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unidade I - 170316_cc344_economia_mundial

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1º Trimestre 
2017 
34 
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 
Governo Federal 
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão 
Ministro interino Dyogo Henrique de Oliveira 
 
 
 
Fundação pública vinculada ao Ministério do Planejamento, 
Desenvolvimento e Gestão, o Ipea fornece suporte técnico 
e institucional às ações governamentais – possibilitando 
a formulação de inúmeras políticas públicas e programas de 
desenvolvimento brasileiro – e disponibiliza, para a sociedade, 
pesquisas e estudos realizados por seus técnicos. 
 
Presidente 
Ernesto Lozardo 
 
Diretor de Desenvolvimento Institucional, Substituto 
Carlos Roberto Paiva da Silva 
 
Diretor de Estudos e Políticas do Estado, das 
Instituições e da Democracia 
Alexandre de Ávila Gomide 
 
Diretor de Estudos e Políticas 
Macroeconômicas 
José Ronaldo de Castro Souza Júnior 
 
Diretor de Estudos e Políticas Regionais, 
Urbanas e Ambientais 
Alexandre Xavier Ywata de Carvalho 
 
Diretor de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação 
e Infraestrutura 
João Alberto De Negri 
 
Diretora de Estudos e Políticas Sociais 
Lenita Maria Turchi 
 
Diretor de Estudos e Relações Econômicas e 
Políticas Internacionais 
Sérgio Augusto de Abreu e Lima Florêncio Sobrinho 
 
Assessora-chefe de Imprensa e 
Comunicação 
Regina Alvarez 
 
Ouvidoria: http://www.ipea.gov.br/ouvidoria 
URL: http://www.ipea.gov.br 
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 3 
Economia Mundial 
Paulo Mansur Levy1 
 
A economia mundial encontra-se em um momento paradoxal: por um lado, os 
sinais de crescimento da atividade econômica e de aceleração da inflação tornaram-se 
mais fortes; por outro, a chegada de Donald Trump à presidência nos Estados Unidos da 
América (EUA), associada ao Brexit e à realização de eleições em países-chave da Área 
do Euro (AE) ao longo de 2017, colocou novos elementos de incerteza no cenário 
mundial. No caso de Trump, o risco se refere às políticas econômicas e à postura da nova 
administração em relação ao comércio internacional e à imigração; no caso dos países 
europeus, o risco relaciona-se à própria sobrevivência do euro como moeda em caso de 
vitória de partidos que defendem a saída de seus países da AE. 
Em relação às perspectivas de crescimento da economia mundial, o Fundo 
Monetário Internacional (FMI) divulgou em janeiro a atualização de suas projeções, 
mantendo-as nos mesmos níveis das de outubro do ano passado. Isso não acontecia 
desde 2014. Nesse período, as atualizações em relação às projeções anteriores sempre 
foram para baixo. Como se pode ver pelo Gráfico 1, a aceleração do crescimento da 
economia mundial – de 3,1% em 2016 para 3,4% em 2017 e 3,6% em 2018 – refletiria 
principalmente a recuperação do crescimento em economias emergentes - de 4,1% em 
2016 para 4,5% em 2017 e 4,8% em 2018 -, enquanto o movimento de alta nos países 
avançados seria mais modesto, de 1,6% em 2016 para 1,9% em 2017 e 2,0% em 2018. 
Obviamente, há grandes diferenças dentro de cada um desses grupos. Entre os 
países desenvolvidos, a aceleração do crescimento seria relativamente forte nos EUA e 
na Área do Euro, enquanto as projeções para Japão e Reino Unido mostram crescimento 
menor. Entre os emergentes, as projeções são de aceleração do crescimento na Rússia, 
Índia, ASEAN-52 e Brasil. Em sentido contrário, destacam-se as desacelerações 
projetadas para China - de 6,7% em 2016 para 6,5% e 6,0% em 2017 e 2018, 
respectivamente - e para o México, de 2,2% para 1,7% e 2,0%, respectivamente (Tabela 
1). 
 
1 Técnico de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do 
Ipea. E-mail: <paulo.levy@ipea.gov.br>. 
 
2 Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietnã. 
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 4 
GRÁFICO 1 
Crescimento do PIB: observado e projeções do FMI (2000 – 2018) 
(Em %) 
 
Obs.: Projeções a partir de 2017. 
Fonte: World Economic Outlook – FMI. Elaboração: Ipea/Dimac/Gecon. 
 
