Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Oxidações Biológicas Ciclo de Krebs e Cadeia Respiratória Cadeia transportadora de elétrons Fosforilação Oxidativa Profa. Dra Luciana Lopes S Pereira Bioquímica Metabolismo O metabolismo é a soma de todas as transformações químicas que ocorrem nos organismos vivos. São milhares de reações bioquímicas catalisadas por enzimas. Anabolismo. São os processos biossintéticos a partir de moléculasAnabolismo. São os processos biossintéticos a partir de moléculas precursoras simples. As vias anabólicas geralmente são processos endergônicos e redutivos que necessitam de fornecimento de energia. Catabolismo. São os processos de degradação das moléculas orgânicas nutrientes e dos constituintes celulares que são convertidos em produtos mais simples com a liberação de energia. As vias catabólicas são processos exergônicos e oxidativos. Anabolismo Vias anabólicas = redutoras = ganha elétrons Endergônicas Catabolismo Vias catabólicas = oxidativas = libera elétrons Exergônicas Respiração fisiológica X Respiração celular C6H12O6 + O2 6 CO2 + 6 H2O + energia Quantos ATPs são produzidos?5 Fonte: Material elaborado pela Dra. Francislene G. de Freitas Reis Fonte: Material elaborado pela Dra. Francislene G. de Freitas Reis Onde acontece as oxidações biológicas? 7 Fonte: Material elaborado pela Dra. Francislene G. de Freitas Reis Visão geral do metabolismo CICLO DE KREBS Metabolismo energético: visão geral LIPÍDEOSAMINOÁCIDOS Piruvato CARBOIDRATOS Energia+H2O+CO2 Corpos cetônicosAcetil CoA CO2 Quais os destinos do piruvato? CoA C CH3 O O O- ácido pirúvico -SH NAD NADHTPP, lipoato, FAD Complexo da piruvato CO2 C SO CH3 -CoA +C Acetil CoA ou piruvato desidrogenase CICLO DE KREBS CICLO DE KREBS EQUAÇÃO GERAL AcetilCoA + 3 NAD+ + FAD + GDP + Pi + 2 H2O →2 CO2 + 3 NADH + 2H+ + FADH2 + GTP + HSCoA CICLO DE KREBS Descarboxilação Oxidativa ENZIMAS (Classificação não oficial) CLASSIFICAÇÃO REAÇÃO CATALISADA Desidrogenases Remoção de H do substrato: o receptor é ≠ do oxigênio Oxidases Oxidação do substrato: oxigênio é o receptor de elétrons Hidroxilases Introdução de OH no substrato: O2 fornece oxigênio Oxigenases Introdução de O2 simultânea à quebra de ligação C-C Quinases Transferência de fosfato de ATP (ou outro) ao substrato Tioquinases Formação de tioésteres a partir de ác. Carboxílicos c/ quebra ATP Fosfatases Hidrólise de ligações ésteres do ácido fosfórico Fosforilases Adição de H3PO4 à ligações glicosídicas com ruptura das mesmas Transferases Transferência de grupos entre dois substratos Mutases Migração de um grupo fosforil de um OH para outro na molécula Sintetases União de 2 moléculas com quebra de ATP (ou outro) CICLO DE KREBS 1. Formação da acetil-CoA a partir do piruvato pelo complexo piruvato desidrogenase: CoA O O - SH NAD NADHTPP, lipoato, CO2 SO -CoA +C Descarboxilação Oxidativa do Piruvato CoA C CH3 O ácido pirúvico -SH NAD NADHTPP, lipoato, FAD Complexo da piruvato C SO CH3 -CoA Acetil CoA ou piruvato desidrogenase Reação altamente exergônica: IRREVERSÍVEL CICLO DE KREBS � 2. Formação do citrato pela citrato sintase: CH2 COO - C COO-HO SH-CoAH2OCO COO-O Citrato C COO- CH2 COO - HO cintasecitrato 2 Oxaloacetato CO COO CH2 COO - +CH3 C O S CoA Acetil CoA CICLO DE KREBS � 3. O citrato é isomerizado