CIVIL I - individualização da pessoa natural | dos bens | pessoas jurídicas

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Individualização da pessoa natural
 A identificação também interessa ao Estado, para maior segurança dos negócios e da convivência familiar e social. 
 Elementos individualizadores 
· Nome: distingue das demais e identifica 
· Estado: posição na família e na sociedade política 
· Domicílio: sede jurídica da pessoa 
 
1) Nome 
   É pelo qual a pessoa se identifica. Sinal mais visível de sua individualidade, através dele que a identificamos no seu âmbito familiar e no meio social. 
   Nome civil é um atributo indissociável como sinal designativo, permite que os seres sejam individualizados e reconhecidos. Possui importância jurídica e social. 
 
   Aspectos do nome: 
· Aspecto público: Estado tem interesse em que as pessoas sejam identificadas pelo nome e disciplina o seu uso na Lei dos Registros Públicos. 
· Aspecto individual: direito ao nome, poder de por ele designar-se e de reprimir abusos cometidos por terceiros. 
   Direitos: direito de usá-lo, defendê-lo contra usurpação (direito autoral) e contra exposição do ridículo. 
   Uso de direitos é protegido mediante ações (podem ser propostas independente de dano material). 
 
   Elementos do nome: 
· Prenome (nome de batismo): é a designação do indivíduo. 
· Simples ou composto 
· Irmãos não podem ter o mesmo prenome (só se for duplo e fazendo essa distinção) 
· Podem ser livremente escolhido pelos pais. Desde que não exponha ao ridículo 
· Nome (sobrenome, nome de família): transmissível por sucessão. 
· Quando não indicado o nome completo, o oficial lançará de ofício: prenome + nome do pai + nome da mãe. 
· Não será lançado o nome do pai sem que este expressamente autorize. 
Lei 8560/92, obriga os oficiais do Registro Civil a remeter ao juiz os dados sobre o suposto pai, que será convocado para reconhecer voluntariamente o filho. Em caso negativo os, os dados serão encaminhados ao MP, que poderá promover a ação de investigação de paternidade.
· As mães são permitidas de registrar o filho mesmo sem a presença do homem. 
· Agnome: função de diferenciar pessoas da mesma família que possuem o mesmo nome e sobrenome (filho, neto, sobrinho, etc). 
 
   Imutabilidade do nome: o Decreto 8727/2016 permite o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de pessoas transgêneros. Exceções: 
· Retificação de prenome: mutável somente em caso de necessidade comprovada. A facilitação da mudança pode ser realmente nociva aos interesses sociais. 
· Adições intermediárias: inclusão de alcunha ou apelidos notórios para melhor identificação. Acréscimo de mais um prenome ou de sobrenome materno para solucionar problemas de homonímia. 
 
   O nome pode ser alterado pelos seguintes motivos: 
· Casamento: adicionar o sobrenome do cônjuge 
· Divórcio: opta por voltar ao nome de solteiro 
· União estável: mesmo que o casamento 
· Reconhecimento de paternidade: criança registrada somente com o nome da mãe e posteriormente tem reconhecida a paternidade, passa a acrescentar o sobrenome do pai 
· Adoção: sobrenome dos pais biológicos alterados pelos do casal adotante 
· Proteção à testemunha ou à vítima: substituição do nome verdadeiro por outro que lhe dificulte a identificação 
· Estrangeiro: nome de difícil pronúncia pode ser alterado 
· Expuser ao ridículo 
· Houver erro gráfico ou de digitação 
· Embaraços na atividade profissional ou no setor eleitoral 
· Disforia de gênero: o nome não condiz com as características adotadas pela pessoa. 
 
