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DIREITO CIVIL I - Pessoa Jurídica e Bens

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DIREITO CIVIL I - 2° BIMESTRE
Sumário
Pessoa Jurídica:
- Natureza Jurídica
 - Teorias da Ficção/Realidade
- Requisitos para a Constituição da Pessoa Jurídica
 - Começo da Existência Legal
 - Sociedades Irregulares ou de Fato
 - Grupos Despersonalizados
- Classificação da Pessoa Jurídica
 - Pessoas Jurídicas de Direito Privado
 - As Associações
 - As Sociedades
 - As Fundações
- Desconsideração da Personalidade Jurídica
- Responsabilidade das Pessoas Jurídicas
 - Responsabilidade da Pessoa Jurídica de Direito Privado
 - Responsabilidade da Pessoa Jurídica de Direito Público
 - Extinção da Pessoa Jurídica
Bens:
- Bens Imóveis
- Bens Móveis
- Bens Fungíveis e Consumíveis
- Bens Divisíveis
- Bens Singulares e Coletivos
- Bens Reciprocamente Considerados
- Bens Públicos
DAS PESSOAS JURÍDICAS
- Pessoas jurídicas são entidades criadas para a realização de um fim e reconhecidas pela ordem jurídica como su-jeitos de direitos e deveres.
- Características: Personalidade própria; Patrimônio próprio; Vida própria; Pode exercer todos os atos que não se-jam privativos das pessoas naturais; Podem ser sujeito ativo ou passivo de delitos.
- Natureza Jurídica: 
 - Teoria da Ficção: As teorias da ficção não são, hoje, aceitas.
 - Legal (Savigny): A pessoa jurídica constitui uma criação artificial da lei, um ente fictício, pois somente a pes-soa natural pode ser sujeito da relação jurídica e titular de direitos subjetivos. Desse modo, só entendida como uma ficção pode essa capacidade jurídica ser estendida às pessoas jurídicas, para fins patrimoniais.
 - Doutrinária: a pessoa jurídica não tem existência real, mas apenas intelectual, ou seja, na inteligência dos ju-ristas, sendo assim uma mera ficção criada pela doutrina.
 - Teorias da Realidade: As pessoas jurídicas são realidades vivas e não mera abstração, tendo existência própria como os indivíduos.
 - Objetiva (ou Orgânica): A pessoa jurídica é uma realidade sociológica, ser com vida própria, que nasce por imposição das forças sociais. A vontade, pública ou privada, é capaz de dar vida a um organismo, que passa a ter existência própria, distinta da de seus membros, capaz de tornar-se sujeito de direito, real e verdadeiro.
 - Realidade Jurídica (ou Institucionalista): Considera as pessoas jurídicas como organizações sociais destina-das a um serviço ou ofício, e por isso personificadas. Parte da análise das relações sociais, não da vontade huma-na, constatando a existência de grupos organizados para a realização de uma ideia socialmente útil, as institui-ções, sendo estas grupos sociais dotados de ordem e organização próprias.
 - Realidade Técnica: A personificação dos grupos sociais é expediente de ordem técnica, a forma encontrada pelo direito para reconhecer a existência de grupos de indivíduos que se unem na busca de fins determinados. A personificação é atribuída a grupos em que a lei reconhece vontade e objetos próprios. A personalidade jurídica é, portanto, um atributo que o Estado defere de certas entidades há vidas como merecedoras desse beneficio por observarem determinados requisitos por ele estabelecidos.
- Requisitos para a Constituição da Pessoa Jurídica:
 - Vontade humana criadora (intenção de criar uma entidade distinta da de seus membros): São necessárias duas ou mais pessoas com vontades convergentes, ligadas por uma intenção comum.
 - Elaboração do ato constitutivo (estatuto ou contrato social): É requisito formal exigido pela lei e se denomi-na estatuto, em se tratando de associações, que não têm fins lucrativos; contrato social, no caso de sociedades, simples ou empresárias, antigamente denominadas civis e comerciais; e escritura pública ou testamento, em se tratando de fundações (CC, art. 62). 
