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Manual de Prisao e Soltura Sob a Otica Constitucional Jose Herval Sampaio Junior

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Prévia do material em texto

José Herval Sampaio Júnior
Pedro Rodrigues Caldas Neto
Manual de 
PRISÃO E SOLTURA 
Sob a Ótica Constitucional
DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA
De acordo com:
• Últimas reformas processuais penais
• Projeto de Lei 4.208/2001 – novas
 medidas cautelares 
2.ª edição
revista, atualizada e ampliada 
Download gratuito no 
site da editora: Doutrina, 
Jurisprudência e modelos 
de peças processuais
ANEXO
PRÁTICA PROCESSUAL
SUMÁRIO
1. BREVES ANOTAÇÕES SOBRE OS MODELOS ............................................. 3
2. MODELOS EM ESPÉCIE ................................................................................. 4
2.1 ATOS DO ADVOGADO ............................................................................. 4
2.1.1 Modelo de petição em relaxamento de prisão em fl agrante ............ 4
2.1.2 Modelo de petição de liberdade provisória vinculada com fi ança .... 8
2.1.3 Modelo petição requerendo liberdade provisória vinculada sem 
fi ança ................................................................................................ 11
2.1.4 Modelo de petição em revogação de prisão preventiva ................... 14
2.1.5 Modelo de petição em habeas corpus ............................................. 18
2.1.6 Modelo de petição de ação de indenização por danos morais e 
materiais ........................................................................................... 21
2.2 ATOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO ............................................................ 35
2.2.1 Modelo de parecer em liberdade provisória ..................................... 35
2.2.2 Modelo de parecer em revogação de prisão preventiva .................. 38
2.2.3 Modelo de requerimento de Decretação de Preventiva ................... 41
2.2.4 Modelo de parecer em ação de indenização por prisão processual ... 45
2.2.5 Modelo de Homologação de Prisão em Flagrante de Delito ............ 50
2.3 PRONUNCIAMENTOS JURISDICIONAIS ................................................ 52
2.3.1 Modelo de Relaxamento de Prisão em Flagrante de Delito ............. 52
2.3.2 Modelo de decisão de concessão de fi ança .................................... 54
2.3.3 Modelo de decisão de concessão em liberdade provisória sem 
fi ança ................................................................................................ 56
2.3.4 Modelo de decisão decretando prisão temporária ........................... 56
2.3.5 Modelo de decisão decretando prisão preventiva ............................ 62
2.3.6 Modelo de decisão em Revogação de Prisão Preventiva ................ 65
2.3.7 Modelo de decisão de pronúncia com decreto de prisão preventiva 
na ocasião ........................................................................................ 69
2.3.8 Modelo de decisão condenatória recorrível com decisão mantendo 
custódia ............................................................................................ 76
2.3.9 Modelo de decisão concedendo de Liminar em Habeas Corpus ..... 79
2.3.10 Modelo de Sentença de Concessão da Ordem de Habeas 
Corpus .............................................................................................. 82
2.3.11 Modelo de audiência com requerimento, opinamento e decisão em
 relaxamento de prisão .................................................................... 85
2.3.12 Modelo de sentença em ação de indenização por prisão 
 processual ..................................................................................... 89
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 3
PRÁTICA PROCESSUAL
1. BREVES ANOTAÇÕES SOBRE OS MODELOS
O presente material tem a pretensão de tentar auxiliar os iniciantes 
na vida forense, uma vez que são cediças as difi culdades encontradas por 
aqueles que, mesmo detentores do conhecimento técnico jurídico, por ainda 
não terem laborado junto à práxis forense, costumam enxergar na prática 
processual uma difi culdade, que, na realidade, é apenas aparente, pois é 
plenamente possível que a partir das lições teóricas bem compreendidas se 
possa aplicá-las sem qualquer problema, bastando para tanto que se utilize 
de alguns referenciais, sendo esse o nosso objetivo, guiá-los de modo 
que os leitores possam se sentir seguros na feitura dos atos processuais 
atinentes à prisão e soltura.
Os modelos, a seguir apresentados, têm o escopo de reproduzir, 
de forma simplifi cada, o conteúdo daquelas peças jurídicas de uso mais 
freqüente na seara dos pleitos e das decisões pertinentes ao temário deste 
livro.
Buscou-se, assim, confeccionar as peças, dentro da simplicidade 
hipotética que envolve os casos criados, imprimindo o seu indispensável 
viés constitucional, na linha do modelo constitucional de processo penal 
adotado, devidamente de acordo com as últimas reformas processuais, 
enquanto premissa para desenvoltura dos capítulos deste livro, de modo 
que os leitores percebam a aplicação prática de todos os delineamentos 
postos como comandos indissociáveis ao operário do direito no trato da 
prisão e soltura.
Os modelos propostos, assim, guardam similitude, justamente, para 
comprovar o que será percebido pelos leitores, que os fundamentos cons-
titucionais são antecedentes lógicos que devem obrigatoriamente guiar o 
aplicador do direito, daí porque, as adaptações compreendem a função do 
Advogado, do representante do Ministério Público e do Juiz.
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 4
Quanto aos modelos em si, é imperioso que se esclareça que, para 
o caso prático concreto, devem os leitores fazer a sua devida adequação. 
Vale lembrar que, com o fi to de facilitar a leitura da peça, se informou 
especifi cadamente aos usuários, em cada parágrafo, a necessidade de 
fazer as adequações pertinentes ao modelo. No entanto, nos casos mais 
essenciais, destacou-se no corpo de cada peça processual a pertinência da 
adequação, trazendo maiores elementos. Frisa-se ainda que a fi losofi a deste 
trabalho é, justamente, induzir ao operário do direito, seja ele Advogado, 
Promotor ou Juiz, a necessidade de fundamentar a partir dos elementos 
concretos, e nunca se fazer remissões abstratas de expressões normativas, 
quer constitucionais ou não, sem a devida concatenação com as peculia-
ridades de cada caso, pois são justamente elas que irão justifi car ou não 
a prisão provisória da pessoa.
Preferiu-se a técnica da repetição suave da argumentação jurídica, 
constitucional, legal e particularizada, pelo que será possível observar, que 
sem se descurar da fundamentação do caso à realidade concreta de sua 
aplicação, sinteticamente, explicitada em cada peça, equilibrou-se, pelo manejo 
de linguagem não cansativa, uma peça concisa, porém plenamente capaz 
de substanciar as diversas atividades jurídicas, tudo na linha da campanha 
hodiernamente existente de simplifi cação da linguagem jurídica.
