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AULA 03-Inflação

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AULA 03 - INFLAÇÃO
Autor(a): Gustavo Casseb Pessoti
Olá,
Agora que já passamos pela análise conceitual e pela ótica microeconômica, vamos nos dedicar mais às análises macroeconômicas. A inflação é um dos principais problemas da macroeconomia atual do Brasil. O objetivo dessa nossa aula é compreender o conceito de inflação, seus indicadores e sua ligação com os problemas sócio-econômicos vivenciados no dia-a-dia da população, enfatizando também as conseqüências e os principais tipos de inflação encontrados no Brasil.
Vamos entender que a inflação é um dos principais problemas econômicos e que seu combate pode significar em aumento na taxa de desemprego e diminuição no crescimento econômico, causando um grande conflito para os formuladores de políticas econômicas.
CONCEITO DE INFLAÇÃO
Segundo Sandroni (2005, p. 222), o conceito de inflação é “aumento persistente dos preços em geral, de que resulta uma contínua perda do poder aquisitivo da moeda”.
Deve ficar claro assim, que esse aumento no índice de preços deve ser generalizado e contínuo, ou seja, os movimentos inflacionários não podem ser confundidos com altas ocasionais de preços, em função de fatores sazonais ou outros que acontecem em períodos limitados. De acordo com Lanzana (2001) é importante destacar que a inflação é:
(a) é um processo e não um fato isolado;
(b) envolve aumentos contínuos e não esporádicos de preços; e
(c) aumentos generalizados de preços e não isolados. (LANZANA, 2001, p. 302)
De um modo geral, não se pode padronizar as fontes que ocasionam a ocorrência de um processo inflacionário em um país. Isso vai depender das condições do momento econômico e de outros fatores que envolvem:
o tipo de estrutura de mercado (oligopolista, concorrencial etc.), que condiciona a capacidade dos vários setores repassarem aumentos de custos aos preços dos produtos;
o grau de abertura da economia ao comércio exterior: quanto mais aberta a economia à competição externa, maior a concorrência interna entre fabricantes, e menores os preços dos produtos; e
a estrutura das organizações trabalhistas: quanto maior o poder de barganha dos sindicatos, maior a capacidade de obter reajustes salariais acima dos índices de produtividades e maior a pressão sobre os preços.
Portanto, a inflação é definida como sendo uma alta persistente e generalizada dos preços na economia. A alta dos preços deve ser generalizada, ou seja, todos os produtos da economia devem sofrer acréscimos em seus preços. Se apenas alguns dos bens e serviços produzidos na economia apresentarem elevações de preços, enquanto outros apresentarem redução, isso não é inflação. Este fenômeno pode decorrer simplesmente do mecanismo de ajuste dos respectivos mercados em virtude de alterações da demanda ou da oferta.
Figura 1 - Variação anual da inflação segundo diferentes medidas
Fonte: IBGE
EFEITO SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
O processo inflacionário, especialmente aquele caracterizado por elevadas taxas, promove profundas distorções na estrutura produtiva de um país. Dentre os efeitos mais nocivos provocados por taxas elevadas de inflação, destaca-se a diminuição relativa do poder aquisitivo das pessoas. Esse efeito ocorre principalmente nas classes de assalariados que dependem de rendimentos fixos e com reajustes fixados em prazos estabelecidos por meio da política salarial instituída pelo governo. Nesse caso, quanto maior for o intervalo de reajuste maior é a redução do seu poder de compra que só é restabelecido a partir de novo reajuste.
Os governos contemporâneos colocam a redução da inflação entre as principais metas de sua política econômica. Isso ocorre porque a inflação provoca alguns efeitos na economia. O principal deles é a perda do poder aquisitivo dos salários e de outras rendas fixas, como é o caso dos aluguéis e dos lucros do sistema capitalista.
A classe trabalhadora é, sem dúvida, a que mais perde com a elevação das taxas de inflação, principalmente os trabalhadores de baixa renda, que não têm condições de se proteger, por exemplo, com aplicações financeiras, visto que consomem praticamente a totalidade de sua renda com a sua própria subsistência (alimentos, moradia e transportes).
Se os assalariados não sofrerem reajustes nominais em seus vencimentos ou se esse reajuste for inferior ao nível do índice de preços, todos perderão com a inflação, pois a elevação continuada dos preços reduzirá paulatinamente seus salários reais, ou seja, a quantidade de bens e serviços que eles podem adquirir.
Já os empresários, que podem reajustar seus preços de venda de seus produtos e, conseqüentemente, seus lucros, têm melhores condições de se proteger desse efeito danoso da inflação.