 - Registro do ato constitutivo no órgão competente: O ato constitutivo deve ser levado a registro para que comece, então, a existência legal da pessoa jurídica de direito privado (CC, art. 45).
 - Liceidade de seu objetivo: Nas sociedades em geral, civis ou comerciais, o objetivo é o lucro pelo exercício da atividade. Nas fundações os fins só podem ser religiosos, morais, culturais ou de assistência (CC, art. 62, pará-grafo único). E nas associações, de fins não econômicos (art. 53), os objetivos colimados são de natureza cultural, educacional, esportiva, religiosa, filantrópica, recreativa, moral etc.
 - Começo da Existência Legal: O registro no órgão competente, além de servir de prova, tem, pois, natureza constitutiva, por ser atributivo da personalidade, da capacidade jurídica. Em casos especiais de necessidade de autorização do governo, o registro só será efetivado depois da chancela ter sido expressa e previamente obtida, sob pena de nulidade do ato.
 - Sociedades Irregulares ou de Fato: Sem o registro de seu ato constitutivo a pessoa jurídica será considerada irregular, mera associação ou sociedade de fato, sem personalidade jurídica, ou seja, mera relação contratual dis-ciplinada pelo estatuto ou contrato social. Os bens dos sócios (da sociedade irregular) são fundidos com o da pes-soa jurídica. A regularização da sociedade de fato, com o registro de seu ato constitutivo, não produz, todavia, efeitos pretéritos, não retroagindo estes ao período anterior, em que permaneceu como sociedade de fato.
 - Grupos Despersonalizados: constituem um conjunto de direitos e obrigações, de pessoas e de bens sem per-sonalidade jurídica e com capacidade processual, mediante representação.
 - Família: O agrupamento familiar, caracterizado pelo conjunto de pessoas e pela massa comum de bens, não constitui uma pessoa jurídica, “não só por sua reduzida composição numérica, mas, também, porque sua ativida-de jurídica, mesmo na esfera patrimonial, pode ser exercida razoavelmente sem essa personificação.
 - A Massa Falida: O acervo de bens pertencentes ao falido, após a sentença declaratória de falência decretan-do a perda do direito à administração e à disposição do referido patrimônio, bem como o ente despersonalizado voltado à defesa dos interesses gerais do credores.
 - As Heranças Jacente e Vacante: Diz-se que a herança é jacente, quando se abre a sucessão sem que o faleci-do tenha deixado testamento, e não há conhecimento da existência de algum herdeiro. Serão declarados vacan-tes os bens da herança jacente se, promovida a arrecadação e praticadas todas as exigências legais, não aparece-rem herdeiros, ou se todos os chamados a suceder a ela renunciarem.
 - Espólio: O espólio irá responder por todas as dívidas do falecido e até por alguma condenação anterior a sua morte, ou por qualquer ação, mas que seja de sua responsabilidade civil. Para representar o espólio é necessário nomear em juízo um representante que será chamado de inventariante. O inventariante de espólio geralmente é escolhido entre os herdeiros. Obs.: No processo de sucessão, a diferença entre espólio e herança é que espólio são os bens deixados, enquanto herança não são apenas os bens, mas também os direitos e deveres que uma pessoa que falece deixa.
 Passos do Inventário: a) Saber a totalidade de bens; b) Saber dos herdeiros; c) Saber da dívidas.
 - As Sociedades e Associações sem Personalidade Jurídica: Serão representadas em juízo, ativa e passivamen-te, "pela pessoa a quem couber a administração dos seus bens". São as entidades já criadas e em funcionamento que não têm existência legal por falta de registro no órgão competente ou por falta de autorização legal.
 - Condomínio:
 - Condomínio Edilício: O condomínio de edifícios tem parte individual e parte em comum. A lei define a for-ma de representação do condomínio, defender os direitos e interesses comuns dos condôminos, sob a fiscaliza-ção da Assembléia Geral. Há divergências doutrinárias sobre a identificação do condomínio como pessoa jurídica.