a isocitrato pela aconitase: CICLO DE KREBS � 4. O isocitrato é oxidado e descarboxilado pela isocitrato desidrogenase: isocitrato desidrogenase CO2+ COO- CH2 COO - C H C HC COO -H COH H++NADH NAD+CH2 COO - COO- isocitrato desidrogenase cetoglutarato-α COO-C O COH H Isocitrato COO- CICLO DE KREBS � 5. Descarboxilação oxidativa do ∝-cetoglutarato pela ∝-cetoglutarato desidrogenase: CH2 COO - NAD+ NADH +H + CH2 COO - C H C O H CH2 COO COO- α - cetoglutarato CoA-SH NAD+ NADH +H + CH2 COO - C H C S CoA O H Succinil -CoA + complexo da α-cetoglutarato desidrogenase CO2 CICLO DE KREBS � 6. Ligação fosfato de alta energia é produzida a partir de succinil- CoA pela tioquinase succínica ou succinil CoA sintetase: COO- SHCoAGTPC HH CH2 COO - tioquinase succínica Succinato C H C COO- H H H SH-CoAGTPPi+GDP CoA-Succinil C H C S CoA O H GTP + ADP Mg + nucleosídeo difosfato quinase GDP +ATP CICLO DE KREBS � 7. Oxidação do succinato a fumarato pela succinato desidrogenase: H++FADHFADC H COO- C H COO- desidrogenase succinato Fumarato FAD Succinato C H2 C H2 COO- C H C COO- H COO- CH2 COO- malonato CICLO DE KREBS � 8. Hidratação do fumarato a ∝-malato pela fumarase: COO- H2O COO - Fumarato C H C COO- H H2O Fumarase L - malato H OH C COO- H COO HC CICLO DE KREBS � 9. Oxidação do malato a oxalacetato pela malato desidrogenase: H++NADHNAD+ OH COO- HC COO- C O desidrogenase malato Oxaloacetato H OH C COO- H HC malato-L HC COO- H C O O oxaloacetato recuperado está pronto para participar da oxidação de outra molécula de acetil-CoA. CICLO DE KREBS Estequiometria CH3COCOOH + 2 ½ O2 →→→→ 3 CO2 + 2 H2O COO- COO- COO- COO- COO- H2C H2C C O H2C HO C H H3C C O SCoA CHO COO- COO- COO- H2C H2C H2O CoA H2O NAD+ + H+ NADH Acetil CoA Citrato Malato Oxaloacetato CICLO Consumo de O2 Existem cinco passos de oxidação: � Reação 1 → piruvato desidrogenase � Reação 4 → isocitrato desidrogenase � Reação 5 → ∝ cetoglutarato desidrogenase � Reação 7 → succinato desidrogenase � Reação 9 → malato desidrogenase COO- COO- COO- COO-COO- COO- COO- COO- HO C H H2C H2C O=C C C C H2 O SCoA H2C H2C C C COO- NAD+ NADH H++ CO2 NAD+ + H+ NADH CO2 CoA CoA GTP GDP Pi+ FAD FADH2 HC Isocitrato Cetoglutarato-α Succinil CoA Succinato Fumarato H H KREBS CICLO DE CICLO DE KREBS EQUAÇÃO GERAL AcetilCoA + 3 NAD+ + FAD + GDP + Pi + 2 H2O →2 CO2 + 3 NADH + 2H+ + FADH2 + GTP + HSCoA � Balanço energético Acetil CoA 3 NADH = 3 x 2,5ATPs = 7,5 ATPs; 1 FADH2 = 1 x 1,5ATPs = 1,5 ATPs; 1 GTP = 1 ATP = 1 ATP; TOTAL = 10 ATPs 1 glicose = 2 acetil CoA 1 GLICOSE = 20 ATPs Funções Produzir CO2, GTP, Coenzimas Reduzidas e Compostos Intermediários para Reações de Biossíntese Via anfibólica (serve tanto a processos catabólicos quanto anabólicos) OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O + ENERGIA C16H32O2 + 23O2 → 16CO2 + 16H2O + ENERGIA (ENERGIA: substâncias ou calor) ENERGIA DAS OXIDAÇÕES Energia para Processos endergônicos Constituintes dieta → celulares OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS OXIDAÇÕES Elétrons Energia Cadeia respiratória acoplada à fosforilação oxidativa Elétrons Energia Transporte até O2 Fosforilação do ADP ∆ G°' = + 7300 Cal/Mol ATP + H 2O ADP + P Conjunto de proteínas que fazem o transporte de elétrons dos equivalentes redutores (NADH, FADH2) para o oxigênio