígena para depor, desde que o depoimento seja: a) realizado no âmbito da área indígena, em dia e hora previamente acordados com a comunidade; b) assistido por um representante da FUNAI e antropólogo conhecedor da comunidade. De se destacar que as convocações por CPIs devem ser formais (regras do Código de Processo Penal): realizadas pessoalmente, não se admitindo outros meios (não se admite convocação por telefone, fax ou emails, por exemplo). Os atos de CPIs sujeitam-se a controle por mandado de segurança nos casos de ilegalidade ou abuso de poder. Todavia, admite-se também a impetração de habeas corpus quando houver ofensa, direta ou indireta, ao direito de locomoção. Vejamos a esquematização dos aspectos mais relevantes. Logo a seguir utilizarei uma questão para comentar uma jurisprudência sobre CPIs. Sintetizando: DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 21 22. (CESPE/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – DIREITO/INSS/2008) As comissões parlamentares de inquérito são conseqüência do sistema de freios e contrapesos adotado pela Constituição Federal. Posso dizer que o sistema de freios e contrapesos consiste em instrumentos de controles recíprocos entre os Poderes. Essa teoria tem por base aquela ideia de que o Poder se corrompe se não encontra limites. Assim, o sistema de freios e contrapesos visa a resguardar o equilíbrio do princípio da separação de Poderes, já que evita a concentração de poder nas mãos de um dos poderes da república. As CPIs são exemplos de mecanismos componentes do sistema de freios e contrapesos estabelecidos pela Constituição Federal. Ou seja, trata-se de uma das formas de controle dos demais poderes pelo Legislativo. Outro detalhe importante é que as CPIs representam o desempenho de função típica do Legislativo: fiscalização. Item certo. 23. (CESPE/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – DIREITO/INSS/2008) As comissões parlamentares de inquérito são consequência do sistema de freios e contrapesos adotado pela Constituição Federal. As CPIs são exemplos de mecanismos componentes do sistema de freios e contrapesos estabelecidos pela Constituição Federal. Ou seja, trata-se de uma das formas de controle dos demais poderes por parte do Legislativo. Item certo. 24. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) De acordo com o STF, a comissão parlamentar de inquérito pode proceder à quebra de sigilo bancário da DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 22 pessoa investigada, ainda que baseada em fundamentos genéricos, sem a indicação de fatos concretos e precisos. Segundo o STF, CPI pode quebrar os sigilos bancário, fiscal e de dados telefônicos, por decorrência dos poderes de investigação que a própria CF/88 atribuiu a essas comissões (CF, art. 58, § 3°). De qualquer forma, para que uma CPI possa determinar diretamente a quebra desses sigilos é necessário demonstrar a existência concreta de causa provável que legitime essa medida excepcional. Ademais, deve estar justificado como o referido procedimento enquadra-se na investigação dos fatos determinados que deram causa à instauração dessa comissão. Item errado. 25. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/PI/2009) Como instrumentos de fiscalização do Poder Legislativo, as comissões parlamentares de inquérito têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, podendo determinar as diligências que julgar necessárias, tomar depoimentos, ouvir indiciados e testemunhas, requisitar documentos de órgãos públicos e promover a responsabilidade civil e criminal dos infratores. As CPIs funcionam como instrumento de fiscalização do Poder legislativo. Entretanto, não podem promover responsabilidade civil e criminal de infratores. Portanto, errada a assertiva. A competência da CPI termina com a realização da investigação e elaboração do relatório final que, se for o caso, será encaminhado ao Ministério Público, para que este sim promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores (CF, art. 58, § 3º). Item errado. 26. