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Artigo Comunicação e Educação, A Produção de Comunicação para Educação na TV Marina Lopes

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COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO: A PRODUÇÃO DE COMUNICAÇÃO PARA EDUCAÇÃO NA TV
Marina Lopes BONFIM; Itamar Teodoro de FARIA; [1: Acadêmica do Curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda das Faculdades Integradas do Sudoeste Mineiro – FESP. Bolsista FAPEMIG. Contato: marina_lopes0602@hotmail.com.][2: Professor mestre. Docente das Faculdades Integradas do Sudoeste Mineiro – FESP. Contato: itamartfaria@yahoo.com.br.]
RESUMO
Educação e comunicação representam estudos amplos de vertentes sistemáticas do conhecimento. Suas relações e estudos representam possibilidades diversas e distintas, necessárias nas esferas em que se sobressaem as relações humanas e práticas. Ambas convergem de maneira peculiar no que diz respeito a este estudo, acerca da programação da televisão aberta para a educação. Desta forma, o tema comunicação e educação assume um caráter particular voltado à análise das publicações televisivas, e se circunscreve a aspectos específicos voltados para a dinâmica global atual com conteúdos diversos, e que de maneira excessiva “bombardeiam” a programação dos canais. Este estudo tem como base privilegiar a análise das produções da indústria do entretenimento para a televisão aberta, atentando-se para o fato de que a televisão é um meio tecnológico de grande potencial para auxiliar na educação. Em um primeiro momento, será feita uma reflexão sobre o tema educação e comunicação, bem como sobre os usos das mídias para a educação sobre o que é veiculado na televisão. Posteriormente, serão analisados os dados obtidos por meio de levantamento dos programas veiculados nos canais abertos da televisão brasileira e os horários de veiculação destinados pelas emissoras.
Palavras chaves: Comunicação; Educação; Televisão; Produção Televisiva.
1. INTRODUÇÃO
Educação e comunicação são necessidades exigidas em todos os campos em que prevalecem as relações humanas e técnicas. Os temas são complexos e vastos e as possibilidades de exploração e estudos das interfaces entre as duas áreas do conhecimento são abundantes. 
O intuito desta pesquisa é investigar a relação e análise sobre os usos das mídias para a educação, a partir do que é veiculado na televisão. A relação entre a educação e a comunicação é vista de forma diferenciada. Esta reflexão tem como foco as relações entre o processo comunicacional humano e o processo educacional de ensinar e aprender, analisando as possibilidades de uso dos meios digitais de comunicação e informação para ampliar e viabilizar essas relações. 
O tema “educação e comunicação” assumem, na ótica desses estudos, um caráter particular. As referências – tanto à comunicação quanto à educação – se circunscrevem a aspectos bem específicos, voltados aos usos e práticas no cotidiano ou à análise do que é veiculado.
Como uma nova área distinta do conhecimento (educação e comunicação), para a qual convergem pressupostos, teorias, concepções e reflexões sobre suas múltiplas relações, seus estudos vão além da educação escolarizada e da comunicação midiática. 
No senso comum, educação e comunicação estão na base e na raiz da solução de muitos problemas contemporâneos, e reunida à comunicação, a educação é solicitada para invadir todos os campos, não isolada e ciosa de seus limites de formação e instrução, mas mediada, realizando na prática as interconexões que as potencializam e as indiferenciam. 
A indistinção entre os suportes tecnológicos, as técnicas subjacentes à produção e veiculação, os conteúdos veiculados e o próprio processo comunicacional-educacional em muitos dos estudos realizados colaboram para essa incompreensão das áreas.
O objetivo desse estudo é examinar essa relação no contexto da sociedade contemporânea, com a progressiva ampliação e incorporação das tecnologias digitais. 
1.1. Objetivos
Analisar e coletar dados a respeito da comunicação e educação na rede brasileira de televisão aberta, examinando as características dos conteúdos, tais como suas estratégias comunicacionais, abrangência quantitativa e qualitativa de sua produção, entre outros fatores que as exponham sua importância e participação nos meios de comunicação mais abrangente e democrático de nosso país. 