 - CondomínioComum (Geral ou Tradicional): Não tem personalidade jurídica. Não passa de propriedade 
comum ou co-propriedade de determinada coisa, cabendo a cada condômino uma parte ideal.
- Classificação da Pessoa Jurídica:
 - Nacionalidade:
 - Nacional: É a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua administração.
 - Estrangeira: Ela não pode, qualquer que seja o objeto, funcionar dentro do país sem a autorização do Poder Executivo, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira.
 - Estrutura Interna:
 - Corporação (universitas personarum): Caracteriza-se pelo aspecto eminentemente pessoal. Constitui um conjunto de pessoas, reunidas para melhor consecução de seus objetivos.
 - Associações: Não tem fins lucrativos, mas religiosos, morais, culturais, assistenciais, desportivos ou recre-ativos.
 - Sociedades:
 - Sociedades Simples: Têm fim econômico e visam lucro, que deve ser distribuído entre os sócios. São constituídas, em geral, por profissionais da mesma área ou por prestadores de serviço técnicos.
 - Sociedades Empresárias: Também visam lucro. Distinguem se das sociedades simples porque têm por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito ao registro previsto no Art.967 do CC.
 - Fundação (universitas bonorum): O aspecto dominante é o material: compõe-se de um patrimônio persona-lizado, destinado a um determinado fim.
 - Função ou Órbita de sua atuação: 
 - Direito Público:
 - Direito Público Externo: São os Estados da comunidade internacional, e organismos internacionais como a ONU. " Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público esterno os Estados estrangeiros e todas as pessoas que fo-rem regidas pelo direito internacional público".
 - Direito Público Interno: São as da administração direta (União, Estados, Distrito Federal, Territórios, Mu-nicípios) e da administração indireta (autarquias, fundações p´blicas e demais entidades de caráter público cria-das por lei)
 - Pessoas Jurídicas de Direito Privado: "Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - As Associações: "É constituída de pessoas que reúnem seus esforços para a realização de fins não econômicos. (Art. 53.)" Não há, entre os membros da associação, direitos e obrigações recíprocos, nem intenção de dividir re-sultados, sendo os objetivos altruísticos, científicos, artísticos, beneficentes, religiosos, educativos, culturais, polí-ticos, esportivos ou recreativos.
II - As Sociedades: Sociedades Simples: Têm fim econômico e visam lucro, que deve ser distribuído entre os só-cios. São constituídas, em geral, por profissionais da mesma área ou por prestadores de serviço técnicos. Sociedades Empresárias: Também visam lucro. Distinguem se das sociedades simples porque têm por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito ao registro previsto no Art.967 do CC.
III - As Fundações: consistem em complexos de bens (universitates bonorum) dedicados à consecução de certos fins e, para esse efeito, dotados de personalidade.
A constituição da fundação se desdobra em quatro fases: 1) A do ato de dotação ou de instituição, que compreen-de a reserva ou destinação de bens livres, com indicação dos fins a que se destinam e a maneira de administrá- -los. 2) A da elaboração do estatuto, que pode ser direta ou própria (pelo próprio instituidor) ou fiduciária (por pessoa de sua confiança, por ele designada). 3) A da aprovação do estatuto. O estatuto é encaminhado ao Minis-tério Público Estadual da localidade, que é a autoridade competente para aprovação. 4) A do registro, que se faz no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. É indispensável, pois só com ele começa a fundação a ter existência legal. 
As fundações extinguem-se em dois casos: a) se se tornar ilícita (nociva), impossível ou inútil a sua finalidade; b) se vencer o prazo de sua existência
IV - As Organizações Religiosas: A liberdade de funcionamento das organizações religiosas não afasta o controle de legalidade e legitimidade constitucional de seu registro, nem a possibilidade de reexame, pelo Judiciário, da compatibilidade de seus atos com a lei e com seus estatutos
V - Os partidos políticos: Seus fins são políticos, não se caracterizando pelo fim econômico ou não. Assim, não po-dem ser associações ou sociedades, nem fundações, porque não têm fim cultural, assistencial, moral ou religioso. “Os partidos políticos, sindicatos e associações religiosas possuem natureza associativa, aplicando-lhes o CC.”