Outros efeitos provocados por esse fenômeno, a inflação, segundo Pinho e Vasconcelos (2003, p.337) podem promover profundas distorções na estrutura produtiva, devem aqui ser destacados.
EFEITO SOBRE A BALANÇA DE PAGAMENTOS
A balança de pagamentos, como veremos na aula 4, é o registro de todas as transações que um país realiza com outros do mundo. Mede o fluxo global das exportações de bens e serviços e as importações que o país realiza.
Um país que tenha inflação significativamente maior do que a dos seus parceiros poderá ter seus fluxos de comércio exterior seriamente prejudicados, pois a elevação contínua dos preços internos diminui a competitividade e o volume das exportações. De outro lado, a inflação interna faz com que as mercadorias importadas fiquem cada vez mais baratas. Isso causa um efeito bastante negativo para o país, pois tende a desestimular a produção interna, uma vez que os consumidores vão preferir comprar produtos vindos de fora com preços mais em conta. Além disso, com importações em alta e exportações em baixa, gera-se um déficit nas relações externas do país que pode comprometer as políticas públicas desse país.
EFEITO SOBRE O MERCADO DE CAPITAIS
Tendo em vista o fato de que, num processo inflacionário intenso, o valor da moeda se deteriora rapidamente, ocorre um desestímulo à aplicação de recursos no mercado de capitais financeiros. As aplicações em poupança e títulos devem sofrer uma retração. Por outro lado, a inflação estimula a aplicação de recursos em bens de raiz, como terras e imóveis, que costumam se valorizar.
No Brasil, essa distorção foi bastante minimizada pela instituição do mecanismo da correção monetária, pelo qual alguns papéis, como os títulos públicos, cadernetas de poupança e títulos privados passaram a ser reajustado (ou indexado) por índices que refletem aproximadamente o crescimento da inflação. Em épocas de aceleração da inflação, isso contribui para um verdadeiro desvio de recursos de investimentos no setor produtivo, para aplicação no mercado financeiro.
OUTROS EFEITOS
Outra distorção provocada por elevadas taxas de inflação prende-se à formação das expectativas sobre o futuro. Particularmente, o setor empresarial é bastante sensível a esse tipo de situação, dada a relativa instabilidade e imprevisibilidade de seus lucros. O empresário fica num compasso de espera, enquanto a conjuntura inflacionária perdurar, ele dificilmente tomará iniciativas no sentido de aumentar seus investimentos na expansão da capacidade produtiva. Assim, a própria capacidade de produção futura e, conseqüentemente, o nível de emprego pode ser afetado pelo processo inflacionário.
Embora os trabalhadores sejam os maiores prejudicados, as perdas salariais farão com que os capitalistas também percam, porque venderão menos, além do governo, que, com as quedas de renda dos trabalhadores e das vendas, terá a arrecadação de impostos reduzida.
No âmbito do poder público, vale destacar o efeito de altas taxas de inflação sobre as finanças públicas. De acordo com o chamado Efeito Oliveira Tanzi, a inflação tende a diminuir o valor real da arrecadação fiscal do governo, pelo hiato de tempo existente entre o fato gerador e o recolhimento efetivo do imposto (VASCONSELOS, 2003, p. 340). Nesse caso, quanto maior inflação, menor a arrecadação real do governo.
Uma vez discutidasas distorções provocadas por elevadas taxas de inflação, torna-se necessário analisar a inflação a partir de fatores causais. A próxima seção vai destacar as causas da inflação, destacando os principais tipos de inflação.
CAUSAS DA INFLAÇÃO
INFLAÇÃO DE DEMANDA
Essa inflação refere-se ao excesso de demanda em relação à produção disponível de bens e serviços na economia. A inflação de demanda ocorre quando a economia está próxima de sua capacidade máxima, ou seja, não pode aumentar substancialmente a oferta de bens e serviços em curto prazo para acompanhar o crescimento da demanda.
A inflação de demanda, considerada o tipo mais “clássico” de inflação, diz respeito ao excesso de demanda agregada em relação à oferta de bens e serviços. Normalmente, a inflação de demanda tem a sua origem em três fatores:
aumento da renda disponível em decorrência de reajustes salariais ou da redução da carga tributária, ocasionando um aumento no poder aquisitivo e pressionando o consumo em níveis maiores do que a capacidade de expansão da produção, gerando um desequilíbrio no mercado e pressionando os preços para cima;
expansão do crédito ao consumidor que, mesmo com limitações na sua renda disponível passa a dispor de um mecanismo de compra;
diminuição das taxas de juros, que quando altas limitam o poder de compra do consumidor. A diminuição nas taxas de juros estimula as compras, principalmente a prazo, o que estimula a inflação.
