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Aula 05 - Constitucional

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DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR FREDERICO DIAS 
 
Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 
 
1
Aula 5 - Organização dos Poderes. Poder Legislativo. Processo 
Legislativo. 
Bom dia! 
Com anda a sua preparação para o concurso de Delegado da Polícia 
Federal? Espero que esteja animado, pois o que te aguarda é um ótimo cargo, 
com remuneração também bastante atraente. 
Hoje vamos estudar o Poder Legislativo, o que inclui também a análise das 
CPIs e do TCU, bem como o assunto “Processo Legislativo”, assuntos 
frequentemente cobrados em concursos. 
Visto isso, vamos à aula de hoje. 
1 – Poder Legislativo 
1.1 – Congresso Nacional 
1.2 – Câmara dos Deputados 
1.3 – Senado Federal 
1.4 – Comissões 
1.5 – Estatuto dos Congressistas 
2 – Processo legislativo 
2.1 – Processo legislativo ordinário 
2.2 – Processo legislativo sumário 
2.3 – Medida provisória 
2.4 – Lei delegada 
2.5 – Decretos legislativos e resoluções 
2.6 – Emendas à Constituição 
3 – Fiscalização contábil, financeira e orçamentária 
3.1 – Organização do TCU 
3.2 – Tribunais de contas estaduais, distrital e municípios 
Boa aula! 
Antes de começar, observe que a nossa ordem constitucional estabelece a 
independência entre os poderes: 
Art. 2° São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
Já vimos que esse artigo consagra o princípio da separação dos poderes, ou 
melhor, distinção funcional do poder do Estado (a rigor, o poder não é 
divisível, ocorrendo apenas uma tripartição das funções estatais para que o 
Estado possa exercer sua vontade, seu poder). 
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2
Considera-se que o poder estatal compõe-se de três funções, o que permite se 
falar em distinção das funções do poder: a legislativa, a executiva e a 
jurisdicional. 
Para nós, o que importa é a função legislativa (edição de regras gerais, 
impessoais e inovadoras da ordem jurídica). 
Sobre esse assunto, é importante lembrar dois detalhes: 
I) compete ao Poder Legislativo o exercício da elaboração de leis e a 
fiscalização dos atos de caráter público; 
Ou seja, o Poder Legislativo desenvolve dois tipos de funções típicas: 
legislação e fiscalização. 
Fiscalização? Sim... A função de fiscalização consubstancia função típica do 
Poder Legislativo. 
(Ufa! Agora, você pode ficar mais tranqüilo, sabendo que os recursos públicos 
estarão sendo fiscalizados pelos nobres parlamentares...) 
II) atualmente, a chamada “divisão das funções estatais” não se encontra mais 
rígida como antes, tendo em vista que não há mais exclusividade do exercício 
das funções estatais. 
Significa dizer que os Poderes exercem suas funções típicas, bem como 
funções atípicas. 
Por exemplo, sabemos que a função legislativa é exercida precipuamente pelo 
Poder Legislativo. Mas, como veremos hoje, o chefe do Poder Executivo 
também legisla de forma atípica ao editar uma medida provisória. 
Já a função administrativa é precípua do Poder Executivo. Todavia, é exercida 
também pelos outros poderes, atipicamente. O melhor exemplo é a realização 
de concursos para preencher seu quadro de pessoal. 
Visto isso, entremos no estudo do Poder Legislativo propriamente dito. 
 
1 – Poder Legislativo 
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Assim, nosso Poder Legislativo 
federal é bicameral (composto por duas câmaras). 
As funções precípuas (típicas) do Poder Legislativo são as atividades de 
legislação (elaboração de normas gerais e abstratas) e fiscalização. Mas exerce 
também, atipicamente, função administrativa e jurisdicional (especificamente 
no julgamento do Presidente da República nos crimes de responsabilidade). 
Vejamos duas questões introdutórias. 
1. (CESPE/TECNICO/TRE/ES/2011) O Poder Legislativo federal é bicameral e 
exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal. 
A assertiva está de acordo com o art. 44 da Constituição: 
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3
“O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal.” 
Essa ideia de bicameral decorre exatamente do fato de que, em âmbito 
federal, o Poder legislativo é composto por duas câmaras, duas Casas: Câmara 
dos Deputados e Senado Federal. 
Observe dois detalhes: 
I) a fim de tornar rigorosamente correta a questão, o Cespe tomou o cuidado 
de mencionar o Poder Legislativo federal. Afinal, o legislativo estadual e o 
legislativo municipal são unicamerais; 
II) esse dispositivo constitucional pode ser utilizado como resposta para uma 
questão que te pergunte se o TCU integra o Poder Legislativo; observe que, no 
art. 44, a Constituição apresenta o Poder Legislativo sem mencionar o TCU. 
Item certo. 
2. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/ TRE - TO/2005) 
O legislador constituinte brasileiro distribuiu as funções estatais entre os 
poderes da República, sem, contudo, atribuir a exclusividade absoluta da 
função a determinado poder. Assim, o Poder Legislativo tem, como 
funções típicas, as de legislar e fiscalizar e, como funções atípicas, as de 
julgar e administrar. 
De fato, podemos falar em especialização funcional em cada um dos 
poderes (em suas funções típicas), mas não em exclusividade no exercício 
dessas funções (pois os poderes exercem funções atípicas). 
Nesse sentido, além das funções típicas (legislar e fiscalizar), o Poder 
Legislativo desempenha as funções atípicas de julgar (julgamento, pelo Senado 
Federal, de autoridades da República, nos crimes de responsabilidade) e de 
administrar (administração dos seus bens, serviços e pessoal). 
Item certo. 
 
O Senado Federal é a Casa Legislativa que representa os estados e o Distrito 
Federal de forma paritária (três senadores por unidade da Federação), 
assegurando equilíbrio para a Federação. 
Por sua vez, a Câmara dos Deputados é composta por representantes do 
povo, de forma proporcional à população de cada unidade da federação, 
como decorrência do princípio republicano-democrático. 
O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo 
Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente 
à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às 
eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de 
oito ou mais de setenta Deputados (CF, art. 45, 1°). 
 