Por outro lado, prestigiou-se a força atual dos precedentes, motivo 
pelo qual em cada peça viu-se enxertada uma jurisprudência na linha ado-
tada na parte teórica, com intuito de estimular o leitor ao novo modelo 
que o Direito Brasileiro tende a incrementar, com a assunção das decisões 
judiciais como fonte direta do Direito, já que as Súmulas e jurisprudên-
cias, de um modo geral, são uma realidade com a qual os operários do 
Direito terão que se acostumar, principalmente nessa matéria, na qual o 
STF vem hodiernamente se manifestando com caráter orientador de toda 
a atuação judicial.
2. MODELOS EM ESPÉCIE
2.1 Atos do advogado
2.1.1 Modelo de petição em relaxamento de prisão em fl agrante
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ (colocar a 
Vara Criminal) Vara Criminal da Comarca de _________/____ (colocar 
nome da Comarca e Estado):
Ref. ao Proc. ____________ (colocar o número do processo)
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL5
Fulano de Tal (substituir pelo nome do réu), individualizado em 
autos de Inquérito Policial instaurado em seu desfavor, por força de 
auto de fl agrante de delito, tombado sob o número de registro cronológi-
co _____________ (preencher com o número do processo ou inquérito), 
por defensor constituído, ut instrumento de mandato junto, com endereço 
para intimações na ___________(colocar o endereço), vem perante Vossa 
Excelência requerer o RELAXAMENTO DA CUSTÓDIA FLAGRAN-
CIAL contra o mesmo imposta, tudo o que, procede com fulcro no artigo 
5.º, inciso LXV, da Constituição Federal e forma prescrita no artigo 302 
do Código de Processo Penal, consoante razões de fato e de direito, a 
seguir delineadas:
1. O Requerente, em 1.º de janeiro de 2009, restou autuado em 
fl agrante delitivo, pela suposta prática do tipo penal previsto no artigo 
155, § 1.º, do Código Penal. (narrar a situação que ensejou o fl agrante, 
mencionando data e tipo penal em que incurso o fl agranteado)
2. Constata-se, contudo, a ilegalidade da custódia fl agrancial imposta 
ao fl agranteado, conquanto a situação em que ocorrida à prisão do peti-
cionante, não se enquadra em quaisquer das situações legais prescritas no 
artigo 302 do pergaminho processual penal, não se vislumbrando, assim, 
regularidade no ato do seu encarceramento precoce, já que a prisão sequer 
atende as formalidades recentemente alteradas pela reforma processual no 
tocante a imediata comunicação que se deve fazer a autoridade judiciária. 
(Adaptar a redação ao caso concreto, e esta última parte só deve ser inse-
rida caso se verifi que irregularidade formal no tocante ao descumprimento 
da imediata comunicação a autoridade judiciária, o que infelizmente ocorre 
na maioria dos casos)
3. O requerente é acusado de crime de furto e já se encontra preso 
precocemente, não obstante, quando de sua detenção, ocorrida no dia se-
guinte ao fato e sem qualquer perseguição, foi encontrado sem a posse de 
qualquer objeto que o ligue ao delito, tornando por demais questionável 
a legalidade, no aspecto substancial, do seu encarceramento, na realidade, 
verdadeiramente arbitrário. (adaptar a redação ao caso concreto)
4. A Constituição Federal, sob os auspícios do postulado da presunção 
de não-culpabilidade, fazendo valer o Estado Constitucional Democrático 
de Direito, assegurou no inciso LXII do seu artigo 5.º, o direito indivi-
dual fundamental de que “a prisão de qualquer pessoa e o local onde se 
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família 
do preso ou à pessoa por ele indicada”.
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 6
5. A fi nalidade da providência legal é justamente permitir, quando da 
prisão fl agrancial – única modalidade de encarceramento precoce, admitida 
no ordenamento processual penal, sem prévia e fundamentada análise ju-
risdicional –, o rápido controle judicial de sua regularidade formal, como 
condição de sua continuidade, o que infelizmente não ocorreu neste caso. 
(na esteira do dito na última parte do comentário supra, somente no caso 
de ataque a esta formalidade, já que o modelo se aplicará quando não 
presente a situação de fl agrância no aspecto substancial)
6. Compulsando os autos, assim, constata-se não preenchidas as 
condições mínimas necessárias à regularidade do ato de encarceramento 
precoce obsequiado na via administrativa do fl agrante de delito.
7. Com efeito, colhe-se do auto de prisão, que o ilícito penal a 
qual foi imputado o fl agranteado, teria ocorrido no período do descanso 
noturno, tanto que incidente na capitulação da autoridade policial, a ma-
jorante do § 1.º do artigo 155 do Código Penal, tendo, contudo, a prisão 
do inculpado, somente ocorrido na manhã seguinte e, consoante a própria 
narrativa do condutor, sem que houvesse perseguição. (adaptar a redação 
ao caso concreto, mostrando que na situação em que se combate também 
não se comprovou a materialidade do estado de fl agrância)
8. Outrossim, consoante já narrado, impõe-se observar que não foi 
encontrado na posse do fl agranteado qualquer bem que pudesse relacioná-
lo ao ilícito penal em apuração, tudo, a perfazer clara, a inocorrência 
de qualquer fi gura fl agrancial que autorizasse a detenção prévia, mesmo 
que, sob o amplo delineamento dos doutrinariamente denominados quase 
fl agrante e fl agrante presumido, modalidades de custódia precoce adotadas 
no Direito Processual Positivo Pátrio, ex vi da inteligência contida nos 
incisos III e IV, do artigo 302, do Código de Processo Penal. (adaptar a 
redação ao caso concreto)
9. A prisão em fl agrante de delito, única modalidade de encarce-
ramento precoce no Direito Pátrio, que ocorre sem prévia averiguação 
judicial, é via excepcionalíssima de constrição à liberdade, cujos requisi-
tos legais devem vir muito bem demonstrados em elementos concretos, 
sem o que, erige-se o aprisionamento indevido em ato ilegal, passível de 
correção incontinenti pelo aplicador da lei, ex vi do preceito contido no 
inciso LXV, do artigo 5.º, da Constituição Federal, que erigiu em sede de 
direito e garantia fundamental individual a premissa de que toda prisão 
ilegal deve ser imediatamente relaxada pela autoridade judicial que dela 
tome conhecimento.