INFLAÇÃO DE CUSTOS
Esse tipo de inflação é causado pelo aumento no custo de produção. O aumento das despesas com os fatores de produção tais como o trabalho, os recursos naturais e o capital, ocasionam este tipo de inflação. Com relação ao trabalho, caso haja um aumento na sua remuneração, (salário) haverá inflação, pois esse aumento normalmente é repassado para o preço final das mercadorias.
No que se refere aos recursos naturais, caso das matérias-primas, um aumento em seus custos — decorrente, por exemplo, de aumento nos preços internacionais ou por problemas nas condições climáticas — ocasionará aumento nos custos de produção que, por sua vez, será repassado para o preço final.
Por último, com relação ao capital, caso haja uma elevação dos juros, haverá uma restrição no acesso a financiamentos; o dinheiro torna-se mais caro com os juros elevados, repassando, portanto, esse alto custo para o preço das mercadorias.
A inflação de custos também conhecida como “inflação de oferta” ocorre quando o nível de demanda permanece o mesmo, mas os custos dos fatores de produção aumentam. Essa situação provoca uma queda na produção induzindo um aumento dos preços de mercado.
Podem-se detectar como principais causas da inflação de custos:
aumento do custo da mão de obra;
aumento do custo das matérias-prima e materiais secundários;
aumento da taxa de juros (esse item ocorre quando as empresas utilizam capital de terceiros sobre o qual pagam remuneração); e
aumento da carga tributária.
Cabe aqui destacar outros tipos de inflação, normalmente, não muito estudado nos cursos de introdução de economia.
INFLAÇÃO INERCIAL
A inflação inercial ocorre em função da indexação da economia, portanto, de forma independente das pressões de demanda ou de custos. Normalmente, o processo inflacionário é auto-alimentado pelo reajuste pleno de preço tomando como base a inflação do período anterior. De acordo com Lanzana (2001):
o aspecto mais negativo da indexação é o fato de a mesma tornar a inflação rígida para baixo, isto é, mesmo sem pressões de demanda e de custos a inflação não cede. (LANZANA, 2001, p. 311)
Um dos grandes responsáveis pela inflação inercial é a indexação da economia. A indexação consiste em se corrigir as rendas recebidas pelos agentes econômicos e o valor dos ativos de sua propriedade com base na variação de um índice de preços que reflita a taxa de inflação no período de tempo entre os reajustes. Desse modo, os salários dos trabalhadores, os aluguéis de imóveis, a taxa de câmbio da economia, o capital emprestado pelo poupador, os títulos da dívida pública emitidos pelo Governo, entre outros, são reajustados periodicamente com base na inflação passada. Dessa forma, a indexação acaba perpetuando a inflação, pois os agentes econômicos criam expectativas acerca do nível dos preços e sempre tenderão a reajustar os rendimentos pela inflação passada, impedindo que a taxa de inflação venha a cair no futuro.
É necessário lembrar que essa diferenciação de tipos de inflação se dá no plano teórico. Na realidade, há um entrelaçamento variado entre todos esses tipos de inflação.
O Brasil foi um dos países pioneiros no uso da indexação para “corrigir” a inflação. Porém desde o a aplicação do Plano Collor 2, esse mecanismo como medida de correção monetária foi oficialmente abolida.
INFLAÇÃO DE LUCROS
Neste tipo de inflação é importante considerar a inserção da empresa no mercado. Empresas que têm força de mercado podem elevar o preço de suas mercadorias sem enfrentar maiores obstáculos, dado que estas empresas possuem o poder de estabelecer preços (principalmente no caso dos monopólios e oligopólios que vimos na aula passada). No caso de existir um grande número de empresas com estas características, há a possibilidade delas entrarem em acordo para elevação conjunta dos preços com o intuito deliberado de aumentar a taxa de lucro. É exatamente esse tipo de acordo que caracterizam os cartéis econômicos.
INFLAÇÃO E CRESCIMENTO ECONÔMICO
O cenário econômico do Brasil em 2008 favorece a discussão do trade-off inflação e crescimento econômico. Com o aumento nos preços das commodities agrícolas e do petróleo no mercado internacional, há expectativa com relação ao retorno da inflação o que poderá diminuir o crescimento econômico para os próximos anos. Considerar o crescimento como algo distinto de controle inflacionário evidencia uma confusão básica, pois uma inflação baixa estimula a estabilidade no setor financeiro e a combinação dos dois promove o crescimento.
