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aula7 pessoa jurídica

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PESSOA JURÍDICA
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Definição
 “A pessoa jurídica é a unidade de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa à consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e de obrigações”. (Maria Helena Diniz)
 “Surgem, então, as pessoas jurídicas, que se compõem, ora de um conjunto de pessoas, ora de uma destinação patrimonial, com aptidão para adquirir e exercer direitos e contrair obrigações”. (Caio Mário da Silva Pereira)
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Classificação
 Quanto à nacionalidade:
- Nacional ou estrangeira: Teoria da constituição, art. 11 da LICC: a nacionalidade da pessoa jurídica é determinada pelo local de sua constituição, não pela origem de seus membros.
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Classificação
 Quanto à estrutura interna:
- Universitas personarum: corporação, conjunto de pessoas que, coletivamente, goza e exerce direitos. Exemplos: associações, sociedades;
- Universitas bonorum: patrimônio personalizado destinado a um fim. Exemplo fundação.
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Classificação
 Quanto às funções e à capacidade:
- Pessoa jurídica de direito público:
a) Externo: regulamentadas pelo direito internacional. Exemplos: nações estrangeiras, uniões aduaneiras (Mercosul), organismos internacionais (ONU);
b) Interno: administração direta (União, Estados, Municípios) e indireta (autarquias, fundações públicas);
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Classificação
 				Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
(...)
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
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Classificação
 
 Obs. As pessoas jurídicas de direito público com estrutura de direito privado são regidas, salvo disposições em contrário, pelas normas do Código Civil. Exemplos: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil.
 Art. 41. (…)
 Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
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Classificação
 Quanto às funções e à capacidade:
- Pessoa jurídica de direito privado:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) 
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Classificação
 - Pessoa jurídica de direito privado:
Art. 44. (...)
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) Obs. art. 966 e ss.) 
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
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Começo da existência legal da pessoa jurídica de direito privado
 
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Requisitos para o nascimento da pessoa jurídica
 
 a) vontade humana criadora: materializada no ato constitutivo;
b) observância das prescrições legais: instrumento público ou particular, com ou sem prévia autorização do poder Público;
c) liceidade dos objetivos: vedação à criação de pessoas jurídicas para fins ilícitos.
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Fases da criação da pessoa jurídica
 a) ato constitutivo: as sociedades são constituídas por meio de contrato social (art. 981 do CC); as associações são constituídas por meio do estatuto (art. 54); as fundações por dotação em escritura pública ou testamento (art. 62 do CC);
b) registro público: do contrato social da sociedade empresária, na Junta Comercial; do contrato social da sociedade simples, do estatuto das associações e das fundações, no Cartório de Registros Civis de Pessoas Jurídicas; das sociedades de advogados, na OAB. 
 Obs. A constituição de algumas espécies de sociedade depende de prévia autorização do Poder Público: seguradoras, bancos, sociedades estrangeiras. 
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 A existência legal da pessoa jurídica se inicia com o registro do ato constitutivo: 
 Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
 Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. 
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Requisitos do registro
Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. 
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 Obs. Anteriormente ao registro, a pessoa jurídica é considerada uma sociedade não personificada e responde pelas obrigações assumidas, não podendo alegar a ausência de registro formal para deixar de cumpri-las.
 CPC
 Art. 12 (...)
 § 2o - As sociedades sem personalidade jurídica, quando demandadas, não poderão opor a irregularidade de sua constituição.
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Representação da pessoa jurídica
 - A pessoa jurídica é representada por quem o respectivo ato constitutivo determinar (contrato, estatuto)
 Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
 Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
 Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
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- Disposições do Código de Processo Civil sobre a representação judicial das pessoas jurídicas: 
 
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado;
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III - o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar;
V - a massa falida, pelo administrador judicial;
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;
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 - Disposições do Código de Processo Civil sobre a representação judicial das pessoas jurídicas: 
 
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
VII - o espólio, pelo inventariante;
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores;
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados
sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.
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Desconsideração da personalidade jurídica (disregard of legal entity, disregard doctrine)
 - Teoria desenvolvida pelos tribunais norte-americanos para responsabilizar os membros da sociedade nos casos de utilização da personalidade jurídica para o cometimento de fraudes.
 Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
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Desconsideração da personalidade jurídica
 - Não retira a personalidade jurídica da sociedade, mas apenas a desconsidera no caso concreto específico, por exemplo, para permitir a penhora de bens pessoais do sócio por dívida da empresa:
- Aplica-se em casos de:
a) desvio de finalidade: utilização da pessoa jurídica para fins distintos daqueles previstos no ato constitutivo (contrato social);
b) confusão patrimonial: ausência de separação nítida entre o patrimônio dos sócios e da empresa.
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Desconsideração da personalidade jurídica
 
Procedimento do artigo 133 do Código de Processo Civil 
 Incidente de desconsideração da personalidade jurídica. 
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 AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. INMETRO. MULTA ADMINISTRATIVA. EMPRESA. DISTRATO. DISTRIBUIÇÃO DE CRÉDITOS ENTRE OS SÓCIOS SEM PAGAMENTO DA DÍVIDA EXISTENTE. 1. No caso em exame, a empresa executada promoveu Distrato em setembro de 2012, com distribuição de haveres, sem que promovesse o pagamento da dívida cuja execução fora ajuizada em março de 2010, o que enseja a responsabilidade patrimonial dos sócios, conforme a teoria da desconsideração da personalidade jurídica, disregard doctrine, atualmente positivada no art. 50 do nosso Código Civil. 2. Por outro lado, tendo constado do Distrato a indicação do sócio que responderia pelo passivo, é de ser redirecionada a execução em face deste sócio nomeado, como requerido pela autarquia exequente. (TRF4, AG 5027175-75.2013.404.0000, Terceira Turma, Relatora p/ Acórdão Marga Inge Barth Tessler, juntado aos autos em 27/02/2014) 
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Direitos da personalidade da pessoa jurídica
 
 - No que couber, estendem-se-lhe os direitos da personalidade das pessoas naturais:
 Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
- A pessoa jurídica tem direito a indenização por danos morais?
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Responsabilidade civil da pessoa jurídica
 - Pessoas jurídicas de direito privado:
 a) respondem pelas obrigações assumidas (responsabilidade contratual) e pelos atos ilícitos que gerem danos (responsabilidade extracontratual):
 Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
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Responsabilidade civil da pessoa jurídica
 
 b) responsabilidade objetiva:
 Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.
 c) Culpa in eligendo:
 Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
 (...)
 III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
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Responsabilidade civil da pessoa jurídica
- Pessoas jurídicas de direito público: responsabilidade objetiva (teoria do risco administrativo).
CC
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
CRFB
Art. 37. (…)
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
 
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Fim da pessoa jurídica
 Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;
II - o consenso unânime dos sócios;
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado;
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias;
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.
 
 
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Fim da pessoa jurídica
 Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de qualquer dos sócios, quando:
I - anulada a sua constituição;
II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade.
 
- A sociedade também se extingue pela morte do sócio, se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade (art. 1.028, II, do CC). 
 
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