   Procedimento legal para alteração do nome: 
· Via ação judicial: juiz entende a necessidade da alteração deferindo o pedido e determinando a expedição de mandado de averbação ao Cartório do Registro Civil competente, onde está registrada a pessoa. 
· Via informal (nome social): por meio de requerimento ao órgão ou a entidade da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, pedindo alteração do nome social.  
Decreto citado:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/d8727.htm
2) Estado
 “É o modo particular de existir. Situação jurídica resultante de certas qualidades inerentes à pessoa”
 Status:
· Libertatis: liberdade
· Civitatis: nacionalidade ou estado político
· Familae: família
 No direito romano gozava de capacidade plena o indivíduo que reunia os três estados.
 Ordens de Estado:
· Estado individual: diz respeito a aspectos ou particularidades de sua constituição orgânica que exercem influência sobre a capacidade civil. (Idade, sexo, cor, altura, são ou insano).
· Estado familiar: indica situação na família, em relação ao matrimônio e ao parentesco. Situação que produz efeitos jurídicos.
· Estado político: posição do indivíduo na sociedade política.
· Estado profissional: atuação econômica da pessoa natural.
 Caracteres do Direito de Estado:
· Indivisibilidade: não é possível possuir mais de um estado. É uno e indivisível. (Ex: não se pode ser maior e menor ao mesmo tempo) Exceção: dupla nacionalidade.
· Indisponibilidade: inalienável e irrenunciável. Isso não impede a sua mutação, por exemplo solteiro pode passar a casado. Modificam os elementos que o integram, sem prejuízo da unidade substancial.
· Imprescritibilidade: não se perde nem se adquire pela prescrição. Nasce com a pessoa e com ela desaparece.
3) Domicílio
 Efeitos da noção de domicílio:
· Direito internacional privado: personalidade e capacidade da pessoa são regidas pela lei do domicílio (7° LINDB)
· Direito processual penal: ação penal deve ser proposta no lugar da consumação, porém se este for desconhecido o foro competente será domicílio do réu.
· Direito processual civil: as ações fundadas em direito pessoal ou direito real mobiliário são propostas no domicílio do réu, salvo:
· Inventário, partilha, arrecadação, cumprimento de disposições de última vontade: é no domicílio do autor da herança. (48 caput CPC)
· Declaração de ausência: domicílio do ausente. (49)
· Separação judicial, divórcio e anulação de casamento: domicílio do guardião de filho incapaz (53, I)
· Alimentos: domicílio do alimentando (53, II)
· Reparação do dano em razão de delito ou acidente de veículo: domicílio do autor ou local do fato (53, V)
 Distinção:
· Morada: eventual, temporariamente, provisório, indivíduo não transfere toda sua vida para o local.
· Residência: habitual, permanentemente, transfere alguns aspectos da vida para o local.
· Domicílio: definitivamente, toda a vida está concentrada no local. Sede jurídica da pessoa (presume presente para efeitos de direito e onde habitualmente pratica seus atos e negócios jurídicos.
 Classificações:
1) Quanto ao número
· Domicílio único: a pessoa só pode ter um domicílio, denominado também como domicílio familiar.
· Domicílio plúrimo: PN tem diversas residências, onde alternadamente vive (71 CC). Ou além do domicílio familiar, tem também o domicílio profissional. (72)
2) Quanto à existência
· Domicílio real: residência fixa
· Domicílio presumido: pessoa que passa a vida em viagens e hotéis, sem residência habitual ou presumida, tem-se por domicílio o lugar que forem encontradas (73)
3) Quanto à liberdade de escolha
· Domicílio necessário: imposto pela lei, independentemente da vontade da pessoa.
· Original: adquirido ao nascer.
· Legal: fixado pela lei. (76)
· Incapaz: é o do representante legal
· Servidor público: lugar em que exerce permanentemente suas funções.
· Militar: lugar onde servir. Militar reformado só tem domicílio voluntário.
4) Quanto à origem
· Necessário:
· Legal:
· Marítimo: lugar onde o navio estiver matriculado.
· Preso: lugar em que cumprir a sentença. Só é legal quando a sentença já tenha transitado em julgado.
· Itinerante: local onde a pessoa for encontrada.
· Domicílio voluntário: escolhido livremente pela pessoa.
· Geral ou comum: vontade exclusiva do interessado. Não sujeita a domicílio necessário, tem liberdade de estabelecer o local em que pretende instalar a sua residência, bem como muda-lo. (74)
· Especial:
· Foro do contrato: sede jurídica ou o local especificado no contrato para o cumprimento das obrigações dele resultantes(78).
· Foro da eleição: escolhido pelas partes para a propositura de ações relativas às referidas obrigações e direitos recíprocos (63).
Dos bens
 São os valores materiais e imateriais, com conotação econômica, que podem ser objeto de uma relação jurídica.
 Para ser considerado bem deve ter conotação econômica.
 Bens e coisas - divergências
· Caio Mário: bem é tudo que nos agrada. Bens são imateriais ou abstratos. Coisas são materiais e concretas. Bens gênero e coisas espécies.
· Sílvio Rodrigues: coisa é tudo que existe objetivamente. Bens são coisas que são suscetíveis de apropriação e contêm valor econômico. Coisa gênero e bem espécie.
 Não são considerados bens
· Coisas materiais abundantemente disponíveis (ar, luza, água dos oceanos). 
· Coisas materiais insuscetíveis de apropriação pelo homem.
· Direitos de ordem moral que correspondem ao conjunto dos atributos da personalidade da pessoa.
 Termos importantes ligados aos bens
· Res nullius: coisa sem dono, coisa de ninguém
· Res derelictae: coisa abandonada
· Achádego (ou alvíssaras): recompensa devida a quem restitui coisa achada. “Prêmio” dado ao achador da coisa perdida.
 Classificações dos bens
1) Tangibilidade
· Bens corpóreos: materiais, podem ser tocados; possuem existência corpórea (casa, veículo).
· Bens incorpóreos: imateriais, não podem ser tocados; existência abstrata (hipoteca, penhor)
2) Mobilidade
· Bens imóveis: (79 a 81 CC) podem ser removidos ou transportados sem deterioração.
· Natureza: formados pelo solo, subsolo, espaço aéreo (79)
· Acessão física industrial: formados por tudo o que o homem incorporar permanentemente ao solo, situações em que ocorre a intervenção humana.
· Acessão física intelectual: bens móveis que foram imobilizados pelo proprietário, constituindo ficção jurídica, surgindo o conceito de pertenças.
· Disposição legal: considerados como imóveis para que possam receber melhor proteção jurídica (80)
· Bens móveis: (82 a 84) podem ser transportados sem deterioração ou destruição. Quando puder se mover por força própria = móvel semovente.
· Natureza: animais
· Antecipação: eram imóveis mas foram mobilizados por uma atividade humana (lenha cortada)
 
