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Contabilidade Básica Prof. Márcio M. Gonçalves, M.Sc., Contador 2015 Relatórios Contábeis “Abrange o estudo do patrimônio de uma entidade e as sua variações, evidenciadas nas chamadas Demonstrações Financeiras ou Demonstrações Contábeis, como nós contadores gostamos de chamar” Prof. Márcio Marques Gonçalves 2 Relatórios Contábeis Objetivos; Obrigatórios x não obrigatórios; Alterações de acordo com as novas Leis societárias. Balanço Patrimonial (BP) Estrutura, origens e aplicações; Grupos de Contas; Requisitos do BP; Alterações e principais diferenças entre as Leis 11.638/07, 11.941/09 e a Lei 6.404/76 (Leis das S/A). Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Estrutura (nova); Situação Financeira x Econômica; Teoria geral do Lucro; Alterações e principais diferenças entre as Leis 11.638/07, 11.941/09 e a Lei 6.404/76 (Leis das S/A). Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPAc) e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) Lucros ou prejuízos acumulados – o que é isso? Estrutura da DLPAc e da DMPL após a Lei 11.638/07. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) Substituição da DOAR; Estrutura e principais transações que afetam o Caixa; Métodos de apresentação da DFC; Algumas técnicas de Elaboração da DFC. Demonstração do Valor Adicionado (DVA), Notas Explicativas e Outras evidências Estrutura da DVA; Notas explicativas e Relatórios da Diretoria; Outros Relatórios Contábeis. Conteúdo da Aula Relatórios Contábeis Exposição resumida, ordenada e estruturada, dos fatos e atos administrativos da entidade que reporta a informação, colhidos, processados e compilados pela Contabilidade em determinado período de tempo. Relatório Contábil e Seus Objetivos Contabilida de registra os dados e ... Produz relatórios contábeis para ... Usuários que são supridos de informação Analisam previsões Fornecedores Bancos Governo Sindicatos Funcionários Outros usuários Depto. contábil Gerenciar banco de dados Usuários Dentre os Relatórios Contábeis, também conhecidos por informes contábeis ou popularmente chamados de Balanços, os mais importantes são as Demonstrações Financeiras (terminologia da Lei das S/A), ou Demonstrações Contábeis (usada pelos contadores). Demonstrações Financeiras ou Contábeis A Lei das S/A estabelece que, ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar e publicar, com base na Escrituração Contábil, as seguintes demonstrações financeiras (ou contábeis): Balanço Patrimonial Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados Demonstração dos Fluxos de Caixa Demonstração do valor adicionado (Cias. Abertas). Além dessas temos as notas explicativas que complementam as informações das demonstrações. Demonstrações Financeiras ou Contábeis Relatório Obrigatórios X Não Obrigatórios Obrigatórios (Lei das S/A) Não Obrigatórios Relatórios Contábeis Relata o Passado Relata o Futuro Sociedade Anônima (publica nas mídias) Sociedade Limitada (não publica nas mídias) DOAR, DRA, Balanço Social Orçamento Grande Porte Médias, Pequenas e Micros Capital Aberto Capital Fechado BP DRE DMPL DFC DVA BP DRE DLPAc DFC* BP DRE DLPAc DFC BP DRE DLPAc (*) Obrigatória quando o Patrimônio Líquido for maior que R$ 2 milhões Foram realizadas as seguintes alterações na lei das sociedades por ações, ou seja, a Lei 6.404/76, ao longo dos últimos anos-calendário: Lei no. 9.457, de 05.05.1997; Lei no. 10.303, de 31.10.2001; Lei no. 11.638, de 29.12.2007; Lei no. 11.941, de 2009 (conversão da MP no. 449, de 2008), que alterou a Lei no. 11.638, de 2007 e a disciplinou sobre os aspectos tributários. Reforma da Lei 6.404/76 (Lei das S/A) Balanço Patrimonial É a principal demonstração contábil. Reflete a posição financeira do Patrimônio da entidade contábil em determinado momento, normalmente no final do exercício ou de um período prefixado. É como uma fotografia de todos os bens, valores a receber (direitos) e valores a pagar em determinada data. Conceitos O termo patrimônio