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MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 1 Coordenação de Ensino FAMART http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 2 MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 3 SUMÁRIO A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS ..................................................................... 5 Conceitos-chave e tendências da mídia-educação .......................................... 12 Análise de materiais pedagógicos .................................................................... 16 A experiência internacional no contexto da educação brasileira ...................... 26 Educação, Comunicação e Saberes: a construção de uma nova sociedade ... 33 Compartilhamento de informações na mídia digital .......................................... 37 A criticidade diante dos meios .......................................................................... 40 Referências ...................................................................................................... 43 http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 4 Mídia e educação: O uso das novas tecnologias em sala de aula Fonte: https://www.hoper.com.br/?id=8#!OS-EFEITOS-DA-CONVERG%C3%8ANCIA-MIDI%C3%81TICA-NA- EDUCA%C3%87%C3%83O/cupd/54fda0170cf24585978a0d94 Fazemos parte de uma sociedade globalizada, onde existe um grande fluxo de informações, disponíveis em diversos meios de comunicação, o que por um lado facilita bastante nossas vidas e por outro exige que nos tornemos mais críticos em relação ao conteúdo que absorvemos diariamente. No que diz respeito à prática educacional, é importante olharmos para as novas tecnologias como aliadas no processo de ensino-aprendizagem, diversificando a metodologia de ensino e assim, tornando as atividades mais atraentes para os alunos, dando oportunidade de expressão e participação aos mesmos. De várias formas a mídia sempre esteve presente no contexto educacional, porém diversas vezes houve resistência em relação à sua aplicação na escola. A era digital pode possibilitar ao docente o estabelecimento de uma rede de comunicação e informação entre a escola e o cotidiano em que os indivíduos estão inseridos. Fazendo com que eles possam associar a teoria com as suas vivências do cotidiano, estabelecendo relações, fazendo comparações http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br https://www.hoper.com.br/?id=8#!OS-EFEITOS-DA-CONVERG%C3%8ANCIA-MIDI%C3%81TICA-NA-EDUCA%C3%87%C3%83O/cupd/54fda0170cf24585978a0d94 https://www.hoper.com.br/?id=8#!OS-EFEITOS-DA-CONVERG%C3%8ANCIA-MIDI%C3%81TICA-NA-EDUCA%C3%87%C3%83O/cupd/54fda0170cf24585978a0d94 MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 5 a fim de aumentar seu interesse e despertar sua criticidade. É importante que possamos refletir sobre o papel das mídias dentro da escola, bem como qual a postura o professor pode adotar frente a todas as mudanças e melhorias que elas podem proporcionar dentro do processo de ensino. Toda mudança no início gera uma certa desconfiança, até sua total implantação. No que tange ao uso de mídias diversas em sala de aula, é fundamental que o professor procure se adequar a nova realidade, tentando buscar formas de inserir sua prática educativa no contexto atual, o qual está se transformando muito rapidamente e requer novas metodologias, bem como novas linguagens adaptadas para cada situação e contexto de uso. As pessoas hoje em dia, tem o acesso ao mundo e as mais diversas informações de maneira muito ágil e fácil, o que difunde em maior escala o conhecimento, dando acesso a maioria das pessoas a ele, em tempo real. A ESCOLA E AS TECNOLOGIAS Segundo DORIGONI e SILVA (2007), no que se refere a área educacional, a mídia esteve sempre presente na educação formal, porém diversas vezes sofreu certa resistência em relação a sua aplicação na escola. Porém o impacto social causado pela chegada da tecnologia de informação e comunicação (TIC) nos últimos anos ocasionou intensas transformações em todas as esferas sociais. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 6 A escola começou pouco a pouco a fazer parte da era digital, com a implantação de laboratórios de informática, e logo em seguida o acesso a internet, o que acarretou diversas mudanças no contexto educacional. Frente a esta nova situação, cabe ao educador se questionar sobre até que ponto se deve incorporar as novas tecnologias em sua prática pedagógica e de que maneira torná-las aliadas no dia a dia em sala de aula. O avanço da tecnologia provocou uma revolução em todos os setores da sociedade, modificando as formas de trabalho, agilizando processos que antes eram mais lentos e de difícil acesso a população, e na educação isso não é diferente. O computador está presente nas casas de grande parte dos estudantes, bem como o acesso a internet está sendo mais facilitado. Muitos estudantes não sabem utilizar os livros para fazer pesquisas, pois já nasceram na era da informática e dependem muito dela. Tendo em vista que para o processo de aprendizagem se efetivar é necessário que haja motivação e interação entre professor e aluno, faz se necessário que o docente se insira no contexto da era digital, buscando novas formas de expor seus conteúdos, analisando o que é realmente importante ensinar para a nova geração. Hoje não há mais espaço para aulas meramente expositivas, onde o professor é o centro do processo, o “dono” do saber de forma incontestável. Há um fluxo de novas informações muito intenso, circulando diariamente em uma velocidade incrível, e os alunos tem acesso a elas. Sendo assim, torna-se http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 7 necessário que haja um diálogo maior em sala de aula, uma efetiva interação, onde professor e aluno aprendam juntos. Para MORAN (2004) o professor precisa aprender a gerenciar diversos espaços e integrá-los de maneira equilibrada e inovadora. Um desses espaços é uma nova sala de aula equipada e com atividades diversificadas, juntamente com as visitas ao laboratório de informática para o desenvolvimento de atividades de pesquisa, que complementam o trabalho em sala de aula. Para que o professor se utilize das novas mídias disponíveis, é necessário que ele busque conhecer a mesmas e procure a melhor maneira de utilizá-las em suas aulas, a fim de diminuir a distância entre os conteúdos das aulas e a vida dos aprendizes. O autor também afirma que a maior reclamação dos alunos é a forma como os professores ministram suas aulas, falando por horas, expondo o conteúdo, com pouca possibilidade de participação dos discentes, não ocorrendo assim uma interação professor– aluno. Se um dos objetivos do ensino é formar cidadãos críticos, capazes de interagir nas mais diversas práticas sociais, não se pode negar que o uso das mídias pode se tornar nosso aliado no processo de ensino, pois através da forma dinâmica que as informações se apresentam na rede: textos são complementados por imagens, sons, vídeos, novas informações surgem a todo momento em uma velocidade nunca antes vista, livros estão se tornando digitais, distâncias estão sendo encurtadas pelo espaço virtual. O aluno participa dessa interação em seu cotidiano, como ignorar que tudo isso tem um papel importante e deixar do lado de fora da escola todas estas mudanças? http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 8 PORTO (2006) aponta que as tecnologias disponibilizam ao usuário um vasto conjunto de informações, conhecimentos e linguagens em tempo real, proporcionando a cada um envolver-se com a tecnologia de acordo com seu modo de ver a realidade e através dessa interação criar ou recriar seus conceitos a respeito de determinados temas, tornando assim o aprendizado individualizado de acordo com suas necessidades. Para o professor, realizar um atendimento individualizado em um grupo grande e diversificado, dentro de uma sala de aula é tarefa difícil para não dizer impossível. A autora também comenta que as tecnologias permitem aos usuários uma grande interação e participação, o que os coloca no papel de sujeito de