3) Fungibilidade
· Bens fungíveis: (85) bens móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade (alimentos em geral)
· Bens infungíveis: não podem ser substituídos (animal reprodutor, casa)
4) Consuntibilidade
· Física ou fática: consumo do bem implica destruição
· Jurídica ou de direito: se o bem pode ser ou não objeto de consumo/ alienado
· Bens consumíveis: bens móveis e o uso implica na destruição imediata, bem como aqueles destinados à alienação (86)
· Bens inconsumíveis: proporcionam reiteradas utilizações. Utilidade sem deterioração, bem como aqueles que são inalienáveis.
5) Divisibilidade
· Bens divisíveis: (87) podem fracionar sem diminuição considerável de valor e sem alteração de sua substância (terreno, fazenda, dinheiro)
· Bens indivisíveis: não podem ser partilhados, por gerar desvalorização quando dividido. Pode decorrer da natureza do bem, imposição legal ou vontade do proprietário (carro, papel moeda, celular)
6) Individualidade
· Bens individuais ou singulares: (89) embora reunidos podem ser considerados independentes em relação aos demais (livro, apartamento)
· Bens coletivos ou universais: se encontram agregados em um todo. São constituídos por várias coisas singulares, que são consideradas em conjunto (boiada, biblioteca)
7) Dependência em relação a outro bem
· Principais ou independentes: existem de maneira autônoma e independente, de forma concreta ou abstrata (92)
· Acessórios ou dependentes: existência e finalidade pressupõem do bem principal.
· Frutos: nascem do bem principal, sem afetar a integridade deste. 
· Naturais: decorrentes da essência da coisa principal (frutos de uma árvore)
· Industriais: decorrentes da atividade humana
· Civis: decorrentes de uma relação jurídica (aluguel de um imóvel)
· Pendentes: ligados à coisa principal
· Percebidos: colhidos e separados do bem principal
· Percipiendos: deveriam ser colhidos, mas não foram
· Consumidos: foram colhidos e não existem mais.
· Produtos: saem da coisa principal diminuindo sua quantidade e substância.
· Partes integrantes: unidos ao bem principal, formando um todo independente (lâmpada e lustre)
· Benfeitorias: introduzidos em um bem móvel ou imóvel, visando conservação ou melhora em sua utilidade.
· Necessária: essenciais. Finalidade de conservação ou evitar que o bem se deteriore.
· Úteis: aumentam ou facilitam o uso da coisa.
· Voluptuárias: mero luxo. Não facilitam a utilidade, mas a torna mais agradável.
8) Relação ao titular do domínio
· Privados: pertencem às pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
· Públicos ou do Estado: pertencem a uma entidade de direito público interno (98).
· Uso geral ou comum do povo: (99, I) utilização do público em geral, sem necessidade de permissão.
· Uso especial: (99, II) edifícios e terrenos utilizados pelo próprio Estado para execução de serviço público especial (prédio onde funciona escola pública).
· Dominiais ou dominicais: (99, III) constituem patrimônio disponível e alienável da pessoa jurídica de direito público, por não terem destinação específica. Não está afetado à prestação de nenhuma atividade pública. 
 Bem de família
 É todo bem imóvel que se torna impenhorável e inalienável (enquanto forem vivos os cônjuges e até que os filhos completem sua maioridade), como um meio de garantir um asilo à família. 
 Natureza jurídica do bem de família:
 Forma de afetação de bens assegurar a dignidade humana dos componentes do núcleo familiar.
 Direito brasileiro
 É imperioso despatrimonializar as relações jurídicas. É aplicação do mínimo existencial, revelando um dos aspectos concretos da dignidade da pessoa humana.
 Espécies de bens de família
· Convencional ou voluntário:
· Depende do ato voluntário do titula (escritura, testamento ou doação)
· Gera inalienabilidade e impenhorabilidade
· Refere-se ao bem imóvel onde a família está residindo
· Duração limitada à vida dos instituidores ou a maioridade civil dos filhos
· Legal:
· É automática (independe da vontade do titular)
· Gera impenhorabilidade
· Refere-se ao bem imóvel onde a família está residindo
· Duração ilimitada
Pessoas Jurídicas
 