significa, a princípio, o conjunto de bens e valores a receber (dinheiro a receber/direitos a receber) pertencente a uma entidade contábil. Porém, apenas com os bens e direitos, não se pode identificar a verdadeira situação econômico- financeira de uma pessoa ou empresa (entidades contábeis). É necessário evidenciar as dívidas (obrigações) referentes aos bens e direitos. Patrimônio PATRIMÔNIO DE UMA ENTIDADE CONTÁBIL BENS e DIREITOS (a receber) OBRIGAÇÕES (a pagar) Origens e Aplicações de Recursos ORIGEM FINANCIAMENTOS APLICAÇÕES INVESTIMENTOS CAPITAL PRÓPRIO CAPITAL DE TERCEIROS São todos os bens e direitos de propriedade da empresa, mensuráveis monetariamente e que possam trazer benefícios presentes ou futuros. A Contabilidade Moderna, porém considera como Ativo os bens à disposição da empresa, sendo ela proprietária ou não. Exemplo, bens decorrentes de operações que transfiram riscos e controle, independente de ser propriedade, deverão ser contabilizados como Ativo (leasing financeiro). Ativo Coisas úteis, capazes de satisfazer às necessidades das pessoas e das empresas. Bens tangíveis: têm forma física, palpáveis. Ex.: veículos, imóveis, mercadorias (estoque), dinheiro, máquinas e equipamentos, etc. Bens intangíveis: incorpóreos, não palpáveis. Ex: marcas, patentes de invenção, etc. Ativo - Bens Bens Tangíveis ou Intangíveis Bens imóveis Vinculados ao solo, não podem ser retirados sem destruição ou danos: Edifícios, construções, árvores, etc. Bens móveis Podem ser removidos por si próprios ou por outras pessoas: animais, máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias, etc. CIA IRANDUBA em $ mil Edifícios 180 Móveis e Utensílios 90 Veículos 110 Máquinas 400 Terrenos 900 Marcas e Patentes 150 TOTAL 1.830 Esses bens poderiam ser classificados da seguinte maneira... BENS Tangíveis Intangíveis Móveis Imóveis Edifícios 180 180 Móveis e Utensílios 90 90 Veículos 110 110 Máquinas 400 400 Terrenos 900 900 Marcas e Patentes 150 TOTAL 1.680 150 750 1.080 Bens Tangíveis e Intangíveis CIA IRANDUBA em $ mil Direito a Receber é o poder de exigir alguma coisa de alguém. Valores a receber, contas a receber, aluguéis a receber, etc. Após o mês de trabalho, desde que o pagamento estabelecido seja mensal, você tem o direito de receber seu salário (salários a receber). Dinheiro depositado em bancos é um direito (de sacar a qualquer momento). Ativo - Direitos Direitos Nas empresas o direito a receber decorre das vendas a prazo, ou seja, quando se vende mercadorias a terceiros a prazo e não à vista, com emissão de duplicata (documento comprobatório) esse direito denomina-se duplicatas a receber. CIA IRANDUBA - Direitos em S mil Banco conta Movimento (depósito) 680 Duplicatas a Receber 1.320 Títulos a Receber (notas promissórias) 500 Aluguéis a Receber 300 TOTAL 2.800 Para fins didáticos consideramos o Ativo a parte “positiva” do Balanço, então Vamos consideraro Passivo como a parte “negativa” do Balanço, visto que passivo são dívidas, Porém são também fontes ou origens de recursos (Capital Próprio e Capital de Terceiros). Passivo Passivo - Obrigações São dívidas com outras pessoas. São chamadas de obrigações exigíveis. Empréstimos a Pagar – empréstimo ao banco; Compra de mercadoria a prazo – Fornecedores, duplicatas a pagar; Funcionários – salários e encargos a pagar; Governo – impostos a pagar; Financeiras – financiamentos; Contas diversas – contas a pagar, etc. CIA IRANDUBA - Obrigações em $ mil Fornecedores 800 Empréstimos de bancos 400 Salários a pagar 350 Encargos sociais a pagar 450 Impostos a pagar (ou a recolher) 900 Financiamentos (longo prazo) 1.100 Contas a pagar (diversos) 500 TOTAL 4.500 Representação Gráfica do Patrimônio BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS BENS OBRIGAÇÕES Dinheiro Empréstimos a pagar Mercadorias em estoque Salários a pagar Veículos Fornec. (Dup. a pagar) Imóveis Financiamentos Máquinas Impostos a pagar Ferramentas Encargos sociais a pagar Móveis e Utensílios Aluguéis a pagar Marcas e Patentes Títulos a pagar DIREITOS Promissórias a pagar Depósitos em Bancos Contas a pagar Duplicatas a receber Títulos a receber Aluguéis a receber Ações BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS Bens ............ 