suas ações. Ela cita como exemplo um menino que tem dificuldades em relação a questões de interpretação de textos, mas tem grande facilidade para jogar um jogo de videogame em japonês, pois este o permite fazer interagir com os personagens e o torna sujeito da situação. No contexto dos jogos, existe a possibilidade do jovem criar, experimentar, interagir e perceber o que pode dar certo e o que não irá funcionar. Já na escola muitas vezes não lhe são proporcionadas tais oportunidades, tendo em vista que os professores precisam cumprir os conteúdos ditados pelo currículo, o que distancia cada vez mais o cotidiano escolar da vida dos estudantes, pois as práticas educativas não estão contextualizadas com o universo deles. “Colocamos tecnologias na universidade e nas escolas, mas, em geral, para continuar fazendo o de sempre – o professor falando e o aluno ouvindo – com um verniz de modernidade”, afirma MORAN (2004). Ele comenta que o professor apenas utiliza a tecnologia como se fosse uma “embalagem” para http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 9 ilustrar sua aula, mas a essência meramente expositiva continua a mesma, não ocorrendo uma participação dos alunos, não modificando o processo de ensino. O autor ainda argumenta que atualmente com a facilidade de acesso a internet e a evolução tecnológica, existem diversas formas de se realizar a aprendizagem, mas a escola continua sendo o centro principal do processo ensino-aprendizagem. Os desafios dessa nova realidade também são muitos, a tarefa do professor não se restringe mais apenas ao espaço físico da sala de aula, agora é preciso gerenciar atividades a distância, orientações de projetos, através de plataformas virtuais, programas de mensagens instantâneas, redes sociais, um mundo completamente novo para muitos docentes. Uma sala de aula preparada para receber tecnologias é fundamental para servir de apoio ao professor no desenvolvimento de suas aulas. Computador, projetor multimídia e acesso a internet são recursos necessários para oferecer ao professor suporte de pesquisa, tendo em vista que para que haja educação de qualidade, uma boa infraestrutura é fundamental. O professor tendo acesso a essa infraestrutura na escola, poderá fazer uso de jornais online, blogs, sites especializados no assunto que será abordado em aula. Pode ser solicitado que os alunos façam pesquisas online sobre o tema, para que depois haja uma troca de experiências, de saberes em aula. É importante que o docente saiba usar a tecnologia para educar, ensine seus alunos a ler e escrever através dela, tornando-os críticos frente a gama de informações que encontram, fazendo com que eles saibam filtrar aquilo que lhes será útil. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 10 Guia para escrever carta de reclamação ao Conar. CABEÇALHO Coloque o local onde você mora e a data, alinhados à direita Escreva o nome completo e o cargo do destinatário que, neste caso, é o diretor do Conar. Você acha essas informações no site na seção “Quem somos”. Logo abaixo, escreva o endereço completo do destinatário (veja no site do Conar). Comece sua carta com uma saudação. Faça uma breve apresentação de si mesmo(a). Apresente o motivo da sua carta: descreva a campanha, o produto e o local onde você viu o anúncio do qual está reclamando. Explique porque você está reclamando, usando argumentos construídos com a análise sistemática feita da propaganda. Use termos técnicos que foram estudados, tais como apelo, uso de signos, resposta da audiência etc. Relacione a análise com trechos do código de ética do Conar, explicando porque acha que a propaganda fere determinados aspectos do código. Finalize a carta agradecendo a atenção e deixe claro que aguarda um retorno do conselho. Esse término costuma ser alinhado à direita. Assine sua carta. Vistas em conjunto, as atividades sobre a publicidade aplicaram os conceitos‑chave de linguagem (estudo das propagandas medicamentos), representação (uso de animais em anúncios), audiência (estudo das http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 11 propagandas da Coca‑cola para públicos diferentes, produção de uma campanha para um público específico) e instituições de mídia (práticas profissionais para a construção do apelo publicitário, critérios éticos da propaganda e regulação). Ao mesmo tempo, lidaram com os conceitos estruturantes de linguagens verbal, não verbal, digital; signo e símbolo; denotação e conotação (todos mobilizados no estudo da construção de apelos com animais e na propaganda de medicamentos); análise e síntese (usados tanto no estudo longitudinal das propagandas quanto no estudo dos casos da Neosaldina e do Tylenol); negociação de sentidos (experimentados no processo de criação e produção do anúncio) e cidadania (exercida na atividade sobre os direitos do público no que se refere à publicidade). A experiência resumidamente apresentada endossa os argumentos da proposta britânica de mídia‑educação, organizada a partir dos conceitos‑chave. Em três oficinas de pouco mais de três horas cada, foi possível estudar a publicidade com relativa extensão, variedade, e também foi possível aprofundar certos aspectos como a linguagem e os mecanismos de regulação. Ao concentrar esforços no distanciamento necessário para refletir sobre as próprias escolhas, os estudantes tiveram oportunidade de desenvolver a leitura crítica e exercitaram habilidades para representar e comunicar, investigaram sistematicamente o objeto e contextualizaram social e historicamente o problema, comparando anúncios antigos e recentes e parâmetros éticos introduzidos pelo código de autorregulamentação publicitária. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃOwww.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 12 MATERIAIS DIDÁTICOS DE MÍDIA‑EDUCAÇÃO Conceitos-chave e tendências da mídia-educação Tomando a cultura midiática como objeto de estudos, a mídia‑educação tem como objetivos incentivar a cultura da participação e fomentar habilidades críticas de leitura e escrita multimodais (QCA, 2003; ALVARADO; BOYED‑BARRET, 1992; SCHWARZ; BROWN, 2005; KRESS, 2000). Na prática, trabalha‑se para promover um conjunto de habilidades que “empoderem” o público para se engajar na cultura midiática. Essas habilidades, que incluem leitura e escritas verbal, visual, audiovisual, familiaridade com códigos e convenções, procedimentos para análise crítica e domínio técnico para lidar com equipamentos e sistemas, trazem à tona algumas questões: as atuais habilidades de leitura e escrita requeridas para o trabalho, o lazer e a vida pública são uma extensão das habilidades tradicionais ou caracterizam alguma forma de ruptura com as tradições do conhecimento e da aprendizagem? Se são novas habilidades, como ensiná‑las? Se são as mesmas, como ter certeza disso? Fonte: https://plus.google.com/115631509377443734653 http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 13 Para Livingstone (2003), a leitura que emerge com as novas mídias é sim um processo “mutante” e que será mais bem compreendido na medida em os estudiosos tomarem em consideração uma definição mais democrática e histórica do processo. Assim, a leitura das mídias é a versão atual da interpretação de símbolos mediados — uma prática tão antiga quanto a civilização — e, nesse sentido, o ato da leitura é mais bem compreendido quando tomado como uma coprodução, uma disputa interativa entre tecnologia e usuário, ambos moldados por instituições sociais e culturais. Nesse contexto, a mídia‑educação adquire alguma especificidade em relação ao estudo “tradicional” da linguagem (a exemplo do que ocorre na proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais), porque se preocupa em estudar a mídia a partir de sua cultura específica. E o faz guiando‑se por quatro conceitos centrais para a compreensão desse fenômeno, que tem uma faceta tecnológica e implica o domínio de equipamentos e procedimentos técnicos, mas que é, essencialmente, cultural (JENKINS, 2008). Em outras palavras, independemente de tratar do “velho rádio”, da “velha publicidade de TV”, das novas formas de