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 7
10. Em casos análogos já decidiu assim o Superior Tribunal de 
Justiça dentro da linha constitucional de necessidade de se apontar os 
elementos concretos:
CRIMINAL. HC. HOMICÍDIO QUALIFICADO E INCÊNDIO. FLA-
GRANTE IMPRÓPRIO. NULIDADE. ESTADO FLAGRANCIAL NÃO 
CONFIGURADO. PACIENTE PRESO EM SUA RESIDÊNCIA NO DIA 
SEGUINTE AO CRIME. AUSÊNCIA DE PERSEGUIÇÃO. RELAXAMENTO 
DETERMINADO, COM A RESPECTIVA SOLTURA, MEDIANTE CON-
DIÇÕES. AUSÊNCIA DE PROVAS DA PARTICIPAÇÃO DO RÉU NOS 
CRIMES. IMPROPRIEDADE DO WRIT. REVOLVIMENTO DE MATÉRIA 
FÁTICO-PROBATÓRIA. QUALIFICADORAS. EXCLUSÃO. TEMA NÃO 
ANALISADO PELA CORTE DE ORIGEM. SUPRESSÃO. INÉPCIA DA 
DENÚNCIA. AUSÊNCIA DE INDIVIDUALIZAÇÃO DAS CONDUTAS DO 
ACUSADO. INOCORRÊNCIA. ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA, 
E, NESSA EXTENSÃO, CONCEDIDA EM PARTE. I. Hipótese em que o 
impetrante sustenta a ilegalidade do fl agrante, eis que o paciente só teria 
sido preso no dia seguinte ao crime, sem que houvesse sido perseguido. 
II. Tendo o réu sido encontrado em sua própria residência, no dia seguinte 
aos eventos, não resta caracterizado o estado de fl agrância exigido. III. 
Fato que não se adéqua à hipótese de fl agrante impróprio, bem como às 
demais modalidades de fl agrância previstas no rol taxativo do art. 302 
do CPP, pois, quando da sua prisão, o paciente não estava cometendo as 
infrações ou sequer havia acabado de cometê-las, não tendo ainda sido 
apreendido, logo após os crimes, em circunstância que fi zesse presumir 
ser ele o autor dos delitos. IV. Pronúncia que não trouxe fundamentação 
hábil a respaldar a segregação, limitando-se a referir à gravidade do delito 
e ao fato de ter o paciente permanecido preso durante a instrução. V. Não 
obstante o posicionamento reiterado desta Corte no sentido da manutenção 
do acusado na prisão, após a sentença de pronúncia, se foi mantido preso 
durante toda a instrução processual, não deve prevalecer tal entendimen-
to no caso dos autos, pois, como visto, a prisão em fl agrante mostra-se 
ilegal. VI. A impetração sustenta a ausência de provas da participação 
do acusado, contudo, a aferição dos argumentos apresentados demandaria 
análise do conjunto fático-probatório, inviável em sede de habeas corpus. 
VII. A via estreita do writ é incompatível com a investigação probatória, 
nos termos da previsão constitucional que o institucionalizou como meio 
próprio à preservação do direito de locomoção, quando demonstrada ofen-
sa ou ameaça decorrente de ilegalidade ou abuso de poder. VIII. No que 
tange à apontada impossibilidade de comunicação das qualifi cadoras, não 
se conhece da alegação,pois não há acórdão do Tribunal a quo a respeito 
do assunto, motivo pelo qual o exame do tema por esta Corte confi guraria 
indevida supressão de instância. IX. Denúncia que atende aos requisitos do 
art. 41 do Código de Processo Penal, uma vez que se vislumbra a exposi-
ção do fato criminoso, com suas circunstâncias, assim como a qualifi cação 
do acusado, a classifi cação do crime, além do oferecimento do rol de 
testemunhas. X. Ausência de qualquer imprecisão quanto aos fatos atribuí-
dos ao paciente, hábil a impedir a compreensão da acusação formulada e 
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 8
prejudicar a necessária defesa, tampouco exagero da narração fática. XII. 
Deve ser relaxado o fl agrante efetivado contra o paciente, determinando-se a 
imediata expedição de alvará de soltura em seu favor, se por outro motivo 
não estiver preso, mediante condições a serem estabelecidas pelo Julgador 
de 1º grau, sem prejuízo de que venha a ser decretada a custódia cautelar, 
com base em fundamentação concreta. XIII. Reconhecida a ilegalidade da 
prisão em fl agrante, resta prejudicado o argumento de excesso de prazo na 
custódia do réu. XIV. Ordem parcialmente conhecida e concedida em parte, 
nos termos do voto do Relator. (HC 66.616/SP, Rel. Ministro Gilson Dipp, 
Quinta Turma, julgado em 22/05/2007, DJ 25/06/2007 p. 264) Grifo nosso. 
(Indicar esse acórdão ou outro dentro dessa linha de não confi guração do 
estado de fl agrância) 
11. Neste sentido, ante as circunstâncias em que se deu a prisão do 
requerente, nas quais se faz visível sua ilegalidade, por ausência de quadro 
de fl agrante de delito, mister é a cessação da manutenção do encarceramento 
precoce do fl agranteado, posto que medida de exceção e sempre passível 
de aplicação em interpretação temperada da norma processual em cotejo 
com o postulado constitucional da presunção de não-culpabilidade.
12. Deste modo, pelo argumentado, com fulcro na inteligência da 
disposição contida no artigo 5.º, inciso LXV, da Constituição Federal e 
artigo 302 do Código de Processo Penal, requer a Vossa Excelência que, 
reconhecendo o vício de que revestida a custódia fl agrancial vergastada neste 
pleito (indicar se o vício é material ou formal, ou então os dois na forma 
exposta nos comentários), se digne declarar sua ilegalidade, determinando, 
em conseqüência, o imediato relaxamento da prisão fl agrancial imposta 
em desfavor de Fulano de Tal (substituir pelo nome do detido); de tudo, 
ainda, determinando a expedição do competente alvará de soltura.
São os termos em que,
Pede e espera deferimento.