 Instituições formadas para realização de um fim, recebendo reconhecimento pela ordem jurídica como sujeitos de direito.
 
 Pessoas jurídicas também são denominadas pessoas morais, pessoas coletivas, pessoas civis e pessoas sociais.
 Washington de Barros justifica a necessidade da existência da PJ afirmando que os objetivos inatingíveis para um só homem são facilmente alcançados pela reunião dos esforços combinados de várias pessoas.
 Aplica-se às pessoas jurídicas no que couber a proteção dos direitos da personalidade (52).
 A PJ pode sofrer dano moral (súmula 277 do STJ e 52 do CC)
 Natureza jurídica da pessoa jurídica
 É o apontamento da categoria a qual essa figura se enquadra. 
 Teorias sobre a natureza jurídica da pessoa jurídica
· Negativistas: negam a existência à pessoa jurídica. Mero patrimônio sem necessidade de personalidade
· Afirmativistas: reconhecem personalidade própria às pessoas jurídicas.
· Teoria da ficção: PJ é mera abstração. Existência ideal. Produto da técnica jurídica. Sem realidade social.
· Teoria da equiparação: PJ é patrimônio equiparado no seu tratamento jurídico às pessoas naturais.
· Teoria da realidade objetiva: PJ fruto da existência material e social. Organismo vivo na sociedade.
· Teoria da realidade técnica (adotada pelo CC art. 45): PJ possui finalidade social (ideal + material). Produto da técnica jurídica. Existência real e personalidade. 
 Requisitos para constituição da pessoa jurídica
· Vontade humana criadora
· Licitude do objetivo
· Elaboração do ato constitutivo (estatuto e contrato social)
· Registro do ato constitutivono órgão competente
 Início da personalidade
· Direito privado: (45 e 985) inscrição do ato constitutivo no respectivo registro
· Cartório de Registro Civil das PJ: estatutos – sociedades, associações, fundações, partidos políticos
· Junta Comercial: contratos sociais – sociedades empresárias
 Isonomia no regime jurídico: uma PJ não pode exercer supremacia sobre outra em suas relações jurídicas.
 Rol é taxativo: o deferimento da personalidade jurídica é uma questão de ordem pública, dependendo de lei, não podendo ser ampliada pelas partes.
· Direito público: emana diretamente da lei que as criou – autarquias
 Consequências da aquisição de personalidade pela PJ:
· Distinção de patrimônio da PJ e seus sócios (patrimônio do proprietário ≠ patrimônio da empresa)
· Pode praticar todos os atos jurídicos (contratar e ser contratada)
· Pode figurar como parte nas relações processuais (autor, réu)
 Classificação 
1) Quanto à quantidade de membros
· PJ singulares: uma só pessoa (autarquias, empresas públicas...)
· PJ coletivas: mais de uma pessoa (sociedades e associações)
2) Quanto à sua estrutura
· Corporação (universitas personarum): união de pessoas para atingir um fim comum.
· Fundação (universitas bonorum): patrimônio que se personaliza. Não possui sócios ou associados.
 Conceitos importantes
· Associação: PJ caracterizada pela união de pessoas; fins não econômicos
· Sociedade civil: união de pessoas; fim econômico alcançado pelo trabalho dos próprios sócios
· Sociedade comercial: união de pessoas; fim econômico alcançado através de produção e/ou circulação de produtos e serviços.
· Fundação: patrimônio que se personaliza para exercer fim não econômico
· Organização religiosa: PJ caracterizada pela união de pessoas para fins religiosos
· Partido político: PJ de direito privado que destina-se a assegurar a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais da CF. Associação com finalidade específica
· Empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI): única pessoa titular da totalidade do capital com o objetivo de desenvolver determinada atividade econômica.
 1) Associações
 Corporação sem fim lucrativo. (53 CC)
 A liberdade de associação consiste (5° incisos XVII a XXI CF):
· Direito de criar associação independentemente de autorização
· Direito de não ser compelido a aderir a determinada associação