1.830 Obrigações ... 4.500 Direitos ....... 2.800 CIA IRANDUBA m $ mil Faça agora o seu Patrimônio Pessoal! O patrimônio por si só não mede a efetiva riqueza de uma entidade contábil. Riqueza não se mede pelo patrimônio! É necessário conhecermos a riqueza líquida! É a parte que sobra do patrimônio para a pessoa ou empresa. Denominada Patrimônio Líquido ou situação líquida. Patrimônio Líquido Patrimônio Líquido (Riqueza Líquida) = (Bens + Direitos) – Obrigações Exigíveis O PL, portanto, é a medida eficiente da verdadeira riqueza. Ex.: Patrimônio da Cia. Iranduba: Bens ........................... $ 1.830 Direitos...................... $ 2.800 Obrigações ............... $ 4.500 PL (riqueza líquida) = A – P PL = 4.630 – 4.500 = $ 130 (insignificante) Patrimônio Líquido PL = 0; Bens + Direitos = Obrigações Exigíveis PL > 0; Bens + Direitos > Obrigações (ideal); PL < 0; Bens + Direitos < Obrigações (passivo a descoberto). Situações Líquidas A Lei nº 11.638/07, e posteriormente, pela 11.941/09, trouxe algumas mudanças que alteraram a Lei 6.404/76, com o foco nas estruturas demonstrações contábil. Citamos e comparamos as principais alterações ocorridas em: Balanço patrimonial; Demonstração do Resultado do exercício (DRE); Demonstração de Origem e Aplicações de Recursos (DOAR); Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); Demonstração das Mutações do Patrimônio Liquido (DMPL) e Demonstração e Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA); e Demonstração do Valor Adicionado (DVA). Alterações nas Demonstrações Contábeis Balanço Patrimonial Ativo Investimento são aplicações de recursos que tem como objetivos gerar resultados positivos para entidade, como exemplo, participação permanente em outras empresas. Imobilizado são os bens e direitos que tenham por objeto bens corpóreos (tangíveis) que são utilizados para o funcionamento da atividade da companhia ou da empresa. A depreciação dos bens é determinada pela empresa pelo tempo de vida útil de cada bem. O grupo Ativo Circulante não houve alteração; O grupo Realizável a Longo Prazo, após a alteração da lei 6.404/76 está classificada dentro do ativo não circulante. Subgrupo do ativo de menor grau de liquidez, ou seja, que se transformarão em dinheiro mais lentamente. O grupo Ativo Permanente alterou quanto a nomenclatura, era subdividido em investimento, imobilizado e diferido, com a alteração a Lei 11.638/07, e posteriormente, pela 11.941/09, o ativo não circulante é subdividido em realizável a longo prazo, conforme citado acima, investimento, imobilizado, e intangível. Os bens incorpóreos que eram classificados como imobilizado em intangível, agora tem um subgrupo de ativo intangível, estão classificados dentro do ativo não circulante, são os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade. O diferido seriam as despesas pré-operacionais, e os gastos de reestruturação que resulte aumento no Exercício Social. Se o diferido não puder ser reclassificado para outro grupo de contas, poderão permanecer sob esta rubrica até sua completa amortização. Passivo Dentre as classificações do passivo, a mais significativa diferença entre a lei 6.404/76 e a lei 11.638/07, e posteriormente, pela 11.941/09, está na utilização do subgrupo de resultados de exercícios futuros onde o seu objetivo é abrigar receitas já recebidas que efetivamente devem ser reconhecidos nos anos futuros. Com a Lei 11.941 este subgrupo foi revogado. São apresentadas no passivo as obrigações da companhia, subdividindo-se em Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo. De acordo com a lei 11.638/07, e posteriormente, pela 11.941/09, todas as obrigações não classificadas no passivo circulante devem ser classificadas no passivo não circulante, isto é, obrigações cuja liquidação não se espera que ocorra