Essa discussão é muito importante e muito rica na história econômica do Brasil. Não por acaso estamos propondo, ainda nesta aula, a discussão dos Planos e Programas que abriram mão de uma política voltada para o crescimento e desenvolvimento para se concentrar em medidas de combate à inflação. Particularmente no país, a partir de 1980, os índices de inflação atingiam níveis astronômicos (hiperinflação) e impediam o desenvolvimento, porque afetava principalmente a renda dos mais pobres. Assim, a estabilidade dos preços é o primeiro passo para um país que objetive gerar crescimento econômico de suas atividades produtivas
A inflação baixa estimula o crescimento, segundo Wood (2001, p. 2), de três maneiras:
quando a inflação passa a ser alta, cresce a impopularidade do governo (se o país é uma democracia) e da elite rica (no poder em países não democráticos), junto à opinião pública.. Em ambos os casos, os governantes tentam deter a inflação promovendo um aperto monetário, provocando pelo menos um desaquecimento econômico e, possivelmente, uma recessão. Essa perspectiva se constitui em obstáculo aos investimentos, o que compromete o crescimento;
a inflação gera confusão em torno do significado das variações nos preços. A mudança de preço de uma mercadoria em relação a outras, uma alteração de preços relativos, é o que afeta a alocação de recursos. Se o preço de uma mercadoria sobe em relação ao de uma mercadoria substituta, então os consumidores provavelmente comprarão a alternativa mais barata, ao passo que os produtores incrementarão a produção da mercadoria cujo preço aumentou. Os consumidores gastam suas rendas de modo a maximizar seu bem-estar, ao passo que os produtores buscam aumentar a eficiência com que empregam seus recursos. Essas ações conjuntas melhoram a economia e o bem-estar das pessoas que vivem e trabalham nelas;
inflação baixa estimula a estabilidade financeira. A estabilidade financeira, por sua vez, estimula o crescimento. Se as instituições financeiras ficam vulneráveis ou perdem sua vitalidade, não funcionam bemna transmissão de capital de poupadores para investidores. Com isso, não se concretizam muitos investimentos em projetos perfeitamente viáveis e o crescimento deixa de acontecer.
Então quando sobe o nível geral de preços de uma economia, a maior parte da população perde muito dinheiro e a diminuição do poder de compra dos seus ativos provoca retrações nos negócios que são realizados na economia. Mesmo os investidores perdem, pois praticamente não conseguem fazer com que seus lucros sejam suficientes para honrar todos os compromissos, como por exemplo, os empréstimos bancários e os salários de seus funcionários que têm que aumentar para que possam adquirir produtos os quais ele (empresário) coloca à disposição no mercado.
Além disso, a inflação provoca efeitos nocivos a uma série de outras estruturas - como as que foram descritas anteriormente - no caso do nível da arrecadação pública (Efeito Tanzi), sobre o balanço de pagamentos, sobre a distribuição de renda e, portanto, provoca distorções em todos os setores produtivos, pois prejudica o funcionamento de inter-relações entre os agentes econômicos que vimos na aula passada: famílias, empresas, governo e resto do mundo.
As dificuldades de interação entre esses agentes provocam distorções sobre a demanda e oferta da economia, levando a uma diminuição nos negócios realizados e uma paralisação na atividade econômica, desestimulando o crescimento. Com inflação em alta e lucros menores, certamente, os empresários vão ofertar menores postos de trabalho, gerando desemprego na economia. As pressões sobre o governo também serão maiores e este, ao invés de investir em uma política de desenvolvimento nacional, terá que se preocupar com programas emergenciais e assistenciais.
Assim, todos perdem com a inflação. Se as medidas de combate, muitas vezes são “dolorosas”, o seu descontrole significa a “morte do paciente”, pois, no Brasil, quem mais perde com a inflação é a classe trabalhadora que depende basicamente de um salário mínimo. Isso, para não falar dos trabalhadores informais, que muitas vezes nem chegam a ganhar um salário mínimo. E isso vale para qualquer país do mundo, não só para o Brasil. Sugiro que você pesquise na Internet como a inflação, vez por outra, ameaça a estabilidade econômica de países como Estados Unidos, Alemanha ou Itália.