1.1..1 Objetivos Específicos
Refletir sobre a relação entre os meios de comunicação e a educação; 
Fazer levantamento de todos os programas/canais voltados para a educação veiculados na TV brasileira; 
Associar e analisar as estratégias de comunicação e educação dos programas.
1.2 Metodologia
A pesquisa é do tipo descritiva, com abordagem qualitativa. A pesquisa descritiva registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos/variáveis a serem manipulados. (CERVO E BERVIAN, 2000).
Para Gil (1999,  p.42), a  pesquisa  tem  um  caráter  pragmático,  é um  “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”.
Assim, este estudo será desenvolvido a partir dos seguintes passos: 
Primeiro, a pesquisa bibliográfica, que tem como objetivo explicitar e construir acerca do tema e problema propostos, aprimorando as ideias, fundamentando o assunto abordado na pesquisa.  A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos. Todavia, em virtude de disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas passam a incluir outros tipos de fontes, como discos, fitas magnéticas, CDs, bem como material disponibilizado pela internet. É também elaborada com o propósito de fornecer fundamentação teórica ao trabalho, bem como a identificação do estágio atual do conhecimento referente ao tema (GIL, 2010, p. 29). 
Segundo, a pesquisa documental, que coletará dados de fontes primárias, no caso, todo o processo de análise de conteúdo terá como base o levantamento dos programas/canais selecionados, bem como a interpretação dos mesmos.
Terceiro, a análise utilizada será de a de conteúdo. Após a seleção documental, proceder-se-á ao estabelecimento de temas e categorias a partir dos quais se possa analisar e interpretar todo o material. 
A análise de conteúdo, para Machado (1991, p. 53), em suas primeiras utilizações, assemelha-se muito ao processo de categorização e tabulação de respostas a questões abertas. Criada inicialmente como uma técnica de pesquisa com vistas a uma descrição objetiva, sistemática e quantitativa de comunicações em jornais, revistas, filmes, emissoras de rádio e televisão, hoje é cada vez mais empregada para análise de material qualitativo obtido através de entrevistas de pesquisa.
Para Bardin (1979, p. 42) a análise de conteúdo é definida como:
Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.
Segundo Puglisi e Franco (2005, p. 25) “A finalidade da análise de conteúdo é produzir inferência, trabalhando com vestígios e índices postos em evidência por procedimentos mais ou menos complexos”.
A análise de conteúdo é utilizada visando verificar hipóteses e ou descobrir o que está por trás de cada conteúdo, assim, Minayo (2003, p. 74) acrescenta que “[...] o que está escrito, falado, mapeado, figurativamente desenhado e/ou simbolicamente explicitado sempre será o ponto de partida para a identificação do conteúdo manifesto (seja ele explícito e/ou latente)”.
Conforme ressalta Trivinõs (1997 apud GOMES, 1994, p. 68) quando se trata de análise em pesquisa qualitativa, não se deve esquecer de que, “apesar de mencionarmos uma fase distinta com a denominação “análise”, durante a fase de coleta de dados a análise já poderá estar ocorrendo”.
Sendo assim, é necessário refletir sobre as finalidades da fasede análise, e com base nas palavras de Minayo (1992 apud GOMES, 1994, p. 69) é possível apontar três finalidades para esta etapa, sendo elas:
Estabelecer uma compreensão dos dados coletados, confirmar ou não os pressupostos da pesquisa e/ou responder às questões formuladas, e ampliar o conhecimento sobre o assunto pesquisado, articulando-o ao contexto cultural da qual faz parte. Essas finalidades são complementares, em termos de pesquisa social.
2. Referencial Teórico
Analisando a contemporaneidade e os estudos metódicos sobre educação e comunicação, percebe-se a relação intrínseca entre os dois no sentido em que há convergências amplas de estudos sistemáticos e empíricos, mostrando complexo conteúdo de estudo e a abrangência em que ele pode ser aplicado. Faz-se necessário assim recorrer aos meios de estudos mais específicos para a observação e pesquisa sobre o assunto. Embora tenham vertentes próprias de trabalho, metodologias e objetos de pesquisa, há uma intervenção social e uma nova formação que atua no sentido cada vez mais agregado desses conhecimentos.