molecular, com liberação de energia livre a ser armazenada na molécula do ATP - Cadeia Respiratória ou Cadeia transportadora de elétrons com liberação de energia livre a ser armazenada na molécula do ATP - Fosforilação oxidativa 31 Fonte: Material elaborado pela Dra. Francislene G. de Freitas Reis OXIDAÇÕES BIOLÓGICASOXIDAÇÕES BIOLÓGICAS FAD Succinato Piruvato FAD Cetoglutarato-α Cadeia de transporte de elétrons (respiratória) acoplada à fosforilação oxidativa CO H2S CN-Antimicina A Rotenona Amital fosfoglicerol-3Acil CoA FAD ATPATPATP ) O2a3+CoQ Cit b Cit c1 Cit c Cit (aFMNNAD + CoA-Hidroxiacil Glutamato Isocitrato Malato - IMPORTANTE: 1 NADH = 2,5 ATPs e 1 FADH2 = 1,5 ATPs OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS Classes de componentes de oxidação-redução � desidrogenases que requerem NAD+ (piridinonucleotídeos) como coenzima; � desidrogenases que requerem FMN ou FAD (flavinonucleotídeos) como grupos prostéticos; � citocromos, que contêm Ferroporfirinas como grupos prostéticos (b, c1, c, a, a3); � coenzima Q (ubiquinona), benzoquinonas com grupos isoprênicos; � proteínas ferro-enxofre. OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS NICOTINAMIDA NUCLEOTÍDEOS H O HH A H H + N R C O NH2 A + N R C O NH2 HH Substrato reduzido Substrato oxidado NAD+ NADH + H+ OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS FLAVOPROTEÍNAS N NH H H3C OH N NH H H3C O FMNH2 N N NHH3C H3C H O CH2 C C OH OH C OHH CH2OPO3 H H H + FMN H H N N NHH3C H3C H O CH2 C C OH OH C OHH CH2OPO3 H++NADH OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS COENZIMA Q (QUINONAS) O CH O CH OH O O CH3 R O CH3 CH3 CoQ + FMNH2 O O CH3 R CH3 CH3 OH CoQH2 + FMN OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS CITOCROMOS N N N N Fe CH CH2CH3 CH3 CH3 CH2CH2COO - CH2 CH CH2 CH CH2CH2COO - CH3 CH3 CH3 N N N N Fe CHCH3 S Cys CH2CH2COO - CH3 nos citocromos do tipo b protoporfirina férrica 2 2 CH3 CH2CH2COO - CH3 Heme C no citocromo c CH2CH2COO - CH2CH2COO - CH3 CH3 CH3 CH CH2 N N N N Fe CHO CHCH2 CH3CH3CH3 OH CH3 Heme A nos citocromos do tipo a ( ) )( ( ) Espaço intermembranoso Q Fe-S FMN 4 H+ Complexo I NADH desidrogenase (NADH-Coenzima-Q redutase) NADH + H+ NAD 40 Fonte: Material elaborado pela Dra. Francislene G. de Freitas Reis Espaço intermembranoso Q Fe-S FMN 4 H+ FAD Fe-S Cit b Complexo II Succinato desidrogenase NADH + H+ NAD Succinato Fumarato 41 Fonte: Material elaborado pela Dra. Francislene G. de Freitas Reis Espaço intermembranoso Q Fe-S FMN Cit c 4 H+ 4 H+ Cit c1 Fe-S Cit b FAD Fe-S Cit b Complexo III Coenzima-Q – citocromo c-redutase NADH + H+ NAD Succinato Fumarato Cit b 42 Fonte: Material elaborado pela Dra. Francislene G. de Freitas Reis Espaço intermembranoso Q Fe-S FMN Cit c 4 H+ 4 H+ 2 H+ Cit c1 Fe-S Cit b Cit a Cit a3 FAD Fe-S Cit b Complexo IV Citocromo-oxidase NADH + H+ NAD Succinato Fumarato ½O2 + 2H+ H2O 2e- 43 Fonte: Material elaborado pela Dra. Francislene G. de Freitas Reis Espaço intermembranoso - - Q Fe-S FMN Cit c 4 H+ 4 H+ 2 H+ Cit c1 Fe-S Cit b Cit a Cit a3FADFe-S Cit b Complexo V ATP sintase NADH + H+ NAD Succinato Fumarato - - 2e- ½O2 + 2H+ H2O 44 Fonte: Material elaborado pela Dra. Francislene G. de Freitas Reis Espaço intermembranoso H+ + - - - - - - - - - - - - - - - - - - Q Cit a Cit a3 Fe-S FMN + + + + + + + + + + + + + + + + 4 H+ 2 H+ 4 H+ Cit c Cit c1 Fe-S Cit bFAD Fe-S Cit b H+ F0 F1 + + + + + - - Complexo I NADH- Coenzima-Q redutase (NADH desidrogenase) Complexo II Succinato- Coenzima-Q redutase (succinato desidrogenase) Complexo III Coenzima-Q - citocromo c - redutase Complexo IV Citocromo- oxidase Complexo V ATP sintase NADH + H+ NAD Succinato Fumarato H+ - - - - - ADP + Pi ATP 2e- F1 ½O2 + 2H+ H2O - Fonte: Material elaborado pela Dra. Francislene G. de Freitas Reis “A oxidação de componentes da cadeia respiratória durante o transporte de elétrons gera H+ que são ejetados para fora da membrana mitocondrial interna, produzindo diferenças de potenciais químico (∆pH) e elétrico (∆Ψ)” Modelo Quimiosmótico Direciona a síntese de ATP quando os prótons fluem passivamente de volta para a matriz, através de um canal de prótons associado à ATP sintase Força próton motriz Peter Mitchell (1920-1992) 46 Fosforilação oxidativa: hipótese quimiosmótica OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS CONSIDERAÇÕES - Gradiente eletroquímico (pH e elétrico); - Fosforilação oxidativa: síntese de ATP (energia?) (aerobiose); - Pouco oxigênio: dificulta o transporta de elétrons; OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS - Pouco oxigênio: dificulta o transporta de elétrons; - Velocidade: relação ATP/ADP e oxigênio; - Respiração celular: transporte de elétrons pela cadeia; - Relação P/O: NADH + H+ (2,5) e FADH2 (1,5). Balanço parcial: ciclo de Krebs e cadeia transportadora de elétrons Local Descrição Produtos ATPs OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS Local Descrição Produtos ATPs Mitocôndria Piruvato → AcetilCoA NADH + H+ (1) 2,5 Mitocôndria Ciclo de Krebs NADH + H+ (3) 7,5 Mitocôndria Ciclo de Krebs FADH2 (1) 1,5 Mitocôndria Ciclo de Krebs ATP (GTP) (1) 1 SALDO 12,5 1 Glicose → 2 Piruvato 25 Substâncias que interferem na cadeia de transporte de elétrons Inibidores da cadeia de transporte de elétrons Inibidores da fosforilação oxidativa Desacopladores da cadeia de transporte de elétrons OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS amital oligomicina 2,4-dinitrofenol rotenona hormônios tireoidianos cianeto leptina monóxido de carbono termogenina gás sulfídrico FAD Succinato Piruvato FAD Cetoglutarato-α OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS INIBIDORES da cadeia de transporte de elétrons (respiratória) CO H2S CN-Antimicina A Rotenona Amital fosfoglicerol-3Acil CoA FAD ATPATPATP ) O2a3+CoQ Cit b Cit c1 Cit c Cit (aFMNNAD + CoA-Hidroxiacil Glutamato Isocitrato Malato - OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS Desacopladores: são substâncias que vão bloquear ou inibir a síntese de ATP, sem paralisar o fluxo de elétrons Aumento do consumo de oxigênio e da oxidação das coenzimas e CALOR!!! Referências Bibliográficas KATZUNG, B.G. Farmacologia Básica e Clínica. 10ª edição. Rio de Janeiro: MacGraw- Hill. 2010, 1003p. LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de Bioquímica. 4ª edição. São Paulo: Sarvier, 2004, 1119p. MOTTA, V. T. Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações. EDUCS. 2002, 419p. MOTTA, V. T. Bioquímica Básica. EDUCS. 2005, 374p. MURRAY, R. K. et al. Harper’s Illustrated Biochemistry. 27ª edição. MacGraw-Hill Companies, 2006.
Compartilhar