(Data e local)
Advogado – OAB ____
2.1.2 Modelo de petição de liberdade provisória vinculada com fi ança
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ (colocar a 
Vara) Vara Criminal da Comarca de _________/____ (colocar nome da 
Comarca e Estado):
Ref. ao Proc./Inq. ____________ (colocar o número do processo ou 
inquérito)
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 9
Fulano de Tal (substituir pelo nome do réu), individualizado em autos 
de AÇÃO PENAL/INQUÉRITO defl agrado (a) em seu desfavor, tombado 
sob o número de registro cronológico _____________ (preencher com o 
número do processo ou inquérito), por defensor constituído, ut instrumento 
de mandato junto, com endereço para intimações na ___________,, vem 
perante Vossa Excelência requerer CONCESSÃO DE LIBERDADE PRO-
VISÓRIA VINCULADA COM FIANÇA, tudo o que procede com fulcro 
no artigo 5.º, inciso LXVI, da Constituição Federal e na forma prescrita 
no artigo 321 e seguintes do Código de Processo Penal, consoante razões 
de fato e de direito, a seguir delineadas:
1. O Requerente, em 1.º de janeiro de 2009, restou autuado em 
fl agrante delitivo, pela suposta prática do tipo penal previsto no artigo 
155, § 4.º, inciso II, do Código Penal, cujo auto fl agrancial restou for-
malmente homologado por este juízo. (narrar a situação que ensejou o 
fl agrante, mencionando data e tipo penal em que incurso o fl agranteado)
2. Constata-se, contudo, a desnecessidade da manutenção da custódia 
cautelar, porquanto ausentes fatos desabonadores da vida pregressa do fl a-
granteado, consoante demonstram os documentos juntos (juntar certidões, 
se o caso), não se vislumbrando, ainda, por outro lado, a conformação 
de qualquer elemento justifi cador do encarceramento precoce. (Argumento 
de reforço sempre é recomendável)
4. O requerente, outrossim, não se apresenta como elemento nocivo 
ao convívio social, conquanto apesar da prática delituosa que, em tese, 
lhe é imputada, dada sem qualquer violência à pessoa, no seu suposto 
conduzir delituoso, não se denotou maior periculosidade.
5. A Constituição Federal, sob os auspícios do postulado da presunção 
de não-culpabilidade, fazendo valer o Estado Constitucional Democrático 
de Direito, assegurou no inciso LXVI do seu artigo 5.º, o direito indivi-
dual fundamental de que “ninguém será levado à prisão ou nela mantido, 
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fi ança”.
6. No caso concreto, assim, tem aplicação a inteligência da expressão 
normativa preconizada no artigo 321 e seguintes do Código de Processo 
Penal, no que, recepcionada pelos valores constitucionais vigentes, re-
comendam que, ausentes os motivos autorizadores da prisão preventiva, 
não se justifi ca a custódia cautelar, impondo-se a concessão da liberdade 
provisória mediante vinculação econômica.
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 10
7. Frise-se, por fi m, em reforço argumentativo, não ser preciso um 
compulsar mais detido dos autos, para perceber que o requerente não 
é indivíduo contumaz na senda delituosa, bem assim, não se informa, 
repita-se, qualquer elemento processual que revele intenção de fuga ou 
atuação de modo à por em risco a conveniência da instrução processual, 
não sendo, assim, devido presumir que solto encontrará estímulos para 
delinqüência.
8. No caso em tela, pois, resulta inequívoca a aplicação das regras 
positivadas no Texto Constitucional e pergaminho processual penal, no que 
informam a obrigatoriedade de ser cessada a custódia cautelar do reque-
rente, no que não demonstrada, nesse caso em concreto, a necessidade, 
razoabilidade e proporcionalidade da manutenção do seu encarceramento 
precoce.
9. Nesse sentido é o que já decidiu a nossa mais alta Corte de 
Justiça:
EMENTA: HABEAS-CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. MEDIDA 
EXCEPCIONAL QUE EXIGE FUNDAMENTAÇÃO SUBSTANCIAL. 
POSSIBILIDADE DE LIBERDADE PROVISÓRIA MEDIANTE FIANÇA. 
CENSURÁVEL ANTECIPAÇÃO DA EXECUÇÃO DA PENA. 1. É de 
ter-se por razoavelmente fundamentada a decisão que decreta a prisão pre-
ventiva tendo em vista a conveniência da instrução criminal, notadamente 
porque os acusados “foram presos por delitos devidamente demonstrados.” 
2. Concedida medida liminar para determinar que os acusados aguardem 
em liberdade a prolação da sentença e não constando haverem concorrido 
para obstaculizar a instrução criminal, não subsiste razão para que a limi-
nar seja cassada. 3. In casu, a privação da liberdade constitui censurável 
antecipação de execução provisória de eventual decisão condenatória, confl i-
tando com o preceito constitucional contido no inciso LXI do artigo 5º. 4. 
Liberdade provisória que se impõe, mormente porque a pena se enquadra 
em quantidade que permite a fi ança. Habeas-corpus deferido. (HC 80.277, 
Relator(a): Min. Maurício Corrêa, Segunda Turma, julgado em 20/03/2001, 
DJ 04-05-2001 PP-00004 EMENT VOL-02029-03 PP-00581) (Citar este 
ou qualquer outro acórdão no sentido desejado, a título ilustrativo ou de 
reforço de argumentação).
10. Isto posto, pelo argumentado, requer a Vossa Excelência se dig-
ne conceder ao Requerente, liberdade provisória vinculada com fi ança, 
em valor a ser fi xado por este juízo, tudo, ainda, a ser dado mediante 
compromisso de estilo, determinando a expediçãodo competente alvará 
de soltura.
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 11
São os termos em que,
Pede e espera deferimento.
(Data e local)
Advogado – OAB ____
Nota: O leitor deve atentar, quando o caso, se é a hipótese de ainda 
não ter sido defl agrada a persecução penal em juízo, bem assim, a pos-
sibilidade do requerimento de concessão da fi ança ser dirigido à própria 
autoridade policial, muito embora, neste ponto, frise-se a preferência por 
um modelo de requerimento para a autoridade jurisdicional, conquanto os 
delitos que autorizam o Delegado a decidir quanto à fi ança, estão com-
preendidos dentro do Micro Sistema dos Juizados Especiais Criminais, 
respeitadas as hipóteses do artigo 322 do Código de Processo Penal, cuja 
excepcional situação de cabimento do auto de fl agrante restou comentada 
no capítulo próprio.