PRINCIPAIS PROGRAMAS DE COMBATE A INFLAÇÃO DA HISTÓRIA BRASILEIRA RECENTE
Como já mencionado anteriormente, a história brasileira é riquíssima e foram muitos os fenômenos econômicos que assolaram a nossa economia – e que estão por trás da grande inflação que enfrentamos. Tais fenômenos estão relacionados à conjuntura interna e externa, como por exemplo, a crise da dívida externa, os choques do petróleo, etc., a partir dos anos 1980, certamente extrapolaria aos objetivos dessa aula. Para se aprofundar no tema, sugiro a consulta de qualquer um dos manuais de economia que anexei nas referências bibliográficas dessa aula.
A inflação sempre preocupou muito as autoridades brasileiras ao longo da nossa história econômica. Particularmente na década de 1980, isto é, no pós segundo choque do petróleo, houve uma pluralidade de planos econômicos que, estavam mais comprometidos com a estabilização macroeconômica dos preços do que com o crescimento econômico propriamente dito. A seguir, faremos um breve resumo desses principais programas de combate à inflação dos últimos 20 anos.
As medidas de estabilização tomadas no período 1981-1985, no final do governo Figueiredo, foram baseadas em rigoroso controle monetário e em esforço para reduzir o déficit público (isto é, a participação do governo na economia). O objetivo era retirar a grande quantidade de moeda que estava em circulação, principalmente pela elevação dos gastos públicos em anos anteriores.
Entretanto, parafraseando nosso exemplo anterior, a dose do remédio foi tão forte que o paciente morreu. A redução dos investimentos públicos e a contração monetária provocaram fortes recessões na economia brasileira (períodos consecutivos em que a taxa de crescimento da economia ficou negativa), com grande diminuição do PIB sem que isso significasse diminuição também nos níveis de preços. Entre 1981 e 1983, a inflação brasileira passou de um patamar de 100 para 200% ao ano.
Como não conseguiu sucesso, o governo tentou retomar o projeto desenvolvimentista, aumentando os gastos públicos em 1984 e 1985, para pelo menos fazer o país voltar a crescer. Mas como a inflação estava em níveis altíssimos e nem crescimento econômico a política brasileira conseguiu gerar. Assim o déficit público e a inflação cresceram de tal forma que o país entrou em uma severa recessão.
Com o fracasso da política anterior que foi comandada por Delfim Neto, assume o poder em um processo histórico o presidente José Sarney e em fevereiro de 1986 anuncia o Plano Cruzado, composto das seguintes medidas:
congelamento de preços e salários, aluguéis e taxas de câmbio;
substituição do cruzeiro pelo cruzado à razão de mil por um; e
extinção dos sistema de indexação generalizada de impostos, salários, aluguéis e ativos financeiros existentes no país.
As medidas introduzidas pelo Plano Cruzado foram recebidas pelos brasileiros com grande entusiasmo e euforia, mas logo encontraram um conjunto de obstáculos impostos pela teoria econômica, principalmente relacionados ao congelamento de preços (LEITE, 2000, p. 620):
iniciou-se um processo de desabastecimento, com o sumiço das mercadorias das prateleiras dos supermercados;
instalou-se um mercado paralelo (mercado negro), com alimentos básicos sendo vendidos às escondidas com preços superiores aos tabelados;
revelou-se a insuficiência de fiscais para impor e acompanhar o congelamento dos preços (apesar do clamor do presidente Sarney para que todos os brasileiros fossem fiscais do plano);
iniciou-se uma especulação com os estoque secretos das mercadorias em falta;
tornou-se necessária a importação de alimentos (carne, arroz, leite) costumeiramente produzidos e até exportados pelo país.
Ao final de 10 meses, o Plano Cruzado foi “sepultado” com o descongelamento de preços e retorno da inflação aos níveis anteriores. Ágio e Câmbio Negro foram as expressões que melhor caracterizaram o Plano Cruzado.
Em função do fracasso do Plano Cruzado, assume o cargo de ministro da economia Luis Carlos Bresser Pereira (renomado economista brasileiro) que julgava ter entendido os erros do Plano Cruzado. Em junho de 1987 é lançado no Brasil o Plano Bresser que também centrou seu plano no congelamento de preços, salários, aluguéis e taxa de câmbio, bem como num sistema de indexação defasada de salários e preços.
Entretanto, desta feita, o congelamento foi precedido de um reajustamento das tarifas públicas, de uma minidesvalorização da moeda nacional e da promessa de uma política monetária restritiva e política fiscal de diminuição da participação do Estado na economia.