Segundo Paulo Freire, o ato de educar é um ato de comunicação, mostrando assim que as exigências das relações humanas levam a comunicação propriamente dita. Sabemos que a sociedade hoje se estrutura por si em suas relações sociais na demanda cada vez mais de interação dos sujeitos, numa nova ordem histórica, social, cultural e econômica, com novos modos de organizar o conhecimento, dando uma nova configuração a educação. Assim, a educação nos tempos atuais enfrenta grandes problemas em seu parâmetro na dinâmica global, com excessivos conteúdos de informação dispersos, que gera um grande conteúdo de conhecimentos e uma grande quantidade de dados a serem observados dos mais dispersos assuntos, dificultando assim, o trabalho dos pesquisadores. Mas quais são esses problemas?
Primeiro, vamos destacar o papel da educação. A Constituição Brasileira de 1988 estabelece que a educação seja “um direito para todos, um dever do Estado e da família”. Todos têm o direito a uma educação universal, igualitária e democrática. Ela deve preparar a pessoa para ter a consciência de cidadania na sociedade. Para John Dewey (1859-1952), filósofo norte americano, a Educação é uma necessidade social, e que por causa dessa necessidade as pessoas devem ser aperfeiçoadas para que o desenvolvimento social se concretize, e assim dar continuidade as ideias e conhecimentos.
Para Durkheim, a educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança, estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto. Ele entende a educação como uma poderosa ferramenta para a construção gradativa de uma moral coletiva, fundamental para a continuidade da sociedade capitalista. Assim, o sistema educacional sistemático e continuo é de suma importância para a construção do conhecimento no ser humano visando, não só o desenvolvimento do conhecimento, mas a sua plenitude como um todo.
Diante da globalização e das exigências de um mundo “pós-moderno” complexo em desenvolvimento, os tradicionais mecanismos dentro da sala de aula, já não são tão atrativos em meio ao grande aparato de tecnologias e mídias. Muito menos o papel centralizador do educador em sala de aula, já há tempos deixou de ser o mais apropriado, como mostra as linhas de estudo e pesquisa sobre a filosofia da educação. E ainda, muitos educadores vivem longe da realidade de seus alunos, desconectados com os avanços tecnológicos. Nesse sentido, os meios de comunicação são de grande relevância. Não se fala em substituição e sim na colaboração da comunicação na educação, agregando de forma significativa, informações e conteúdos programados sistematicamente para que se possa alcançar o desempenho com níveis satisfatórios na educação em geral.
É imprescindível destacar a grande importância da mídia na colaboração da educação, contribuindo de maneira significativa em seus conteúdos. A nova configuração da sociedade exige esses mecanismos de adaptação ao meio em que essa vive. O quesito escola/mídia está instalado em quase todos os prédios educacionais de maneira a ajudar o educador em seu dia a dia, sendo um complemento à sua didática pedagógica. O uso da internet também incrementa nesse cenário tecnológico-escolar agregando conhecimento de maneira rápido e prático nas pesquisas do educando. Sem esquecer-se das mídias impressas como revistas segmentadas de conhecimento. 
Mas sem dúvidas, o meio de comunicações televisivo tem invadido as casas brasileiras e fazendo parte da rotina de muitas delas. A TV é um divisor de épocas e um propagador de culturas, e tem um grande potencial de auxiliar na educação, sabendo utiliza - lá. É necessário fazer-se um controle do que é mais adequado a criança/adolescente assistirem, apesar de não ser tão fácil assim, visto que há a necessidade de um monitoramento do conteúdo assistido por eles por parte dos pais. 
É importante destacar que todos têm o direito de comunicação, livre e plural, e que o artigo 221 da Constituição prevê uma programação: educativa, artística, cultural e informativa, promovendo a cultura nacional e regional, com o compromisso com a Educação, a cultura e o entretenimento de qualidade, ou seja, estar comprometida, de fato, com a sociedade.
