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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLOGICAS DISCIPLINA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÂO MECÂNICA II TRATAMENTO TÉRMICO DE NORMALIZAÇÃO PROFA. DRA. CRISTIANA DOS SANTOS NUNES FORTALEZA, 2015 ALYSSON MATIAS OLIVEIRA – 1425029/8 ELTON AECIO ANDRADE BARROS – 1120048/6 JEAN KLEBER PEREIRA DE OLIVEIRA – 1320503/5 LUAN GUSTAVO ROQUE LIOBA – 1420208/X PAULO HENRIQUE DE SOUZA FALCÃO – 1420216/1 PEDRO VICTOR CASTRO HOLANDA – 14202017/0 TRATAMENTO TÉRMICO DE NORMALIZAÇÂO Trabalho de conclusão da disciplina de Materiais de Construção Mecânica II, da Universidade de Fortaleza. Profa. Dra. Cristiana dos Santos Nunes Fortaleza, 2015 RESUMO Neste trabalho será apresentando um ensaio de tratamento térmico de normalização para verificação e análise da dureza e da microestrutura de um aço AISI 1045 antes e depois do tratamento térmico. Este experimento tem como objetivo especifico medir a dureza antes e depois do tratamento térmico de normalização e compará-la. Além disso, tem como objetivos gerais realizar a metalografia e analisar as microestruturas antes e depois do tratamento térmico de normalização. Este relatório também descreverá as técnicas, ferramentas e equipamentos utilizados no ensaio. Neste estudo será demonstrada a mudança de comportamento desse material em relação à sua dureza e microestrutura após o tratamento térmico de normalização. Por fim, este estudo mostrará a importância da normalização como um tratamento preliminar para outros tipos de tratamento térmico. LISTA DE FIGURAS Figura 01: Faixas de temperatura usuais de alguns tratamentos térmicos de aços, Fortaleza, 2015............................................................. 07 Figura 02: Microestrutura de um aço AISI 1045 antes e depois da normalização, Fortaleza, 2015.................................................................. 08 Figura 03: Durômetro de bancada, Fortaleza, 2015.................................. 08 Figura 04: Forno Brasimet, Tenaz e Secador de cabelo, respectivamente, Fortaleza, 2015............................................................. 09 Figura 05: Máquina de corte, máquina de lixamento e maquina de polimento respectivamente, Fortaleza, 2015............................................. 09 Figura 06: Álcool etílico puro, ácido nítrico e microscópio óptico respectivamente, Fortaleza, 2015............................................................. 10 Tabela 01: Dureza na superfície da amostra antes do tratamento, Fortaleza, 2015.......................................................................................... 10 Tabela 02: Dureza na superfície da amostra depois do tratamento, Fortaleza, 2015.......................................................................................... 11 Tabela 03: Valores dos fatores de influencia no tempo de aquecimento, Fortaleza, 2015.......................................................................................... 12 Gráfico 01: Dureza na superfície antes do tratamento térmico, Fortaleza, 2015.................................................................................................. 13 Gráfico 02: Dureza na superfície depois do tratamento térmico, Fortaleza, 2015.......................................................................................... 14 Figura 07: A microestrutura de um aço com 0,45% de carbono com zoom de 200x antes e depois do tratamento térmico de normalização, respectivamente, Fortaleza, 2015............................................................. 15 Figura 08: A microestrutura de um aço com 0,45% de carbono com zoom de 500x antes e depois do tratamento térmico de normalização, respectivamente, Fortaleza, 2015............................................................. 16 Figura 09: A microestrutura de um aço com 0,45% de carbono com zoom de 500x antes e depois do tratamento térmico de normalização, respectivamente, Fortaleza, 2015............................................................. 16 SUMÁRIO 1. 1. DESCRIÇÃO DO TRATAMENTO TÉRMICO DE NORMALIZAÇÃO.... 06 2. 2. CARACTERÍSTICAS ESPERADAS DO AÇO AISI 1045...................... 07 2.1 Dureza Rockwell B – HRB............................................................. 07 2.2 Microestrutura................................................................................. 07 3. MATERIAIS UTILIZADOS NO ENSAIO............................................... 08 3.1 No ensaio de dureza....................................................................... 08 3.2 No tratamento térmico de normalização......................................... 08 3.3 No ensaio metalográfico................................................................. 