 
As projeções do FMI contemplam também uma aceleração do crescimento do 
volume de comércio internacional que passou de estimados 1,9% em 2016 para 3,8% 
em 2017 e 4,1% em 2018. Como se pode ver no Gráfico 2, ao longo da década de 2000, 
o comércio internacional chegou a crescer a uma taxa quase duas vezes maior que a 
taxa de crescimento do PIB mundial. Porém, desde 2011 essas taxas têm sido muito 
próximas. Os dados do CPB – instituto localizado na Holanda que faz estimativas para a 
evolução do comércio internacional – mostram que no final de 2016 o volume de 
comércio crescia a taxa próxima a 2% anuais, superior ao ritmo do final de 2015 (1,3% 
anuais), mas bem inferior à taxa média de 6,7% ao ano registrada entre 2002 e 2007. 
-4
-2
0
2
4
6
8
10
Mundo Avançados Emergentes
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 5 
TABELA 1 
Crescimento do PIB: observado e projeções do FMI (WEO - Janeiro de 2017) 
(Em %) 
Crescimento real do PIB 
(%) 
Média 
2009-2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017(p) 2018(p) 
Mundo 2,8 3,4 3,4 3,4 3,2 3,1 3,4 3,6 
Economias desenvolvidas 0,4 1,2 1,4 1,8 2,1 1,6 1,9 2,0 
 Área do Euro -0,3 -0,7 -0,4 0,9 2,0 1,7 1,6 1,6 
 Reino Unido -0,4 0,3 1,7 2,9 2,2 2,0 1,5 1,4 
Estados Unidos 0,3 2,3 2,2 2,4 2,6 1,6 2,3 2,5 
Japão -0,6 1,5 1,6 0,0 1,2 0,9 0,8 0,5 
Países emergentes e em 
desenvolvimento 5,5 5,1 5,0 4,6 4,1 4,1 4,5 4,8 
Ásia 8,2 6,7 7,0 6,8 6,7 6,3 6,4 6,3 
China 9,7 7,9 7,8 7,3 6,9 6,7 6,5 6,0 
Índia 7,5 4,7 6,9 7,2 7,6 6,6 7,2 7,7 
América Latina e Caribe 3,0 2,9 2,9 1,3 0,1 -0,7 1,2 2,1 
México 1,5 4,0 1,4 2,2 2,6 2,2 1,7 2,0 
Brasil 3,3 1,0 2,7 0,1 -3,8 -3,5 0,2 1,5 
Europa Central e Oriental 2,0 1,4 2,9 2,8 3,7 2,9 3,1 3,2 
Comunidade de Estados 
independentes 1,0 3,4 2,2 1,0 -2,8 -0,1 1,5 1,8 
Rússia 0,2 3,4 1,3 0,7 -3,7 -0,6 1,1 1,2 
Oriente Médio e Norte da 
África 4,1 4,8 2,4 2,7 2,5 3,8 3,1 3,5 
África Subssariana 4,5 4,4 5,2 5,1 3,4 1,6 2,8 3,7 
África do Sul 1,7 2,5 2,2 1,6 1,3 0,3 0,8 1,6 
Comércio Internacional - 
volume 2,8 2,9 3,3 3,7 2,7 1,9 3,8 4,1 
Fonte: World Economic Outlook – FMI 
Elaboração: Ipea/Dimac/Gecon. 
 
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 6 
GRÁFICO 2 
Crescimento do PIB e do comércio mundial: observado e projeções do FMI (2000 – 
2018) 
(Em %) 
 
Obs.: Projeções a partir de 2017. 
Fonte: World Economic Outlook – FMI 
Elaboração: Ipea/Dimac/Gecon. 
 
A perspectiva mais favorável para a atividade econômica mundial aparece 
também nos resultados mais recentes dos índices de gerentes de compras, os 
Purchasing Managers' Indexes (PMI, na sigla em inglês),um indicador de sentimento que 
cobre os setores industrial e de serviços. De acordo com essas sondagens, o indicador 
tem revelado expansão da atividade econômica (quando assume valores acima de 50 
pontos) já por vários meses, inclusive acelerando neste início de 2017 no que se refere 
à indústria para atingir, em termos globais, o patamar mais elevado desde 2011. Nos 
EUA, o PMI da indústria desacelerou ligeiramente em fevereiro, mas o ISM – indicador 
semelhante ao PMI – manteve a trajetória de expansão. Na AE, o PMI da indústria 
também cresceu em fevereiro para atingir o nível mais elevado em seis anos, enquanto 
na China, apesar das oscilações, a tendência também é de recuperação desde meados 
do ano passado. No índice composto, que agrega o sentimento de empresários do setor 
de serviços aos da indústria de transformação, o quadro é semelhante, ainda que em 
fevereiro tenha havido leve redução em termos globais. Destaca-se o comportamento 
na AE, onde o PMI dos serviços alcançou o nível mais elevado em seis anos. 
-15
-10
-5
0
5
10
15
PIB Comércio de bens e serviços em volume
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 7 
GRÁFICO 3 
PMIs: Indústria 
(índice em pontos) 
 