VI - As empresas individuais ou de responsabilidade limitada."
- Desconsideração da Personalidade Jurídica: (Art. 70)
Tal teoria permite que o juiz, em casos de fraude e de má-fé, desconsidere o princípio de que as pessoas jurídicas têm existência distinta da dos seus membros e os efeitos dessa autonomia, para atingir e vincular os bens particu-lares dos sócios à satisfação das dívidas da sociedade.
Pode o juiz, nesses casos, deixar de aplicar as regras de separação patrimonial entre sociedade e sócios, ignoran-do a existência da pessoa jurídica num caso concreto, porque é necessário coibir a fraude perpetrada graças à manipulação de tais regras. Não seria possível a coibição se respeitada a autonomia da sociedade. Note-se, a deci-são judicial que desconsidera a personalidade jurídica da sociedade não desfaz o seu ato constitutivo, não o inva-lida, nem importa a sua dissolução. Trata, apenas e rigorosamente, de suspensão episódica da eficácia desse ato. Quer dizer, a constituição da pessoa jurídica não produz efeitos apenas no caso em julgamento, permanecendo válida e inteiramente eficaz para todos os outros fins. Em suma, a aplicação da teoria da desconsideração não im-porta dissolução ou anulação da sociedade.
 - Teoria Maior: Ela prestigia a contribuição doutrinária e em que a comprovação da fraude e do abuso por parte dos sócios constitui requisito para que o juiz possa ignorar a autonomia patrimonial das pessoas jurídicas
 - Objetiva: a confusão patrimonial constitui o pressuposto necessário e suficiente da desconsideração. Basta, para tanto, a constatação da existência de bens de sócio registrados em nome da sociedade, e vice-versa. O pres-suposto da desconsideração se encontra, precipuamente, na confusão patrimonial.
 - Subjetiva: não prescinde do elemento anímico, presente nas hipóteses de desvio de finalidade e de fraude. É pressuposto inafastável para a desconsideração o abuso da personalidade jurídica.
 - Teoria Menor: Considera o simples prejuízo do credor motivo suficiente para a desconsideração. Ela não se preocupa em verificar se houve ou não utilização fraudulenta do princípio da autonomia patrimonial, nem se hou-ve ou não abuso da personalidade. Se a sociedade não possui patrimônio, mas o sócio é solvente, isso basta para responsabilizá-lo por obrigações daquela.
Configura-se a confusão patrimonial quando a sociedade paga dívidas do sócio, ou este recebe créditos dela, ou o inverso, não havendo suficiente distinção, no plano patrimonial, entre pessoas.
- Responsabilidade das Pessoas Jurídicas
 - Responsabilidade contratual: a pessoa jurídica de direito público e privado, no que se refere à realização de um negócio jurídico dentro do poder autorizado pela lei ou pelo estatuto, deliberado pelo órgão competente, é responsável, devendo cumprir o disposto no contrato, respondendo com seus bens pelo inadimplemento contra-tual (CC, art. 1.056); terá responsabilidade objetiva por fato e por vício do produto e do serviço.
 - Responsabilidade extracontratual: as pessoas de direito privado devem reparar o dano causado pelo seu re-presentante que procedeu contra o direito; respondem pelos atos ilícitos praticados pelos seus representantes, desde que haja presunção juris tantum de culpa in ligendo ou in vigilando , queprovoca a reversão do ônus da prova, fazendo com que a pessoa jurídica tenha de comprovar que não teve culpa nenhuma (STF, Súmula 341); as pessoas de direito público são civilmente responsáveis por atos dos seus representantes que nessa qualidade cau-sem danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou faltando dever prescrito por lei, salvo o direi-to regressivo contra os causadores do dano; bem como as de direito privado que prestem serviços públicos.