se adquirir informação pelas redes sociais, da edição de vídeos digitais de bolso ou do in game advertising, os educadores são comprometidos com o desenvolvimento de habilidades críticas para o acesso, a avaliação, o uso e a produção de mensagens usando as mídias. Isso pode ser feito a partir de quatro conceitos‑chave (LUSTED, 1991; BUCKINGHAM, 2003; QCA, 2003; UNESCO, 2011). O primeiro deles é a linguagem, pensado para demonstrar que o sentido das mensagens não é algo óbvio, mas resultado do emprego de uma série de http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 14 procedimentos técnicos e simbólicos que reconstroem a realidade na tessitura da mensagem. As atividades pedagógicas são planejadas para se mover da ideia de transparência (isto é, de que os significados são óbvios e refletem a realidade) para uma abordagem analítica e questionadora de como o significado foi construído pelos recursos de linguagem. O segundo é a audiência, que foca o estudo dos usuários da mídia, suas reações e comportamentos. As atividades pedagógicas devem exercitar as relações entre as estruturas do texto e as comunidades interpretativas. O terceiro conceito, instituições de mídia, refere‑se ao estudo de práticas profissionais que se repetem até que se tornem um conceito geral e abstrato de como fazer, passando a descrever algo aparentemente objetivo. Cabe ao pensamento crítico refazer o percurso histórico, do processo inicial à abstração, trazendo à tona relações de poder que moldaram os diversos procedimentos de, por exemplo, produzir notícias ou criar apelos publicitários. Assim, a naturalização de algo cultural resulta na definição de critérios para o que merece e o que não merece ser notícia, o que é ético ou antiético na indústria do entretenimento, quais são os parâmetros que separam a censura da regulação de mídia e da liberdade de expressão. A representação é o quarto conceito, e procura trazer à tona as variações na construção de valores, personagens e argumentos sobre um mesmo tema, e que variam de acordo com a época, o lugar, a intencionalidade do produtor e as expectativas do público. Promover a mídia‑educação a partir dos conceitos‑chave parece ser uma prática com vantagens para a educação escolar porque: http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 15 1. permite o estudo da mídia em termos de extensão, variedade e profundidade; 2. concentra esforços em algo relevante para leitura crítica, que é o distanciamento necessário para refletir sobre as próprias escolhas; 3. orienta o estudo sistemático, independentemente das constantes inovações tecnológicas e do surgimento e desaparecimento de produtos que viram moda; 4. integra‑se com facilidade à proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais porque, no final das contas, foca as mesmas competências gerais de comunicar e representar, investigar e compreender, e contextualizar social e historicamente (BRASIL/MEC, 1999). Na Inglaterra e nos Estados Unidos, pelo menos desde os anos 1980, os educadores questionam, em primeiro lugar, se é mesmo necessário formalizar o estudo da mídia no currículo, já que, dados os limites de tempo, isso implicaria a retirada de componentes tradicionais já estabelecidos. Uma vez aceita a inclusão do assunto, ainda é preciso definir se ele se integraria às disciplinas estabelecidas, fazendo parte, por exemplo, do programa de História, de Sociologia, de Inglês (ou Português, no caso brasileiro), ou se haveria necessidade de firmar uma nova disciplina específica. O fato é que o estudo da mídia na escola vem se estabelecendo, seja como componente de outras disciplinas, seja como disciplina autônoma. Nos dois casos, trata‑se de uma área que oferece novas oportunidades de engajamento, participação, exercício da argumentação e da criatividade mas, como alerta Buckingham (2012, p. 55), “as competências para abraçar essas oportunidades não são igualmente http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 16 distribuídas entre as pessoas e não surgem, simplesmente, porque elas têm acesso à tecnologia”. É preciso haver uma ação pedagógica consistente, e a oferta de materiais didáticos de qualidade parece ser uma parte importante dessa empreitada. No Reino Unido, a mídia‑educação é praticada há mais de 60 anos e, por isso, conta com uma diversidade de materiais pedagógicos. A próxima seção fará uma análise de títulos voltados para estudantes do equivalente ao Ensino Médio brasileiro. Análise de materiais pedagógicos Um exame nos acervos da biblioteca do British Film Institute e do Instituto de Educação da Universidade de Londres mostra que, já nos anos 1930, educadores e pesquisadores estavam à procura das melhores práticas para promover o uso crítico da mídia entre os jovens que, naquela época,consistia do cinema, do rádio, dos jornais, das histórias em quadrinhos e do disco. Selecionamos 5 materiais publicados num intervalo de 72 anos, que ilustram a evolução das atividades de mídia‑educação, tanto em termos didáticos, quanto no emprego de tecnologias. O título mais antigo encontrado é um livro chamado Teaching motion‑pic‑ture apreciation: a manual for teachers of high‑school classes (Ensinando apreciação da imagem em movimento: um manual para professores do Ensino Médio) (POLLARD, 1933). Trata‑se de um livro de 58 páginas, organizado em duas partes. A primeira discorre sobre propósitos e métodos de http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 17 ensino da apreciação de filmes; a segunda discute a questão da apreciação e oferece um passo a passo para o professor selecionar filmes, avaliar a história e os mecanismos de produção. A proposta da autora é aprofundar as análises do texto midiático em si, sem permitir que se desvie o foco para o assunto ou imprecisões históricas. Ao analisar cenas, não se deve gastar energia para memorizar diferentes tipos de enquadramento de câmera ou enfatizar excessivamente os mecanismos usados na produção. “O filme é uma arte, e deveria ser estudado como tal. Por esta razão, será preciso manter constante atenção para manter as discussões da sua classe focadas nos objetivos certos” (POLLARD, 1933, p. 3). O método de análise proposto é emprestado da literatura: ver como a história é organizada, quem são os personagens, o que acontece com eles, como são os cenários e que tipo de reação esses recursos despertam no público. As discussões devem ser guiadas metodologicamente, e a autora sugere que o professor eleja um problema como, por exemplo, as nuances de verdade e fantasia presentes na história e, a partir daí, conduza a conversa. A segunda parte apresenta um conjunto de 11 lições que poderiam compor um curso sobre cinema e que incluem estudar conteúdo e técnicas de produção de sinopses, análise de material promocional de filmes de diversos gêneros, conversa com um crítico de cinema para aprender como se faz crítica, estudo de plots, cenários, fotografia, personagens. Nas duas últimas lições, os alunos devem reunir o conhecimento que produziram e organizar um guia de análise de filmes e, de posse do guia de referências, escolher filmes para continuar o exercício de apreciação. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 18 À primeira vista, a proposta é contemporânea e certamente continua sendo praticada em salas de aula mundo a fora, inclusive na universidade. Entretanto, se compararmos o conteúdo deste livro com outros mais recentes, pelo menos dois aspectos chamam a atenção: a abordagem de Pollard se limita à leitura, o que era de se esperar numa época em que os recursos tecnológicos eram mais caros, mais complicados e menos portáteis; o livro traz instruções muito abrangentes e abstratas. Hoje, não se concebe mídia‑educação somente como leitura; é preciso combiná‑la com a escrita, isto é, com atividades de produção. Os recursos atuais apresentam estudos de caso, oferecem fichas de atividades e critérios de avaliação. A pedagogia de um modo geral evoluiu, e a mídia‑educação acompanhou essa evolução. Teaching about television news (Ensinando notícias de televisão) (MASTERMAN, 1975) é um intermediário entre os pioneiros dos anos 1930 e os educadores contemporâneos. O texto relata uma experiência com simulação de notícias para alunos do Ensino Médio. Começa com uma justificativa para a atividade, depois explica o que é a simulação, quais habilidades esse exercício desenvolve, apresenta o material usado no experimento e discute os resultados, reproduzindo trechos de avaliações feitas pelos próprios alunos. Simulação é um tipo de exercício diferente da produção. Enquanto nesta o foco está num produto final, naquela o foco está na relação entre escolhas e possíveis consequências. Foi nessa segunda perspectiva que o autor realizou um experimento com seus alunos e depois ensinou como fazer. O professor divide a classe em grupos de 7 a 10 alunos e distribui resumos de notícias reais, recentes e locais, retiradas de um telejornal e de um jornal impresso. Os alunos http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 19 devem selecionar as notícias desse conjunto para produzir um telejornal. Podem reescrevê‑las e ampliar seu conteúdo, simulando entrevistas. O telejornal deve durar exatamente 10 minutos e deve ser atraente para a audiência. A exibição será feita ao vivo. Antes de apresentar o telejornal, os alunos devem entregar o roteiro das notícias para os colegas. Depois de descrever o material, o autor apresenta os resultados da atividade em termos de aprendizagem: o exercício promoveu a colaboração, foi feito sem a necessidade de premiação ou punição da nota, desenvolveu habilidades de comunicação em situações privadas e públicas, exigiu o uso de habilidades pessoais dos estudantes (tocar guitarra para criar uma melodia de abertura do telejornal, desenhar os grafismos do cenário, representar um repórter ou um entrevistado, realizar uma tarefa num tempo determinado). O material traz uma discussão sobre o método de análise de notícias que deve embasar atividades de simulação. O autor sugere que os estudantes sejam estimulados a responder a pergunta: o que faz uma notícia ser notícia? Ao desmontar e remontar as mensagens, os alunos têm dados para responder questões‑chave, úteis para se pensar sobre as notícias na TV: são uma fotografia precisa do mundo real? Por que assuntos desagradáveis, estranhos ou excitantes têm um papel tão importante nas notícias? Como as TVs fazem para tornar as notícias mais dramáticas e excitantes? Quais são os assuntos mais longos e complicados de serem apresentados? Em que medida as notícias são escolhidas simplesmente porque têm apelo visual? De que forma podem ser apresentadas para causar o máximo impacto? http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 20 Quase 40 anos após a publicação, a proposta de Masterman ainda soa contemporânea. O professor organiza a informação, mas o protagonismo é dos alunos; o material usado parte do repertório dos estudantes, o autor problematiza a prática de condicionar um exercício a uma nota e mostra como a atividade obtém engajamento pela natureza do assunto a ser investigado. Teaching Digital Video Production (Ensinando Produção de Vídeo Digital) (FRASER, 2003) faz parte da coleção Teaching Film and Media Studies (Ensinando Filme e Estudos de Mídia), editada pelo British Film Institute, e parece incorporar teorias e práticas contemporâneas ao estudo do audiovisual. O livro é composto por três capítulos: “Introdução”, “Equipamento e princípios” e “Mão na massa”. No final, há um pequeno texto discutindo a questão da criatividade, mais um glossário, lista de referências bibliográficas e websites pertinentes. Na introdução, o autor justifica a produção de vídeo na escola com quatro argumentos: estimula a autoexpressão; desenvolve habilidades de aprender por si mesmo e com o trabalho colaborativo; oferece oportunidade de treinamento técnico; é um campo privilegiado para a desconstrução da linguagem audivisual, logo desenvolve habilidades de leitura. A seguir, localizaas atividades de produção no currículo dos cursos AS e A2, e sintetiza as diretrizes de avaliação dos awarding boards para a área de estudos de mídia. Assim como a educação faz com outras áreas, no ensino de mídia também é possível ter descritores e referenciais sistemáticos. A parte prática é composta por quatro planos de trabalho. O plano 1 foca questões técnicas e inclui produção de stills (como são chamadas as fotos http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 21 tiradas durante o trabalho de captação de imagens), captação em vídeo, edição e uso de trilha sonora, gravação externa com uso de claquete e edição desse material. O plano 2 tem como objetivo compreender os mecanismos de construção de sentido usando a linguagem audiovisual. Deve ser feito em seis aulas que incluem produção de storyboard e prática de enquadramentos, construção de sequências e montagem e criação de um pequeno filme usando a estrutura dos três atos: baseados em um gênero e um protagonista, os alunos devem desenvolver uma história que inclua a normalidade inicial, os eventos‑chave e a resolução. O plano de trabalho 3 foca o uso de editores de vídeo e consiste de tarefas como criar um projeto, salvar, importar clips, usar a timeline, adicionar e ajustar áudio, aplicar efeitos, alterar a velocidade, fazer narração, adicionar faixas de som, inserir texto. Finalmente, o plano 4 ensina a produzir um videoclipe, contemplando também as habilidades de análise e a produção de um trabalho escrito. Envolve analisar videoclipes antigos e atuais, entrevistar profissionais da área para investigar estilos de produção, planejar um produto e executá‑lo, aplicando o que foi exercitado nos planos de trabalho anteriores. Ao final, deve‑se produzir um relatório da experiência, discorrendo sobre a ideia original, os resultados obtidos e a aprendizagem pessoal. O autor ressalta que a avaliação da criatividade dos alunos não deve ter como foco exclusivamente a criação de algo original, mas levar em conta a aprendizagem resultante da produção. Nesse sentido, o livro dialoga com o conceito contemporâneo de leitura crítica como a capacidade de autorreflexão. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 22 Um dos aspectos que se destacam em Teaching Digital Video Production é a capacidade que o autor teve de abordar questões técnicas e profissionais de produção de vídeo sem perder o foco na educação para a mídia. Esse é um risco real: ao tentar realizar tarefas técnicas complexas que acabam tomando o tempo da atividade, pode acabar sobrando pouco espaço para a reflexão crítica. Fraser soube driblar esse problema, criando atividades que vão gradativamente aumentando a complexidade, e soube combiná‑las com exercícios nos quais os alunos recolhem o retorno dos colegas para refletir sobre a linguagem das mensagens que estão criando. Uma visão abrangente da cultura midiática é proposta pelo The Media Pack (Pacote de Mídia) (GRAHAME, 2002), editado pelo English and Media Centre. O material pretende ser um recurso educacional completo para professores de inglês que queiram introduzir o estudo da mídia em suas aulas. Todos os conteúdos e atividades dialogam com as prescrições do currículo do equivalente ao Ensino Médio, exercitam leitura e escrita de textos verbais e não verbais. É composto por 5 unidades. A unidade 1 parte do filme Bait, do diretor inglês Tim Shankland, para tratar do estudo da linguagem do cinema, analisando a estrutura narrativa, a construção das cenas e dos personagens, as representações sobre pobreza, relação entre pais e filhos e infância. O material traz o filme de 12 minutos na íntegra, extratos feitos para exercícios específicos e uma entrevista com o diretor, explicando o que pretendeu mostrar com o filme e como construiu as cenas para expressar seu ponto de vista. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 23 A unidade 2 utiliza um caso real — a marca de chocolate Dubble, que vende produtos baseados no comércio justo — para incentivar os alunos a produzir anúncios publicitários. As tarefas básicas são estudar o briefing gravado em vídeo por uma funcionária da companhia, elaborar uma campanha que comunique os valores da empresa, realizar pesquisa de audiência para verificar em que medida a mensagem atingiu o público‑alvo. Na unidade 3, deve‑se estudar o contexto da produção de séries televisivas sobre crimes, tentando compreender como esse gênero evoluiu desde os anos 1950, porque é tão popular, como representa segmentos sociais em disputa (a lei contra os criminosos, por exemplo) e como os personagens e as histórias são construídos. A unidade 4 foca o estudo das revistas para adolescentes e propõe a criação e produção de um novo título, tendo como objetivo promover uma visão “de dentro” do processo de produção. Os alunos devem analisar sistematicamente produtos disponíveis no mercado, prestando atenção em aspectos como estilo da capa, modo como as reportagens são construídas e apresentadas, que valores e mensagens são comunicados, como são feitas as fotos, quais são as características do layout. Tal estudo deve ser revertido na criação de uma nova revista. Os alunos devem criar o nome, o slogan, a capa, o editorial, exemplos de reportagens, fotografias e o layout. A unidade 5 parte dos gostos musicais dos alunos e cria atividades que os façam refletir sobre suas ideias subjetivas acerca da música. O ponto de partida é o programa Desert Island Discs veiculado pela rádio BBC4 desde 1942, no qual pessoas famosas são chamadas para apresentar 8 canções que http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 24 levariam para uma ilha deserta e explicar porque as levariam. Os alunos devem criar um roteiro semelhante, usando as músicas que eles levariam para a ilha, apresentando as razões de tais escolhas. Talvez para poder lidar com a questão dos direitos autorais, o The Media Pack encontrou uma solução inteligente: utilizar produtos midiáticos alternativos ou produzidos por canais públicos, cujos autores não veem problema em ceder os direitos para fins educativos, além de colaborar dando entrevistas em vídeo para compor os exercícios do material. Não há uma só atividade que não tenha um roteiro detalhado, o que previne dispersão. Finalmente, Behind the Scenes (Por trás das cenas) (Film Education Council, 2007) trata do sistema de classificação de conteúdos midiáticos no Reino Unido. É um DVD ROM interativo sobre a política, a metodologia e os procedimentos do British Board of Film Classification (BFCC) e se enquadra no conceito‑chave de instituições de mídia. O material é dividido em quatro seções. A primeira se chama “Teste o que você realmente sabe sobre o BFCC”. Em uma das atividades, o usuário navega por filmes que fizeram sucesso, mas também geraram polêmica, conhecendo o teor das reclamações registradas e o modo como o regulador lidou com cada caso. Outra atividade explora as categorias de classificação, que vão do universal ao proibido para menores de 18 anos. Num painel, são mostrados fatos comumente encontrados em filmes e o usuário deve escolher em qual categoria aquele fato é classificado. Assim, por exemplo, o fato: “Temas adultos são aceitáveis, mas seu tratamento precisa seradequado para adolescentes mais novos. O uso de linguagem grosseira não pode ser frequente e atitudes racistas devem ser tratadas com especial atenção” http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 25 é algo que cabe na categoria 12 A (não recomendável para menores de 12 anos). Na quarta atividade, o usuário conhece alguns dados quantitativos que ajudam a compreender o cenário de classificação de filmes: a altura mínima do logotipo quando impressa em capas de DVDs e quanto custa classificar um filme. A segunda seção permite que o usuário se coloque no lugar de um classificador e explore o sistema. Um painel traz a descrição de uma cena, e o usuário deve decidir a qual classificação essa cena pertence. Ao acertar, o painel mostra um filme que se enquadra naquele caso. Assim, por exemplo, a cena que “contém fantasia de horror e violência moderada” recebe classificação 12 A e está presente no filme “Batman Begins”. Já a cena que “contém violência racista e linguagem grosseira e violenta” recebe classificação 18. O filme This is England, do diretor Shane Meadows, recebeu um 18, apesar dos protestos do diretor. A terceira seção explora a rotina do BBFC. O estudante navega por um gráfico interativo que mostra o fluxo de trabalho desde a submissão até o lançamento de um produto. Outra atividade reúne trailers e mostra que, por questões comerciais, o mesmo filme pode ter trailers diferentes, já que os produtores querem alcançar diferentes audiências, mas também por razões inerentes à preservação dos direitos do público, já que as pessoas entram no cinema sabendo que filme vão assistir, mas sem saber quais trailers virão primeiro. Uma terceira atividade traz um clipe do filme “Lara Croft – Tomb Raider”, em que os atores Angelina Jolie e Iain Glen travam uma luta de morte. O usuário deve escolher uma das quatro classificações possíveis (Universal, Acompanhado pelos pais, 12 anos e 15 anos) e editar o clipe para caber em http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 26 cada uma delas. A tecnologia permite que o usuário faça cortes e veja o resultado, depois compare com a descrição de cada categoria. Na quarta seção, o usuário navega por uma linha do tempo que começa em 1912 (quando o BBFC foi criado) e termina em 2007, ano de lançamento do DVD. É possível conhecer detalhes de produções polêmicas e o modo como elas foram classificadas, quais foram banidas, que tiveram suas classificações modificadas e porquê. Ao concluir as atividades, o usuário teve a chance de conhecer as nuances desse processo, compreender as razões que geram tanto debate e polêmica, perceber que se trata de um processo histórico, fruto de jogo de forças entre a indústria midiática e os órgãos de governo que trabalham para preservar direitos do cidadão. A análise desses cinco exemplos em termos de estrutura de organização, conteúdo, atividades e aporte conceitual subjacente sugere que, a despeito de serem produzidos para um contexto educacional diferente do nosso, na essência, dialogam com preceitos pedagógicos e referenciais para o ensino nas escolas brasileiras, em especial aqueles presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais para a área de Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias para o Ensino Médio. A terceira parte deste texto fará tal aproximação e descreverá a aplicação desse exercício na produção de materiais didáticos usados em oficinas ofertadas a estudantes do Ensino Médio no Laboratório de Mídia‑educação da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. A experiência internacional no contexto da educação brasileira http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 27 Em seu conjunto, os Parâmetros Curriculares para o Ensino Médio da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias delimitam três grandes competências fundamentais para o Ensino Médio: comunicar e representar; investigar e compreender, contextualizar social e historicamente os conhecimentos. Essas três competências se desdobram em outras cinco mais específicas: dominar diferentes linguagens; compreender processos de natureza social, natural e tecnológica; diagnosticar e enfrentar problemas; construir argumentações; e elaborar proposições solidárias (BRASIL/MEC, 1999, p. 15‑16). Especificamente na área de Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias, o primeiro grupo, das competências fundamentais (comunicar e representar), é o ponto de partida para a elaboração dos chamados “conceitos estruturantes” (BRASIL/MEC, 1999, p. 15‑16) que incluem, por exemplo, linguagem verbal, não verbal e digital, signo e símbolo, conotação e denotação, análise e síntese, classificação, metalinguagem, negociação de sentido. A combinação e a recombinação dos conceitos estruturantes de cada uma das competências gerais podem se materializar em planos de aula e projetos temáticos disciplinares ou interdisciplinares que contemplem o domínio técnico das linguagens e códigos, mas que também usem ferramentas semióticas a fim de estimular o estudante a transcender os limites de sua experiência imediata, para “trabalhar as linguagens