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª REGIÃO/2008) O Congresso Nacional instituiu comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apuração de irregularidades nas sentenças proferidas por determinado juiz contra a União. O juiz foi convocado para prestar esclarecimentos sobre sentenças por ele prolatadas. Considerando a situação hipotética acima, assinale a opção correta, de acordo com o entendimento do STF. a) O magistrado não é obrigado a prestar depoimento que envolva sentenças por ele prolatadas. b) A CPI somente seria possível se tivesse objeto mais genérico, envolvendo a apuração de irregularidades em todo o Poder Judiciário. c) Em razão de sua formação jurídica, não é direito do juiz fazer-se acompanhar de advogado. d) A CPI não tem poderes para quebrar o sigilo dos registros telefônicos de investigado. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 23 e) O comparecimento espontâneo do magistrado implicará a perda do direito de permanecer em silêncio, e tal conduta será interpretada como confissão. A alternativa “a” está correta. CPIs não podem investigar ato de natureza jurisdicional. De qualquer forma, as CPIs têm poderes para convocar magistrado para depor acerca da prática de atos administrativos (atuação dos magistrados segundo sua função administrativa atípica). A alternativa “b” está errada, porque CPI não pode ter objeto genérico. A CF/88 exige o apontamento de “fato determinado” para a criação dessa comissão. A alternativa “c” está errada. Qualquer depoente (investigado ou testemunha) pode ser assistido por advogado e com ele se comunicar durante as sessões da CPI. A alternativa “d” está errada, pois as CPIs têm competência paradeterminar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico (dos registros telefônicos) de investigado. A alternativa “e” está errada. O direito de permanecer calado é assegurado ao depoente em CPI, evitando-se assim sua auto-incriminação, sem que isso possa ser interpretado como confissão. Gabarito: “a” 27. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/TJ – PA/2006) Não ofende o princípio constitucional da separação e independência dos poderes a intimação de magistrado para prestar esclarecimentos perante comissão parlamentar de inquérito sobre ato jurisdicional típico que praticou. CPIs não podem investigar ato de natureza jurisdicional, isto é, ato praticado por membro do Poder Judiciário no desempenho de função típica (decisões judiciais). Mas fique atento: CPIs podem convocar um magistrado para depor, desde que seja sobre assuntos relacionados à prática de ato administrativo. Seria cabível, portanto, a convocação de um juiz numa apuração de irregularidades em procedimento licitatório ou mesmo em concurso público realizados pelo judiciário. Item errado. 28. (CESPE/ANALISTA/PROCURADOR MUNICIPAL/PREFEITURA DE BOA VISTA/2010) As comissões parlamentares de inquérito constituídas por qualquer uma das casas do Congresso Nacional têm poderes próprios das autoridades judiciais, podendo ordenar, entre outros procedimentos, busca domiciliar e interceptação telefônica. De acordo com o art. 58, § 3°, as comissões parlamentares de inquérito têm, de fato, poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. Assim, CPIs podem até determinar a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico (acesso aos dados telefônicos). DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 24 Entretanto, a quebra do sigilo telefônico (para quem ligou, quando ligou, duração de chamadas) não se confunde com interceptação telefônica. Esta última relaciona-se com a captação de conversas telefônicas (escutas telefônicas) e não poderá ser determinada por CPI, pois está protegida por reserva de jurisdição. O mesmo se pode dizer a respeito da busca domiciliar, procedimento sujeito à reserva de jurisdição, nos termos do art. 5°, XI da CF/88. Item errado. 29. (CESPE/PROCURADOR/PGM/RR/2010) As comissões parlamentares de inquérito constituídas por qualquer uma das casas do Congresso Nacional têm poderes próprios das autoridades judiciais, podendo ordenar, entre outros procedimentos, busca domiciliar e interceptação telefônica. A CPI não pode determinar busca domiciliar, nem interceptação telefônica. Item errado 30. (CESPE/OAB/2010) As comissões parlamentares de inquérito poderão determinar a quebra de sigilo bancário sem a interferência do Poder Judiciário, desde que o façam de forma fundamentada. De fato, as CPIs têm competência para a quebra de sigilo bancário, sem interferência do Judiciário. Entretanto, essa decisão deve ser fundamentada e aprovada pela maioria absoluta de seus membros. Item certo. 