dentro do ciclo operacional da empresa, serão classificadas no passivo não circulante antes classificado como exigível a longo prazo. Patrimônio Líquido Ajuste de avaliação patrimonial - Antes da alteração existia o subgrupo Reservas de Reavaliação agora será classificado como ajuste de avaliação patrimonial - que representam acréscimos derivados da diferença entre o valor contábil e o valor de mercado. Lucros Acumulados - não são mais classificados como lucros acumulados, os lucros devem ser contabilizados em reservas de lucro, se a reserva de Lucros ultrapassarem o valor do Capital Social precisa ser distribuída. Assim a conta Lucro acumulado fica extinta e fica somente a conta de Prejuízo acumulado. O último grupo que compõem o Balanço Patrimonial, o Patrimônio Líquido teve alteração onde deverá, segundo o § 2º do art. 178 da Lei consolidado das Sociedades por Ações 6.404/76, ser estruturado de acordo com os seguintes subgrupos: capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. Ações em tesouraria - “[...] deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição” (Brasil, 1976, §5º art. 182). Demonstração do Resultado do Exercício A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é uma demonstração contábil dinâmica que se destina a evidenciar a formação do resultado líquido em um exercício, através do confronto das receitas, custos e despesas, apuradas segundo o princípio contábil do regime de competência, gerando informações significativas para a tomada de decisão. Como vimos, o exercício social terá duração de um ano e a cada exercício será apurado o resultado do período, i.e., se houve lucro ou prejuízo. Portanto, em cada final de período, todas as despesas (gastos) e receitas (ganhos) são transferidas para a DRE, e, no próximo período, apurar-se-ão as despesas e receitas começando do zero, ou seja, não se acumulam despesas e receitas de um período parao outro. DRE A DRE é uma demonstração dedutível, apresentada de forma vertical, onde a partir da Receita, deduzimos, todos os gastos com a venda, produção e operação do negócio e chegamos ao Resultado Líquido do Exercício que pode ser Lucro ou Prejuízo. Estrutura da DRE A DRE do período deve, no mínimo, incluir as seguintes rubricas, obedecidas também as determinações legais: a) Receitas; b) Custos dos produtos, das mercadorias, ou dos serviços vendidos; c) Lucro bruto (resultado operacional bruto); d) Despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas operacionais; e) Parcela dos resultados de empresas investidas (MEP); f) Resultado antes das receitas e despesas financeiras; g) Despesas e receitas financeiras; h) Resultado antes dos tributos sobre o lucro; i) Despesa com tributos sobre o lucro; j) Resultado líquido das operações continuadas; k) Valor líquido dos seguintes itens: I. Resultado líquido após tributos das operações descontinuadas; II. Resultado após os tributos decorrentes da mensuração ao valor justo menos despesas de venda ou na baixa dos ativos ou do grupo de ativos à disposição para venda que constituem a unidade operacional descontinuada; l) Resultado Líquido do período (exercício). Resolução 1.185/2009 do CFC. Art. 82 do CPC 26 Demonstração do Resultado do Exercício Na DRE houveram algumas alterações observando o quadro anterior podemos ver algumas diferenças, nas despesas não operacionais e na participação do lucro. No art. 187 do inciso IV da Lei SAs diz que as receitas e despesas não operacionais classificadas após a mensuração que resulta o lucro ou prejuízo operacional, serão considerados como outras receitas e outras despesas. 36 Alterações com a nova Lei Profº. Márcio Gonçalves, M.Sc. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados e a DMPL A DLPA é obrigatória para as empresas, todavia, poderá ser substituída pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), que é obrigatória para as companhias abertas. Indica como a empresa está destinando o lucro contábil. Apresenta com clareza o fluxo de dividendos; Demonstra de forma simples as alterações no Patrimônio Líquido. DLPAc e a DMPL Significam lucros retidos remanescentes: não distribuídos para os proprietários e sem um destino certo (em suspenso), isto é, não canalizados para Reservas, Aumento de Capital, etc. A estruturação da DLPAc é iniciada com o saldo de Lucros Acumulados existente no último Balanço Patrimonial, onde então é ajustado e demonstrado a destinação desse. Lucros Acumulados Estrutura da DLPAc Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) Verificamos que de acordo com a lei 11.638/07, e posteriormente, pela 11.941/09, no art. 186, a DMPL se manteve sem sofrer nenhuma alteração. A Lei 11.638/07, e posteriormente, pela 11.941/09, alterou a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, extinguindo a conta Lucros Acumulados no balanço patrimonial. Porém sua existência não foi vedada, tanto que sua demonstração continua totalmente vigente, mas apenas a figura de saldo positivo no balanço. Desta forma fica claro que continua sendo prevista no Plano de Contas. 42 Demonstração e Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) Profº. Márcio Gonçalves, M.Sc. DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA Substituiu a DOAR (Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos). A DOAR tem por objetivo principalmente informar as operações de financiamentos e investimentos da empresa durante o exercício, e alterações na posição financeira da empresa. A demonstração das origens e aplicações de recursos explica a variação do Capital Circulante Líquido ocorrido de um ano para o outro. 44 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) Profº. Márcio Gonçalves, M.Sc. Origens - Origens são entradas de recursos, é a fonte originária de recursos, sendo o passivo e o Patrimônio Liquido. São aplicadas no ativo. As origens de recursos se agrupam da seguinte forma: lucro do exercício; acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos resultados de exercícios futuros; realização do capital social e contribuição para reservas de capital; recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de investimento e direitos do ativo imobilizado. Originam-se das operações – quando as receitas são maiores que as despesas, quando houver lucro no exercício teremos origem e quando houver prejuízo teremos aplicação de recursos; dos acionistas – quando temos um aumento de capital integralizado, pois assim teremos aumento de disponibilidades da empresa; De terceiros – quando fazemos empréstimos de longo prazo, recursos oriundos de venda de ativo permanente e outros. 45 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) Profº. Márcio Gonçalves, M.Sc. Aplicações - As aplicações reduzem o Capital Circulante Liquido, ocorrem normalmente nas aplicações de recursos não circulante. Conforme a Lei das S.As – as aplicações de recursos, agrupadas em: dividendos distribuídos; aquisição de direitos do ativo imobilizado; aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido; redução do passivo exigível a longo prazo. A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) passou a ser um relatório obrigatório desde 01.01.08 pela Lei 11.638/07, e posteriormente, pela 11.941/09, para todas as sociedades de capital aberto ou com patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). 46 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) Profº. Márcio Gonçalves, M.Sc. O objetivo primário da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é prover informações relevantes sobre os pagamentos e recebimentos em dinheiro, de uma empresa, ocorridos durante um determinado período. De forma condensada, esta demonstração indica a origem de todo o dinheiro que entrou no caixa em determinado período e, ainda, o resultado do fluxo financeiro. Assim como a DRE, a DFC é uma demonstração dinâmica e também está contida no balanço patrimonial. A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é uma demonstração que facilita aos investidores, credores e outros usuários o entendimento e analise, sobre