· Direito de desligar-se da associação, a qualquer tempo
 É uma pessoa jurídica; para fins não econômicos; não há direitos e obrigações recíprocos entre os associados (53 CC) e dissolvida o patrimônio é revertido para outra entidade de fins não econômicos.
 Início da personalidade jurídica só se dá com o registro do estatuto no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
 Estatuto das associações conterá (sob pena de nulidade):
· Denominação, fins e sede
· Requisitos para admissão, demissão e exclusão dos associados
· Direitos e deveres dos associados
· Fontes de recursos para manutenção
· Modo de constituição e funcionamento dos órgão deliberativos
· Condições para alteração das disposições estatutárias e para dissolução
· Forma de gestão administrativa e de aprovação das contas
 Artigos CC: 54, 55, 56, 59, 60 e 61.
2) Fundações
 Patrimônio ao qual a lei atribui personalidade jurídica em atenção ao fim a que se destina.
 Elementos
· Patrimônio: se transfigura, transformando-se em pessoa jurídica para poder atingir o fim a que se destina; o patrimônio deixa de ser da pessoa natural e passa a ser da pessoa jurídica.
· Fim específico: finalidade não lucrativa, o lucro obtido deve ser aplicado na concretização de seus fins.
 Forma de instituição
 Se dará por escritura pública ou testamento, especificando finalidade e, se quiser, a maneira de administrá-la (62 CC).
 Escritura ou testamento deverão conter:
· Dotação de bens alodiais, que não sejam prejudiciais aos credores. Fundador deve ser solvente (sob pena de configurar fraude)
· Fim a que se destina
 O estatuto deve ser levado à aprovação do MP e depois de aprovado é registrado no Cartório da PJ, onde constitui-se a personalidade jurídica da fundação.
 O MP deve fiscalizar a fundação. Ele deverá verificar:
· Se foram observadas as bases da fundação
· Se os bens são suficientes aos fins da fundação (se insuficientes são incorporados a outra fundação de fins iguais ou semelhantes, caso o fundador não lhe dê outro destino)
 Revogação do ato institucional
· Por testamento: antes da morte pode ser revogada a qualquer tempo pelo testador, depois da morte o ato é irrevogável.
· Por escritura: irrevogável. Instituidor é obrigado à transferir à fundação a propriedade dos bens, sob pena de ação de adjudicação compulsória e então o registro dos bens será feito por mandado judicial (64 CC)
 Extinção da fundação
 Depende de sentença judicial; qualquer interessado ou órgão do MP pode requerer extinção quando:
· Se torna ilícito o objeto
· Impossível manutenção
· Vencer prazo de existência
· Perde o objetivo
 Patrimônio da fundação extinta será incorporada pela:
· Entidade designada na escrita ou testamento
· Entidade designada no estatuto
· Caso de omissão: juiz determina incorporação do patrimônio a outra fundação de fim igual ou semelhante
· Inexistindo estas: analogia parágrafo 2° 61 CC; revertendo o patrimônio à Fazenda do Estado, do DF ou da União.
 Fundação de direito público
· Instituídas por lei
· Personalidade jurídica emana diretamente da lei que a criou
· Pode ser de direito público ou privado
· Servidores sujeitos a regime jurídico único e possuem estabilidade
· Normas de licitação (22 XXVII CF)
· Não há fiscalização pelo MP
· PJs de direito público
 Fundação de direito privado
· Instituídas por um particular
· Personalidade só se faz a partir do registro no cartório
· De direito privado
· Regime da CLT e sem estabilidade
· Não precisa observar regras de licitação
· Fiscalizadas pelo MP
· PJs de direito privado
 Desconsideração da personalidade jurídica
 Personalidade e patrimônio autônomo, não se confundem com a personalidade e patrimônio dos seus sócios.
 EX: se alguém deve para a sociedade a ação judicial de cobrança deve ser movida pela sociedade e não pelos sócios, sob pena de carência de ação por ilegitimidade ativa ad causam.
 Esse princípio de autonomia não é absoluto.
 