09 4. MÉTODOS UTILIZADOS NO ENSAIO................................................ 10 4.1 Ensaio de dureza Rockell B – HRB................................................ 10 a) Antes do tratamento térmico........................................................... 10 b)Depois do tratamento térmico........................................................... 10 4.2 Descrição da metodologia aplicada na normalização.................... 11 4.3 Descrição do ensaio metalográfico................................................. 12 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................... 13 5.1 Resultados obtidos no ensaio de dureza........................................ 13 5.2 Resultados obtidos no ensaio metalográfico.................................. 14 6. CONCLUSÃO....................................................................................... 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 18 6 1. DESCRIÇÃO DO TRATAMENTO TÉRMICO DE NORMALIZAÇÃO A normalização é um tratamento térmico que consiste no aquecimento um aço a uma temperatura acima da sua zona crítica, mantendo-o nessa temperatura por um determinado intervalo de tempo conhecido como tempo de tratamento térmico para completa homogeneização, seguido de um resfriamento ao ar calmo ou forçado. De acordo com Instituto Federal de Santa Catarina para o aço ABNT 1045 a temperatura para realização do tratamento térmico de normalização é 900ºC. Para os aços hipoeutetóides a temperatura adequada para normalização está acima da linha A3 e para aços hipereutetóides essa temperatura está acima da linha Acm como indicado na figura 01. O cálculo do tempo de tratamento térmico (tempo total de austenitização) é dado pela fórmula. TTotal = Taquecimento + Tencharque O Taquecimento é o tempo de aquecimento completo da peça a ser tratada e o Tencharque é o tempo de permanência na temperatura de transformação (tempo de repouso). O tempo de encharque para um aço-carbono é igual a 2 minutos por milímetro de espessura da peça. O tempo de aquecimento é dado pela fórmula. Taquecimento = 0,1. D1.K1.K2.K3, O D1 é a menor dimensão da peça em milímetro, K1 é o coeficiente do forno (0,5 para metais fundidos), K2 é coeficiente que dá forma a peça (2 para cilíndrica), K3 é o coeficiente de regularidade de aquecimento no forno (1,5 quando o aquecimento é em todas as faces menos a repousada). A normalização tem como objetivos principais refinar o grão, uniformizara microestrutura de produtos conformados a quente, melhorar as propriedades mecânicas e a usinabilidade do material. A normalização é ainda usada como tratamento preliminar à têmpera e ao revenimento. 7 A Figura 01 apresenta a zona crítica para a normalização e também as faixas de temperaturas de diversos tratamentos térmicos para vários aços Figura 01: Faixas de temperatura usuais de alguns tratamentos térmicos de aços, Fortaleza, 2015. Fonte: Oliveira, 2007 2. CARACTERÍSTICAS ESPERADAS DO AÇO AISI 1045 2.1 Dureza Rockwell B – HRB Segundo Colpaert (2008), a dureza Brinell de um aço com 0,45% de carbono, após a normalização, será de 225 que é equivalente a uma dureza Rockwell B de 97,8. 2.2 Microestrutura Como o aço utilizado no ensaio é um AISI 1045, isto é, tem 0,45% de carbono, portanto, se trata de um aço hipoeutetóide e é esperada uma microestrutura de perlita fina e ferrita pro-eutetóide. Formam-se lamelas de perlita mais fina devido à difusão do carbono e a espessura das lamelas depende da velocidade de resfriamento sendo mais quanto maior for esta velocidade. 8 Figura 02: Microestrutura de um aço AISI 1045 antes e depois da normalização, Fortaleza, 2015. Fonte: Oliveira, 2007 3. MATERIAIS UTILIZADOS NO ENSAIO 3.1 No ensaio de dureza No ensaio de dureza Rockell B foi utilizado um durômetro de bancada. Figura 03: Durômetro de bancada, Fortaleza, 2015. Fonte: Próprio autor 3.2 No tratamento térmico de normalização No tratamento térmico de normalização foram utilizados os seguintes materiais que podem vistos na Figura 04: - 1 forno da marca Brasimet, - 1 tenaz, e - 1 secador de cabelo. 