Conforme destaca Leite (2000, p. 621), o Plano Bresser não contou com o apoio público que beneficiou o Plano Cruzado. Em vez de contar com boa vontade popular, o plano enfrentou forte reação dos setores prejudicados, especialmente as pressões por aumentos salariais da parte das empresas estatais e do próprio governo federal. O aumento dos salários dos funcionários terminou por impedir a contenção do déficit público que aumentou brutalmente. O governo teve também que “afrouxar” os controles monetários para evitar a recessão e, como resposta, a inflação alcançou incríveis 400% no ano de 1987. Obvio dizer que o Plano Bresser foi abandonado em dezembro de 1987 com a demissão de seu criador.
Diante ao momento de recessão e forte elevação nos preços, o governo Sarney desistiu das investidas mirabolantes e passou a utilizar mecanismos mais tradicionais de controle da inflação, combinando políticas monetárias e fiscais restritivas (esse assunto será retomado em nossa próxima aula). O Plano que entrou em vigor em 1988, na gestão de Maílson da Nóbrega como ministro da economia, foi por isso mesmo, batizado de Feijão comArroz.
O Plano Feijão com Arroz até conseguiu diminuir o déficit público e gerar uma contenção monetária, mas a economia não deu respostas positivas e entrou de vez em recessão, com forte retração de 5% na taxa do PIB e inflação que atingiu 1000% ao ano.
Em 1989, novo plano, dessa vez batizado de Plano Verão com novo congelamento de preços, salários, aluguéis e câmbio. O Plano veio acompanhado de uma reforma monetária caracterizada pelo surgimento de uma nova moeda, denominada de Cruzado Novo, valendo mil cruzados antigos.
O Plano Verão até foi bem intencionado e propôs, inclusive, um corte no número de ministérios, autarquias e cargos públicos, demitir funcionários públicos não concursados e privatizar empresas públicas deficitárias objetivando conter a escalada do déficit público e aumento na dívida externa que engessava a ação do governo brasileiro com o pagamento de muitos milhares de dólares com credores internacionais.
Entretanto, a sociedade brasileira não agüentava mais o congelamento de preços e as expectativas inflacionárias aceleravam cada vez mais a inflação. Quando a taxa de inflação batia em 25% ao mês, os empresários já tomavam medidas defensivas esperando um novo congelamento e aumentavam, para acima de seus custos, os preços das mercadorias comercializadas, principalmente os gêneros alimentícios.
O fracasso do Plano Verão foi tão evidente que a inflação chegou a bater em 50% ao mês e a pressão eleitoreira em função das campanhas presidenciais e de renovação do congresso, fez com que se flexibilizasse a política em relação aos funcionários públicos e empresas estatais, retomando dessa maneira, a escalada do déficit público.
Os índices econômicos pioraram tanto no final do governo Sarney que, além de inflação que já atingia 1200% ao ano, o governo foi obrigado a deixar de pagar os compromissos da dívida externa, decretando moratória da dívida e comprometendo o futuro do país com a diminuição de financiamentos externos.
Está claro, com essas rápidas passagens da análise da economia brasileira entre 1980 e 2008, que muitos foram os programas de combate à inflação nesse período. Uma análise mais detida sobre as especificidades desses planos, bem como a conjuntura econômica da época, deve ser aprofundado nos livros de economia que estou colocando nas referências bibliográficas de cada aula. Aqui, nos interessa apenas analisar algumas medidas do combate à inflação, bem como evidenciar como a inflação causou males para a histórica econômica do Brasil.
Dentro desse clima extremamente adverso de inflação descontrolada, crise na dívida externa, decretação de moratória, baixo crescimento do PIB, aumento do déficit público, a democracia brasileira, após anos de ditadura militar colocou à frente do país, o presidente Fernando Collor de Melo, com o objetivo de restabelecer a confiança na economia brasileira, retomar o crescimento econômico e controlar a hiperinflação.
Ao tomar posse em 15 de março de 1990, o governo Collor com uma só medida, resolveu, pelo menos no curto prazo, os problemas da hiperinflação, pagamento da dívida e o déficit público ao longo dos últimos 20 anos, ao decretar o bloqueio de 70% dos ativos financeiros do setor privado por 18 meses com devolução posterior em 12 parcelas ajustadas com a correção monetária e taxas de juros de 6% ao ano. Essa foi a principal medida do governo Collor que prometera acabar de vez com a inflação.
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Fernando_collor.jpg
Partindo do princípio de que a inflação era sustentada pelo desequilíbrio orçamentário (déficit público) e alimentada pelo volume de ativos financeiros indexados e de liquidez imediata, o Plano Brasil Novo, lançado pelo governo e conhecido na mídia como Plano Collor I tinha as seguintes premissas:
promoveu nova reforma monetária, como a readoção do cruzeiro (Cr$) como moeda oficial (Cr$1,00 = NCz$1.000,00);
determinou o bloqueio da maior parte dos ativos financeiros;
estabeleceu congelamento temporário de preços e salários e reajustou as tarifas públicas;
implementou um programa de privatização com o propósito de reduzir a participação do Estado na economia.