Fonte: Bloomberg. 
Elaboração: Ipea/Dimac/Gecon.GRÁFICO 4 
PMIs: Composto 
(índice em pontos) 
 
Fonte: Bloomberg. 
Elaboração: Ipea/Dimac/Gecon. 
 
40
42
44
46
48
50
52
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58
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ju
l-1
2
ou
t-
12
ja
n-
13
ab
r-
13
ju
l-1
3
ou
t-
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ab
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15
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n-
16
ab
r-
16
ju
l-1
6
ou
t-
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ja
n-
17
EUA China ZE
40
43
46
49
52
55
58
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64
ju
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12
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r-
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ju
l-1
4
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t-
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r-
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ju
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5
ou
t-
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ja
n-
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ab
r-
16
ju
l-1
6
ou
t-
16
ja
n-
17
EUA China ZE
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 8 
 
 
Commodities 
Em parte como reflexo desse quadro mais favorável, em parte como 
consequência de mudanças pelo lado da oferta dos diferentes produtos, os preços de 
commodities mostraram forte reação ao longo do ano passado. No primeiro trimestre 
de 2016, na esteira da crise de desconfiança em relação à China e ao crescimento global, 
os preços de commodities atingiram o fundo do poço. Desde então, contudo, o 
movimento de recuperação atingiu praticamente todos os grupos, com destaque para 
as commodities ligadas a energia e as metálicas. Em fevereiro, o preço médio das 
commodities apresentava crescimento anual de 41,4%, energia, 66%, metais, 38%, e 
alimentos, 12,4%. Em particular, alguns itens importantes na pauta das exportações 
brasileiras tiveram alta pronunciada no período: o preço do minério de ferro aumentou 
90%, enquanto o da soja aumentou 19,6%. 
GRÁFICO 5 
Preços de Commodities – Combustíveis e demais (jan./2005 – fev./2017) 
(Índice, 2005=100) 
 
Fonte: FMI. 
Elaboração: Ipea/Dimac/Gecon. 
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
2005M1 2007M1 2009M1 2011M1 2013M1 2015M1 2017M1
Total Combustíveis Outras
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 9 
GRÁFICO 6 
Preços de Commodities – Alimentos e Metais (jan./2005 – nov./2016) 
(Índice, 2005=100) 
 
Fonte: FMI. 
Elaboração: Ipea/Dimac/Gecon. 
 
O petróleo, em particular, apresentou forte reação ao longo do ano passado, 
tendo oscilado em fevereiro em torno de US$ 55/barril, 70% acima do preço vigente um 
ano antes. Esse aumento reflete, em parte, a recuperação da demanda, e em parte 
mudanças no quadro de oferta. Em novembro, os produtores da Organização dos Países 
Exportadores de Petróleo (OPEP) fecharam acordo ao qual aderiram produtores 
independentes, em especial a Rússia, para redução da produção em aproximadamente 
1,2 milhão de barris/dia, para um nível de 32,5 milhões de barris/dia que corresponde a 
aproximadamente um terço da demanda mundial. No entanto, esse movimento de 
corte da produção, combinado com o aumento dos preços ao longo do último ano, deu 
lugar à expansão da produção a partir de fontes não convencionais nos EUA, o que tem 
contribuído para manter os preços relativamente estáveis. De fato, o número de sondas 
de perfuração nos EUA aumentou quase 90% ao longo do segundo semestre do ano 
passado, refletindo as condições mais favoráveis do mercado e introduzindo assim um 
mecanismo regulador que impede altas muito pronunciadas no preço do petróleo. 
Diante disso, as projeções são de que não deve haver variações pronunciadas do 
preço do petróleo em 2017. A projeção do Banco Mundial, conforme o Commodity 
Markets Outlook, de janeiro de 2017, é de estabilidade no atual patamar. O cenário 
também é de relativa estabilidade de preços nas demais commodities, para as quais as 
80
100
120
140
160
180
200
220
240
260
2005M1 2007M1 2009M1 2011M1 2013M1 2015M1 2017M1
Alimentos Metais
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 10 
projeções captam um crescimento médio, no caso dos metais, basicamente pelo efeito 
carry over herdado de 2016. 
 