 Teorias da desconsideração da PJ
 Teoria maior: para o afastamento da personalidade jurídica é necessário insolvência e uso fraudulento da PJ (adotada pelo CC, art. 50)
· Teoria maior subjetiva: desvio da finalidade – ocorre quando a PJ pratica ato ilícito ou fraudulento
· Teoria maior objetiva: confusão patrimonial – ocorre quando o sócio, por exemplo, constitui uma PJ para praticar ato ao qual estava impedido
 Teoria menor: para o afastamento da PJ é necessária apenas insolvência da PJ para pagamento de obrigações (adotada pelo Código de Defesa do Consumidor art. 28 e no Direito Ambiental)
 Classificação
· PJ de Direito Público
· Externo: Estados estrangeiros e todas as pessoas regidas pelo direito internacional público
· Interno:
· União
· Estados, DF e territórios
· Municípios
· Autarquias
· PJ de Direito Privado
 PJs de Direito Público
 Autarquia
· Criada por lei ordinária e específica
· Serviço público personificado
· PJ de direito público
· Exerce atividades típicas do Estado
· Possui natureza administrativa
 Fundação
· Criada por autorização legislativa + lei complementar definindo a área de atuação
· Patrimônio personificado
· PJ de direito público ou privado
· Exerce atividades atípicas
· Possui natureza social
 