Objetivamente: 
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4
I) Senado Federal: representação dos estados, em número de três 
senadores por estado, eleitos pelo princípio majoritário (como ocorre com os 
chefes do poder executivo) para mandato de 8 anos. 
II) Câmara dos Deputados: representação do povo, em número 
proporcional à população (entre oito e 70 deputados), eleitos pelo sistema 
proporcional para mandatos de 4 anos. 
III) Cada território elegerá quatro deputados e nenhum senador. 
A primeira observação pertinente é a de que os municípios não possuem 
representantes no Poder Legislativo Federal - não participam da formação da 
vontade nacional. 
Outro aspecto relevante é que, para a doutrina, a opção pelo bicameralismo 
favorece o conservadorismo, enquanto o unicameralismo propiciaria um maior 
avanço democrático por canalizar melhor os anseios populares. 
Vale destacar que o bicameralismo só ocorre em âmbitofederal, uma vez que, 
nos estados e municípios, o Poder Legislativo é unicameral. 
Lembrando que cada legislatura terá a duração de 4 anos (cada senador 
será eleito para duas legislaturas). 
Não confunda o conceito de sessão legislativa com o de legislatura. Cada 
legislatura abrange o período de quatro anos, que corresponde ao período de 
renovação na composição das casas legislativas e compreende quatro sessões 
legislativas ordinárias ou oito períodos legislativos. 
Por sua vez, a sessão legislativa ocorre anualmente. De acordo com o art. 
57 da CF/88, as reuniões do Congresso Nacional ocorrem, anualmente, na 
Capital Federal, no período de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 
22 de dezembro. Mas a sessão legislativa não será interrompida sem a 
aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO). 
Cada sessão é composta de dois períodos legislativos, sendo um em cada 
semestre. Os intervalos entre os períodos legislativos, tanto no meio do ano 
quanto no final, são denominados de recesso parlamentar. 
Cabe ressaltar que, em regra, as Casas Legislativas (Câmara e Senado) atuam 
em separado. Todavia, há situações nas quais a Constituição exige o trabalho 
simultâneo (trata-se das chamadas sessões conjuntas). Nesse tipo de sessão, 
regida pelo regimento comum, as discussões e votações ocorrem no mesmo 
recinto, entretanto, a contagem dos votos se dá de forma separada. 
Assim, além de outros casos previstos constitucionalmente, a Câmara dos 
Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para: 
I - inaugurar a sessão legislativa; 
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às 
duas Casas; 
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República; 
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar; e 
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V – projetos de leis orçamentárias (CF, art. 166). 
Atenção! A sessão conjunta não se confunde com a sessão unicameral. 
Nesta última, tanto as discussões quanto a contagem dos votos ocorrem de 
maneira conjunta, como se fosse apenas uma casa legislativa. Na Constituição 
só houve uma situação de sessão unicameral: processo simplificado de revisão 
constitucional (ADCT, art. 3°). 
Segundo a Constituição, a Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo 
Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, 
alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos 
Deputados e no Senado Federal (CF, art. 57, § 5°). Na constituição das Mesas 
e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação 
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da 
respectiva Casa (CF, art. 58, § 1°). 
O § 4º do art. 57 prevê a realização de sessões preparatórias para a posse de 
seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de dois anos, 
vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente 
subseqüente. 
Fique atento a três detalhes: 
I) não pode haver reeleição para o mesmo cargo (seria admitido apenas que o 
vice-presidente virasse o presidente); 
II) a vedação à recondução só vale para eleições dentro da mesma 
legislatura (quando houver troca de legislatura – a cada 4 anos – não há 
mais essa vedação); e 
III) segundo o STF, a regra de vedação da recondução não é de observância 
obrigatória por parte dos estados-membros. 
Além da sessão legislativa ordinária, a Constituição prevê a possibilidade de 
convocação extraordinária do Congresso (CF, art. 57, § 6°): 
I) pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de 
defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação 
de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-
Presidente da República; 
II) pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos 
membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público 
relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria 
absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. 
Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação 
extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na 
pauta da convocação (CF, art. 57, § 8°). 
Exceto essas medidas provisórias, na sessão legislativa extraordinária, o 
Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi 
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convocado, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da 
convocação (CF, art. 57, § 7°). 
Bem, combinando que (i) acabou o pagamento de indenização; com o fato de 
que (ii) a grande parte dessas convocações depende da aprovação da maioria 
absoluta dos parlamentares, você acha que ainda haverá muitas convocações 
extraordinárias? 
Vejamos algumas questões. 
3. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2010) O Senado 
Federal compõe-se de três representantes de cada estado e do DF, com 
mandato de oito anos, eleitos segundo o princípio proporcional, sendo os 
representantes renovados de quatro em quatro anos, de forma alternada, 
por um e dois terços. 
De fato, o Senado Federal constitui-se de representação dos estados, em 
número de três senadores por estado (e três do Distrito Federal), eleitos 
para mandato de 8 anos (CF, art. 46, § 1°). 
Nos termos do § 2º do art. 46 da CF/88, a representação de cada Estado e do 
Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por 
um e dois terços. 
Entretanto, a assertiva está errada, pois os senadores serão eleitos segundo o 
princípio majoritário (CF, art. 46, caput). Ou seja, são eleitos os candidatos 
mais votados para as vagas existentes, sem a ocorrência de segundo turno. 
Portanto, errada a assertiva. 
Cabe destacar que, ao contrário dos senadores, os deputados federais serão 
eleitos segundo o sistema proporcional (CF, art. 45, caput). 
Item errado. 
4. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) Na sessão legislativa extraordinária, 
o Congresso Nacional delibera, além da matéria para a qual foi convocado 
e das medidas provisórias em vigor na data da convocação, a respeito dos 
projetos de lei complementar em regime de urgência. 
Como comentado, as sessões legislativas do Congresso Nacional podem ser 
ordinárias ou extraordinárias. 
As sessões ordinárias estão previstas no art. 57 da CF, segundo o qual o 
Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, em dois períodos legislativos: de 
2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. 
Durante os intervalos desses períodos, a Constituição prevê a possibilidade de 
convocação extraordinária do Congresso Nacional (sessão legislativa 
extraordinária, disciplinada nos §§ 6° a 8° do art. 57). 
Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará 
sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a única hipótese das 
medidas provisórias em vigor na data de convocação, que serão 
automaticamente incluídas na pauta (CF, art. 57, § 7° c/c § 8°). Daí o erro da 
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assertiva, pois não se delibera sobre projetos de lei complementar em regime 
de urgência. 
Item errado. 
5. (CESPE/PROMOTOR/MPE-SE/2010) O número total de deputados por 
estado é estabelecido em resolução do TSE, proporcionalmente à 
população, com os ajustes necessários no ano anterior às eleições. 
Segundo o art. 45, § 1º da CF/88, o número total de Deputados (bem como a 
representação por Estado e pelo DF)será estabelecido por lei complementar, 
proporcionalmente à população. Os ajustes necessários serão realizados no 
ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação 
tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados. 
Item errado. 
6. (CESPE/JUIZ/TRF-5REGIÃO/2011) Em caso de urgência ou de interesse 
público relevante, o presidente da República pode convocar 
extraordinariamente o Congresso Nacional, devendo ser efetuado o 
pagamento da parcela indenizatória devida em razão do caráter 
excepcional da convocação. 
De fato, a Constituição prevê a possibilidade de convocação extraordinária do 
Congresso (CF, art. 57, § 6°): 
I) pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de 
defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação 
de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-
Presidente-Presidente da República; 
II) pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de 
ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em 
todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada 
uma das Casas do Congresso Nacional. 
Por incrível que pareça, fica vedado o pagamento de parcela indenizatória, em 
razão da convocação (CF, art. 57, § 7°). 
Item errado. 
7. (CESPE/JUIZ/TJ/PB/2011) Os estados, o DF e os territórios são 
representados por três senadores, eleitos, com dois suplentes, para 
mandatos de oito anos, sendo a representação renovada a cada quatro 
anos, na proporção de um terço, de acordo com o princípio proporcional e 
de dois terços, de acordo com o princípio majoritário. 
A assertiva tem dois erros. 
Em primeiro lugar, cada território elege quatro deputados, e nenhum 
senador. 
Em segundo lugar, os senadores são eleitos segundo o princípio majoritário, 
sempre. 
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8
Item errado. 
 
Vistos esses detalhes, passemos a analisar as atribuições de cada um dos 
órgãos componentes do Poder Legislativo. 
 