 - Responsabilidade da Pessoa Jurídica de Direito Privado: No âmbito civil, a responsabilidade da pessoa jurídica pode ser contratual e extracontratual, sendo para esse fim equiparada à pessoa natural.
 - Responsabilidade da Pessoa Jurídica de Direito Público
- Extinção da Pessoa Jurídica: As pessoas jurídicas nascem, desenvolvem-se, modificam-se e extinguem-se. Nas sociedades comerciais, as modificações compreendem a transformação, a incorporação e a fusão. As sociedades civis devem manter a forma específica.
a ) Convencional: por deliberação de seus membros, conforme quorum previsto nos estatutos ou na lei. A vonta-de humana criadora, hábil a gerar uma entidade com personalidade distinta da de seus membros, é também ca-paz de extingui-la. Podem ainda quadrar-se à modalidade “convencional” a dissolução da pessoa jurídica pelo “vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado”
b) Legal: em razão de motivo determinante na lei, como, a decretação da falência, a morte dos sócios ou desapa-recimento do capital, nas sociedades de fins lucrativos. As associações, que não os têm, não se extinguem pelo desaparecimento do capital, que não é requisito de sua existência.
c) Administrativa: quando as pessoas jurídicas dependem de autorização do Poder Público e esta é cassada, seja
por infração a disposição de ordem pública ou prática de atos contrários aos fins declarados no seu estatuto, seja por se tornar ilícita, impossível ou inútil a sua finalidade. 
d ) Judicial: quando se configura algum dos casos de dissolução previstos em lei ou no estatuto, especialmente quando a entidade se desvia dos fins para que se constituiu, mas continua a existir, obrigando um dos sócios a ingressar em juízo. Dispõe o art. 1.034 do Código Civil que a sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a reque-rimento de qualquer dos sócios, quando: “I anulada a sua constituição; II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexequibilidade”. O rol é meramente exemplificativo, pois pode ser dissolvida por sentença, se necessário, em qualquer das hipóteses previstas nos arts. 69.
BENS
Art. 79-103
- Conceito: bens são as coisas materiais ou imateriais que têm valor econômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica; para que o bem seja objeto de uma relação jurídica é preciso que ele apresente os seguintes caracteres, idoneidade para satisfazer um interesse econômico, gestão econômica autônoma e subordinação jurí-dica ao seu titular.
- Bens corpóreos e incorpóreos: Bens corpóreos são os que têm existência física, material e podem ser tangidos pelo homem. Incorpóreos são os que têm existência abstrata ou ideal, mas valor econômico, como o direito auto-ral, o crédito, a sucessão aberta, o fundo de comércio etc.
- Patrimônio: Em sentido amplo, o conjunto de bens, de qualquer ordem, pertencentes a um titular, constitui o seu patrimônio. Patrimônio, segundo a doutrina, é o complexo das relações jurídicas de uma pessoa, que tiverem valor econômico. “Assim, compreendem-se no patrimônio tanto os elementos ativos quanto os passivos, isto é, os direitos de ordem privada economicamente apreciáveis e as dívidas. É a atividade econômica de uma pessoa, sob o seu aspecto jurídico, ou a projeção econômica da personalidade civil”. O patrimônio restringe-se, assim, aos bens avaliáveis em dinheiro.
- A Classificação dos Bens: 
 - Bens móveis e bens imóveis: (Art. 79-84)
 - Bens imóveis: Chamam-se imóveis os bens “que se não podem transportar, sem destruição, de um para ou-tro lugar”.
 a) Imóveis por natureza: Somente o solo, com a superfície, subsolo e espaço aéreo, é imóvel por natureza.
 b) Imóveis por acessão natural: Incluem-se nessa categoria as árvores e os frutos pendentes, bem como to-dos os acessórios e adjacências naturais. Compreende as pedras, as fontes e os cursos de água, superficiais ou subterrâneos, que corram naturalmente.
 c ) Imóveis por acessão artificial ou industrial: Acessão significa justaposição ou aderência de uma coisa a outra. O homem também pode incorporar bens móveis, como materiais de construção e sementes, ao solo, dan-do origem às acessões artificiais ou industriais. As construções e plantações são assim denominadas porque deri-vam de um comportamento ativo do homem, isto é, do trabalho ou indústria do homem.
 d) Imóveis por determinação legal: Trata-se de bens incorpóreos, imateriais (direitos), que não são, em si, móveis ou imóveis. O legislador, no entanto, para maior segurança das relações jurídicas, os considera imóveis.
“Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente”.
“Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta”.
 - Bens moveis:
 “Art. 82. Os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social”
 a) Móveis por natureza: Móveis por natureza “são os bens que, sem deterioração na substância, podem ser transportados de um lugar para outro, por força própria ou estranha”.
 a¹) Semoventes: São os suscetíveis de movimento próprio, como os animais. Movem-se de um local para outro por força própria. Recebem o mesmo tratamento jurídico dispensado aos bens móveis propriamente ditos.
 a²) Móveis propriamente ditos: São os que admitem remoção por força alheia, sem dano, como os obje-tos inanimados, não imobilizados por sua destinação econômico-social. Exemplos: “moedas, títulos da dívida pú-blica e de dívida particular, mercadorias, ações de companhias, alfaias, objetos de uso etc.”.
 b) Móveis por determinação legal: São bens imateriais, que adquirem essa qualidade jurídica por disposi-ção legal. Como é dito no Art. 83. "I - as energias que tenham valor econômico; II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações”.
 c) Móveis por antecipação: São bens incorporados ao solo, mas com a intenção se separá-los oportuna-mente e convertê-los em móveis, como as árvores destinadas ao corte e os frutos ainda não colhidos.
 - Bens fungíveis e infungíveis: (Art. 85-86)
 - Bens fungíveis: são os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade, como o dinheiro e os gêneros alimentícios em geral.
 - Bens infungíveis: são os móveis que não podem substituir-se por outros da mesma espécie, como o quadro de um pintor célebre, uma escultura famosa etc.
 - Bens consumíveis e inconsumíveis: (Art. 85-86)
 Art. 86 “os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação”. 
 - Bens Consumíveis:
 - Bens consumíveis de fato(natural ou materialmente consumíveis): Os cujo uso importa destruição imediata da própria substância, como os gêneros alimentícios. 
 - Bens Consumíveis de direito(juridicamente consumíveis): Extinguem-se pelo uso normal, exaurindo-se num só ato. Os que se destinam à alienação, como as mercadorias de um supermercado.
 - Bens Inconsumíveis: São os bens que podem ser usados continuadamente, ou seja, os que permitem utilização contínua, sem destruição da substância.A rigor, a utilização mais ou menos prolongada acaba por consumir qualquer objeto, ainda que leve bastante tempo.
 - Bens divisíveis e indivisíveis: (Art. 87-88)
 - Bens divisíveis: Art. 87 “são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam”.
 - Bens indivisíveis: Art. 88 “bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes”.
 a) por natureza: os que se não podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição de valor ou prejuízo do uso, como o animal, o relógio, um quadro, um brilhante etc. A indivisibilidade é física ou material.
 b ) por determinação legal: quando a lei expressamente impede o seu fracionamento, como no caso das servidões prediais, da hipoteca e do direito dos coerdeiros quanto à propriedade e posse da herança, até a partilha, etc. A indivisibilidade é jurídica.
 c) por vontade das partes (convencional): neste caso, o acordo tornará a coisa comum indivisa por prazo não maior que cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior. Se a indivisão for estabelecida pelo doador ou pelo testador, não poderá exceder de cinco anos. A indivisibilidade é convencional.
 - Bens Singulares e Coletivos: (Art. 89-91)
 - Bens Singulares: Art. 89 do Código Civil: “São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais”. São singulares, portanto, quando considerados na sua individualidade, como um cavalo, uma árvore, uma caneta, um papel ou um crédito, verbi gratia.