 
Individualização 
da pessoa natural
 
 
 
A identificação também interessa ao 
Estado, para maior segurança dos 
negócios e da convivência familiar e 
social.
 
 
 
Elementos individualizadores
 
 
·
 
Nome
: distingue das demais e 
identifica
 
 
·
 
Estado
: posição na família e na 
sociedade política
 
 
·
 
Domicílio
: sede jurídica da pessoa
 
 
 
 
1) NomeÉ pelo qual a pessoa se 
identifica
. Sinal 
mais visível de sua 
individualidade
, 
através dele que a identificamos no seu 
âmbito familiar e no 
meio social.
 
 
 
 
 
Nome civil é um atributo 
indissociável
 
como sinal designativo, permite que os 
seres sejam individualizados e 
reconhecidos. Possui importância jurídica 
e social.
 
 
 
 
 
 
 
Aspectos do nome:
 
 
·
 
Aspecto público
:
 
Estado tem interesse 
em que as pesso
as sejam identificadas 
pelo nome e disciplina o seu uso na Lei 
dos Registros Públicos.
 
 
·
 
Aspecto individual
:
 
direito ao nome, 
poder de por ele designar
-
se e de 
reprimir abusos cometidos por 
terceiros.
 
 
 
 
 
Direitos
: direito de usá
-
lo, defendê
-
lo 
contra usurp
ação (direito autoral) e 
contra exposição do ridículo.
 
 
 
 
 
Uso de direitos é 
protegido
 
mediante 
ações (podem ser propostas 
independente de dano material).
 
 
 
 
 
 
 
Elementos do nome:
 
 
·
 
Prenome
 
(nome de batismo): é a 
designação do indivíduo.
 
 
o
 
Simples ou 
composto
 
 
o
 
Irmãos não podem ter o mesmo 
prenome (só se for duplo e fazendo 
essa distinção)
 
 
o
 
Podem ser livremente escolhido 
pelos pais. Desde que não exponha 
ao ridículo
 
 
·
 
Nome
 
(sobrenome, nome de família): 
transmissível por sucessão.
 
 
o
 
Quando não indicado o n
ome 
completo, o oficial lançará de 
ofício: prenome + nome do pai + 
nome da mãe.
 
 
o
 
Não será lançado o nome do pai 
sem que este
 
expressamente 
autorize.
 
 
Lei 8560/92,
 
obriga os oficiais do Registro Civil a 
remeter ao juiz os dados sobre o suposto pai, que 
será
 
convocado para reconhecer voluntariamente 
o filho. Em caso negativo os, os dados serão 
encaminhados ao MP, que poderá promover a 
ação de investigação de paternidade.
 
o
 
As mães são permitidas de registrar 
o filho mesmo sem a presença do 
homem.
 
 
·
 
Agnome
:
 
função de diferenciar 
pessoas da mesma família que 
p
ossuem o mesmo nome e sobrenome
 
(filho, neto, sobrinho,
 
etc
)
. 
 
 
 
 
 
 
Imutabilidade do nome:
 
o Decreto 
8727/2016 permite o uso do nome social e 
o reconhecimento da identidade de 
pessoas transgêneros.
 
Exceçõ
es
:
 
 
·
 
Retificação de prenome
: mutável 
somente em caso de 
necessidade 
comprovada
. A facilitação da 
mudança pode ser realmente nociva 
aos interesses sociais.
 