1.1 – Congresso Nacional 
O Congresso Nacional é o órgão legislativo federal, cabendo a ele dispor sobre 
todas as matérias de competência da União. 
As competências do Congresso estão expressas no art. 48 (em regra, 
exercidas mediante lei ordinária ou complementar, com sanção presidencial) e 
no art. 49 (exercidas mediante a edição de decreto legislativo, sem sanção 
presidencial). 
Assim, compete ao Congresso Nacional aprovar leis que versem sobre (CF, 
art. 48): 
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; 
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de 
crédito, dívida pública e emissões de curso forçado; 
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas; 
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento; 
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio 
da União; 
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de 
Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembléias 
Legislativas; 
VII - transferência temporária da sede do Governo Federal; 
VIII - concessão de anistia; 
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da 
Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e 
do Ministério Público do Distrito Federal; 
X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções 
públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b da CF/88; 
XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração 
pública; 
XII - telecomunicações e radiodifusão; 
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas 
operações; 
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal; 
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. 
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9
Destaquei algumas que considero mais importantes de serem conhecidas para 
concursos. Agora, um detalhe legal (que pode fazer a diferença na sua prova). 
Imagine se na sua prova caísse a seguinte questão: 
“Compete ao Congresso Nacional dispor sobre organização administrativa, 
judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos 
Territórios e organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria 
Pública do Distrito Federal.” 
E aí, certo ou errado? 
Se você teve dúvidas, leia o inciso IX (destacado de azul acima) e responda. 
Essa questão estaria errada! Na verdade, ela estaria desatualizada, uma vez 
que não compete mais à União organizar a Defensoria Pública do DF. 
Portanto, foi alterada essa competência do Congresso Nacional. E você sabe 
como as bancas adoram novidades... Portanto, fique atento! 
É que Emenda Constitucional 69/2012 transferiu da União para o Distrito 
Federal as atribuições de organizar e manter a Defensoria Pública do 
Distrito Federal. Portanto, a referida emenda altera o art. 21 (que trata das 
competências exclusivas da União), o art. 22 (que trata das competências 
privativas da União) e o art. 48 (que trata das competências do Congresso 
Nacional que são exercidas com a sanção do Presidente da República). 
Outra coisa: é importante você saber diferenciar as competências vistas logo 
acima das que veremos a seguir! As competências abaixo iniciam com verbos 
no infinitivo e apresentam atividades a serem desempenhadas pelo Congresso 
por meio de Decreto Legislativo, sem passar pela fase de sanção presidencial. 
É da competência exclusiva do Congresso Nacional (CF, art. 49): 
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que 
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; 
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a 
permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele 
permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei 
complementar; 
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem 
do País, quando a ausência exceder a quinze dias; 
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de 
sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; 
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do 
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; 
VI - mudar temporariamente sua sede; 
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os 
Senadores; 
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da 
República e dos Ministros de Estado; 
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IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da 
República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de 
governo; 
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos 
do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; 
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da 
atribuição normativa dos outros Poderes; 
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de 
rádio e televisão; 
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União; 
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; 
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; 
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de 
recursos hídricos e a pesquisa e lavrade riquezas minerais; 
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com 
área superior a dois mil e quinhentos hectares. 
Para treinar esses aspectos, vamos fazer algumas questões. 
8. (CESPE/JUIZ/TRT1/2010) Compete ao Congresso Nacional, com a sanção 
do presidente da República, autorizar a exploração e o aproveitamento de 
recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais em terras 
indígenas. 
Nos termos do art. 49, XVI da CF/88, compete exclusivamente ao Congresso 
Nacional autorizar a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a 
pesquisa e lavra de riquezas minerais em terras indígenas. Essa competência 
será exercida mediante decreto legislativo, sem sanção presidencial. 
Item errado. 
9. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª 
REGIÃO/2008) Compete ao Congresso Nacional fixar os subsídios dos 
ministros de Estado, não havendo necessidade de que a norma seja 
sancionada pelo presidente da República. 
De fato, compete ao Congresso Nacional fixar os subsídios do Presidente e do 
Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado. Como se trata de 
competência exclusiva do Congresso Nacional (CF, art. 49, VIII) é exercida por 
meio de decreto legislativo, que não se submete à sanção do Presidente da 
República. 
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1.2 - Câmara dos Deputados 
O art. 51 da Constituição estabelece as competências privativas da Câmara dos 
Deputados, que serão, em regra, tratadas por meio de resolução, sem sanção 
do Presidente da República ou qualquer participação do Senado Federal. 
Compete privativamente à Câmara dos Deputados: 
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de 
processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os 
Ministros de Estado; 
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não 
apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura 
da sessão legislativa; 
III - elaborar seu regimento interno; 
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, 
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e 
a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os 
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; 
V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. 
Observe que o inciso IV apresenta a iniciativa de lei para a remuneração dos 
seus servidores (nesse caso, o assunto não é tratado por resolução, mas por 
lei). Só para lembrar, o subsídio dos próprios membros (deputados) será 
definido por decreto legislativo do Congresso Nacional (CF, art. 49, VII). 
Vale destacar ainda, dentre as competências da Câmara, a autorização, por 
dois terços de seus membros, da instauração de processo contra o Presidente 
e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado. 
Neste último caso (ministros de Estado), de acordo com o STF, só haverá 
necessidade de autorização da Câmara se os crimes cometidos guardarem 
conexão com delito de mesma natureza imputado ao Presidente da 
República. 
10. (CESPE/ANALISTA/PROCURADOR MUNICIPAL/PREFEITURA DE BOA 
VISTA/2010) Compete exclusivamente à Câmara dos Deputados sustar os 
atos normativos do Poder Executivo que exorbitarem do poder 
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. 
Trata-se de uma das competências mais relevantes do Congresso Nacional (e 
não da Câmara dos Deputados). Nos termos do art. 49, V, da CF/88, é 
competência exclusiva do Congresso Nacional sustar os atos normativos do 
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de 
delegação legislativa. Essa competência do Congresso é bastante cobrada. 
Item errado. 
 