A utilização dos meios de comunicação requer discernimento para que não se restrinja à educação apenas a esses meios, pois conforme a maneira utilizada a televisão oferece conhecimento, mas não significa que ela substitua o ensino metódico e sistemático escolar, e sim uma complementação de ensino e aprofundamento de conteúdos. No lado bom, há a possibilidade de ampliar-se o alcance social das tecnologias, favorecendo a inclusão digital de camadas mais carentes da nossa sociedade que, hoje, segundo dados do IBGE, contabilizam 90% dos lares com aparelho de televisão, mostrando o elevado grau de aceitação dessa mídia.
A TV, como tecnologia de comunicação e informação, com o intuito de entreter e ensinar passou a fazer parte do cotidiano das famílias brasileiras. Já não é mais vista como tecnologia, mas como um complemento, uma extensão do espaço escolar. Por meio desses meios, as pessoas adquirem informações e transformam suas atitudes e comportamentos, tornam-se reprodutores do que é oferecido pelo universo televisivo. E esse é um dos maiores desafios para a ação da escola, diante do que é vinculado pela televisão hoje em dia: viabilizar-se como espaço crítico em relação às informações e às manifestações veiculadas pela TV. Aos professores é designada a importante tarefa de refletir com seus alunos sobre o que é apresentado pela televisão, suas posições e problemas, reconhecer sua interferência no modo de ser e de agir das pessoas e na própria maneira de se comportar diante do seu grupo social, como cidadãos.
E a eficácia da televisão, deve-se a capacidade de articulação de suas imagens, fala, música, escrita, com uma narrativa fluida, com o desprendimento e flexibilidade em sua programação. Agora o que se falar em programa educativo? Por programa educativo entende-se aquele produzido com a intenção de educar, desenvolver a aprendizagem com uma finalidade educacional. Desde o ano de 1967, que as emissoras de TV são cobradas a ter parte da programação com a finalidade educativa, e a partir do ano de 1970, que foi especificado obrigatoriedade de programação educativa, sendo ratificada pelo projeto de lei de radiodifusão do Ministério das comunicações, em 2001, as emissoras devem "transmitir percentual mínimo de programas educativos e informativos dirigidos a crianças – entre 7h e 22 horas – e dispor de pedagogos e psicólogos para avaliar seus programas educativos".
Mas a priori, o que seria educativo, ou melhor, qual seria a melhor programação televisiva com a finalidade educacional? É claro que há grandes possibilidades de respostas, mas percebe-se que muitas vezes a intenção de educar fica subordinada a uma modalidade de programas de entretenimento cujo na grade, aparecem alguns especialistas direcionandoos assuntos de maneira informativa, categorizando-o e como consequência a perda da especificidade dessas modalidades. Sendo assim, o caráter educativo de um programa de televisão pode ser determinado a partir do que com ele se apreende na recepção.
Com os processos comunicacionais cada vez mais ágeis, a televisão assume muitas vezes o papel de “educadora”, ao incentivar a formação de opinião para um determinado assunto, tornando-se importante agente de formação, até mesmo porque o tempo dedicado à televisão costuma ser muitas vezes maior do que ao estudo.
Contudo devemos observar que a televisão é um meio tecnológico de grande potencial para auxiliar na educação. Por isso, é fundamental que os responsáveis por ela transformem este canal de informação num ambiente em que se possa aprender e selecionar de fato o que é pertinente, refletindo também na maneira e didática dos conteúdos dados em sala de aula.
Embora o processo da comunicação humana destinado a fins educacionais supere o uso de aparatos tecnológicos, a consolidação deste processo ocorre com a presença do interlocutor, através de experiências partilhadas. A afinidade dos meios torna possível a afinidade entre as pessoas para a troca mútua de informações e a aprendizagem em conjunto.
Desta forma a educação é vista como um processo em que o educando, inserido em seu meio, convive com os outros e, nessa convivência, se transforma espontaneamente e também influencia na transformação de seu meio e dos outros.
Educar com novas tecnologias é um desafio que até agora não foi enfrentado com profundidade. O que se tem feito são apenas adaptações, pequenas mudanças. Agora, na escola, no trabalho e em casa, podemos aprender continuamente, de forma flexível, reunidos numa sala ou distantes geograficamente, mas conectados por meio de redes de televisão e da Internet. Vivemos uma época de grandes desafios no ensino focado na aprendizagem. Vale à pena pesquisar novos caminhos de integração do humano e do tecnológico; do sensorial, do emocional, do racional e do ético; do presencial e do virtual; de integração da escola, do trabalho e da vida.