não apenas como formas de expressão e comunicação, mas como constituidoras de significados, conhecimentos e valores” (BRASIL/ MEC, 1999, p. 24‑25). O documento recomenda que “nessa seleção é necessário distinguir entre os conteúdos assimiláveis pela vivência http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 28 extraescolar e aqueles cuja assimilação requer um planejamento específico” (BRASIL/MEC, 1999, p. 31). Partir do conhecimento que o jovem já tem sobre mídia e aprimorar tal experiência à luz dos preceitos da mídia‑educação é uma forma viável e produtiva de realizar o que recomendam os PCNEM. Nessa perspectiva, de diálogo entre os conceitos‑chave da mídia‑educação e os Parâmetros Curriculares Nacionais para a área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, é que foram elaborados materiais didáticos para o Ensino Médio, testados em oficinas oferecidas pelo Laboratório de Mídia‑educação. A publicidade foi um dos temas estudados, conforme o plano de trabalho resumido no Quadro 1. O material didático resultante é organizado em fichas de atividades que compreendem análise da linguagem e das representações criadas por anúncios diversos, construção do apelo e mecanismos de regulação da publicidade. A seleção desses quatro temas procurou abranger os quatro conceitos‑chave descritos no início, como se verá a seguir. Os exercícios devem ser feitos com uso concomitante do site Youtube. A primeira ficha reúne frames de dois filmes publicitários do refrigerante Coca‑cola para públicos diferentes e questões para guiar a observação atenta da narrativa, como: quem são os personagens de cada anúncio? O que cada personagem faz ao longo da narrativa? Que valores associamos aos personagens e às suas ações? Qual é o papel do refrigerante no desenrolar das ações? Que valores associamos aos personagens e suas ações e ao refrigerante no desenrolar da narrativa? Considerando os personagens, os cenários e as http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 29 ações realizadas por eles, quais sãoos prováveis públicos que se identificam com a mensagem de cada anúncio? Ao responder e discutir as questões, os estudantes são levados a criar hipóteses sobre os usos da linguagem e as representações que criam, bem como sobre o modo como o público pode responder às mensagens. A segunda ficha reúne frames de dois anúncios antigos, que têm em comum o uso de animais como personagens. O primeiro usa coelhos para anunciar pilhas, e o segundo usa cães para anunciar amortecedores de carro10. As seguintes questões devem ser discutidas em duplas: por que os criadores das propagandas escolheram coelhos para vender pilhas e cães para vender amortecedores? Que qualidades associamos a esses animais? Que outros produtos ou serviços eles poderiam vender? Em outro exercício da mesma ficha, o material traz imagens de um sapo, uma águia, formigas e borboletas em quadros com espaços para escrever textos e colar uma imagem ou logotipo de um produto, que pode ser real ou fictício. Em duplas, os estudantes devem pensar em produtos ou serviços que poderiam ser anunciados por esses animais e rascunhar quatro anúncios. Essas atividades foram inspiradas na metodologia do The Media Pack e mobilizam principalmente os conceitos‑chave de representação e instituições de mídia. A terceira ficha investiga com mais precisão a construção do apelo. A partir da decopagem de dois anúncios de analgésicos, um da Neosaldina e outro do Tylenol, os estudantes devem identificar os elementos da linguagem visual, textual e sonora de cada anúncio responsáveis pela construção do discurso que http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 30 associa o produto a uma vantagem. Para facilitar o trabalho, os anúncios foram decompostos Quadro 1 Plano de trabalho das oficinas de publicidade do programa de Mídia‑educação na forma de storyboards, e o conceito de apelo foi estudado a partir de quadros criados com trechos de artigos acadêmicos que tratam do assunto, a exemplo do que foi feito no Teaching Digital Video Production, quando o autor introduz o conceito de comunicação visual. Objetivos Compreender como a publicidade usa imagens, música, diálogos e personagens para criar narrativas que associam valores a produtos e serviços. Compreender a ideia de apelo na publicidade. Conhecer mecanismos de regulação que asseguram ao público o direito de reclamar quando se sentir ofendido por um anúncio publicitário. Atividades 1. Estudar as propagandas “Ursos e Pinguins” e “Videogame” da Coca‑cola, responder questões sobre a narrativa e a identificação do público, e discutir as respostas com os colegas. 2. Estudar o conceito de apelo na propaganda e identificar o apelo de propagandas das quais o grupo se lembre. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 31 3. Estudar o modo como diversos anúncios usam animais para criar apelos: o coelho na propaganda da Duracell e o cachorro na velha propaganda dos amortecedores Cofap. 4. Usando a ficha de fotos de animais, identificar os valores associados a cada um deles e que tipo de produtos ou serviços poderiam anunciar. 5. Estudar dois anúncios de medicamentos: Neosaldina e Tylenol, disponíveis no Youtube. Identificar o modo como cada um deles representa a ideia de dor de cabeça e como criam o apelo da cura. Avaliar em qual dos apelos é mais problemático. Caso se sintam incomodados com o apelo do anúncio, onde reclamar? 6. Conhecer a proposta de autorregulação do Conar e as normas do código de ética. 7. Usando o código de ética e o conhecimento adquirido sobre a linguagem da propaganda, escrever uma carta ao Conar reclamando da distorção criada pela propaganda da Neosaldina. 8. Criar uma campanha de incentivo ao estudo em casa, focada no público formado pelos alunos conhecidos por não se engajar nas atividades escolares. Identificar um apelo ao qual esse público se sensibiliza e associar o hábito de estudar a esse apelo por meio do texto e da imagem. 9. Fazer um registro da aprendizagem no blog. Ao término da análise, é possível verificar como cada anúncio representa a ideia de dor de cabeça e como cria o apelo da cura. Esse exercício pavimenta o caminho para a discussão da ética na publicidade e dos mecanismos de http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 32 regulação, já que a análise traz à tona a associação que uma das propagandas faz entre dor de cabeça e solução de problemas. Analisando o começo, o meio e o fim do filme publicitário, percebe‑se que ele estabelece uma relação distorcida entre dor de cabeça, más condições de trabalho e insatisfação existencial. E, ao menos no plano das imagens, coloca o analgésico como a cura para os três problemas. Está criado o cenário para discutir práticas profissionais e, assim, aprofundar o estudo do conceito‑chave de instituições de mídia. Das fichas 1 a 3, os exercícios repetem a abordagem de investigar e tecer hipóteses sobre a construção do texto midiático, prática que facilita a compreensão crítica de mensagens. A diferença é que vão crescendo em complexidade e abrangência. A ficha 1 centra esforços na leitura; a ficha 2 combina leitura e simulação, a exemplo da proposta de Masterman; a ficha 3 aprofunda a prática da análise crítica e oferece instrução explícita sobre conceitos teóricos que dão sustentação à análise. A aquisição de conceitos continua na ficha 4, que apresenta o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) e traz trechos do chamado “Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária” que tratam da publicidade de produtos farmacêuticos isentos de prescrição. Conforme o código, a publicidade de medicamentos não deve mostrar personagem usando medicamentos como solução simplista para problemas emocionais ou estados de humor, e parece ser exatamente isso que uma das propagandas faz. Por fim, a ficha traz um guia com orientações para escrever uma carta de reclamação para o Conar, usando as evidências da análise crítica da linguagem e do apelo. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 33 A última ficha fornece um passo a passo para atividades de produção. Há um pequeno briefing, no qual um fictício diretor de escola solicita uma campanha que incentive os estudantes a estudar, particularmente aqueles que não se engajam nas atividades escolares. Um diagrama ajuda a fazer associações de ideias para identificar os valores prezados pelo público‑alvo e depois pensar em frases e imagens que associem esses valores (como por exemplo, a vaidade física) ao ato de estudar. Educação, Comunicação e Saberes: a construção de uma nova sociedade A comunicação e a sua interface com a educação tem sido tema de inúmeros estudos (BACCEGA, 2000; CITELLI, 2008), sobretudo, vem tomando uma proporção maior, devida a importância da educação em se adaptar de acordo com as transformações sociais e tecnológicas. Deve-se reconhecer, portanto, o papel singular que os meios de comunicação passaram a exercer no mundo contemporâneo. Para tanto, devemos discutir a premissa de que os fluxos comunicativos e as práticas pedagógicas entram em confluência. Consideramos que a educação contemporânea apreende sua inter-relação com o campo da comunicação, pelo fato da atração dos media a partir doséculo XX. A educação para a comunicação também vislumbra uma natureza virtual e visual da cultura contemporânea. Nesse sentido, os educadores precisam se apropriar de metodologias que desenvolvam no público discente a crítica relacional num universo audiovisual e virtual. Segundo Citelli (2002) “os novos http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 34 cidadãos que estamos formando necessitam saber ‘ler e interpretar’ o que vêem e também produzir e se expressar em meio audiovisual e virtual”. (CITELLI, 2002, p. 119). Assim, toda comunicação envolve conflito, poder, ideologia, negociação e nossas crianças precisam aprender a lidar com essas coisas com competência. Numa abordagem mídia-educacional, as linguagens a as tecnologias da comunicação são instrumentos que constroem o pensamento e as formas de diálogo coma realidade, sendo fundamentais para a constituição do indivíduo, das comunidades e da cidadania. Não são luxo ou alternativa educacional supérflua, mas direitos prioritários dos cidadãos que vivem na era da informação e do conhecimento. (MONTEIRO e FELDMAN, 1999 p.21). Esta reflexão torna-se um ponto de partida que amplia a discussão acerca da Educação para as Mídias, encaminhando o rompimento com modelos tradicionais de comunicação docente e nos enredam à gestão de processos comunicacionais, tendo a escola como um mundo complexo de comunicação, repleto de conexões internas e externas e, sobretudo, que a área de gestão de processos comunicacionais está presente, nos sistemas de meios e, muitos deles, são projetos com fins educativos. Castells (2001), no começo do século XXI, preconizava a incapacidade do sistema educativo tradicional de introduzir os estudantes nessa nova gama de opções e plataformas tecnológicas. Para o autor, além de estrutura financeira, seria necessário estimular uma cultura de inovação e de uma forte identidade, como estímulo social. A cultura da inovação compreende-se, “como um sistema criativo de corte artístico que realiza performances ou outro tipo de manifestações baseadas nas formas”. (CASTELLS, 2001,p.65). http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 35 Esta mudança se reflete numa nova sociedade. A absorção por parte dos jovens e crianças ainda é de difícil assimilação por parte de alguns professores. Contudo, existem novas formas de comunicação que, cada vez mais, encontram adeptos. Estas novas formas de comunicação vão de uma simples mensagem de texto enviada por celular até o Messenger, blogs, fotologs. Castellón & Jaramillo (2005), quando tratam da sociedade da informação, esclarecem que a universidade perdeu o monopólio do conhecimento e o professor deixou de ser a única forma de sabedoria e informação. A investigação destes pesquisadores nos mostra que os alunos participam de outras comunidades que fornecem formas e diferentes tipos de informação, saberes e formas de se relacionar com o mundo, como é o caso do Orkut, You Tube, My Space, Twitter ou dos blogs. Diante disso, para que estes posicionamentos teóricos sejam discutidos torna-se relevante refletir com questões que mostram que a Educação brasileira tem sua história constituída a partir das várias tendências engessadas, sendo uma das poucas ciências que se “cristalizou”. Essa caracterização “cristalizada” define bem a educação com modelos tradicionais em que, reflexivamente, percebemos que os padrões de estruturas e funcionamento das escolas pouco mudaram; os conceitos na educação continuam os mesmos; as carteiras escolares com suas cadeiras continuam sempre dispostas na sala de aula da mesma forma. A preocupação da educação, ao longo de sua história, sempre foi assegurada com as competências que o aluno deve possuir para se efetivar como cidadão na sociedade. Todavia, a grande preocupação das ciências, de http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 36 um modo geral, é com os saberes, habilidades e competências que o sujeito necessita para ser assegurado e incluído, dominando saberes para “enfrentar” a sociedade. Estas formas de saber são denominadas como “habilidades do século XXI”, com as novas exigências impostas pelo estilo de sociedade que concentra seu desenvolvimento na contemporaneidade, a partir das tecnologias de informação e comunicação. Segundo Demo (2008), Esta expressão – “habilidades do século XXI” – tornou-se comum nas discussões em torno dos novos desafios impostos pelo estilo de sociedade e economia intensivas de conhecimento e informação, puxadas freneticamente pelas novas tecnologias de informação e comunicação (TICs). Embora haja muita fantasia e retórica em torno em torno da virada do milênio, o que existe de mais concreto é o advento de modos de viver e produzir que nos lançam novos desafios, exacerbados, entre outras coisas, pela pressa das inovações tecnológicas. (DEMO, 2008, p.5). A importância de estes novos saberes para a sociedade exige novas habilidades das pessoas. Alguns autores (DEMO, 2008; TÔNUS, 2008) descrevem que estas exigências se desdobraram de novas alfabetizações, na aquisição de conhecimento. Com o desenvolvimento dos meios de comunicação de massa, sobretudo, da comunicação digital, o computador passou a ser um elemento central na vida e nas aprendizagens humanas, como também passou a ser um importante veículo de difusão na sociedade contemporânea. As mudanças culturais e sociais, assim, criaram novas educações, para repensar a sociedade e, por consequência, poder possuir outras fontes e métodos na aquisição de saberes. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 37 Compartilhamento de informações na mídia digital Segundo Freire (2002), o compartilhamento de informações configura um processo interacionista necessário à aprendizagem. Este processo pode ser um compartilhamento entre os próprios educandos, ou na relação entre aluno/professor, tendo-o em qualquer forma de relação ao compartilhar um novo processo de construção do conhecimento. É preciso substituir um pensamento que isola e separa por um pensamento que distingue e une. É preciso substituir um pensamento disjuntivo e redutor por um pensamento complexo, no sentido originário do termo ‘complexus’: o que é tecido junto. (MORIN, 2004, p.18). Para Morin (2004) qualquer cultura ou sociedade deve preocupar-se com o conhecimento humano, seus dispositivos, suas enfermidades, suas dificuldades, suas tendências ao erro e à ilusão. Nesse sentido, verifica-se que a experiência da participação de alunos em programas de inclusão digital é fundamental para uma aprendizagem significativa. Essa constatação é feita, a todo o momento, por educadores que lidam com alunos que possuem e não possuem acesso à Internet, comparativamente. Estes verificam que a rede, além de facilitar o acesso à informação, ainda estimula a pesquisa. Com o acesso à Internet, o aluno passa a escrever melhor textos e ler com multiplicidade seu mundo. Os blogs, que surgiram por acaso, acabaram sendo um sistema comunicativo que estabelece relações textuais, linguísticas