9 Figura 04: Forno Brasimet, Tenaz e Secador de cabelo, respectivamente, Fortaleza, 2015. Fonte: Próprio autor 3.3 No ensaio metalográfico No ensaio metalográfico foram utilizados os seguintes materiais que podem ser vistos na Figura 05 e 06: - 1 máquina de corte “cut off”, - 1máquina de lixamento, - 1 máquina de polimento, - 1 ácool etílico puro, - 1 ácido nítrico, e - 1 microscopio óptico. Figura 05: Máquina de corte, máquina de lixamento e maquina de polimento respectivamente, Fortaleza, 2015. Fonte: Próprio autor 10 Figura 06: Álcool etílico puro, ácido nítrico e microscópio óptico respectivamente, Fortaleza, 2015. Fonte: Próprio autor 4. MÉTODOS UTILIZADOS NO ENSAIO 4.1 Ensaio de dureza Rockwell B - HRB a) Antes do tratamento térmico A amostra de aço AISI 1045 foi preparada e submetida inicialmente a um ensaio de dureza Rockwell C, mas os valores obtidos foram inferiores aos exigidos para escala. Com isso, um ensaio de dureza Rockwell B antes do tratamento térmico foi realizado e adotado como referência para comparação posterior. O ensaio foi realizado em 11 pontos específicos da peça para varrer toda a sua superfície sendo o primeiro ponto descartado. A partir deste, obtemos os seguintes valores. Tabela 01: Dureza na superfície da amostra antes do tratamento, Fortaleza, 2015. Pontos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Dureza (HRB) 41 45 50 40 55 56 34 36 54 45 Desvio padrão amostral = 7,93 HRBmédia = 45,6 Fonte: Próprio autor b) Depois do tratamento térmico A amostra de aço AISI 1045, após o tratamento térmico, foi preparada e submetida novamente a um ensaio de dureza Rockwell B. O ensaio foi realizado em 11 pontos específicos da peça na mesma superfície anterior 11 sendo o primeiro ponto descartado. A partir deste, obtemos os seguintes valores. Tabela 02: Dureza na superfície da amostra depois do tratamento, Fortaleza, 2015. Pontos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Dureza (HRB) 59 60 66 56 66 63 67 66 65 64 Desvio padrão amostral = 3,67 HRBmédia = 63,2 Fonte: Próprio autor 4.2 Descrição da metodologia aplicada na normalização A preparação preliminar para normalização foi iniciada com a inspeção visual dos equipamentos utilizados para garantir o bom funcionamento dos mesmos, após a inspeção o forno foi ligado e ajustado para temperatura de 900 °C que é a temperatura adequada para o tratamento térmico de normalização para o aço AISI 1045. O forno demorou aproximadamente duas horas para atingir a temperatura adequada. Como é sabido, usa-se 900ºC para que ocorra toda a austenitização da amostra de aço AISI 1045. Antes de colocar a amostra no forno foi calculado o tempo total de permanência da amostra dentro do forno usando a fórmula “TTotal = Taquecimento + Tencharque “. Sabe-se que o tempo de encharque é de 2 minutos para cada milímetro de espessura da peça e que a espessura medida foi de 7 milímetros, portanto, o tempo de encharque final foi quatorze minutos. Sabe-se também que para calcular o tempo de aquecimento utiliza-se a fórmula “Taquecimento = 0,1. D1.K1.K2.K3” que depende de vários fatores já explicados anteriormente, sabendo disto foram determinados os valores desses fatores mostrado na tabela abaixo, onde a menor espessura da peça foi de 7 milímetros, o coeficiente do forno foi 0,5 por se tratar de um aço carbono, o coeficiente que dá forma foi 2, porque a forma da amostra era cilíndrica e coeficiente de regularidade de aquecimento no forno foi 1,5, pois o aquecimento foi realizado em todas as faces menos a repousada. Com esses valores foi encontrado um tempo de encharque de aproximadamente 1 minuto. 12 Tabela 03: Valores dos fatores de influencia no tempo de aquecimento, Fortaleza, 2015. D1 (mm) K1 K2 K3 7 0,5 2 1,5 Fonte: Próprio autor A partir desses valores o tempo total de permanência calculado e adotado foi de 15 minutos. Após a determinação do tempo total de permanência a amostra foi levada ao forno e submetida ao aquecimento até que o tempo determinado fosse atingido. Passado os 15 minutos a amostra foi removida e submetida a um resfriamento com ar agitado utilizando-se um secador de ar sem aquecimento até que fosse atingida a temperatura ambiente de aproximadamente 28 °C. 4.3 Descrição do ensaio metalográfico Após a conclusão do tratamento térmico de normalização, foi iniciada a preparação da amostra para o ensaio metalográfico que consistiu na realização do lixamento da amostra com lixas de granulometria crescente de 220 até 1200. No lixamento foi atendido o requisito da peça ser girada 90° a cada troca de lixa de granulometria diferente, para garantir que os riscos que a lixa anterior provocou sejam removidos. Após o lixamento, a superfície da amostra foi limpa em água corrente e detergente líquido, foi utilizado também álcool etílico que possui um ponto de ebulição baixo para facilitar a secagem, além disso, a superfície da amostra foi seca com secador de cabelo. Esses procedimentos tiveram como objetivos deixar a superfície da amostra isenta de traços abrasivos, solventes, poeiras e outras impurezas. A amostra foi então submetida ao polimento em uma máquina de polir com um pano para polimento metalográfico adequado e adicionando-se pasta de diamante. Além disso, para realizar o polimento a amostra foi submetida