Estados Unidos 
A economia norte-americana parece ter consolidado sua trajetória de 
recuperação, não obstante o resultado inferior ao esperado do PIB no quarto trimestre 
de 2016. O principal indicador neste sentido vem do mercado de trabalho, onde a taxa 
de desemprego se aproxima dos níveis pré-crise e se situa abaixo do nível compatível 
com a estabilidade de preços. Em fevereiro, foram criadas 235 mil novas vagas nos 
mercados de trabalho não agrícola (210 mil na media dos três últimos meses) e a taxa 
de desemprego caiu 0,1 ponto percentual (p.p.), para 4,7%. Os salários por hora 
trabalhada aceleraram os ganhos em relação a igual período do ano anterior, de 2,6% 
em janeiro para 2,8% em fevereiro. A elevação da taxa de juros pelo Federal Reserve 
(Fed) em dezembro reflete esse quadro de aquecimento do mercado de trabalho. 
Porém, aquilo que deveria ser um processo gradual de normalização das condições 
monetárias nos EUA ganhou uma nova dimensão, envolvendo a perspectiva de altas 
mais acentuadas, após a eleição de Trump, como comentado mais adiante. 
O PIB do quarto trimestre de 2016 cresceu 1,9% em termos trimestrais 
dessazonalizados e anualizados (Tabela 2). Embora a maior contribuição tenha vindo do 
consumo, destaca-se a forte recuperação dos investimentos fixos, que cresceram 3,2% 
após quatro trimestres de variação negativa ou nula. Esse comportamento refletiu em 
parte a retomada dos investimentos na produção de petróleo (5,6%, após seis trimestres 
em que a queda trimestral anualizada foi, em média, de 15,5%), conforme mencionado 
anteriormente. Refletiu também a retomada dos investimentos em construção 
residencial, que registraram variação anualizada de 9,6%, voltando a exibir dinamismo 
após dois trimestres de queda. A contribuição da variação de estoques para o 
crescimento foi significativa, adicionando 0,9 ponto percentual (p.p.) no trimestre e 
explicando quase a metade do crescimento no período (Tabela 3). Por fim, as 
exportações líquidas contribuíram com -1,7 p.p. para o crescimento, resultado da queda 
de 4,0% das exportações e do crescimento de 8,5% das importações. 
 
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 11 
TABELA 2 
Estados Unidos – PIB - Variação Trimestral, com ajuste sazonal e anualizada 
(Em %) 
 
1º tri. 
2015 
2º tri. 
2015 
3º tri. 
2015 
4º tri. 
2015 
1º tri. 
2016 
2º tri. 
2016 
3º tri. 
2016 
4º tri. 
2016 
PIB 2,0 2,6 2,0 0,9 0,8 1,4 3,5 1,9 
Consumo Pessoal 2,4 2,9 2,7 2,3 1,6 4,3 3,0 3,0 
Investimento Privado 
Bruto 9,9 1,0 2,0 -2,3 -3,3 -7,9 3,0 9,2 
Investimento Fixo 3,7 4,3 5,7 -0,2 -0,9 -1,1 0,1 3,2 
Investimento Não-
Residencial 1,3 1,6 3,9 -3,3 -3,4 1,0 1,4 1,3 
Investimento 
Residencial 13,3 14,9 12,6 11,5 7,8 -7,7 -4,1 9,6 
Variação de Estoques ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... 
Exportação Líquida de 
Bens e Serviços ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... 
 Exportações -5,8 2,9 -2,8 -2,7 -0,7 1,8 10,0 -4,0 
 Importações 5,6 2,9 1,1 0,7 -0,6 0,2 2,2 8,5 
Gastos do Governo 
em Consumo e 
Investimento 2,6 3,2 1,9 1 1,6 -1,7 0,8 0,4 
Fonte: Bureau of Economic Analysis (BEA). 
Elaboração: Gecon/Dimac/Ipea. 
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 12 
TABELA 3 
Estados Unidos – PIB - Contribuição para a Variação Trimestral, com ajuste sazonal e 
anualizada 
(Em %) 
 