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12 
1.3 – Senado Federal 
Como comentado, cada estado (e o DF) elegem o número fixo de três 
senadores cada um, com mandato de 8 anos (2 legislaturas). Diversamente 
da Câmara, que se renova integralmente a cada quatro anos, no Senado a 
representação de cada Estado e do DF é renovada parcialmente, de quatro em 
quatro anos, por um e dois terços. 
Isso significa que, se você se lembra, foram eleitos em 2010 dois senadores 
para determinado estado. Na eleição subseqüente (2014) será eleito um 
senador. Já na de 2018, dois senadores... E assim por diante. 
As competências privativas do Senado estão dispostas no art. 52, são bem 
mais numerosas que as competências da Câmara e também são, em regra, 
disciplinadas por resolução da Casa. 
Compete privativamente ao Senado Federal: 
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos 
crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os 
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da 
mesma natureza conexos com aqueles; 
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os 
membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do 
Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-
Geral da União nos crimes de responsabilidade; 
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a 
escolha de: 
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; 
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da 
República; 
c) Governador de Território; 
d) Presidente e diretores do banco central; 
e) Procurador-Geral da República; 
f) titulares de outros cargos que a lei determinar; 
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão 
secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter 
permanente; 
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, 
dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; 
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o 
montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios; 
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13 
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito 
externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal; 
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União 
em operações de crédito externo e interno; 
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida 
mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada 
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; 
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, 
do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato; 
XII - elaborar seu regimento interno; 
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, 
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e 
a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados 
os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; 
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII da 
CF/88. 
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, 
em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações 
tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. 
Dentre as competências mais cobradas em concursos, está a de julgardiversas 
autoridades por crimes de responsabilidade (incisos I e II). De se observar 
que, nessas situações, presidirá a sessão o Presidente do STF, limitando-se a 
condenação (proferida por dois terços) à perda do cargo, com inabilitação, por 
oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções 
judiciais cabíveis. 
Quanto a esse julgamento, o STF firmou entendimento de que a renúncia ao 
cargo, apresentada na sessão de julgamento, não paralisa o processo de 
impeachment. Ademais, não interrompe a jurisdição do Senado Federal para 
prosseguir no julgamento do processo, uma vez que ainda pode ser aplicada a 
pena de inabilitação para o exercício de funções públicas por oito anos. 
Observe ainda que diversas autoridades devem passar pela chancela do 
Senado para terem sua nomeação aprovada. 
Vejamos alguns exercícios. 
11. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) As matérias de competência 
privativa do Senado Federal não dependem de sanção presidencial e se 
materializam por meio de decreto legislativo. 
As matérias de competência privativa do Senado estão listadas no art. 52 da 
CF/88. De acordo com o caput do art. 48, elas não dependem de sanção 
presidencial. 
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14 
Aliás, essas matérias de competência privativa do Senado, em regra, são 
promulgadas pela presidência da sua mesa, sem participação nem mesmo da 
Câmara dos Deputados. 
Todavia, em regra, são matérias disciplinadas por meio de resolução, e não 
por meio de decreto legislativo. Por isso, errada a questão. De qualquer forma, 
cabe destacar que nem todas as competências do art. 52 são exercidas por 
meio de resolução. Com efeito, compete ao Senado Federal a iniciativa de lei 
para fixação da remuneração de seus servidores, observados os 
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, 
Item errado. 
12. (CESPE/JUIZ/TRT1/2010) O Senado Federal tem competência para fixar, 
por proposta do presidente da República, limites globais para o montante 
da dívida consolidada da União, dos estados, do Distrito Federal e dos 
municípios. 
As competências privativas do Senado estão dispostas no art. 52 da CF/88 e 
são disciplinadas, em regra, por resolução dessa Casa Legislativa, sem 
necessidade de sanção presidencial. 
De fato, é competência privativa do Senado Federal fixar, por proposta do 
Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (CF, art. 52, VI). 
Item certo. 
Vejamos algumas questões que nos ajudem a treinar as competências dos 
órgãos do Poder Legislativo. 
13. (CESPE/TECNICO/TRE/ES/2011) Compete privativamente ao Senado 
Federal proceder à tomada de contas do presidente da República, quando 
não apresentadas ao Congresso Nacional no prazo de sessenta dias após a 
abertura da sessão legislativa. 
Olha, o Cespe vai tentar te confundir, por exemplo, atribuindo ao Senado uma 
competência da Câmara dos Deputados. Ou, da mesma forma, afirmando 
haver a fase de sanção/veto em alguma das competências do art. 49 da 
CF/88. Não caia nessa! 
Em primeiro lugar, eu não posso admitir que você confunda competências da 
Câmara e competências do Senado. Pegue sua Constituição e acompanhe 
comigo. 
No caso da Câmara dos Deputados fica fácil, pois são pouquíssimas 
competências expressas no art. 51 (disciplinadas, em regra, via resolução, 
sem sanção presidencial). Portanto, é importante você memorizar estas duas: 
autorizar a instauração de processo contra o Presidente, o Vice-Presidente e os 
Ministros de Estado (CF, art. 51, I); e proceder à tomada de contas do 
Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional 
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa (CF, art. 51, II). 
Pronto! Você só precisa saber isso. 
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15 
As competências privativas do Senado estão dispostas no art. 52, são bem 
mais numerosas que as competências da Câmara e também são disciplinadas 
por resolução da Casa (espécie normativa que não exige sanção presidencial 
e nem participação da Câmara dos Deputados). 
Dentre as competências do Senado mais cobradas em concursos, está a de 
julgar diversas autoridades por crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I e II) 
e a de aprovar a nomeação de diversas outras autoridades (CF, art. 52, III e 
IV). 
Ao longo dos próximos exercícios, você vai treinar comigo aqui, mas guarde 
essa dica. Voltemos à questão. 
Compete à Câmara dos Deputados proceder à tomada de contas do 
Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional 
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa (CF, art. 51, II). 
Item errado. 
14. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª 
REGIÃO/2008) A escolha de chefes de missão diplomática é aprovada pela 
Câmara dos Deputados, por maioria de votos, em escrutínio secreto. 
A assertiva está errada, pois compete ao Senado Federal aprovar 
previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos 
chefes de missão diplomática de caráter permanente (CF, art. 52, IV). 
Saiba que compete ao Senado aprovar a nomeação de diversas autoridades 
(CF, art. 52, III e IV). Por exemplo, acaba de ser escolhida a nova ministra do 
TCU. Onde ocorre a sabatina dela? No Senado (CF, art. 52, III, “b”). 
Item errado. 
15. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2010) É de 
competência do Senado Federal autorizar, por dois terços de seus 
membros, a instauração de processo contra o presidente e o vice-
presidente da República, bem como contra os ministros de Estado. 
Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços 
de seus membros, a instauração de processo contra o presidente e o vice-
presidente da República, bem como contra os ministros de Estado (CF, art. 51, 
I). 
Veremos mais detalhes sobre essa competência da Câmara e sobre esse 
dispositivo constitucional quando estudarmos o processo de responsabilização 
do Presidente da República. 
Item errado. 
16. (CESPE/PROMOTOR/MPE-SE/2010) São competências privativas do 
Senado Federal: julgar anualmente as contas prestadas pelo presidente da 
República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de 
governo. 
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Não compete ao Senado Federal o julgamento anual das contas do Presidente 
da República. Com efeito, é competência exclusiva do Congresso Nacional o 
julgamento anual das contas do Presidente da República e apreciar os 
relatórios sobre a execução dos planos de governo (CF, art. 49, IX). 
Item errado. 
17. (CESPE/PERITO PAPILOSCÓPICO/PC-ES/2011) O Senado Federal, ao 
julgar o processo de impeachment de presidente da República, exercerá 
uma função jurisdicional. 
De fato, ao julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade 
(CF, art. 52, I), o Senado exerce a função jurisdicional de forma atípica. 
Item certo. 
18. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA II/TRE/MT/2010) 
Embora vigore, no Brasil, o sistema presidencialista de governo, a CF 
atribui ao Congresso Nacional o poder de sustar os atos normativos e os 
atos administrativos do chefe do Poder Executivo sempre que os julgar 
inoportunos e inconvenientes ao interesse público. 
Se o Congresso pudesse sustar quaisquer atos normativos do Presidente da 
República apenas por considerá-los inoportunos e inconvenientes estaríamos 
diante de uma situação de substancial ofensa à separação dos poderes.Afinal, 
o Presidente só conseguiria fazer o que o Congresso permitisse. 
O que o Congresso tem competência para fazer é sustar os atos normativos do 
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de 
delegação legislativa (CF, art. 49, V). 
Mas, nesse caso, a intervenção do Congresso é justificável (e, de forma sábia, 
prevista constitucionalmente); afinal, o que estará fazendo o presidente se ele 
editar decreto que extrapole o seu poder regulamentar ou editar lei que 
extrapole os limites da delegação legislativa? Estará invadindo a competência 
do próprio Congresso Nacional! Diante disso, a Constituição atribui ao 
Parlamento competência para sustar decretos regulamentares ou leis 
delegadas que extrapolem seus limites. 
Item errado. 
19. (CESPE/ANALISTA/TJ/ES/2011) Incumbe privativamente ao Senado 
Federal avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário 
Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das 
administrações tributárias da União, dos estados, do Distrito Federal e dos 
municípios. 
A assertiva está correta, pois, nos termos do art. 52, XV, da CF/88, compete 
privativamente ao Senado Federal avaliar periodicamente a funcionalidade do 
Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o 
desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito 
Federal e dos Municípios. 
Item certo. 
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17 
20. (CESPE/JUIZ/TJ/PB/2011) Entre as competências exclusivas do Congresso 
Nacional incluem-se a de processar e julgar os ministros do STF, os 
membros do CNJ e do Conselho Nacional do Ministério Público, o 
procurador-geral da República e o AGU nos crimes comuns e nos de 
responsabilidade. 
Qual das Casas Legislativas tem competência para julgar certas autoridades 
nos crimes de responsabilidade? Acertou se você respondeu “o Senado 
Federal”. 
Pois bem, compete privativamente ao Senado Federal processar e julgar os 
Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de 
Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da 
República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade. 
Item errado. 
 
Vejamos, a partir de agora, como a Constituição disciplina as Comissões das 
Casas Legislativas. Para fins de concurso, importantes são as CPIs, por isso 
mesmo, estudadas posteriormente. 
 