3. Resultados Parciais
Considerando que todo ser humano é produtor de cultura, concebida como “criação, apropriação, transmissão, interpretação dos bens simbólicos e suas relações” (FERREIRA SANTOS, 2004, p.61), o processo de produção de comunicação na ótica da educação é percebido como maneira de compreender as pessoas como sujeitos capazes de modificar o meio em que vivem e atuam.
Na perspectiva atual, os meios de comunicação mais populares, como rádio e TV, destacam sons e imagens muitas vezes distintos da realidade, como se fossem “imagem de uma única cultura e uma única história, ocultando a divisão social interna” (CHAUÍ, 1995:296).
Com esse cenário, há uma relação íntima com a televisão, que não é direta nem sequer democrática, a ponto de dizer que a audiência escolhe o que vai ser mostrado na TV. Simultaneamente ao tempo que recebem uma programação pronta, os telespectadores montam seu programa ao passear pelos canais, fazendo uma colagem que inclui vários gêneros televisivos.
Nesse sentido, é importante destacar as ações comunicacionais voltadas para a prática da educação, com a intenção de fortalecer o pensamento crítico e indagador dos receptores, tornando-se instrumentos capazes de incentivar os telespectadores, principalmente estudantes, a se apropriarem deste universo.
Após levantamento de dados é possível conferir na tabela a seguir os programas educacionais veiculados nas emissoras abertas brasileiras, bem como seus horários de veiculação e frequência. 
Tabela 1. Programação Educativa
	REDE GLOBO
	Dia
	Início
	Término
	Nome do Programa
	Segunda a Sexta
	05:07
	05:22
	Telecurso Profissionalizante
	Segunda a Sexta
	05:22
	05:36
	Telecurso TEC
	Segunda a Sexta
	05:36
	05:49
	Telecurso Ensino Médio
	Segunda a Sexta
	05:49
	06:02
	Telecurso Ensino Fundamental
	Sábado
	06:00
	08:00
	Como Será?
	
	
	
	
	BAND
	Dia
	Início
	Término
	Nome do Programa
	Sábado
	11:45
	12:00
	Mackenzie em Movimento
	
	
	
	
	TV CULTURA
	Dia
	Início
	Término
	Nome do Programa
	Domingo
	00:00
	00:30
	Cultura Memória
	Segunda a Sexta
	06:00
	06:15
	Novo Telecurso Ensino Fundamental
	Segunda a Sexta
	06:15
	06:30
	Novo Telecurso Ensino Médio
	Segunda a Sexta
	06:30
	06:45
	Telecurso TEC
	Segunda a Sexta
	06:45
	07:00
	Telecurso Profissionalizante
	Sábado
	15:30
	16:30
	Especial Cultura 45 anos
	FUTURA
	Dia
	Início
	Término
	Nome do Programa
	Domingo
	00:30
	00:50
	Pelo Campus | PUC-Minas
	Domingo
	Diversos
	Diversos
	Futurapédia
	Segunda a Sexta
	Diversos
	Diversos
	Novo Telecurso Ensino Fundamental
	Segunda a Sexta
	Diversos
	Diversos
	Novo Telecurso Ensino Médio
	Segunda a Sexta
	Diversos
	Diversos
	Telecurso Profissionalizante
	Segunda a Sexta
	21:25
	21:30
	PSA – Campanha de Valorização dos Professores
	Quinta e Sexta
	03:00
	04:00
	Destino: Educação
	Quinta
	04:00
	04:20
	Nota 10 A Cor Da Cultura III
	
	
	
	
	TV ESCOLA
	Dia
	Início
	Término
	Nome do Programa
	Segunda
	Diversos
	Diversos
	Ao pé da letra
	Terça
	Diversos
	Diversos
	Sua escola, nossa escola
	Segunda/Quarta
	Diversos
	Diversos
	Salto para o futuro
	Quinta
	Diversos
	Diversos
	Matemática e o início da civilização
	Quinta
	Diversos
	Diversos
	Destino: Educação
	Sexta
	Diversos
	Diversos
	Caminhos da escola
	Sábado/Domingo/Quarta
	Diversos
	Diversos
	Educadores
Fonte: Dados da pesquisa.