31. (ESAF/APO/MPOG/2010) O modelo democrático brasileiro consagra o entendimento de que é lícita a atuação da maioria legislativa de, deliberadamente, permanecer inerte na indicação de membros para compor determinada Comissão Parlamentar de Inquérito. Interessante esta questão. Segundo o STF, não se admite que a maioria parlamentar venha a frustrar, no âmbito do Congresso Nacional, o exercício, pelas minorias legislativas, da prerrogativa constitucional de investigação parlamentar. Isso porque a instauração do inquérito parlamentar está vinculada, unicamente, à satisfação de três exigências definidas, de modo taxativo, pela CF/88: (i) prazo certo; (ii) fato determinado; e (iii) subscrição do requerimento de constituição da CPI por, no mínimo, 1/3 dos membros da Casa legislativa. Atendidas tais exigências (CF, art. 58, § 3º), cumpre ao Presidente da Casa legislativa adotar os procedimentos subseqüentes e necessários à efetiva instalação da CPI. Assim, essa prerrogativa do Parlamento de investigar não pode ser comprometida pelo bloco majoritário existente no Congresso Nacional por meio de sua intencional recusa em indicar membros para determinada CPI (MS 24.831, Rel. Min. Celso de Mello, 22-6-05). Item errado. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 25 1.5 – Estatuto dos Congressistas Esse assunto abrange as imunidades e vedações dos parlamentares, bem como as prerrogativas de foro, de serviço militar, de vencimentos e de isenção do dever de testemunhar. As imunidades são prerrogativas de ordem pública, sendo por isso irrenunciáveis, e o princípio constitucional que legitima sua existência na nossa Constituição é a separação dos Poderes. As imunidades se iniciam com a diplomação. A diplomação é ato anterior à posse, realizado pela Justiça Eleitoral e que proclama eleito o candidato. As imunidades parlamentares são classificadas em materiais e formais (ou processuais). Imunidade material → relaciona-se com as manifestações (palavras) Imunidade processual → relaciona-se com as regras processuais Nos termos do art. 53, os deputados e senadores são invioláveis civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras ou votos (imunidade material). Observe que, nesse caso, não ocorre o crime. As suas manifestações exaradas durante o mandato não gerarão responsabilização nem depois que eles deixarem a cadeira de parlamentar. A imunidade material abrange manifestações exaradas dentro ou fora da Casa Legislativa se a manifestação tiver conexão com a atividade parlamentar. Explicando de outra forma, observe que manifestações exaradas fora do recinto da Casa Legislativa só estarão protegidas se tiverem conexão com a atividade parlamentar. Todavia, as manifestações expendidas no recinto do Congresso estão sempre protegidas pela imunidade material, tenha ou não a sua manifestação pertinência com o exercício da atividade parlamentar. Essa imunidade protege ainda os jornalistas que venham a reproduzir as manifestações dos parlamentares. Quanto aos suplentes de parlamentares, só estarão protegidos por imunidade material quando vierem a se tornar titulares do mandato. Vale destacar que a imunidade não alcança discursos com finalidade político- eleitoral. Já a imunidade formal ou processual diz respeito às condicionantes de prisão e ao processo. Diferentemente das imunidades materiais, nas imunidades formais, os atos praticados pelos parlamentares não perdem o caráter de ilícitos e os autores responderão por esses atos. Entretanto, eles dispõem de prerrogativas quanto à prisão e à possibilidade de sustação do andamento do processo. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 26 Quanto à prisão, o art. 53, § 2º estabelece que desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva (Câmara ou Senado), para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. Segundo a jurisprudência do STF, essa vedação à prisão alcança inclusive as prisões civis, (ou seja, inclui o devedor de alimentos - se for parlamentar, não será preso). Essa imunidade inclui ainda a vedação à condução coercitiva do parlamentar. Entretanto, tal imunidade não impede a prisão do congressista que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado (art. 55, inciso VI) e só impede a prisão do parlamentar enquanto ele estiver respondendoao processo criminal, pendente de decisão definitiva. Quanto à sustação do processo, as regras estão previstas entre os parágrafos 3° e 5° do art. 53 da CF/88. Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o STF dará ciência à Casa respectiva. Ou seja, o STF já iniciará o processo de julgamento sem qualquer autorização. A Câmara ou o Senado, assim, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação já iniciada unilateralmente pelo STF. O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias de seu recebimento pela Mesa Diretora e, caso aprovado, suspenderá o prazo de prescrição do crime ou delito, enquanto durar o mandato. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 27 Sintetizando: Esse regime foi alterado pela EC 35/2001. Até a aprovação da referida emenda, era necessária autorização prévia das Casas Legislativas para que o STF iniciasse o processo, e havia vários processos aguardando autorização das Casas para fossem iniciados no STF. Assim, quando da aprovação da EC 35/2001, o STF pronunciou-se no sentido de que a emenda alcançava todos os atos processuais dos crimes praticados anteriormente à sua aprovação. Então, o STF pôde iniciar imediatamente o julgamento dos antigos processos mesmo sem autorização das Casas Legislativas (mesmo aqueles já apreciados pelas Casas). Assim, a desnecessidade de autorização prévia da Casa Legislativa - para julgamento de Congressista - autoriza o Tribunal (STF) a julgar os processos pendentes referentes a crimes pretéritos. Atenção! As regras estudadas são aplicáveis também aos deputados estaduais e distritais. Por outro lado, os vereadores só dispõem de imunidade material, e mesmo assim, apenas na circunscrição do município (CF, art. 29, VIII). Ademais vale destacar que, se um candidato foi eleito e reeleito diversas vezes, o STF só considera sua última diplomação para efeito de imunidade parlamentar. Ou seja, se um crime ocorreu antes da sua última diplomação, o Parlamentar não terá imunidade. Significa dizer, em resumo, cada mandato está vinculado à última diplomação do Parlamentar. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 28 Você precisa conhecer ainda as regras relativas ao foro por prerrogativa de função dos parlamentares, que serão julgados pelo STF nas infrações de natureza penal. O foro especial dos parlamentares significa que, após a diplomação, eles passam a ter a prerrogativa de serem julgados apenas perante o STF no que se refere às infrações penais. Ou seja, diplomado, o parlamentar passa a responder perante o STF, inclusive no que se refere às infrações cometidas antes da diplomação. Imagine a hipótese de um crime cometido antes da diplomação, ao qual o incriminado esteja respondendo na Justiça Comum. Após a sua diplomação, os autos do processo serão transferidos para o STF (foro especial). Mas não haverá imunidade parlamentar (afinal, o crime foi cometido antes da diplomação), somente foro especial, pois o processo continuará correndo normalmente. Vale destacar isto: o foro especial só tem aplicação durante o mandato, mas alcança crimes cometidos anteriormente. Expirado o mandato, os processos serão remetidos para a justiça comum competente. Todavia, se o STF já houver dado início ao julgamento do processo, não haverá a cessação da prerrogativa de foro com o término do mandato. A figura abaixo auxilia a enxergar isso (a seta preta demonstra o andamento do processo). Vamos sintetizar abaixo as informações relativas às imunidades. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 29 Sintetizando: Por fim, vale comentar que, durante o estado de sítio, devido à excepcionalidade da situação, as imunidades de Deputados e Senadores poderão ser suspensas mediante voto de dois terços dos membros da Casa respectiva. Essa suspensão se dará exclusivamente para os atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional que sejam incompatíveis com a execução do estado de sítio (CF, art. 53, § 8°). Estabelece a Constituição, no art. 56, I, que os congressistas não perderão o mandato se forem investidos no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária. Nesse caso, poderá optar pela remuneração do mandato. Cabe destacar que, segundo o STF, o parlamentar afastado de suas funções para exercer cargo no Poder Executivo (ministro de Estado, por exemplo) não dispõe de imunidades, mas permanece seu direito à prerrogativa de foro. Outro aspecto importante: no caso de haver cidadãos comuns envolvidos no mesmo processo de um parlamentar, eles também serão julgados pelo STF. Ou seja, como o processo é um só ele vai todo para o STF. Todavia, caso haja a sustação do processo do parlamentar, os autos serão separados e a documentação referente aos outros cidadãos será encaminhada para a justiça comum, onde o processo correrá normalmente. Nos termos do art. 53, § 6° da CF/88, os deputados e senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. Trata-se de uma faculdade do congressista e não um impositivo, já que se entender conveniente, poderá sim tornar públicas as informações de que disponha. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 30 A incorporação às forças armadas de deputados e senadores, ainda que militares, e mesmo em tempo de guerra, depende de prévia licença da Casa respectiva (CF, art. 53, § 7°). Os artigos 54 e 55 tratam das incompatibilidades e das hipóteses de perda dos mandatos dos congressistas, respectivamente. Incompatibilidades A diplomação (expedição do diploma) é ato que antecede a posse. Nesse sentido, algumas incompatibilidades ocorrem já desde a expedição do diploma. Outras se iniciarão a partir da posse. Segundo o art. 54, os parlamentares não poderão: I - Desde a expedição do diploma II - Desde a posse a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada; b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a"; b)aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior; c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a"; d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo. Hipóteses de perda do mandato No art. 55, são detalhadas as hipóteses de perda do cargo pelo parlamentar. Enquanto em alguns casos a perda será meramente declarada pela Mesa (CF, art. 55, § 3°) em outras hipóteses dependerá de juízo dos demais parlamentares, por voto secreto e maioria absoluta. I) Hipóteses de perda de mandato do deputado ou senador, decididapela Mesa da Câmara ou do Senado, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa: a) quando o congressista deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; b) quando o congressista perder ou tiver suspensos os direitos políticos; e c) quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos constitucionalmente. II) Hipóteses de perda de mandato decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 31 provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa: a) quando houver infração a qualquer das proibições estabelecidas no art. 54 (impedimentos a partir da diplomação ou a partir da posse); b) quando o procedimento do parlamentar for declarado incompatível com o decoro parlamentar; c) quando o congressista vier a sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. A quebra de decoro envolve, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas aos membros do Congresso ou a percepção de vantagens indevidas (CF, art. 55, § 1°). Atenção! Mesmo com a condenação criminal transitada em julgado a perda do mandato não é automática. Haverá um juízo de conveniência e oportunidade a partir do julgamento dos pares (por voto secreto e maioria absoluta). Por outro lado, nos casos previstos nos incisos III a V do art. 55 (faltas a mais de um terço das sessões sem justificativa; perda ou suspensão dos direitos políticos e decretação pela Justiça Eleitoral), a perda se dará a partir de um ato da Mesa (meramente declaratório de uma situação já constituída ou constatada). A seguir, vejamos uma questão do Cespe. Vou utilizá-la para explicarmos uma jurisprudência interessante. 32. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA/TRE/BA/2010) O deputado federal investido temporária e precariamente no cargo de ministro de Estado não está sujeito a processo disciplinar perante a Câmara dos Deputados em razão da prática de ato incompatível com o decoro parlamentar quando no cumprimento de seu mandato. Veja que questão fantástica! Trata-se do caso José Dirceu. O Supremo Tribunal Federal julgou mandado de segurança impetrado contra uma representação por quebra de decoro parlamentar pelo então Deputado Federal licenciado para ocupar cargo de ministro de Estado (CF, art. 56, I). Àquela época, foram firmados os seguintes entendimentos (julgado do STF): I) o membro do Congresso Nacional que se licencia do mandato para investir- se no cargo de Ministro de Estado não perde os laços que o unem, organicamente, ao Parlamento (CF, art. 56, I). Em consequência, continua a subsistir em seu favor a garantia constitucional da prerrogativa de foro em