1.4 – Comissões 
O art. 58 da CF/88 dispõe acerca das comissões permanentes e temporárias, 
que integram o Congresso Nacional e cada uma das Casas, e serão 
constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento 
ou no ato de que resultar sua criação. 
O § 1º do art. 58 prevê que na constituição das Mesas e de cada Comissão, 
seja assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos 
partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa. 
Nos termos do § 2º do art. 58, compete às comissões, em razão da matéria de 
sua competência: 
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a 
competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos 
membros da Casa (ou seja, projetos de lei que não passam pelo plenário); 
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; 
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos 
inerentes a suas atribuições; 
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer 
pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; 
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; 
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de 
desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. 
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Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso 
Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período 
legislativo, com atribuições definidas no regimento comum (CF, art. 58, § 4°). 
21. (CESPE/ACE/TCE/TO/2009) O Congresso Nacional e suas casas terão 
comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as 
atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar 
sua criação. Essas comissões poderão, em razão de sua competência, 
discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a 
competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos 
membros da Casa. 
Trata-se de competência conferida às comissões parlamentares, que poderão 
discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a 
competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros 
da Casa (CF, art. 58, § 2º, I). 
Isso significa que alguns projetos de lei serão aprovados única e 
exclusivamente pelas Comissões, sem passar pelo Plenário das Casas. 
Quais são esses projetos? Isso será definido no regimento de cada Casa (e, 
para nós, em Direito Constitucional, isso não interessa). 
Item certo. 
 
Vejamos agora a mais famosa das comissões. 
Comissão Parlamentar de Inquérito 
As CPIs são exemplos de mecanismos componentes do sistema de freios e 
contrapesos estabelecidos pela Constituição Federal. Ou seja, trata-se de uma 
das formas de controle dos demais poderes pelo Legislativo. Nesse sentido, as 
CPIs representam o desempenho de função típica do Legislativo: fiscalização. 
Na Constituição, apenas um dispositivo trata dessas comissões. Nesse sentido, 
o §3º do art. 58 estabelece que as comissões parlamentares de inquérito, que 
terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de 
outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela 
Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou 
separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, 
para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas 
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que 
promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. 
De início, observe que as CPIs são criadas por prazo certo para a investigação 
fato determinado. Ademais, a instauração depende de requerimento de um 
terço dos membros da Casa Legislativa. 
A indicação de prazo certo para a conclusão dos trabalhos da CPI não 
impede sucessivas prorrogações, desde que dentro da mesma legislatura. 
Objetivamente, a indicação de fato determinado: 
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19 
I) impede a criação de uma CPI para investigações genéricas; 
II) não impede que sejam investigados outros fatos de surjam durante as 
investigações; 
III) impede que o depoente seja obrigado a responder perguntas referentes a 
fatos estranhos. 
Apesar da literalidade do dispositivo constitucional, devemos lembrar que os 
poderes da CPI não são exatamente os mesmos de um juiz, pois elas não 
podem ofender o princípio da reserva de jurisdição (abrange determinadas 
medidas exclusivamente destinadas à competência do Poder Judiciário). 
Vejamos a seguir alguns entendimentos do STF sobre esse assunto. 
I) É admitido que o regimento das Casas crie limites ao número de CPIs que 
podem ser criadas simultaneamente. 
II) As CPIs têm competência para investigar fatos que já estejam sendo 
objeto de investigação policial ou do Ministério Público. 
III) As CPIs não têm competência para investigar atos jurisdicionais. De 
qualquer forma, magistrados podem ser intimados a comparecer para depor 
sobre prática de atos administrativos (exercício de função atípica).Por outro 
lado, as CPIs têm competência para convocar membro do Ministério Público e 
Ministros de Estado para depor. 
IV) Desde que haja interesse público, CPI pode investigar negócios 
privados. 
V) CPI de um ente federado (do Congresso Nacional, por exemplo) não pode 
investigar irregularidade no campo material de outro ente (irregularidades em 
âmbito municipal, por exemplo). 
VI) As manifestações de congressista em CPIs estão protegidas pela imunidade 
material (afinal, trata-se de exercício da atividade parlamentar). 
VII) Os atos que impliquem restrição de direito (por exemplo, quebra de sigilo 
bancário) devem ser fundamentados (motivados) e decididos por 
maioria absoluta dos membros da comissão (princípio da colegialidade). 
VIII) As CPIs não têm competência para ter acesso a processo judicial em 
trâmite sob segredo de justiça (não quebra sigilo judicial). 
IX) A instauração da CPI depende apenas daqueles requisitos previstos na 
CF/88 (art. 58, § 3º). Atendidas tais exigências, cumpre ao Presidente da Casa 
legislativa adotar os procedimentos subseqüentes e necessários à efetiva 
instalação da CPI. Assim, essa prerrogativa do Parlamento de investigar não 
pode ser comprometida pelo bloco majoritário existente no Congresso Nacional 
por meio de sua intencional recusa em indicar membros para determinada CPI. 
Ademais, vale destacar que os depoentes em CPIs têm direito: (i) ao silêncio 
(não auto-incriminação); (ii) ao sigilo profissional; e (iii) a ser assistido por 
advogado e comunicar-se com ele durante as sessões. 
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20 
As CPIs têm competência para convocar integrantes da população indígena 
para depor, desde que o depoimento seja: 
a) realizado no âmbito da área indígena, em dia e hora previamente 
acordados com a comunidade; 
b) assistido por um representante da FUNAI e antropólogo conhecedor da 
comunidade. 
De se destacar que as convocações por CPIs devem ser formais (regras do 
Código de Processo Penal): realizadas pessoalmente, não se admitindo outros 
meios (não se admite convocação por telefone, fax ou emails, por exemplo). 
Os atos de CPIs sujeitam-se a controle por mandado de segurança nos casos 
de ilegalidade ou abuso de poder. Todavia, admite-se também a impetração de 
habeas corpus quando houver ofensa, direta ou indireta, ao direito de 
locomoção. 
Vejamos a esquematização dos aspectos mais relevantes. Logo a seguir 
utilizarei uma questão para comentar uma jurisprudência sobre CPIs. 
Sintetizando: 
 