a uma rotação no sentido contrário ao da rotação da máquina de polimento ao passo que foi adicionado um líquido azul para facilitar o movimento da amostra. Alguns cuidados adicionais foram tomados como, por exemplo, foi evitado um polimento demorado, fricção e pressão excessiva. A 13 conclusão do polimento se deu quando um acabamento superficial plano, polido, isento de marcas ou riscos foi alcançado.Após o polimento, a amostrada foi limpa em água corrente e detergente líquido e posteriormente mergulhada em álcool etílico e secada. Depois dessa limpeza e secagem a superfície polida da amostra foi submetida ao ataque químico, mergulhando-se essa superfície por alguns segundos em um reagente específico conhecido Nital a 3% composto de 97 ml de álcool etílico puro e 3 ml de ácido nítrico. Quando o ataque químico foi finalizado a peça foi levada imediatamente ao microscópio óptico para análise da sua microestrutura. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1. Resultados obtidos no ensaio de dureza Os gráficos abaixo mostram o comportamento da dureza na superfície da amostra de um aço AISI 1045 antes e depois do tratamento térmico. A partir do Gráfico 01 é possível observar que antes do tratamento térmico: - Os valores de dureza em cada ponto selecionado na superfície da amostra eram menores. - O valor da dureza média da amostra era inferior. - O desvio padrão amostral que representa a dispersão desses valores de dureza foram maiores. Gráfico 01: Dureza na superfície antes do tratamento térmico, Fortaleza, 2015. Fonte: Próprio autor 14 Após o tratamento de térmico de normalização houve uma mudança no comportamento da dureza na superfície da amostra que pode ser observada no Gráfico 02 através do: - Aumento da dureza em cada ponto da superfície - Aumento do valor da dureza média da amostra. - Diminuição da dispersão dos valores de dureza representada pela redução do desvio padrão amostral das medições. Gráfico 02: Dureza na superfície depois do tratamento térmico, Fortaleza, 2015. Fonte: Próprio autor 5.2 Resultados obtidos no ensaio metalográfico A partir das imagens obtidas no microscópio óptico é possível observar nitidamente as mudanças na microestrutura do aço, após a normalização. Analisando as Figuras 07, 08 e 09, referente à antes do tratamento térmico de normalização, pode-se afirmar que: - A seta azul está indicando a parte clara da imagem que representa a matriz ferrítica. - A seta laranja está indicando a parte atacada da imagem que representa a perlita com grãos mais grosseiros. - É possível observar a distribuição heterogênea das microestruturas existentes. 15 Observando e analisando detalhadamente as Figuras 07, 08 e 09, referente à depois do tratamento térmico de normalização, pode-se afirmar que: - A seta azul está indicando a parte clara da imagem que continua a representar a matriz ferrítica, porém em menor proporção devido ao aumento dos grãos perlítico. - A seta laranja está indicando a parte atacada da imagem que representa a formação da perlita lamelar mais fina, isto é, lamelas intercaladas de ferrita e cementita que contém mais ferrita do que a proporção normal. - Em todas as imagens é possível observar que houve uma homogeneização da microestrutura, com uma granulação mais uniforme. Figura 07: A microestrutura de um aço com 0,45% de carbono com zoom de 200x antes e depois do tratamento térmico de normalização, respectivamente, Fortaleza, 2015. Fonte: Próprio autor 16 Figura 08: A microestrutura de um aço com 0,45% de carbono com zoom de 500x antes e depois do tratamento térmico de normalização, respectivamente, Fortaleza, 2015. Fonte: Próprio autor Figura 09: A microestrutura de um aço com 0,45% de carbono com zoom de 500x antes e depois do tratamento térmico de normalização, respectivamente, Fortaleza, 2015. Fonte: Próprio autor 17 6. CONCLUSÃO Com o desenvolvimento deste experimento, foi possível evidenciar a importância do tratamento térmico de normalização para mudança no comportamento das propriedades mecânicas do aço AISI 1045, devido à mudança na microestrutura encontrada nesse material após o tratamento térmico. Verificou-se que a normalização foi responsável pelo aumento dos grãos perlíticos, formação da perlita fina, homogeneização da microestrutura bem como pelo aumento da dureza da amostra. 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CALLISTER Jr, WILLIAN D. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. LTC. 8a ed. Rio de Janeiro. 2002. COLPAERT, Hubertus. Metalografia dos Produtos Siderúrgicos Comuns. Edgard Blücher. São Paulo. 2008. OLIVEIRA, A. R. Tratamento térmico. Pará: IFPA, 2007.
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