Conforme aponta o artigo 221 da Constituição Federal, que trata da programação de emissoras de televisão e rádio abertos no Brasil, devem ser enfatizados os programas que valorizem a educação, cultura e manifestações artísticas.
Em relação ao percentual horas/semana da grade televisiva das emissoras analisadas, a Rede Globo (GLOBO) dispõe cerca de 3,92% de sua programação semanal voltada para a educação. Presente em 98,6% dos municípios brasileiros (IBOPE, Fevereiro de 2014) é a emissora com maior abrangência nacional.
A Rede Bandeirantes de Televisão (BAND) atinge aproximadamente 89% dos municípios brasileiros (EDTV IBOPE 2014 - Censo IBGE 2000 – Ajuste PNAD 2009) e dispensa apenas 0,14% de sua programação semanal voltada a programas educativos. Em relação a ambas, pode-se afirmar que é inegável que apesar de toda esta preconização, faltam programas e conteúdos voltados para a educação. Na prática, a televisão deveria ser a chance de se promover a valorização da educação, da família, da moral e dos bons costumes. Todavia, o que se percebe é que a televisão tornou se objeto de disputa aos maiores lucros e contratos comerciais.
Não bastasse o fato de faltarem programas críticos na programação, é curioso observar que as programações ricas em conteúdo político, analítico e formador de opinião ocupam na maioria das vezes as madrugadas nas emissoras de televisão, em horários incomuns de grande parcela da sociedade, principalmente quando se refere às crianças e adolescentes, que deveriam ser priorizados no acesso aos programas educativos.
Nota-se que a oferta de programação na televisão brasileira é distribuída exclusivamente de acordo com critérios comerciais e de audiência. O telespectador brasileiro foi doutrinado por décadas a supervalorizar o espetáculo, e fadado a se esquecer da relevância de outros tipos de conteúdo. A comunidade de estudantes brasileiros, por exemplo, é extensa, e faltam programas que despertem o interesse pela leitura ou pela formação intelectual.
Ao analisar as emissoras TV Cultura, Futura e TV Escola, os dados da programação semanal educativa corresponde a 3,86%, 6,54% e 9,82% respectivamente. No dia 30 de janeiro de 2014, o instituto de pesquisa britânico Populus divulgou que a TV Cultura é o segundo canal de maior qualidade do mundo, atrás apenas da BBC One. Por sua vez, o canal atinge apenas 26% dos municípiosbrasileiros (IBOPE, Novembro 2013 a Janeiro de 2014).
Em relação à posse de antena parabólica no país, apenas 37% dos brasileiros a possuem (IBOPE, Fevereiro de 2014). Uma vez que estas emissoras (TV Cultura, Futura e TV Escola) são transmitidas mediante a instalação do aparelho, a programação torna-se ainda menos acessível à população de forma geral.
Neste âmbito, a informação tornou-se produto e ainda que não necessite ser comprada diretamente pelo público, é paga pela publicidade. Este fato torna-se mais relevante quando observamos os altos índices de analfabetismo funcional no Brasil, como se estivéssemos vivendo na época da “incomunicação”, na qual, apesar da facilidade em produzir conteúdo, persiste a incompreensão e falta de interesse por parte da população.
 
4. Considerações
A chegada das TVs digitais interativas nos lares brasileiros representa o incremento de uma série de desafios sociais, econômicos e comunicacionais. Utilizadas para encurtar distâncias e redimensionar o tempo, afetando o cenário cultural de toda a sociedade, as televisões passam cada vez mais a reger a noção espaço/tempo das famílias.
Demonstra-se que o potencial dos meios de comunicação está em despertar a possibilidade de ampliar as relações existentes entre comunicação e educação, otimizando a capacidade comunicativa dos ouvintes, estes chamados por telespectadores quando se refere à TV.
Para tanto, é preciso que a televisão redefina seus processos e passe a incorporar novos ambientes em suas práticas e atividades. Todavia, as instituições educativas sentem dificuldades para incorporar as novidades e avanços tecnológicos, de forma a contribuir significativamente para sua transformação. 