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21 
 
22. (CESPE/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – DIREITO/INSS/2008) As 
comissões parlamentares de inquérito são conseqüência do sistema de 
freios e contrapesos adotado pela Constituição Federal. 
Posso dizer que o sistema de freios e contrapesos consiste em instrumentos de 
controles recíprocos entre os Poderes. Essa teoria tem por base aquela ideia 
de que o Poder se corrompe se não encontra limites. Assim, o sistema de 
freios e contrapesos visa a resguardar o equilíbrio do princípio da separação de 
Poderes, já que evita a concentração de poder nas mãos de um dos poderes da 
república. 
As CPIs são exemplos de mecanismos componentes do sistema de freios e 
contrapesos estabelecidos pela Constituição Federal. Ou seja, trata-se de uma 
das formas de controle dos demais poderes pelo Legislativo. Outro detalhe 
importante é que as CPIs representam o desempenho de função típica do 
Legislativo: fiscalização. 
Item certo. 
23. (CESPE/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – DIREITO/INSS/2008) As 
comissões parlamentares de inquérito são consequência do sistema de 
freios e contrapesos adotado pela Constituição Federal. 
As CPIs são exemplos de mecanismos componentes do sistema de freios e 
contrapesos estabelecidos pela Constituição Federal. Ou seja, trata-se de uma 
das formas de controle dos demais poderes por parte do Legislativo. 
Item certo. 
24. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) De acordo com o STF, a comissão 
parlamentar de inquérito pode proceder à quebra de sigilo bancário da 
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22 
pessoa investigada, ainda que baseada em fundamentos genéricos, sem a 
indicação de fatos concretos e precisos. 
Segundo o STF, CPI pode quebrar os sigilos bancário, fiscal e de dados 
telefônicos, por decorrência dos poderes de investigação que a própria CF/88 
atribuiu a essas comissões (CF, art. 58, § 3°). 
De qualquer forma, para que uma CPI possa determinar diretamente a quebra 
desses sigilos é necessário demonstrar a existência concreta de causa provável 
que legitime essa medida excepcional. Ademais, deve estar justificado como o 
referido procedimento enquadra-se na investigação dos fatos determinados 
que deram causa à instauração dessa comissão. 
Item errado. 
25. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/PI/2009) Como instrumentos de 
fiscalização do Poder Legislativo, as comissões parlamentares de inquérito 
têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, podendo 
determinar as diligências que julgar necessárias, tomar depoimentos, 
ouvir indiciados e testemunhas, requisitar documentos de órgãos públicos 
e promover a responsabilidade civil e criminal dos infratores. 
As CPIs funcionam como instrumento de fiscalização do Poder legislativo. 
Entretanto, não podem promover responsabilidade civil e criminal de 
infratores. Portanto, errada a assertiva. 
A competência da CPI termina com a realização da investigação e elaboração 
do relatório final que, se for o caso, será encaminhado ao Ministério Público, 
para que este sim promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores 
(CF, art. 58, § 3º). 
Item errado. 
26. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª 
REGIÃO/2008) O Congresso Nacional instituiu comissão parlamentar de 
inquérito (CPI) para apuração de irregularidades nas sentenças proferidas 
por determinado juiz contra a União. O juiz foi convocado para prestar 
esclarecimentos sobre sentenças por ele prolatadas. 
Considerando a situação hipotética acima, assinale a opção correta, de 
acordo com o entendimento do STF. 
a) O magistrado não é obrigado a prestar depoimento que envolva 
sentenças por ele prolatadas. 
b) A CPI somente seria possível se tivesse objeto mais genérico, 
envolvendo a apuração de irregularidades em todo o Poder Judiciário. 
c) Em razão de sua formação jurídica, não é direito do juiz fazer-se 
acompanhar de advogado. 
d) A CPI não tem poderes para quebrar o sigilo dos registros telefônicos 
de investigado. 
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23 
e) O comparecimento espontâneo do magistrado implicará a perda do 
direito de permanecer em silêncio, e tal conduta será interpretada como 
confissão. 
A alternativa “a” está correta. CPIs não podem investigar ato de natureza 
jurisdicional. De qualquer forma, as CPIs têm poderes para convocar 
magistrado para depor acerca da prática de atos administrativos (atuação dos 
magistrados segundo sua função administrativa atípica). 
A alternativa “b” está errada, porque CPI não pode ter objeto genérico. A 
CF/88 exige o apontamento de “fato determinado” para a criação dessa 
comissão. 
A alternativa “c” está errada. Qualquer depoente (investigado ou testemunha) 
pode ser assistido por advogado e com ele se comunicar durante as sessões da 
CPI. 
A alternativa “d” está errada, pois as CPIs têm competência paradeterminar a 
quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico (dos registros telefônicos) de 
investigado. 
A alternativa “e” está errada. O direito de permanecer calado é assegurado ao 
depoente em CPI, evitando-se assim sua auto-incriminação, sem que isso 
possa ser interpretado como confissão. 
Gabarito: “a” 
27. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/TJ – PA/2006) Não 
ofende o princípio constitucional da separação e independência dos 
poderes a intimação de magistrado para prestar esclarecimentos perante 
comissão parlamentar de inquérito sobre ato jurisdicional típico que 
praticou. 
CPIs não podem investigar ato de natureza jurisdicional, isto é, ato 
praticado por membro do Poder Judiciário no desempenho de função típica 
(decisões judiciais). Mas fique atento: CPIs podem convocar um magistrado 
para depor, desde que seja sobre assuntos relacionados à prática de ato 
administrativo. Seria cabível, portanto, a convocação de um juiz numa 
apuração de irregularidades em procedimento licitatório ou mesmo em 
concurso público realizados pelo judiciário. 
Item errado. 
28. (CESPE/ANALISTA/PROCURADOR MUNICIPAL/PREFEITURA DE BOA 
VISTA/2010) As comissões parlamentares de inquérito constituídas por 
qualquer uma das casas do Congresso Nacional têm poderes próprios das 
autoridades judiciais, podendo ordenar, entre outros procedimentos, busca 
domiciliar e interceptação telefônica. 
De acordo com o art. 58, § 3°, as comissões parlamentares de inquérito têm, 
de fato, poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. 
Assim, CPIs podem até determinar a quebra de sigilo bancário, fiscal e 
telefônico (acesso aos dados telefônicos). 
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Entretanto, a quebra do sigilo telefônico (para quem ligou, quando ligou, 
duração de chamadas) não se confunde com interceptação telefônica. Esta 
última relaciona-se com a captação de conversas telefônicas (escutas 
telefônicas) e não poderá ser determinada por CPI, pois está protegida por 
reserva de jurisdição. 
O mesmo se pode dizer a respeito da busca domiciliar, procedimento sujeito à 
reserva de jurisdição, nos termos do art. 5°, XI da CF/88. 
Item errado. 
29. (CESPE/PROCURADOR/PGM/RR/2010) As comissões parlamentares de 
inquérito constituídas por qualquer uma das casas do Congresso Nacional 
têm poderes próprios das autoridades judiciais, podendo ordenar, entre 
outros procedimentos, busca domiciliar e interceptação telefônica. 
A CPI não pode determinar busca domiciliar, nem interceptação telefônica. 
Item errado 
30. (CESPE/OAB/2010) As comissões parlamentares de inquérito poderão 
determinar a quebra de sigilo bancário sem a interferência do Poder 
Judiciário, desde que o façam de forma fundamentada. 
De fato, as CPIs têm competência para a quebra de sigilo bancário, sem 
interferência do Judiciário. Entretanto, essa decisão deve ser fundamentada e 
aprovada pela maioria absoluta de seus membros. 
Item certo. 
31. (ESAF/APO/MPOG/2010) O modelo democrático brasileiro consagra o 
entendimento de que é lícita a atuação da maioria legislativa de, 
deliberadamente, permanecer inerte na indicação de membros para 
compor determinada Comissão Parlamentar de Inquérito. 
Interessante esta questão. Segundo o STF, não se admite que a maioria 
parlamentar venha a frustrar, no âmbito do Congresso Nacional, o exercício, 
pelas minorias legislativas, da prerrogativa constitucional de investigação 
parlamentar. Isso porque a instauração do inquérito parlamentar está 
vinculada, unicamente, à satisfação de três exigências definidas, de modo 
taxativo, pela CF/88: (i) prazo certo; (ii) fato determinado; e (iii) subscrição 
do requerimento de constituição da CPI por, no mínimo, 1/3 dos membros da 
Casa legislativa. 
Atendidas tais exigências (CF, art. 58, § 3º), cumpre ao Presidente da Casa 
legislativa adotar os procedimentos subseqüentes e necessários à efetiva 
instalação da CPI. Assim, essa prerrogativa do Parlamento de investigar não 
pode ser comprometida pelo bloco majoritário existente no Congresso Nacional 
por meio de sua intencional recusa em indicar membros para determinada CPI 
(MS 24.831, Rel. Min. Celso de Mello, 22-6-05). 
Item errado. 
 