2.1.3 Modelo petição requerendo liberdade provisória vinculada sem 
fi ança
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ (colocar a 
Vara Criminal) Vara Criminal da Comarca de _________/____ (colocar 
nome da Comarca e Estado):
Ref. ao Proc. ____________ (colocar o número do processo)
Fulano de Tal (substituir pelo nome do réu), individualizado em 
autos de AÇÃO PENAL promovida em seu desfavor pelo Ministério 
Público Estadual/Federal (especifi car a parte ativa), cujo feito tem trâmite 
junto ao Juízo desta Vara Criminal, sob o número de registro cronológico 
_____________ (preencher com o número do processo), por defensor cons-
tituído, ut instrumento de mandato junto, com endereço para intimações na 
___________,, vem perante Vossa Excelência requerer CONCESSÃO DE 
LIBERDADE PROVISÓRIA VINCULADA, sem fi ança, com esteio no 
artigo 5.º, inciso LXVI, da Constituição Federal e na forma do preceito 
contido no artigo 310, parágrafo único, do Código de Processo Penal, 
pelas razões de fato e de direito, a seguir delineadas:
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 12
1. O Requerente, em 1.º de janeiro de 2009, restou autuado em 
fl agrante delitivo, pela suposta prática do tipo penal previsto no artigo 14 
da Lei 10.826/2003, cujo auto fl agrancial restou formalmente homologado 
por este juízo. (narrar a situação que ensejou o fl agrante, mencionando 
data e tipo penal em que incurso o fl agranteado)
2. Não houve requerimento de fi ança, tendo, ainda, o Ministério 
Público ofertado denúncia crime que restou recebida por este juízo.
3. O requerente ainda se encontra detido, apesar da patente des-
necessidade da custódia cautelar, porquanto ausentes fatos desabonadores 
da vida pregressa do fl agranteado, consoante demonstram os documentos 
juntos (juntar certidões, se o caso), não se vislumbrando, ainda, por outro 
lado, a conformação de qualquer elemento justifi cador do encarceramento 
precoce.
4. O requerente, outrossim, é acusado que não se apresenta como 
elemento nocivo ao convívio social, conquanto apesar da prática delituosa 
que, em tese lhe é imputada no seu suposto conduzir delituoso, não se 
denotou maior periculosidade.
5. A Constituição Federal, sob os auspícios do postulado da presunção 
de não-culpabilidade, fazendo valer o Estado Constitucional Democrático 
de Direito, assegurou no inciso LXVI do seu artigo 5.º, o direito indivi-
dual fundamental de que “ninguém será levado à prisão ou nela mantido, 
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fi ança”.
6. No caso concreto, assim, tem aplicação a inteligência da expressão 
normativa preconizada no parágrafo único do artigo 310 do Código de 
Processo Penal, no que recepcionada pelos valores constitucionais vigentes. 
Destarte, ausentes os motivos autorizadores da prisão preventiva, não se 
justifi ca a custódia cautelar, impondo-se a concessão da liberdade provi-
sória, com ou sem vinculação econômica. (Sempre é bom que se deixe 
o Juiz à vontade para impor uma fi ança como condição de garantia, ou 
seja, hoje, como visto, a tendência é se criar meios alternativos à própria 
restrição da liberdade, principalmente sendo essa provisória, logo a fi ança 
deve ser mais bem utilizada, inclusive o projeto de lei comentado na 
obra e que em breve será aprovado trata justamente de outras medidas 
cautelares, priorizando a fi ança) 
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 13
7. Ora, não é preciso um compulsar mais detido dos autos, para se 
perceber claramente que o requerente não é indivíduo contumaz na senda 
delituosa, bem assim, não se informa qualquer elemento processual que 
revele intenção de fuga ou atuação de modo a por em risco a conveni-
ência da instrução processual, não sendo, assim, razoável presumir que 
solto encontrará estímulos para delinqüência. Este tipo de fato deveria 
estar devidamente comprovado, mesmo que em probabilidade, o que não 
é o caso. 
8. No caso em tela, pois, resulta inequívoca a aplicação das regras 
positivadas no Texto Constitucional e pergaminho processual penal, no 
que informam a obrigatoriedade de ser cessada a custódia cautelar do 
requerente, no que não demonstrada, no caso em concreto, a necessidade, 
razoabilidade e proporcionalidade da manutenção do seu encarceramento 
precoce.
9. Nesse sentido é o que já decidiu o STJ e a Egrégia Câmara 
Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte:
HABEAS CORPUS – HOMICÍDIO QUALIFICADO – ROUBO CIRCUNS-
TANCIADO – LIBERDADE PROVISÓRIA – DECISÕES DE PRIMEIRA E 
SEGUNDA INSTÂNCIA QUE SEQUER CITAM OS REQUISITOS LEGAIS 
– NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO COM DADOS CONCRETOS 
– BOAS CONDIÇÕES PESSOAIS – ORDEM CONCEDIDA.
1- A prisão processual é medida excepcional e deve ser mantida apenas 
quando devidamente amparada pelos requisitos legais, em observância ao 
princípio constitucional da não culpabilidade.
2- A ausência de qualquer destaque a fatos concretos distintos da própria 
prática delituosa, evidencia-se a ilegalidade da manutenção do cárcere.
3- Deve ser cassada a decisão monocrática indeferitória do pedido de 
revogação da prisão e o acórdão recorrido, que a confi rmou, para conceder-
lhe liberdade provisória, determinando a expedição de alvará de soltura 
em seu favor, se por outro motivo não estiver preso, sem prejuízo de que 
venha a ser decretada novamente a segregação, com base em fundamen-
tação concreta.
4- Ordem concedida.
(HC 96.516/PR, Rel. Ministra JANE SILVA (DESEMBARGADORA 
CONVOCADA DO TJ/MG), SEXTA TURMA, julgado em 18/03/2008, 
DJe 14/04/2008) (Citar este ou qualquer outro acórdão no sentido, a título 
ilustrativo).
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 14
“PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO COM USO DE 
ARMA. PRISÃO EM FLAGRANTE. PEDIDO DE LIBERDADE PROVI-
SÓRIA. INDEFERIMENTO. GRAVIDADE DO DELITO. INEXISTÊNCIA 
DE FATOS CONCRETOS. AUSÊNCIA DE MOTIVOS PARA A SEGRE-
GAÇÃO CAUTELAR. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. 