O choque inicial do Plano Collor I provocou uma redução imediata no poder de compra da população e, em conseqüência, maior retração das atividades econômicas. O PIB brasileiro sofreu uma forte queda em 1990, com retração de 4,3%, valor mais baixo registrado pela economia desde 1981. O setor industrial foi o mais atingido com queda de 8,6% em relação a 1989 e a taxa de emprego da economia brasileira caiu 4% naquele mesmo período.
Apesar desse mau resultado, em relação ao equilíbrio orçamentário, as medidas de privatizações de empresas estatais (no seio do Programa Nacional de Desregulamentação) bem como demissão de funcionários públicos estáveis, e ainda, a venda de imóveis e veículos diminuíram o valor da dívida do setor público.
A inflação no primeiro ano do plano não recuou, mas se estabilizou no patamar de 11% ao mês. Entretanto, com a crise do petróleo no Oriente Médio, as importações provocaram a retomada da escalada de preços. Com uma inflação de 500% no ano de 1991, o plano Collor I chegava ao seu final, com total desaprovação pela população brasileira e com a inflação totalmente fora de controle.
Um novo Plano foi preparado ainda na vigência do governo Collor, batizado como Plano Collor II. Este previa a desindexação da economia, o tabelamento para a cesta básica e o congelamento de preços e salários. As políticas monetária e fiscal continuaram austeras, com juros altos e crédito restrito para inibir o consumo na época do descongelamento dos preços.
O rigor da política do governo teve como primeiro impacto uma aumento expressivo de desemprego (5,8% em relação ao ano anterior) e um crescimento quase nulo do PIB brasileiro, próximo a 0,3% em 1992. A inflação não se estabilizou e chegou a patamares de 50% ao mês, atingindo no final de 1992 uma taxa acumulada de quase 2000% ao ano.
Para sorte dos brasileiros, o governo Collor foi interrompido antes do seu fim. Marcado por uma corrupção muito grande, o presidente recebeu um grande veto ao seu mandato pelo povo e sofreu o impedimento de continuar à frente do país, tendo que renunciar ao mandato.
A partir de 1993, com a queda de Collor, assume Itamar Franco e estabelece um novo plano econômico, dessa vez tendo como ministro da fazenda o sociólogo Fernando Henrique Cardoso. Cabe aqui apenas um registro que Itamar não conseguiu acertar a economia de primeira. Antecederam ao ministro Fernando Henrique, três outros ministros que continuaram a ciranda da inflação alta nos primeiros cinco meses do governo. Estamos apenas encurtando um pouco a história, pois essa aula deve ser melhor explicada em um curso de economia brasileira, que conforme já ressaltado aqui, escapa aos nossos objetivos.
O plano econômico lançado pelo então ministro Fernando Henrique ficou conhecido como Plano de Ação Imediata (PAI) aprovado em julho de 1993. Entre os principais fatos que marcaram esse plano podemos destacar:
retomada do controle inflacionário, ainda elevado mas em níveis já bem mais baixos (150% em 1993);
abertura da economia em bases liberais com a diminuição do papel do Estado na economia;
progressiva melhora nas contas públicas com a recuperação de confiança externa (abalada desde a moratória do governo Sarney);
austeridade no gasto público, mantendo os gastos com programas sociais;
privatizações de empresas estatais;
saneamento do sistema bancário (envolvendo banco federais e estaduais).
O PAI ou Plano FHC como ficou popularmente conhecido definiu seu objetivo principal assegurar a retomada do crescimento econômico em bases sustentáveis e com baixo índice de inflação.
Assim, embora não tenha mitigado a inflação, o Plano FHC foi fundamental para criar as bases necessárias para que a inflação invertesse a sua trajetória ascendente. Ainda em 1994, é lançado o Plano Real que está em vigor desde então.
O Plano Real foi montado por equipe de especialistas e implementadocom grandes diferenças em relação aos anteriores: primeiro, não houve qualquer tentativa de congelamento de preços, salários e muito menos bloqueio de ativos financeiros; segundo, o plano real foi antecipado para a sociedade antes mesmo de acontecer, de forma a ganhar o apoio popular, fator subjetivo, mas muito importante para o sucesso do plano. Além disso, o sucesso da abertura comercial, iniciada no governo Collor e continuada no governo de Itamar Franco, possibilitou uma reestruturação na economia brasileira e maior internacionalização nas relações econômicas.