 
·
 
Adições intermediárias
: inclusão de 
alcunha ou apelidos notórios para 
melhor identificação. 
Acréscimo
 
de 
mais um prenome ou de sobrenome 
materno para solucionar problemas de 
homonímia.
 
 
 
 
 
 
 
O nome pode ser alterado pelos 
seguintes motivos:
 
 
·
 
Casamento
: adicionar o sobrenome 
do
 
cônjuge
 
 
·
 
Divórcio
: opta por voltar ao nome de 
solteiro
 
 
·
 
União estável
:
 
mesmo que o 
casamento
 
 
·
 
Reconhecimento de paternidade
: 
criança registrada somente com o 
Individualização da pessoa natural 
 
 A identificação também interessa ao 
Estado, para maior segurança dos 
negócios e da convivência familiar e 
social. 
 Elementos individualizadores 
 Nome: distingue das demais e 
identifica 
 Estado: posição na família e na 
sociedade política 
 Domicílio: sede jurídica da pessoa 
 
1) Nome 
 É pelo qual a pessoa se identifica. Sinal 
mais visível de sua individualidade, 
através dele que a identificamos no seu 
âmbito familiar e no meio social. 
 Nome civil é um atributo indissociável 
como sinal designativo, permite que os 
seres sejam individualizados e 
reconhecidos. Possui importância jurídica 
e social. 
 
 Aspectos do nome: 
 Aspecto público: Estado tem interesse 
em que as pessoas sejam identificadas 
pelo nome e disciplina o seu uso na Lei 
dos Registros Públicos. 
 Aspecto individual: direito ao nome, 
poder de por ele designar-se e de 
reprimir abusos cometidos por 
terceiros. 
 Direitos: direito de usá-lo, defendê-lo 
contra usurpação (direito autoral) e 
contra exposição do ridículo. 
 Uso de direitos é protegido mediante 
ações (podem ser propostas 
independente de dano material). 
 
 Elementos do nome: 
 Prenome (nome de batismo): é a 
designação do indivíduo. 
o Simples ou composto 
o Irmãos não podem ter o mesmo 
prenome (só se for duplo e fazendo 
essa distinção) 
o Podem ser livremente escolhido 
pelos pais. Desde que não exponha 
ao ridículo 
 Nome (sobrenome, nome de família): 
transmissível por sucessão. 
o Quando não indicado o nome 
completo, o oficial lançará de 
ofício: prenome + nome do pai + 
nome da mãe. 
o Não será lançado o nome do pai 
sem que este expressamente 
autorize. 
Lei 8560/92, obriga os oficiais do Registro Civil a 
remeter ao juiz os dados sobre o suposto pai, que 
será convocado para reconhecer voluntariamente 
o filho. Em caso negativo os, os dados serão 
encaminhados ao MP, que poderá promover a 
ação de investigação de paternidade. 
o As mães são permitidas de registrar 
o filho mesmo sem a presença do 
homem. 
 Agnome: função de diferenciar 
pessoas da mesma família que 
possuem o mesmo nome e sobrenome 
(filho, neto, sobrinho, etc). 
 
 Imutabilidade do nome: o Decreto 
8727/2016 permite o uso do nome social e 
o reconhecimento da identidade de 
pessoas transgêneros. Exceções: 
 Retificação de prenome: mutável 
somente em caso de necessidade 
comprovada. A facilitação da 
mudança pode ser realmente nociva 
aos interesses sociais. 
 Adições intermediárias: inclusão de 
alcunha ou apelidos notórios para 
melhor identificação. Acréscimo de 
mais um prenome ou de sobrenome 
materno para solucionar problemas de 
homonímia. 
 
 O nome pode ser alterado pelos 
seguintes motivos: 
 Casamento: adicionar o sobrenome 
do cônjuge 
 Divórcio: opta por voltar ao nome de 
solteiro 
 União estável: mesmo que o 
casamento 
 Reconhecimento de paternidade: 
criança registrada somente com o