1º tri. 
2015 
2º tri. 
2015 
3º tri. 
2015 
4º tri. 
2015 
1º tri. 
2016 
2º tri. 
2016 
3º tri. 
2016 
4º tri. 
2016 
PIB 2,0 2,6 2,0 0,9 0,8 1,4 3,5 1,9 
Consumo das 
Famílias 1,6 1,9 1,8 1,5 1,1 2,9 2,0 2,1 
Investimento 
Privado 1,6 0,2 0,4 -0,4 -0,6 -1,3 0,5 1,5 
Investimento Fixo 0,6 0,7 0,9 0,0 -0,2 -0,2 0,0 0,5 
Não-residencial 0,2 0,2 0,5 -0,4 -0,4 0,1 0,2 0,2 
Residencial 0,4 0,5 0,4 0,4 0,3 -0,3 -0,2 0,4 
Variação de 
Estoques 1,0 -0,5 -0,6 -0,4 -0,4 -1,2 0,5 0,9 
Exportações 
Líquidas de Bens e 
Serviços -1,7 -0,1 -0,5 -0,5 0,0 0,2 0,9 -1,7 
Exportações -0,8 0,4 -0,4 -0,3 -0,1 0,2 1,2 -0,5 
Importações -0,9 -0,4 -0,2 -0,1 0,1 0,0 -0,3 -1,2 
Gastos do Governo 
- consumo e 
investimento 0,5 0,6 0,3 0,2 0,3 -0,3 0,1 0,1 
Fonte: Bureau of Economic Analysis (BEA). 
Elaboração: Gecon/Dimac/Ipea. 
 
O setor imobiliário tem oscilado em torno de uma trajetória de recuperação.As 
vendas de imóveis residenciais novos e usados em janeiro cresceram 5,5% e 3,8%, 
respectivamente, em relação a janeiro de 2016, desacelerando em relação ao 
desempenho do último trimestre de 2016, (10,5% e 7,0%, respectivamente, na mesma 
base de comparação). A construção de novas casas aumentou 10,5%, mantendo o ritmo 
do último trimestre de 2016. Há alguma preocupação no setor com e elevação das taxas 
de juros e seu impacto sobre financiamentos por hipotecas, mas o ânimo dos 
consumidores – por exemplo, captado na sondagem da Universidade de Michigan – 
registrou forte aumento a partir de outubro de 2016, após a eleição de Trump. 
Como mencionado na discussão sobre o comportamento do preço das 
commodities, os preços do petróleo subiram fortemente ao longo de 2016. Isso 
impactou a inflação ao consumidor, via preços de combustíveis: a variação anual do 
Índice de Preços ao Consumidor (CPI na sigla em inglês) passou de próxima de zero no 
segundo semestre de 2015 para 2,5% em janeiro último. Se for considerado apenas o 
núcleo do CPI, a variação é bem mais modesta: de 2% para 2,3% no mesmo período. 
Movimento menos intenso ocorreu com o deflator das despesas de consumo – medida 
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 13 
seguida pelo Fed para calibrar a política monetária tendo como meta inflação anual de 
2%. 
Em função dessa aceleração da inflação e de um desempenho favorável no 
mercado de trabalho, o Fed passou a sinalizar com uma normalização mais rápida da 
política monetária: os juros subiram em dezembro de 2016, e a perspectiva é de novas 
elevações a partir da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (FOMC) em 
março. Adicionalmente, há forte expectativa de que a nova administração deve 
implementar uma política fiscal mais expansionista envolvendo cortes de impostos e 
aumentos de gastos militares e em infraestrutura. O mercado financeiro reagiu após a 
eleição de Trump, puxando fortemente os juros dos títulos de 10 anos do Tesouro norte-
americano, que passaram de 1,4% a.a. em julho para 2,6% a.a. em dezembro. Desde 
então, houve uma ligeira acomodação, com pequeno recuo da taxa para 2,4% a.a. em 
março (Gráfico 7). 
GRÁFICO 7 
Taxa de Juros dos Títulos do Tesouro Norte-Americano de 10 anos (jan./2013 – 
mar./2017) 
(Em %) 
 
Fonte: Bureau of Economic Analysis (BEA). 
Elaboração: Gecon/Dimac/Ipea. 
 