A idéia da equipe econômica era criar uma unidade monetária forte, de forma a evitar a sua corrosão a explosão no processo inflacionário. Em entrevista ao portal Uol, o cientista político e ex assessor do Ministério da Fazenda, Sérgio Fausto assim definiu o processo de implementação do Plano Real:
O Plano Real se desdobrou em três fases e, diferentemente dos anteriores, foi anunciado antecipadamente à sociedade. Em nenhum momento houve congelamento de preços. A primeira fase, que durou do final de 1993 a fevereiro de 1994 consistiu na batalha por aprovar no Congresso medidas que assegurassem um mínimo de controle sobre as contas públicas. Essa foi uma lição aprendida com os planos anteriores: como a inflação alta ajudava o governo a fechar as suas contas, se o objetivo era derrubá-la e mantê-la no chão, era preciso tomar as rédeas das contas públicas.
A segunda fase transcorreu de fevereiro a junho de 1994 e foi marcada pela progressiva cotação dos preços em URV, uma unidade real de valor, ou seja, uma referência estável de valor. O cruzeiro novo não saiu de cena de imediato. A cada dia, o Banco Central fixava uma taxa de conversão da URV em cruzeiros, baseada na média de três índices diários de inflação.
A URV era uma quase moeda, porque servia de unidade de conta, de reserva de valor, mas não de meio de pagamento. Ou seja, os bens e serviços continuavam a ser pagos em cruzeiros novos, mas passaram a ter referência numa unidade de valor estável, mais ou menos como se fosse um substituto do dólar. Assim, a URV permitiu o alinhamento dos preços sem necessidade e as inconveniências do congelamento. A terceira fase começa com a emissão da nova moeda, o Real, em lugar dos cruzeiros novos. A URV foi a parteira do Real.
(http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/plano-real.jhtm)
Em primeiro de julho de 1994, o governo procedeu a reforma monetária, adotando o real como moeda corrente, de valor equivalente à URV do dia anterior (Cr$ 2.750,00) e mantendo a paridade com o dólar de US$1,00 para R$0,93. A valorização da moeda foi um trunfo para combater a inflação.
Com a forte valorização da moeda (além de todas as medidas anteriores, da época de Itamar Franco, como as privatizações para diminuir a participação do setor público e a abertura da economia), houve um aumento nas importações de bens de consumo do exterior, de forma que os empresários brasileiros foram obrigados a baixar os preços internos para continuarem vivos na concorrência pelo consumidor brasileiro.
Com maior controle dos gastos públicos, uma política fiscal e monetária austera e com a retomada da confiança na economia brasileira, o que parecia impossível aconteceu: a inflação recuou ainda em 1994, atingindo cerca de 50% ao ano, para nunca mais atingir patamares como esse. Em 1995, a economia brasileira cresceu 4,3% e o nível de preços permaneceu num patamar jamais observado de 10%. Em, 1996 o índice de preços ao consumidor chegou a menos de 2%.
Hoje em dia, o patamar de inflação é determinado pelo Banco Central dentro de um determinado intervalo normalmente situado em um mínimo de 4,5% ao ano até no máximo 6,5%. Com toda turbulência ocorrida em 2002, quando houve a troca do governo FHC pelo governo Lula e a possibilidade de descontinuidade na política econômica, a inflação se descontrolou um pouco e atingiu 9,8%. Um verdadeiro alento se considerarmos os 2000% já registrados no governo Collor.
SÍNTESE
Percebemos nessa aula que a inflação é um fenômeno relacionado ao aumento generalizado dos preços dos diversos produtos de uma economia. Suas conseqüências são extremamente prejudiciais para o funcionamento do sistema econômico e podem barrar ou mesmo impedir o crescimento econômico.
Uma inflação descontrolada pode inclusive prejudicar as relações de um país com o resto do mundo ao tornar caras as exportações e baratas as importações. É por essa razão que, a partir da década de 1980, quando o nível de preços no Brasil atingiu o status de hiperinflação, começaram a ser desenvolvidos planos e programas de combate a inflação. Nenhum deles logrou sucesso, até que em 1994, o Plano Real, no final do governo Itamar Franco, conseguiu reduzir os níveis inflacionários para patamares jamais observados na história econômica do Brasil.
QUESTÃO PARA REFLEXÃO
Por que a inflação pode comprometer todas as metas do crescimento econômico da economia brasileira?

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