matéria penal, bem como a faculdade de optar pela remuneração do mandato (CF, art. 56, § 3º); II) da mesma forma, ainda que licenciado, cumpre-lhe guardar estrita observância às vedações e incompatibilidades inerentes ao estatuto constitucional do congressista, assim como às exigências ético-jurídicas que a DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 32 Constituição (CF, art. 55, § 1º) e os regimentos internos das casas legislativas estabelecem como elementos caracterizadores do decoro parlamentar; III) a princípio, como regra, o princípio da separação dos poderes impede que a Câmara dos Deputados submeta o parlamentar licenciado a processo de perda do mandato, em virtude de atos por ele praticados que tenham estrita vinculação com a função exercida no Poder Executivo (CF, art. 87, parágrafo único, I, II, III e IV), uma vez que a Constituição prevê modalidade específica de responsabilização política para os membros do Poder Executivo (CF, arts. 85, 86 e 102, I, “c”); IV) todavia, no caso em discussão (tratava-se do “mensalão”), embora afastado do exercício do mandato parlamentar, o deputado José Dirceu foi acusado de haver usado de sua influência para levantar fundos junto a bancos “com a finalidade de pagar parlamentares para que, na Câmara dos Deputados, votassem projetos em favor do Governo”. Nessa linha, tal imputação estaria em clara afronta ao Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados que qualifica como suscetíveis de acarretar a perda do mandato os atos e procedimentos levados a efeito no intuito de “fraudar, por qualquer meio ou forma, o regular andamento dos trabalhos legislativos para alterar o resultado de deliberação”. Diante disso, o STF entendeu que seria sim admissível, nessa hipótese, que o parlamentar sofresse processo administrativo para apurar eventual quebra de decoro parlamentar. Objetivamente, podemos resumir o caso da seguinte forma: o afastamento do congressista para exercer cargo de Ministro de Estado não impede a instauração de processo disciplinar pela Casa por quebra de decoro em decorrência de atos que tenham ligação com o exercício da função parlamentar. Agora, guarde bem essas informações, afinal, cá entre nós: quantos concorrentes teriam condições de acertar uma questão como esta? Certamente, poucos, pouquíssimos... Item errado. 33. (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL/MPE/PI/2012) As imunidades parlamentares são prerrogativas que decorrem do efetivo exercício da função parlamentar e estendem-se aos suplentes, mesmo que estes não tenham assumido o cargo ou não estejam em seu efetivo exercício. Os suplentes de parlamentares só estarão protegidos por imunidade material quando vierem a se tornar titulares do mandato. Item errado. 34. (CESPE/JUIZ/TJ/PI/2012) Os deputados federais e senadores submetem- se, desde a expedição do diploma, a julgamento perante o STF; não é necessário, porém, que esse tribunal tenha autorização da casa respectiva para receber a denúncia ou queixa-crime e iniciar a ação penal contra parlamentar. DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 33 O foro especial dos parlamentares no STF inicia-se, realmente, após a diplomação (CF, art. 53, § 1°). Ademais, é certo que, após a EC nº 35/2001, o julgamento de congressista pelo STF não exige mais prévia autorização da Casa Legislativa. Hoje, a imunidade formal quanto ao processo consiste na mera possibilidade de sustação do processo. Item certo. 35. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª REGIÃO/2008) Os deputados e senadores não são obrigados a testemunhar quanto a informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem acerca das pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. A assertiva está correta, pois se trata de descrição literal do art. 53, § 6º da CF/88. Com efeito, os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. Item certo. 36. (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ-ACRE/2007) A imunidade parlamentar de deputado estadual não alcança as ofensas proferidas fora da casa legislativa, mesmo quando estas possam ter conexão com a atividade parlamentar. Para responder essa questão, você precisa saber que a imunidade parlamentar de deputado estadual segue o mesmo regramento da imunidade dos congressistas (CF, art. 27, § 1º). Ademais, quanto à imunidade
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