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25 
1.5 – Estatuto dos Congressistas 
Esse assunto abrange as imunidades e vedações dos parlamentares, bem 
como as prerrogativas de foro, de serviço militar, de vencimentos e de isenção 
do dever de testemunhar. 
As imunidades são prerrogativas de ordem pública, sendo por isso 
irrenunciáveis, e o princípio constitucional que legitima sua existência na 
nossa Constituição é a separação dos Poderes. As imunidades se iniciam com a 
diplomação. A diplomação é ato anterior à posse, realizado pela Justiça 
Eleitoral e que proclama eleito o candidato. 
As imunidades parlamentares são classificadas em materiais e formais (ou 
processuais). 
Imunidade material → relaciona-se com as manifestações (palavras) 
Imunidade processual → relaciona-se com as regras processuais 
Nos termos do art. 53, os deputados e senadores são invioláveis civil e 
penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras ou votos (imunidade 
material). 
Observe que, nesse caso, não ocorre o crime. As suas manifestações exaradas 
durante o mandato não gerarão responsabilização nem depois que eles 
deixarem a cadeira de parlamentar. 
A imunidade material abrange manifestações exaradas dentro ou fora da 
Casa Legislativa se a manifestação tiver conexão com a atividade 
parlamentar. 
Explicando de outra forma, observe que manifestações exaradas fora do 
recinto da Casa Legislativa só estarão protegidas se tiverem conexão com 
a atividade parlamentar. 
Todavia, as manifestações expendidas no recinto do Congresso estão sempre 
protegidas pela imunidade material, tenha ou não a sua manifestação 
pertinência com o exercício da atividade parlamentar. 
Essa imunidade protege ainda os jornalistas que venham a reproduzir as 
manifestações dos parlamentares. 
Quanto aos suplentes de parlamentares, só estarão protegidos por imunidade 
material quando vierem a se tornar titulares do mandato. 
Vale destacar que a imunidade não alcança discursos com finalidade político-
eleitoral. 
Já a imunidade formal ou processual diz respeito às condicionantes de 
prisão e ao processo. 
Diferentemente das imunidades materiais, nas imunidades formais, os atos 
praticados pelos parlamentares não perdem o caráter de ilícitos e os autores 
responderão por esses atos. Entretanto, eles dispõem de prerrogativas quanto 
à prisão e à possibilidade de sustação do andamento do processo. 
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Quanto à prisão, o art. 53, § 2º estabelece que desde a expedição do 
diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo 
em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos 
dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva (Câmara ou Senado), para 
que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. 
Segundo a jurisprudência do STF, essa vedação à prisão alcança inclusive as 
prisões civis, (ou seja, inclui o devedor de alimentos - se for parlamentar, 
não será preso). 
Essa imunidade inclui ainda a vedação à condução coercitiva do parlamentar. 
Entretanto, tal imunidade não impede a prisão do congressista que sofrer 
condenação criminal em sentença transitada em julgado (art. 55, inciso VI) e 
só impede a prisão do parlamentar enquanto ele estiver respondendoao 
processo criminal, pendente de decisão definitiva. 
Quanto à sustação do processo, as regras estão previstas entre os 
parágrafos 3° e 5° do art. 53 da CF/88. 
Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a 
diplomação, o STF dará ciência à Casa respectiva. 
Ou seja, o STF já iniciará o processo de julgamento sem qualquer 
autorização. A Câmara ou o Senado, assim, por iniciativa de partido político 
nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a 
decisão final, sustar o andamento da ação já iniciada unilateralmente pelo 
STF. 
O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo 
improrrogável de 45 dias de seu recebimento pela Mesa Diretora e, caso 
aprovado, suspenderá o prazo de prescrição do crime ou delito, 
enquanto durar o mandato. 
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27 
Sintetizando: 
 
Esse regime foi alterado pela EC 35/2001. Até a aprovação da referida 
emenda, era necessária autorização prévia das Casas Legislativas para que o 
STF iniciasse o processo, e havia vários processos aguardando autorização das 
Casas para fossem iniciados no STF. 
Assim, quando da aprovação da EC 35/2001, o STF pronunciou-se no sentido 
de que a emenda alcançava todos os atos processuais dos crimes 
praticados anteriormente à sua aprovação. Então, o STF pôde iniciar 
imediatamente o julgamento dos antigos processos mesmo sem autorização 
das Casas Legislativas (mesmo aqueles já apreciados pelas Casas). Assim, a 
desnecessidade de autorização prévia da Casa Legislativa - para julgamento de 
Congressista - autoriza o Tribunal (STF) a julgar os processos pendentes 
referentes a crimes pretéritos. 
Atenção! As regras estudadas são aplicáveis também aos deputados estaduais 
e distritais. Por outro lado, os vereadores só dispõem de imunidade 
material, e mesmo assim, apenas na circunscrição do município (CF, art. 
29, VIII). 
Ademais vale destacar que, se um candidato foi eleito e reeleito diversas 
vezes, o STF só considera sua última diplomação para efeito de 
imunidade parlamentar. Ou seja, se um crime ocorreu antes da sua última 
diplomação, o Parlamentar não terá imunidade. Significa dizer, em resumo, 
cada mandato está vinculado à última diplomação do Parlamentar. 
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Você precisa conhecer ainda as regras relativas ao foro por prerrogativa de 
função dos parlamentares, que serão julgados pelo STF nas infrações de 
natureza penal. 
O foro especial dos parlamentares significa que, após a diplomação, eles 
passam a ter a prerrogativa de serem julgados apenas perante o STF no que 
se refere às infrações penais. 
Ou seja, diplomado, o parlamentar passa a responder perante o STF, inclusive 
no que se refere às infrações cometidas antes da diplomação. 
Imagine a hipótese de um crime cometido antes da diplomação, ao qual o 
incriminado esteja respondendo na Justiça Comum. Após a sua diplomação, os 
autos do processo serão transferidos para o STF (foro especial). Mas não 
haverá imunidade parlamentar (afinal, o crime foi cometido antes da 
diplomação), somente foro especial, pois o processo continuará correndo 
normalmente. 
Vale destacar isto: o foro especial só tem aplicação durante o mandato, 
mas alcança crimes cometidos anteriormente. 
Expirado o mandato, os processos serão remetidos para a justiça comum 
competente. Todavia, se o STF já houver dado início ao julgamento do 
processo, não haverá a cessação da prerrogativa de foro com o término do 
mandato. 
A figura abaixo auxilia a enxergar isso (a seta preta demonstra o andamento 
do processo). 
 
Vamos sintetizar abaixo as informações relativas às imunidades. 
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29 
Sintetizando: 
 
Por fim, vale comentar que, durante o estado de sítio, devido à 
excepcionalidade da situação, as imunidades de Deputados e Senadores 
poderão ser suspensas mediante voto de dois terços dos membros da Casa 
respectiva. Essa suspensão se dará exclusivamente para os atos praticados 
fora do recinto do Congresso Nacional que sejam incompatíveis com a 
execução do estado de sítio (CF, art. 53, § 8°). 
Estabelece a Constituição, no art. 56, I, que os congressistas não perderão o 
mandato se forem investidos no cargo de Ministro de Estado, Governador de 
Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária. 
Nesse caso, poderá optar pela remuneração do mandato. 
Cabe destacar que, segundo o STF, o parlamentar afastado de suas funções 
para exercer cargo no Poder Executivo (ministro de Estado, por exemplo) não 
dispõe de imunidades, mas permanece seu direito à prerrogativa de 
foro. 
Outro aspecto importante: no caso de haver cidadãos comuns envolvidos no 
mesmo processo de um parlamentar, eles também serão julgados pelo 
STF. Ou seja, como o processo é um só ele vai todo para o STF. 
Todavia, caso haja a sustação do processo do parlamentar, os autos serão 
separados e a documentação referente aos outros cidadãos será encaminhada 
para a justiça comum, onde o processo correrá normalmente. 
Nos termos do art. 53, § 6° da CF/88, os deputados e senadores não serão 
obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em 
razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou 
deles receberam informações. Trata-se de uma faculdade do congressista e 
não um impositivo, já que se entender conveniente, poderá sim tornar públicas 
as informações de que disponha. 
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30 
A incorporação às forças armadas de deputados e senadores, ainda que 
militares, e mesmo em tempo de guerra, depende de prévia licença da Casa 
respectiva (CF, art. 53, § 7°). 
Os artigos 54 e 55 tratam das incompatibilidades e das hipóteses de perda dos 
mandatos dos congressistas, respectivamente. 
Incompatibilidades 
A diplomação (expedição do diploma) é ato que antecede a posse. Nesse 
sentido, algumas incompatibilidades ocorrem já desde a expedição do diploma. 
Outras se iniciarão a partir da posse. 
Segundo o art. 54, os parlamentares não poderão: 
I - Desde a expedição do diploma II - Desde a posse 
a) firmar ou manter contrato com 
pessoa jurídica de direito público, 
autarquia, empresa pública, sociedade 
de economia mista ou empresa 
concessionária de serviço público, salvo 
quando o contrato obedecer a cláusulas 
uniformes; 
a) ser proprietários, controladores ou 
diretores de empresa que goze de favor 
decorrente de contrato com pessoa 
jurídica de direito público, ou nela exercer 
função remunerada; 
b) ocupar cargo ou função de que sejam 
demissíveis "ad nutum", nas entidades 
referidas no inciso I, "a"; 
b)aceitar ou exercer cargo, função ou 
emprego remunerado, inclusive os de 
que sejam demissíveis "ad nutum", nas 
entidades constantes da alínea 
anterior; 
c) patrocinar causa em que seja 
interessada qualquer das entidades a que 
se refere o inciso I, "a"; 
d) ser titulares de mais de um cargo ou 
mandato público eletivo. 
 