 
A chegada de Trump à presidência dos EUA aumentou as incertezas em relação 
às perspectivas econômicas norte-americanas, e, por extensão, às da economia 
mundial. O mercado reagiu favoravelmente num primeiro momento, com a bolsa de 
valores (S&P 500) valorizando 10% no período após a eleição e meados de dezembro, e 
continuando pelo menos até o início de março. Por detrás dessa reação está a 
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Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 14 
perspectiva de menor regulação em áreas como saúde, sistema financeiro, meio 
ambiente e energia, além de uma proposta, ainda não especificada, de ampla reforma 
tributária, com redução das alíquotas mais altas e da taxação sobre os lucros das 
empresas. Além disso, a introdução de uma cláusula de ajustamento de fronteira 
(Border Adjustment Tax, BAT na sigla em inglês) no pagamento do imposto de renda 
pode favorecer alguns setores produtivos ao estimular a utilização de insumos 
produzidos domesticamente e as atividades exportadoras, embora prejudique outros 
setores, especialmente os ligados ao varejo. 
A ênfase no protecionismo comercial e as barreiras à imigração podem ser vistos 
como choques negativos de oferta num contexto em que já há dúvidas sobre o real 
potencial de crescimento da economia norte-americana após a crise financeira de 
2007/08. Esse viés protecionista certamente terá impactos inflacionários, que se 
somariam à perspectiva de uma política fiscal mais expansionista, além de produzir forte 
abalo na economia global na medida em que os Estados Unidos são os maiores 
importadores do mundo. 
 
Área do Euro 
Na Europa, os indicadores mais recentes de atividade, como destacado 
anteriormente, apontam para uma ligeira aceleração do crescimento. No caso do PIB da 
AE, o crescimento de 0,4% no último trimestre de 2016 manteve-se estável em relação 
ao trimestre anterior. A principal contribuição veio do consumo, cujo crescimento 
acelerou ligeiramente para 0,4%. No entanto, o destaque foi o investimento fixo, cuja 
variação passou de -0,7% no terceiro trimestre para +0,6% no quarto. Essa reação do 
investimento pode estar refletindo condições de financiamento mais favoráveis à 
medida que a política de expansão quantitativa, que mantém baixas as taxas de juros de 
longo prazo, e de taxas negativas de remuneração para os depósitos dos bancos no 
Banco Central Europeu ampliam a oferta de crédito. De fato, o ritmo de crescimento dos 
empréstimos do sistema financeiro ao setor privado na AE vem acelerando 
gradualmente. No caso das empresas, no início de 2016 a variação anual do estoque de 
crédito era de -0,4%, tendo passado no início de 2017 para 0,5%; no caso das famílias, o 
crescimento já vinha relativamente forte desde a segunda metade de 2015, tendo 
alcançado 2% em janeiro último. 
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 15 
TABELA 5 
AE – PIB - Variação Trimestral, ante ao período anterior, com ajuste sazonal 
(Em %) 
 
1º 
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201
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3º 
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4º 
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1º 
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PIB 0,8 0,4 0,3 0,5 0,5 0,3 0,4 0,4 
Consumo das Famílias 0,3 0,3 0,2 0,2 0,4 0,2 0,2 0,2 
FBKF 0,3 0,0 0,2 0,3 0,1 0,3 -0,1 0,1 
Variação de Estoques -0,1 -0,2 0,2 0,2 -0,2 -0,2 0,2 0,1 
Gastos do Governo 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,0 0,1 
Exportações Líquidas de Bens e 
Serviços 0,2 0,2 -0,4 -0,3 0,1 0,0 0,2 -0,1 
Fonte: Eurostat. 
Elaboração: Gecon/Dimac/Ipea. 
TABELA 6 
AE – PIB - Contribuição para a Variação Trimestral, ante ao período anterior, com 
ajuste sazonal 
(Em %) 
 
1º 
tri. 
2015 
2º 
tri. 
2015 
3º 
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2015 
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tri. 
2015 
1º 
tri. 
2016 
2º 
tri. 
2016 
3º 
tri. 
2016 
4º 
tri. 
2016 
PIB 0,8 0,4 0,3 0,5 0,5 0,3 0,4 0,4 
Consumo das Famílias 0,5 0,5 0,4 0,4 0,7 0,3 0,3 0,4 
FBKF 1,6 0,0 0,8 1,4 0,3 1,2 -0,7 0,6 
Gastos do Governo 0,3 0,3 0,5 0,5 0,7 0,3 0,1 0,4 
Exportações 2,7 1,2 0,2 0,8 0,2 1,3 0,3 1,5 
Importações 2,5 0,8 1,2 1,5 -0,1 1,4 -0,1 2,0 
Fonte: Eurostat. 
Elaboração: Gecon/Dimac/Ipea. 
 