Comumente as escolas e instituições formais de ensino são lentas em incorporar as práticas tecnológicas que já fazem parte da cultura extraescolar de uso dos meios de comunicação, principalmente no que tange à comunicação televisiva.
Desse modo, é necessário fundir comportamentos e práticas que disseminem não apenas a formação intelectual dos sujeitos, mas também habilidades e comportamentos que incentivem o uso dos meios de comunicação nas ações diárias.
Não se fala em substituição e sim na contribuição da comunicação na educação, incorporando de forma significativa, informações e conteúdos programados sistematicamente para que se possa alcançar o desempenho com níveis satisfatórios na educação em geral.
O acesso às mídias é um passo importante para aplicá-las em atividades educacionais, mas é insatisfatório para um uso educacional efetivo. É necessário, portanto, integrá-las adequadamente no cotidiano escolar, pois na integração das mídias, a leitura de textos, imagens, gráficos, sons, tornam-se elementos fundamentais no desenvolvimento do educando, uma vez que este já se encontra incluído no meio “midiático”.
Utilizar as tecnologias na sala de aula é transformar o modo de ensinar e integrar os conhecimentos que os alunos possuem no processo ensino-aprendizagem, porém a realidade brasileira ainda não condiz com as expectativas dos alunos e professores. É preciso uma apropriação e incorporação de estudos sobre o tema por parte dos professores.
Num cenário em que a televisão e outros meios de comunicação se colocam em disputa entre colaboração e aprisionamento, cabe à educação agir como um espaço de crítica e ressignificação – papel que, a propósito, sempre coube a ela em relação a todos os processos. 
Desta forma, é imprescindível compreender da melhor forma os meios e os processos de comunicação para deixar o estágio de percepção superficial, sem questionamentos e indagações, para uma percepção crítica, superando as prescrições existentes e que assimile a complexidade das dimensões.
Educar para a comunicação é estimular análises mais coerentes e que, ao mesmo tempo, auxiliam a expressar relações mais saudáveis e enriquecedoras entre as pessoas. É uma educação visando novas relações e expressões do ser social, não somente de forma teórica.
O conhecimento dos meios deve se completar com condutas que incentivem o pensamento crítico a fim de contribuir positivamente na sociedade. Para isso, é fundamental que a educação para comunicação se argumente a serviço da transformação democrática. 
Não basta apenas os meios de comunicação – e a televisão especificamente – mudar seu modo de mostrar o mundo, mas educadores e educadoras também deverão rever seu modo de se “apropriar” do que estes veículos despejam sobre nós e selecionar esta ou aquela informação, fazendo com que a mesma tenha sentido em sua vida.
Na medida em que a produção educativa e telespectadores apresentam aspectos universais e outros específicos, a análise dos programas educativos mostra a importância de adaptá-los a outros contextos socioculturais, e não simplesmente adequá-los. Uma vez desrespeitadas as características específicas da produção e do público-alvo, a aprendizagem e incorporação dos conteúdos educacionais de tais programas são comprometidos. Isso implica reconhecer a televisão como elemento integrante da cultura brasileira, e integrador já que propiciaria uma educação de telespectador-educando para a cidadania. Estimulados por uma programação de democrática que represente seus repertórios culturais, os telespectadores brasileiros – principalmente os estudantes - assumiriam atitudes de reivindicação, expressando suas vontades legítimas e direitos fundamentais, pressionando a escola, a família e a sociedade para respeitá-los de fato.
Referências
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1979.
BARROS, A. J. S.; LEFHELD, N. A. S. Fundamentos de Metodologia Científica. 3.ed. São Paulo: Afiliada, 2007.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto a. Metodologia Cientifica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
GIL, Carlos Antonio. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2010.
LÈVY, Pierre. Cibercultura. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1999.
LOPES, Jorge. O fazer do trabalho científico em Ciências Sociais Aplicadas. Recife: Editora universitária da UPFE, 2006.
MARCONI, Mariana de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas,2006.
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Agradecimentos
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG – pela concessão de bolsa à acadêmica envolvida no projeto.

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