a posição financeira da empresa, das transações de investimentos e de financiamento etc. 47 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) Profº. Márcio Gonçalves, M.Sc. Seguindo as tendências internacionais, o fluxo de caixa pode ser incorporado às demonstrações contábeis tradicionalmente publicadas pelas empresas. Basicamente, o relatório de fluxos de caixa deve ser segmentado em três grandes atividades. As Atividades Operacionais são explicadas pelas receitas e gastos decorrentes da industrialização, comercialização ou prestação de serviços da empresa. Estas atividades têm ligação com o capital circulante líquido da empresa. 48 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) Profº. Márcio Gonçalves, M.Sc. As Atividades de Investimento são os gastos efetuados no Realizável a Longo Prazo ou no Ativo Permanente, bem como as entradas por venda de ativos imobilizados. As Atividades de Financiamento são os recursos obtidos do Exigível a Longo Prazo e do Patrimônio Líquido. Devem ser incluídos aqui os empréstimos e financiamentos de curto prazo. Na Demonstração dos fluxos de caixa existem dois métodos de avaliação, o método direto e o método indireto. 49 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) Profº. Márcio Gonçalves,M.Sc. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) 50 Método Direto - O método direto explicita as entradas e saídas brutas de dinheiro dos principais componentes das atividades operacionais, como recebimentos pelas vendas de produtos e serviços e os pagamentos a fornecedores, tributos e empregados. Profº. Márcio Gonçalves, M.Sc. 51 Método Indireto - faz a conciliação entre o lucro líquido e o caixa gerado pelas operações, por isso é também chamado de método da reconciliação. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) Profº. Márcio Gonçalves, M.Sc. DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO, NOTAS EXPLICATIVAS E OUTROS RELATÓRIOS Nas publicações das Demonstrações Contábeis, após a identificação da empresa, destaca-se o Relatório da Diretoria ou Administração. Relatório da Diretoria São informações normalmente de caráter não financeiro que abrangem: Dados estatísticos diversos; Indicadores de produtividade; Desenvolvimento tecnológico; A empresa no contexto socioeconômico; Políticas diversas: recursos humanos, exportação, etc.; Expectativas em relação ao futuro; Dados de orçamento de capital; Projetos de expansão; Desempenho em relação aos concorrentes, Balanço Social, etc. Relatório da Diretoria O principal item que deveria compor o Relatório da Diretoria é a Demonstração de Valor Adicionado ou Agregado (DVA). Inclusive a DVA é a base para o Balanço Social, instrumento importantíssimo como prestação de contas da empresa à sociedade. Relatório da Diretoria Demonstração do Valor Agregado (DVA) 56 Houve a inclusão e a obrigatoriedade dessa demonstração para as companhias abertas. Ela procura informar sobre a agregação e distribuição de valor ao negócio, sugerindo maior transparência para seus usuários, em virtude de apresentar nova e mais detalhada informação sobre os negócios da entidade. A Demonstração do Valor Adicionado, que também pode integrar o Balanço Social, constitui desse modo, uma importante fonte de informações à medida que apresenta esse conjunto de elementos que permitem a análise do desempenho econômico da empresa, evidenciando a geração de riqueza, assim como dos efeitos sociais produzidos pela distribuição dessa riqueza. (CPC 09). Profº. Márcio Gonçalves, M.Sc. Também conhecidas como Notas de Rodapé. São normalmente destacadas após as Demonstrações Financeiras (quando publicadas). As NE devem apresentar informações sobre a base de preparação das DC, práticas contábeis adotadas, eventos significativos, etc. Notas Explicativas Quadros Analíticos suplementares; Orçamentos; Balanço Social; Comentários do Auditor, dentre outros. Outras evidenciações FIM goncalves.consultoria@hotmail.com (92) 98159-1780
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