 - Bens Coletivos: Art. 90 do Código Civil “a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária”. Mencione-se, como exemplo, uma biblioteca, um rebanho, uma galeria de quadros. São os que, sendo compostos de várias coisas singulares, se consideram em conjunto, formando um todo, uma unidade, que passa a ter individualidade própria, distinta da dos seus objetos componentes, como um rebanho, uma floresta etc.
 - Bens Reciprocamente Considerados: (Art. 92-97)
 Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. 
 - Bens Principais: Principal é o bem que tem existência própria, autônoma, que existe por si.
 - Bens Acessórios: Acessório é aquele cuja existência depende do principal.
 Exemplo¹: o solo é bem principal, porque existe sobre si, concretamente, sem qualquer dependência. A árvore é acessório, porque sua existência supõe a do solo, onde foi plantada.
 Exemplo²: A acessoriedade pode existir entre coisas e entre direitos, pessoais ou reais. Os contratos de locação e de compra e venda, por exemplo, são principais. A fiança e a cláusula penal, neles estipuladas, são acessórios. A hipoteca e outros direitos reais são acessórios em relação ao bem ou contrato principal.
 - As classes de bens acessórios:
 - Produtos: São as utilidades que se retiram da coisa, diminuindo-lhe a quantidade, porque não se reproduzem periodicamente, como as pedras e os metais, que se extraem das pedreiras e das minas. Distinguem--se dos frutos porque a colheita destes não diminui o valor nem a substância da fonte, e a daqueles sim.
 - Frutos: Frutos são as utilidades que uma coisa periodicamente produz. Nascem e renascem da coisa, sem acarretar-lhe a destruição no todo ou em parte, como as frutas brotadas das árvores, os vegetais espontaneamente fornecidos pelo solo, as crias dos animais etc.
 a) Naturais: São os que se desenvolvem e se renovam periodicamente, em virtude da força orgânica da própria natureza, como os frutos das árvores, os vegetais, as crias dos animais etc. 
 b) Industriais: Assim se denominam os que aparecem pela mão do homem, isto é, os que surgem em razão da atuação ou indústria do homem sobre a natureza, como a produção de uma fábrica. 
 c) Civis: São os rendimentos produzidos pela coisa, em virtude de sua utilização por outrem que não o proprietário, como os juros e os aluguéis.
 - As Pertenças:
 “Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro”.
 As pertenças, ou seja, os bens móveis que, não constituindo partes integrantes (como o são os frutos, produtos e benfeitorias), estão afetados por forma duradoura ao serviço ou ornamentação de outro, como os tratores destinados a uma melhor exploração de propriedade agrícola e os objetos de decoração de uma residência, por exemplo.
 Distinção entre parte integrante (frutos, produtos e benfeitorias) e pertenças:
 “Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso”.
 - As Benfeitorias: (Art. 96)
 a) despesas ou benfeitorias necessárias (impensae necesariae): têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
 b) despesas ou benfeitorias úteis (impensae utiles): aumentam ou facilitam o uso do bem.
 c) despesas ou benfeitorias de luxo (impensae voluptuariae): “mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
 Art. 97. “Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor”. 
 - Bens Públicos: (Art. 98-103)
 Art. 98. “os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno”.
 São bens públicos:
 a) bens de uso comum do povo: São os que podem ser utilizados por qualquer um do povo, sem formalidades (res communis omnium). O CC menciona “os rios, mares, estradas, ruas e praças”.
 b) bens de uso especial: São os que se destinam especialmente à execução dos serviços públicos. São os edifícios onde estão instalados os serviços públicos, inclusive os das autarquias, e os órgãos da administração repartições públicas, secretarias, escolas, ministérios etc.). São utilizados exclusivamente pelo Poder Público.
 c) bens dominicais: ou do patrimônio disponível são os que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Sobre eles o Poder Público exerce poderes de proprietário. Incluem-se nessa categoria as terras devolutas, as estradas de ferro, oficinas e fazendas pertencentes ao Estado.

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