CONCESSÃO DA ORDEM. 1. O indeferimento de pedido de Liberdade 
provisória deve ser fundamentado em elementos e fatos concretos, os quais, 
de modo objetivo, indiquem a necessidade da prisão preventiva com base 
em uma das hipóteses prescritas no art. 312 do CPP. 2. A mera gravidade 
do delito e simples considerações subjetivas não são sufi cientes para justi-
fi car a custódia cautelar, sob o argumento da garantia da ordem pública e 
do prestígio da justiça, mormente quando o paciente é primário, com bons 
antecedentes, tem residência fi xa e profi ssão defi nida. 3. Ordem concedida.” 
(HC 2005.006191-7, j. 15.12.2005.) (Citar este ou qualquer outro acórdão 
no sentido, a título ilustrativo).
10. Na espécie, ante as circunstâncias do fato é, pois, possível aferir 
a desnecessidade da manutenção do encarceramento precoce do fl agrante-
ado, ora requerente, posto que medida de exceção e sempre passível de 
aplicação, em interpretação temperada da norma processual em cotejo com 
o postulado constitucional da presunção de não-culpabilidade.
11. Isto posto,pelo argumentado, requer a Vossa Excelência, após 
colheita da manifestação prévia do Ministério Público, se digne conce-
der ao Requerente, liberdade provisória vinculada sem fi ança, mediante 
compromisso de comparecimento aos atos do processo, de tudo, ainda, 
determinando, em seguida, a expedição de competente alvará de soltura.
São os Termos em que,
Pede e espera deferimento.
(Data e local)
Advogado – OAB ____
2.1.4 Modelo de petição em revogação de prisão preventiva
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ (colocar a 
Vara Criminal) Vara Criminal da Comarca de _________/____ (colocar 
nome da Comarca e Estado):
Ref. ao Proc. ____________ (colocar o número do processo)
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 15
Fulano de Tal (substituir pelo nome do réu), individualizado em 
autos de AÇÃO PENAL promovida em seu desfavor pelo Ministério 
Público Estadual/Federal (especifi car a parte ativa), cujo feito tem trâmite 
junto ao Juízo desta Vara Criminal, sob o número de registro cronológi-
co _____________ (preencher com o número do processo), por defensor 
constituído, ut instrumento de mandato junto (especifi car se for defensor 
dativo), com endereço para intimações na ___________,, vem perante 
Vossa Excelência requerer REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA 
decretada em seu desfavor, tudo o que procede na forma do artigo 5.º, 
inciso LVII, da Constituição Federal e artigo 316 do Código de Processo 
Penal, pelas razões de fato e de direito, a seguir delineadas:
1. O Requerente, que responde a processo criminal no qual lhe é 
imputada a prática do ilícito penal previsto no artigo 214 combinado com 
o artigo 224, alínea “a”, ambos do Código Penal pátrio e artigo 9.º da 
Lei n. 8.072/1990 (preencher conforme o tipo penal), tendo no dia 04 de 
março de 2009, na rua em que possui residência, sido detido e encarcerado 
precocemente, força de decreto de prisão de prisão preventiva da lavra 
deste Douto Juízo. (adequar o caso concreto conforme a necessidade)
2. A prisão processual, dada pela suposta necessidade de assegurar 
a aplicação futura da lei penal, foi motivada por provocação do órgão do 
Ministério Público, que, por sua vez, valeu-se de equivocada informação 
constante nos autos de Inquérito Policial, já que o requerente, diferen-
temente do alegado, nunca se ausentou de onde reside, não havendo 
qualquer amparo em fatos que justifi que tal ilação. (narrar a situação que 
motivou, indevidamente, o decreto de prisão preventiva, ou seja, pode ter 
sido para garantia da ordem pública ou econômica ou então conveniência 
da instrução criminal)
3. A Constituição Federal, sob os auspícios do postulado da presunção 
de não-culpabilidade, fazendo valer o Estado Constitucional Democrático 
de Direito, assegurou no inciso LVII do seu artigo 5.º, o direito individual 
fundamental de que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória;”.
4. É a consagração, em berço constitucional, da natureza cautelar 
que deve envolver toda e qualquer prisão que anteceda a condenação 
transitada em julgado, que, assim, só será justifi cada quando fundada 
na demonstração, em cada caso concreto, da necessidade, razoabilidade 
e proporcionalidade do cárcere ao resultado útil do processo penal ou a 
própria segurança social.
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 16
5. Foi, assim, recepcionado, em sua totalidade, o estatuído no artigo 
316 do Pergaminho Processual Penal:
“[...] O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do 
processo, verifi car a falta de motivo para que subsista, bem como de 
novo decretá–la, se sobrevierem razões que a justifi que”.
6. Referida disposição legal, tem, pois, aplicação ao caso dos au-
tos.
7. Ora, o decreto preventivo contra o referido réu, como dito, foi 
consubstanciado em requerimento do Ministério Público, no sentido da 
decretação de prisão preventiva, sob a assertiva de se encontrar o acusado 
Fulano de Tal (substituir pelo nome do réu) em lugar incerto e não sabido. 
(adaptar conforme o caso e de acordo com uma das fundamentações)
8. Ocorre que, inconsistente, tal ilação inverídica não encontra qualquer 
suporte nos autos, bastando, a tanto, verifi car as condições em que foi 
materializada a ordem de prisão preventiva, donde se pode constatar que 
o réu foi preso, nesta cidade, sem qualquer difi culdade na sua localiza-
ção pela autoridade policial, o que demonstra que jamais se ausentou do 
distrito da culpa, como, inicialmente fazia crer a informação do relatório 
fi nal de Inquérito policial. (adaptar conforme o caso)
9. Igualmente, é acusado que não pretende se ausentar do distrito 
culpa, máxima até da idade avançada que possui, ser nascido e criado 
nesta cidade e não possuir parentes em outros lugares. (adaptar conforme 
o caso, sempre apontando em específi co que não se encontra presente em 
nenhuma das situações previstas na expressa normativa do artigo 312, 
devendo, por conseguinte, ser aplicado o contido no art. 316 do CPP)
10. Afora estes dados concretos, já sufi cientes a jogar por terra a 
motivação da segregação processual, não há como se descurar do fato 
de que se tencionasse o acusado se subtrair à aplicação da lei penal, 
teria feito, pois oportunidades não lhes faltaram. O Inquérito Policial foi 
instaurado em 1.º de fevereiro de 2009, e este foi ouvido pela autoridade 
policial dois dias depois da instauração do procedimento investigativo, to-
mando, assim, conhecimento do mesmo; sendo que a sua prisão preventiva 
somente foi decretada, após denúncia, em 04 de março de 2009, quando, 
então, o réu preso foi preso no mesmo dia da expedição do mandado de 
prisão, na rua onde reside. (adaptar conforme o caso)
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 17
11. Compreende-se, assim, que a situação do acusado Fulano de Tal 
(substituir pelo nome do réu), que, inclusive, é possuidor de primariedade, 
bons antecedentes, residência fi xa e profi ssão defi nida, é de prisão ilegal, 
já que não existiu, em qualquer instante, intenção de se subtrair a aplica-
ção da lei, nem há no processo qualquer fato concreto que neste sentido 
informe, de modo que é crível perceber, no seu caso, não se faz presentes 
as condições legais autorizadoras da sua custódia provisória, que, assim, 
por força do postulado constitucional da presunção de não-culpabilidade, 
urge ser cessada.