Hipóteses de perda do mandato 
No art. 55, são detalhadas as hipóteses de perda do cargo pelo parlamentar. 
Enquanto em alguns casos a perda será meramente declarada pela Mesa (CF, 
art. 55, § 3°) em outras hipóteses dependerá de juízo dos demais 
parlamentares, por voto secreto e maioria absoluta. 
I) Hipóteses de perda de mandato do deputado ou senador, decididapela 
Mesa da Câmara ou do Senado, de ofício ou mediante provocação de 
qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso 
Nacional, assegurada ampla defesa: 
a) quando o congressista deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à 
terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou 
missão por esta autorizada; 
b) quando o congressista perder ou tiver suspensos os direitos políticos; e 
c) quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos 
constitucionalmente. 
II) Hipóteses de perda de mandato decidida pela Câmara dos Deputados ou 
pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante 
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31 
provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no 
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa: 
a) quando houver infração a qualquer das proibições estabelecidas no art. 54 
(impedimentos a partir da diplomação ou a partir da posse); 
b) quando o procedimento do parlamentar for declarado incompatível com o 
decoro parlamentar; 
c) quando o congressista vier a sofrer condenação criminal em sentença 
transitada em julgado. 
A quebra de decoro envolve, além dos casos definidos no regimento interno, 
o abuso das prerrogativas asseguradas aos membros do Congresso ou a 
percepção de vantagens indevidas (CF, art. 55, § 1°). 
Atenção! Mesmo com a condenação criminal transitada em julgado a perda 
do mandato não é automática. Haverá um juízo de conveniência e 
oportunidade a partir do julgamento dos pares (por voto secreto e maioria 
absoluta). 
Por outro lado, nos casos previstos nos incisos III a V do art. 55 (faltas a mais 
de um terço das sessões sem justificativa; perda ou suspensão dos direitos 
políticos e decretação pela Justiça Eleitoral), a perda se dará a partir de um ato 
da Mesa (meramente declaratório de uma situação já constituída ou 
constatada). 
A seguir, vejamos uma questão do Cespe. Vou utilizá-la para explicarmos uma 
jurisprudência interessante. 
32. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA/TRE/BA/2010) O 
deputado federal investido temporária e precariamente no cargo de 
ministro de Estado não está sujeito a processo disciplinar perante a 
Câmara dos Deputados em razão da prática de ato incompatível com o 
decoro parlamentar quando no cumprimento de seu mandato. 
Veja que questão fantástica! Trata-se do caso José Dirceu. O Supremo Tribunal 
Federal julgou mandado de segurança impetrado contra uma representação 
por quebra de decoro parlamentar pelo então Deputado Federal licenciado para 
ocupar cargo de ministro de Estado (CF, art. 56, I). 
Àquela época, foram firmados os seguintes entendimentos (julgado do STF): 
I) o membro do Congresso Nacional que se licencia do mandato para investir-
se no cargo de Ministro de Estado não perde os laços que o unem, 
organicamente, ao Parlamento (CF, art. 56, I). Em consequência, continua a 
subsistir em seu favor a garantia constitucional da prerrogativa de foro em 
matéria penal, bem como a faculdade de optar pela remuneração do mandato 
(CF, art. 56, § 3º); 
II) da mesma forma, ainda que licenciado, cumpre-lhe guardar estrita 
observância às vedações e incompatibilidades inerentes ao estatuto 
constitucional do congressista, assim como às exigências ético-jurídicas que a 
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32 
Constituição (CF, art. 55, § 1º) e os regimentos internos das casas legislativas 
estabelecem como elementos caracterizadores do decoro parlamentar; 
III) a princípio, como regra, o princípio da separação dos poderes impede que 
a Câmara dos Deputados submeta o parlamentar licenciado a processo de 
perda do mandato, em virtude de atos por ele praticados que tenham estrita 
vinculação com a função exercida no Poder Executivo (CF, art. 87, parágrafo 
único, I, II, III e IV), uma vez que a Constituição prevê modalidade específica 
de responsabilização política para os membros do Poder Executivo (CF, arts. 
85, 86 e 102, I, “c”); 
IV) todavia, no caso em discussão (tratava-se do “mensalão”), embora 
afastado do exercício do mandato parlamentar, o deputado José Dirceu foi 
acusado de haver usado de sua influência para levantar fundos junto a bancos 
“com a finalidade de pagar parlamentares para que, na Câmara dos 
Deputados, votassem projetos em favor do Governo”. Nessa linha, tal 
imputação estaria em clara afronta ao Código de Ética e Decoro Parlamentar 
da Câmara dos Deputados que qualifica como suscetíveis de acarretar a perda 
do mandato os atos e procedimentos levados a efeito no intuito de “fraudar, 
por qualquer meio ou forma, o regular andamento dos trabalhos legislativos 
para alterar o resultado de deliberação”. 
Diante disso, o STF entendeu que seria sim admissível, nessa hipótese, que o 
parlamentar sofresse processo administrativo para apurar eventual quebra de 
decoro parlamentar. 
Objetivamente, podemos resumir o caso da seguinte forma: o afastamento do 
congressista para exercer cargo de Ministro de Estado não impede a 
instauração de processo disciplinar pela Casa por quebra de decoro em 
decorrência de atos que tenham ligação com o exercício da função 
parlamentar. 
Agora, guarde bem essas informações, afinal, cá entre nós: quantos 
concorrentes teriam condições de acertar uma questão como esta? 
Certamente, poucos, pouquíssimos... 
Item errado. 
33. (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL/MPE/PI/2012) As imunidades 
parlamentares são prerrogativas que decorrem do efetivo exercício da 
função parlamentar e estendem-se aos suplentes, mesmo que estes não 
tenham assumido o cargo ou não estejam em seu efetivo exercício. 
Os suplentes de parlamentares só estarão protegidos por imunidade material 
quando vierem a se tornar titulares do mandato. 
Item errado. 
34. (CESPE/JUIZ/TJ/PI/2012) Os deputados federais e senadores submetem-
se, desde a expedição do diploma, a julgamento perante o STF; não é 
necessário, porém, que esse tribunal tenha autorização da casa respectiva 
para receber a denúncia ou queixa-crime e iniciar a ação penal contra 
parlamentar. 
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33 
O foro especial dos parlamentares no STF inicia-se, realmente, após a 
diplomação (CF, art. 53, § 1°). Ademais, é certo que, após a EC nº 35/2001, 
o julgamento de congressista pelo STF não exige mais prévia autorização 
da Casa Legislativa. 
Hoje, a imunidade formal quanto ao processo consiste na mera possibilidade 
de sustação do processo. 
Item certo. 
35. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª 
REGIÃO/2008) Os deputados e senadores não são obrigados a 
testemunhar quanto a informações recebidas ou prestadas em razão do 
exercício do mandato, nem acerca das pessoas que lhes confiaram ou 
deles receberam informações. 
A assertiva está correta, pois se trata de descrição literal do art. 53, § 6º da 
CF/88. Com efeito, os Deputados e Senadores não serão obrigados a 
testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do 
exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles 
receberam informações. 
Item certo. 
36. (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ-ACRE/2007) A imunidade 
parlamentar de deputado estadual não alcança as ofensas proferidas fora 
da casa legislativa, mesmo quando estas possam ter conexão com a 
atividade parlamentar. 
Para responder essa questão, você precisa saber que a imunidade parlamentar 
de deputado estadual segue o mesmo regramento da imunidade dos 
congressistas (CF, art. 27, § 1º). 
Ademais, quanto à imunidade

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