O crescimento da demanda doméstica parece ter estimulado as importações, 
cuja taxa de crescimento passou de -0,1% no terceiro trimestre para 2% no quarto. As 
exportações também aceleraram, de 0,3% para 1,5%. Assim, a contribuição do setor 
externo para a variação trimestral do PIB foi negativa no quarto trimestre (-0,1 p.p.), 
contrastando com contribuições não negativas nos três trimestres anteriores. Talvez 
esse desempenho reflita o esgotamento do impulso associado à forte desvalorização do 
Euro (mais de 30%) ocorrida entre maio de 2014 e março de 2015. Por outro lado, seria 
razoável esperar que esse efeito voltasse a se mostrar relevante no futuro próximo dado 
que, no último trimestre de 2016, ocorreu nova desvalorização, da ordem de 8,2%, 
embora tenha havido alguma apreciação (1,5%) neste início de 2017. 
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 16 
A inflação acelerou de maneira rápida e até certo ponto inesperada na AE nos 
últimos meses. Em janeiro, os preços ao consumidor apresentaram variação de 1,8%, 
após um primeiro semestre de 2016 em que essas varrições oscilaram entre valores 
negativos e apenas levemente positivos. Claramente, a aceleração decorre dos preços 
de combustíveis, que caíam à taxa anual de 5,4% em julho de 2015 e passaram a crescer 
àtaxa de 2,5% em janeiro último. O núcleo da inflação (excluindo energia, alimentos, 
álcool e tabaco) continuava crescendo 0,9%, taxa bem inferior à meta de 2% do 
European Central Bank (ECB) (Gráfico 8). 
 
GRÁFICO 8 
Área do Euro - Índice de Preços ao Consumidor – cheio e núcleo (jan./2010 – fev./2017) 
(Variação interanual, em %) 
 
Fonte: Eurostat. 
Elaboração: Gecon/Dimac/Ipea. 
 
Assim, apesar de pressões visando reverter a atual política de aquisição de ativos 
pelo ECB, é provável que o programa se mantenha até o final do ano, como anunciado 
na reunião de dezembro, embora os quantitativos tenham sido reduzidos. Além disso, 
as incertezas tendem a turvar o horizonte com a perspectiva de que, nas eleições que 
vão acontecer na França, Holanda e Alemanha, partidos nacionalistas reforcem a 
tendência protecionista e isolacionista, afetando a própria existência da Área do Euro, o 
comércio internacional e a recuperação da economia. 
 
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IPC Cheio IPC núcleo
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 17 
 
China 
Na China, ainda o polo dinâmico da economia mundial, especialmente pela 
influência sobre o resto da Ásia, o crescimento manteve-se estável em torno de 6,7% ao 
ano ao longo de 2016, contrariando as expectativas do início do ano passado, que 
apontavam para uma desaceleração forte. No último trimestre, o crescimento acelerou 
ligeiramente para 6,8% na comparação anual. Embora as estatísticas de atividade 
econômica relativas ao primeiro bimestre do ano sejam divulgadas com defasagem 
devido ao feriado do ano novo lunar, há indicações de que o ritmo de expansão tenha 
se mantido no início de 2017. Assim, como comentado anteriormente, os PMIs do 
primeiro bimestre na China mostram um momento positivo para as atividades industrial 
e de serviços, apoiado tanto na expansão da produção (no caso dos serviços, novos 
negócios) quanto da demanda, captada pelo volume de novos pedidos no caso da 
indústria. 
Por outro lado, a inflação, que vinha acelerando ao longo do ano passado e em 
janeiro atingiu 2,4% no índice de preços ao consumidor, recuou em fevereiro, na 
variação anual, para 0,8%. Essa volatilidade reflete o comportamento do preço de 
alimentos, que em fevereiro caíram 4,3% ante fevereiro de 2016. Porém, também o 
núcleo da inflação ao consumidor desacelerou, passando de 2,4% em janeiro para 2% 
em fevereiro. Essas flutuações, contudo, não encobrem o fato de que a inflação acelerou 
ao longo de 2016, refletindo uma intensificação da atividade econômica no período. 
Essa trajetória é ainda mais evidente no caso dos preços ao produtor, cuja variação anual 
passou de -5,9% em dezembro de 2015 para 7,9% em fevereiro de 2017. 
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 18 
GRÁFICO 9 
China - Índice de Preços ao Consumidor e Produtor (jan./2010– fev./2017) 
(Variação Interanual, em %) 
 
Fonte: CEIC. 
Elaboração: Gecon/Dimac/Ipea. 
 