12. Nesse sentido é o que já decidiu o STF e por maioria, o Pleno 
do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, em acórdão que teve em 
sua relatoria o Desembargador João Rebouças:
EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PRISÃO PREVEN-
TIVA. FUNDAMENTOS INIDÔNEOS. GRAVIDADE EM ABSTRATO DO 
CRIME, REPERCUSSÃO SOCIAL, CLAMOR PÚBLICO E HEDIONDEZ 
– Circunstâncias que não servem à decretação da prisão cautelar, consoante 
reiterada jurisprudência desta Corte. ILAÇÕES QUANTO À SENSAÇÃO DE 
DESTEMOR À LEI E DE INTRANQÜILIDADE SOCIAL – Igualmente, não 
justifi cam a medida excepcional de segregação ante tempus, a qual requer 
indicação de base concreta idônea. CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO 
CRIMINAL, FUNDADA NO RECEIO DA ELIMINAÇÃO DE PROVAS – 
Prolatada a sentença de pronúncia, há de afastar-se a justifi cativa do receio 
de eliminação de provas. O artigo 316 do Código de Processo Penal prevê 
a revogação da prisão cautelar, no curso do processo, quando exauridos os 
motivos de sua subsistência. OBSERVAÇÕES RESPEITANTES AO PERFIL 
DO PACIENTE – Não servem para fundamentar a prisão preventiva como 
garantia da aplicação da lei penal. Devem ser invocadas quando da análi-
se das circunstâncias judiciais, para fi ns do cálculo da pena-base. Ordem 
concedida. (HC 86374, Relator (a): Min. EROS GRAU, Primeira Turma, 
julgado em 18/04/2006, DJ 06-10-2006 PP-00050 EMENT VOL-02250-03 
PP-00559) (Citar este ou outro acórdão assemelhado)
“CONSTITUCIONAL E PROCESSUALPENAL. HABEAS CORPUS 
LIBERATÓRIO. CRIME EM TESE DE PORTE ILEGAL DE ARMA. 
DENEGAÇÃO DE PLEITO DE REVOGAÇÃO DA PRISÃO CAUTELAR. 
AUSÊNCIA DE RAZÕES PLAUSÍVEIS PARA A MANUTENÇÃO DA 
CUSTÓDIA PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO QUE NÃO SE COADUNA 
COM OS PRINCÍPIOS CAPITULADOS PELA ATUAL CARTA MAGNA. 
PERÍODO DE TRANSIÇÃO. POSSIBILIDADE DE REGULARIZAÇÃO 
OU ENTREGA DE ARMAS À POLÍCIA FEDERAL (LEI 10.826, DE 22 
DE DEZEMBRO DE 2003 – DOU 23.12.2003). CONDIÇÕES PESSOAIS 
OBJETIVAS E SUBJETIVAS FAVORÁVEIS AO PACIENTE. COAÇÃO 
CARACTERIZADA. REVOGAÇÃO DA CUSTÓDIA CAUTELAR. CO-
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 18
NHECIMENTO E PROVIMENTO DA ORDEM. Nos termos da Medida 
Provisória 174, de 18 de março de 2004, ainda não fi ndaram os prazos 
para regularização ou entrega de armas de fogo e considerar incidente, 
apesar de já vigente, o tipo do art. 21 da Lei de Regência, seria consagrar 
o absurdo, porque estaria a punir criminalmente o possuidor de arma de 
fogo sem registro, ainda dentro do prazo de que ele dispõe para fazer a 
entrega da mesma à Polícia Federal, passível até de indenização ou, a seu 
critério, promover a regularização do registro da mesma arma, cuja origem 
lícita poderia ser comprovada pelos meios de prova em direito admitidos.” 
(TJRN, HC, Relator: Des. João Rebouças, Publicação: 30.12.2004) (Citar 
este ou outro acórdão assemelhado)
13. Deste modo, diante situação evidenciada nos autos, devido é 
concluir da necessidade da revogação da prisão preventiva imposta ao 
acusado Fulano de Tal (substituir pelo nome do réu), dês que revelada, 
em nova e clara ótica processual, não presentes motivos para que subsista 
o cárcere preventivo.
14. Isto posto, pelo argumentado, requer a Vossa Excelência, após 
ouvida regular do Ministério Público, não mais presentes as razões que 
ensejaram a decretação da custódia provisória do inculpado Fulano de Tal 
(substituir pelo nome do réu), com fundamento na inteligência do artigo 
5.º, inciso LVII, da Constituição Federal e na forma prevista no artigo 
316 do Pergaminho Processual Penal, se digne a revogar o decreto de 
prisão preventiva proferido, nos presentes autos, em face deste, restauran-
do, assim, o status libertatis do requerente, de tudo, ainda, determinando 
a expedição de competente alvará de soltura.
São os termos em que,
Pede e espera deferimento.