e, http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 38 sobretudo,hipertextuais entre os produtores, o processo produtivo e a recepção das mensagens. Conforme Quadros (2005), o surgimento da comunicação dos blogs se intensificou ainda mais a partir de dezembro de 1997, quando o norte-americano John Barger utilizou a palavra Weblog, pela primeira vez, para descrever sites pessoais que permitissem comentários e fossem utilizados com frequência. Atualmente, os blogs, além de serem ambientes virtuais para expor idéias, também são espaços para estabelecer contatos e podem ser utilizados como ferramenta de trabalho para professores e pesquisadores na troca de conhecimento. Como exemplo temos os blogs educativos de divulgação científica, em que encontramos artigos ou trechos de capítulos de livros que podem servir de fundamentação para pesquisas. Este processo de democratização do acesso à informação redimensiona quem acessa o blog, de forma rápida, ao conhecimento. Nesse contexto, vale ressaltar que os blogs proporcionam o contato com os pares e, ao mesmo tempo na educação, facilitam o contado com os alunos, professores ou pesquisadores que navegam em busca de conhecimento e na circulação da informação mais livre e rápida, tanto para o foco específico, como para a comunidade externa. Por isso, torna-se de grande importância os programas sociais, que insiram os jovens na cultura das mídias. No caso das TIC, elas representam, mesmo que ainda com acesso limitado, uma via de comunicação e educação que não pode ser ignorada, à medida que ambas as áreas estão em constante interação, uma servindo à outra, tanto na academia, quanto no cotidiano da sociedade. (TÔNUS, 2008, p.243). http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 39 Para tanto, a história da educação nos meios de comunicação perpassa a educação formal (educação à distância, a utlização de multimeios no contexto sala), ela está presente continuamente na formação do sujeito que interage com os meios nas possibilidades cotidianas. As TIC apresentam uma importante mediação nos processos de aprendizagem, o “estar junto virtual” e aprendizagem autodirigida possuem papéis híbridos no face à face e na virtualização; sendo, portanto, possibilidades para melhorar a educação e o processo de ensino. Neste ínterim, é relevante refletir sobre aprendizagem no processo de ensino: Aprendizagem é um processo em anel retroativo-recursivo que transgride a lógica clássica, em direção a um nível cada vez mais integrado ao todo. Esse conceito de aprendizagem não visa a acumulação de conhecimentos pelos alunos, mas pretende que estes dialoguem com os conhecimentos, reestruturando-se e retendo o que é significativo (SANTOS, 2005, p. 08). Portanto, educar é fazer com que crianças, jovens e adultos dialoguem com o conhecimento. Esta lógica nos faz reconhecer que, nada está mais presente no cotidiano de todos do que a própria tecnologia, o meio digital e, neste sentido, também os processos comunicacionais. Cabe, neste viés, para que se concretize a transgressão da lógica clássica de aprendizagem (o pensamento humano a partir do diálogo com o conhecimento), as formas de educação, seja formal, informal ou não-formal interajam com este meios mídia digital, em especial os blogs. Assim, a inter-relação Comunicação/Educação legitima-se como importante campo interdisciplinar de ação e reflexão frente ao desenvolvimento das novas tecnologias da comunicação e da informação, do http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 40 deslocamento da escola como fonte privilegiada do conhecimento, enfim, da construção de uma sociedade aprendente. A criticidade diante dos meios A proposta pedagógica que preconizava uma leitura crítica propõe um receptor ativo e crítico diante dos conteúdos veiculados pelos meios de comunicação de massa. Esta seria a origem do termo Educomunicação. De acordo com Soares (2002) o conceito de Educomunicação é O conjunto das ações inerentes ao planejamento, implementação e avaliação de processos, programas e produtos destinados a criar e fortalecer ecossistemas comunicativos em espaços educativos presenciais ou virtuais, assim como a melhorar o coeficiente comunicativo das ações educativas, incluindo as relacionadas ao uso dos recursos da informação no processo de aprendizagem. (SOARES, 2002a, p. 115). Este pensamento visa a qualidade das relações interpessoais no processo, visto que tem se considerar que se tem seres humanos que estão interagindo, é de extrema relevância para o estudo da educomunicação. Baumgartner (2004) nos revela que os blogs têm um potencial intrínseco para revolucionar a estrutura organizacional dos entornos tradicionais do ensino. Para o autor, o diferencial é permitir controlar o nível de abertura desejado, facilitando sua integração nas instituições educativas em relação a outros sistemas de gestão de conteúdo mais abertos, como é o caso específico dos wikis, que podem produzir desconfiança. O autor ainda esclarece que há uma http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 41 vantagem de seu caráter exógeno em relação ao espaço educativo, mesmo porque é construído através de hiperlinks na Rede e não dependem exclusivamente de um servidor único centralizado. Observa-se, na maioria das experiências educativas com blogs, que a sua criação atinge os objetivos essenciais do aprender a aprender. A tecnologia se insere não numa reprodução de ensino tradicional, mas com traços de modernidade, que permanentemente reconstroem conhecimentos. Podemos compreender que as ações educomunicativas se dão através da atividade educativa e formativa. São inúmeras as ações que fortalecem a educação. Este fortalecimento se dá por meio de alternativas inerentes às transformações sociais, tendo em vista que a sociedade está em constante mudança e a educação e o ensino também devem se transformar. Diante disso, torna-se relevante compreender como é esta relação dialogal entre as duas áreas: A área da educação para a comunicação alimenta-se dos estudos da recepção e volta-se para as reflexões em torno da relação entre os pólos vivos do processo de comunicação (relação entre os produtores, o processo produtivo e a recepção das mensagens), assim como, no campo pedagógico, para os programas de formação de receptores autônomos e críticos frente aos meios (SOARES, 2002, p.117). Esta conexão entre as duas áreas promoveu uma mudança na pedagogia, assim nasceu a educação para os meios. Um dos protagonistas que instaurou um ambiente para pensar sobre as sociedades mediatizadas tecnologicamente foi e tem sido Jesús Martín Barbero. O pesquisador trouxe o debate da http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 42 perspectiva cultural das relações comunicacionais, trabalhando a temática “ecossistema comunicativo”. Ciltelli (2000) introduz uma indagação e repensa o processo educativo. O autor dá ênfase a velocidade das linguagens midiáticas e questiona: “Como pensar o sistema educacional, a escola, o discurso pedagógico exercitado nas salas de aula, considerando esse mundo fortemente mediado pelas relações comunicacionais, na sua dupla face de sedução e desconforto?” (Citelli; 2000, p.16). Mesmo ainda com duas realidades em conflito: uma com uma visão ainda de uma educação tradicional, que vêas mídias TIC como utópicas e conflituosas por não compreenderem sua aplicabilidade no sistema educacional e, por outro lado, há aqueles que veem somente nas relações educomunicativas um fortalecimento da educação no presente e futuro. http://www.famart.edu.br/ mailto:atendimento@famart.edu.br MÍDIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 43 REFERÊNCIAS ASSMANN, H. Reencantar a Educação – rumo à sociedade aprendente. Petrópolis: Vozes, 1998. BARBOSA FILHO, A; CASTRO, C. Comunicação digital: Educação, Tecnologia e novos comportamentos. São Paulo: Paulinas, 2008. BAUMGARTNER, P. The Zen Art of Teaching. Communication and Intereactions in Education. Proceedings of the Internacional Workshop ICL2004, Austria, OCTUBRE, 2004. CASTELLÓN, L. JARAMILLO, O. 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