Essa percepção de que a atividade econômica teria recuperado um ritmo mais 
forte ao longo de 2016 é reforçada pelo comportamento do comércio exterior. Em 
janeiro, a variação anual das exportações foi de 7,9%, ante variação média anual de -
5,5% ao longo de 2016, enquanto as importações cresceram 16,7%, contra variações 
médias anuais em 2016 de -5,3%. Em fevereiro, o crescimento das exportações voltou a 
ficar negativo, em -1,3% – possivelmente pelo efeito das antecipações de vendas 
externas em janeiro devido ao feriado de ano novo de fevereiro –, mas o crescimento 
das importações acelerou ainda mais, para 38,1% na comparação anual. Mesmo 
considerando o aumento de preços de commodities importadas pela China, o 
crescimento do volume importado permanece robusto: 18,8% em janeiro e 16,6% em 
fevereiro, na comparação anual. 
 
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IPC IPC-núcleo IPP
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 19 
GRÁFICO 10 
China – Exportações e Importações em valor (jan./2010 – fev./2017) 
(Variação Interanual, em %) 
 
Fonte: CEIC. 
Elaboração: Gecon/Dimac/Ipea. 
 
O momento da atividade econômica chinesa tem se mantido pelo impulso fiscal 
e aumento da oferta de crédito. No caso da política fiscal, essa é uma tendência presente 
também em outros países tanto avançados quanto emergentes. O gráfico a seguir 
mostra o comportamento do resultado primário estrutural do governo geral calculado 
pelo FMI para diversos países. Observa-se que para todos houve um aumente do déficit 
ou redução de superávit, indicando política fiscal expansionista. Contudo, a tendência é 
mais evidente para a China, refletindo-se principalmente em aumento dos 
investimentos em infraestrutura. 
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7
Exportações Importações
Carta de Conjuntura | 34 | 1o trimestre de 2017 20 
GRÁFICO 11 
Resultado Fiscal Primário Ajustado para o Ciclo Econômico (2007-2016) 
(Em % do PIB potencial) 
 
Fonte: Fiscal Monitor - FMI. 
Elaboração: Gecon/Dimac/Ipea. 
A expansão do crédito tem sido outro elemento importante para sustentar a 
atividade econômica na China. A concessão de novos empréstimos acelerou a partir do 
final de 2015 e tem mantido ritmo relativamente forte, ainda que com oscilações, desde 
então. No primeiro bimestre de 2017 a taxa de crescimento foi de 10% (considerando a 
média móvel de 3 meses) para o financiamento total e de 6% para os empréstimos 
bancários – uma desaceleração em relação ao segundo semestre de 2016, mas superior 
ao ritmo de 2015. O banco central chinês (Banco do Povo) tem procurado manter 
condições favoráveis no mercado de crédito ao mesmo tempo em que implementa 
medidas regulatórias que reduzam o grau de alavancagem do sistema financeiro. A 
despeito da aceleração da inflação, esta permanece aquém da meta informal de 3% a.a. 
sugerida por declarações de dirigentes do banco central chinês. Isso tem permitido que 
as taxas de juros permaneçam em patamares relativamente baixos desde o início do ano 
passado: 1,5% a.a. para depósitos e um teto de 4,35% a.a. para empréstimos. 
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2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Avançados Emergentes China
	Economia Mundial
	Paulo Mansur Levy0F
	GRÁFICO 1
	Crescimento do PIB: observado e projeções do FMI (2000 – 2018)
	TABELA 1
	Crescimento do PIB: observado e projeções do FMI (WEO - Janeiro de 2017)
	GRÁFICO 2
	GRÁFICO 3
	PMIs: Indústria
	GRÁFICO 4
	PMIs: Composto
	Commodities
	GRÁFICO 5
	Preços de Commodities – Combustíveis e demais (jan./2005 – fev./2017)
	GRÁFICO 6
	Preços de Commodities – Alimentos e Metais (jan./2005 – nov./2016)
	Estados Unidos
	TABELA 2
	Estados Unidos – PIB - Variação Trimestral, com ajuste sazonal e anualizada
	TABELA 3
	GRÁFICO 7
	Área do Euro
	TABELA 5
	AE – PIB - Variação Trimestral, ante ao período anterior, com ajuste sazonal
	TABELA 6
	GRÁFICO 8
	China
	GRÁFICO 9
	China - Índice de Preços ao Consumidor e Produtor (jan./2010– fev./2017)
	GRÁFICO 10
	China – Exportações e Importações em valor (jan./2010 – fev./2017)
	GRÁFICO 11
	Resultado FiscalPrimário Ajustado para o Ciclo Econômico (2007-2016)

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