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aula9 bens

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BENS
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BENS
 
 Assim, todos os bens são coisas, mas nem todas as coisas merecem ser denominadas bens. O sol, o mar, a lua são coisas, mas não são bens, porquê não podem ser apropriados pelo homem. (Sílvio de Salvo Venosa)
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BENS X COISAS X PATRIMÔNIO
 Os bens, ensina-nos Agostinho Alvim, são as coisas materiais ou imateriais que têm valor econômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica.
 (...)
 Portanto, os bens são coisas, porém nem todas as coisas são bens. As coisas são o gênero do qual os bens são espécies. As coisas abrangem tudo quanto existe na natureza, exceto a pessoa, mas como “bens” só se consideram as coisas existentes que proporcionam ao homem uma utilidade, sendo suscetíveis de apropriação, constituindo, então, o seu patrimônio. 
 
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CARACTERES DOS BENS
 a) Idoneidade ou possibilidade de satisfazer um interesse econômico: excluem-se, portanto, os elementos advindos da personalidade, como a vida, a honra, o nome, a liberdade, os quais não podem ser incluídos na formação do patrimônio;
 b) Gestão econômica autônoma: o bem deve constituir uma autonomia, constituindo uma entidade econômica distinta;
 c) Subordinação jurídica ao titular: só é bem jurídico aquele capaz de se subordinar ao domínio do homem.
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CLASSIFICAÇÕES DOS BENS
 O Código Civil classifica os bens sob diferentes perspectivas, quais sejam:
 - Bens considerados em si mesmos; 
 - Bens reciprocamente considerados;
 - Bens considerados em relação à sua titularidade; 
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Dos bens considerados em si mesmos
a) Bens imóveis e móveis:
a1) Distinção entre os bens imóveis e bens móveis:
- A propriedade dos bens imóveis se adquire, usualmente, pelo registro; a dos bens móveis pela tradição;
- Os bens imóveis não podem ser alienados sem a anuência do cônjuge; não existe tal restrição quanto aos bens móveis; 
- O tempo para aquisição pela usucapião é mais prolongado em relação aos bens imóveis;
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Dos bens considerados em si mesmos
a2) Bens imóveis:
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
- Bens imóveis por sua natureza: o solo e suas incorporações naturais, como as árvores, frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo.
Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las.
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Dos bens considerados em si mesmos
a2) Bens imóveis:
- Bens imóveis por acessão física artificial: tudo que é incorporado artificial e permanentemente pelo homem, como as sementes, os edifícios e construções, de modo que não possam ser retirados sem destruição ou modificação;
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Dos bens considerados em si mesmos
a2) Bens imóveis:
- Bens imóveis por determinação legal:
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
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Dos bens considerados em si mesmos
a3) Bens móveis:
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
- Bens móveis por natureza: incluem-se os semoventes (animais) e coisas inanimadas (objetos em geral);
- Bens móveis por antecipação: bens imóveis aderentes ao solo que são separados para fins humanos (árvores, frutos, metais, pedras, casas vendidas para serem demolidas);
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Dos bens considerados em si mesmos
a3) Bens móveis:
- Bens móveis por determinação legal: 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico;
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.
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Dos bens considerados em si mesmos
b) Bens fungíveis e infungíveis:
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Bens fungíveis são aqueles que podem ser substituídos por outros do mesmo gênero, qualidade e quantidade, tais como cereais, peças de máquinas, gado etc.
Bens infungíveis são aqueles corpos certos, que não admitem substituição por outros do mesmo gênero, quantidade e qualidade, como um quadro de Portinari, uma escultura ou qualquer outra obra de arte. (Sílvio de Salvo Venosa)
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Dos bens considerados em si mesmos
c) Bens consumíveis e inconsumíveis:
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
Consumíveis são os que terminam logo com seu primeiro uso, havendo imediata destruição de sua substância (p.ex. Os alimentos, o dinheiro); caso em que se tem a consumibilidade natural. (…) Os inconsumíveis são os que podem ser usados continuadamente, possibilitando que se retirem todas as suas utilidades sem atingir sua integridade. (Sílvio de Salvo Venosa)
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Dos bens considerados em si mesmos
c) Bens consumíveis e inconsumíveis:
- Se um bem inconsumível se destina à venda (roupas em uma loja, por exemplo), ele adquire a condição de bem consumível. Trata-se da consuntibilidade jurídica.
Algo que normalmente é inconsumível, isto é, permite reiterado uso, como uma livro, por exemplo, pode ser considerado consumível se estiver nas prateleiras de uma livraria, pronto para ser alienado, amoldando-se à dicção legal do art. 86. (Sílvio de Salvo Venosa)
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Dos bens considerados em si mesmos
d) Bens divisíveis e indivisíveis:
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.
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Dos bens considerados em si mesmos
d) Bens divisíveis e indivisíveis:
 - Indivisibilidade por natureza: quando não puderem ser partidas sem alteração na sua substância ou no seu valor. Por exemplo, um cavalo vivo, dividido, deixa de ser um semovente; um imóvel rural não pode ser dividido em quinhão inferior ao módulo rural mínimo; 
 - Indivisibilidade por determinação legal: por exemplo, a herança, até a partilha, é indivisível e rege-se pelas normas relativas ao condomínio (art. 1.791 do CC);
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Dos bens considerados em si mesmos
d) Bens divisíveis e indivisíveis:
- Indivisibilidade por vontade das partes: as partes podem ajustar que bem divisível será considerado indivisível para fins do negócio jurídico.
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
Por exemplo, se um contrato prevê que A pagará a B 100 sacas de café, em uma só vez, ainda que as sacas de café sejam divisíveis, elas serão consideradas indivisíveis em relação ao negócio jurídico e deverão ser todas entregues na mesma oportunidade. 
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Dos bens considerados em si mesmos
e) Bens singulares e coletivos:
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.
- Portanto, classificam-se como bens singulares aqueles que, mesmo reunidos, são considerados em sua individualidade.
 Exemplos: uma árvore, em uma floresta; um livro, em uma biblioteca; uma rês, em um rebanho.
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Dos bens considerados em si mesmos
e) Bens singulares e coletivos:
 - Bens coletivos, ou coisas coletivas, por sua vez, “são as constituídas por várias coisas singulares, consideradas em conjunto, formando um todo único, que passa a ter individualidade própria, distinta da dos seus objetos componentes, que conservam sua autonomia funcional”. (Maria Helena Diniz).
Exemplo: uma biblioteca é um bem coletivo, formado por vários bens individuais (livros); uma plantação de eucaliptos é um bem coletivo, formado por vários bens individuais (árvores).
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Dos bens considerados em si mesmos
 - Os bens coletivos podem se apresentar como:
 a) universalidade de fato: bens reunidos pela vontade humana. Exemplos: biblioteca, rebanho.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias. 
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Dos bens considerados em si mesmos
 - Os bens coletivos podem se apresentar como:
 b) universalidade de direito: quando a própria lei dá unidade ao conjunto de bens. Exemplos: herança, a massa falida, o patrimônio. 
 
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico. 
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