(Data e local)
Advogado – OAB ____
2.1.5 Modelo de petição em habeas corpus
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ (colocar a 
Vara Criminal) Vara Criminal da Comarca de _________/____ (colocar 
nome da Comarca e Estado):
Ref. ao Inquérito ou Processo. ____________ (colocar o número do 
inquérito ou processo)
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 19
Sicrano de Beltrano (substituir pelo nome do advogado ou qualquer 
outra pessoa, em face da legitimidade ampla desta ação constitucional), 
nacionalidade (preencher), estado civil (preencher), profi ssão (preencher), 
residente e domiciliado à (fazer a devida individualização), vem à presen-
ça de Vossa Excelência, com apoio no art. 5.º, LXVIII, da Constituição 
Federal e nos termos dos arts. 647 e 648, I, do Código de Processo 
Penal, impetrar a presente ordem de HABEAS CORPUS com pedido de 
Liminar em favor de Fulano de Tal, nacionalidade (preencher), estado 
civil (preencher), profi ssão (preencher), portador da CI n.º (preencher), 
residente e domiciliado à ___(preencher), na cidade de (fazer a devida 
individualização), pelas razões de fato e de direito a seguir delineadas:
1. O paciente, por determinação do Delegado de Polícia local, se 
encontra preso desde o dia___ (preencher) do corrente mês e ano, con-
forme comprova auto de prisão em fl agrante anexo (doc. 01), sofrendo 
injusta coação na sua liberdade de locomoção. (narrar com detalhes a 
situação fática do paciente e se necessário já indicar o tipo penal que 
lhe foi imputado)
2. Vê-se, claramente, que do dia da prisão do indiciado até a presente 
data já transcorreram 12 dias, tendo a autoridade coatora, por essa razão, 
transgredido o que determina o art. 10 do Código de Processo Penal, a 
qual prescreve de forma peremptória o prazo de 10 dias para a conclusão 
do inquérito, em se tratando de réu preso, o que caracteriza a ilegalidade 
da restrição nesse estágio, pois conforme comprova a certidão do escrivão 
de polícia ora acostada, os autos do inquérito ainda se encontram na De-
legacia. (adaptar ao caso e atacando de frente a ilegalidade quer formal, 
como neste caso ou material)
3. Por outro lado, além da não remessa do referido inquérito ao 
Poder Judiciário, até a presente data, nem mesmo se concretizou a for-
mação de culpa do indiciado, o que vem a ratifi car a necessidade de 
sua imediata liberação, pela fl agrante ilegalidade e abuso de poder, pois 
não se justifi ca que o paciente fi que preso, sem uma justa causa, sendo 
o caso, inclusive, de trancamento da peça investigativa, como se pode vê 
meritoriamente pelos elementos presentes no inquérito, que em momento 
algum apontam conclusivamente para a pessoa do paciente como autor 
do delito em desate. (adaptar ao caso)
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 20
4. Patente nesse caso que se conceda liminarmente a medida ora 
pleiteada, em razão da comprovação cabal da presença de todos os pres-
supostos necessários para o seu deferimento, inclusive sem necessidade 
da ouvida da autoridade coatora.
5. A plausibilidade jurídica da concessão da liminar encontra-se 
devidamente caracterizada nesta situação, pela não conclusão do inquérito 
dentro do decêndio legal e ainda o fato de não haver formação da culpa 
até este momento, motivos mais do que sufi cientes para a caracterização 
do fumus boni iuris. (adaptar ao caso)
6. Já a incidência do periculum in mora reside no simples fato de 
que a sua constrição atual indevida lhe causará danos irreparáveis, pois é 
cediço que a prisão precoce é circunstância excepcional e precisa restar 
devidamente comprovada e no caso presente, na realidade, em nenhum 
momento tal fato ocorreu, o que compete a Vossa Excelência fazer 
imediatamente cessar, concretizando o direito e garantia fundamental do 
paciente quanto a sua liberdade, sendo esse remédio heróico a garantia 
para a sua imediata fruição.
7. Não é outro o entendimento da Primeira Câmara Criminal do 
Tribunal de Justiça da Bahia, inclusive, assegurando liminarmente o direito 
fundamental de liberdade do cidadão, senão vejamos:
“HABEAS CORPUS. PRISÃO EM FLAGRANTE. ALEGAÇÃO DE 
EXCESSO DE PRAZO PARA ENVIO DO INQUÉRITO POLICIAL. CA-
RACTERIZA-SE CONSTRANGIMENTO ILEGAL QUANDO OS PRAZOS 
PROCESSUAIS NÃO SÃO OBSERVADOS E O EXCESSO NÃO É ATRI-
BUÍDO À DEFESA, SUPERANDO CRITÉRIOS DE RAZOABILIDADE. 
CONDIÇÕES FAVORÁVEIS DO PACIENTE. DESNECESSIDADE DA 
CUSTÓDIA. INTEGRAÇÃO DA LIMINAR. CONCESSÃO DA ORDEM.” 
Relator: Des Antônio Lima Farias. (Citar este ou outro acórdão no sentido 
desejado)
8. Diante de todos esses fatos, devidamente comprovados de plano, 
requer se digne Vossa Excelência em conceder liminarmente a ordem de 
Habeas Corpus, expedindo-se o competente alvará de soltura, bem assim, 
após a colheita de informações da autoridade coatora, se digne de julgar 
procedente em sua totalidade o presente writ, concedendo, em defi nitivo, 
a ordem para o fi m de restabelecer o status libertatis do paciente, deter-
minando, ainda, o trancamento do inquérito noticiado (verifi car se já é 
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 21
o caso de ação penal) por patente ilegalidade e ausência de justa causa, 
devendo a autoridade coatora ser cientifi cada da decisão para adoção das 
providências pertinentes.
São os termos em que,
Pede e espera deferimento.
(Data e local)
Advogado – OAB ____
2.1.6 Modelo de petição de ação de indenização por danos morais e 
materiais
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTORJUIZ DE DIREITO DE 
UMA DAS VARAS FAZENDÁRIAS DA COMARCA DE ___(preencher), 
ESTADO DO ___(preencher), A QUEM ESTA COUBER POR DISTRI-
BUIÇÃO LEGAL: (Pode ser o caso de uma das Varas Federais em caso 
da prisão processual ter sido determinada pela Justiça Federal)
Fulano de Tal, (preencher com nacionalidade, estado civil, profi ssão, 
CPF e Identidade), residência e domicílio (preencher), por intermédio de 
patrono bastante, ut instrumento de procuração junto (documento 01), com 
endereço para intimações no timbre, vem perante Vossa Excelência, com 
fundamento nas disposições vertidas na linguagem escrita dos artigos 186, 
944, 953 e 954, do Pergaminho Civil Brasileiro e principalmente o artigo 
37, § 6.º, da Constituição Federal, promover a presente
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS E MATERIAIS
em desfavor do ESTADO DO ___/ UNIÃO FEDERAL, pessoa 
jurídica de direito público interno, com sede na ___(preencher), Cidade 
e Estado, pelos fatos e fundamentos jurídicos que a seguir se passa a 
expor.
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 22
1. DOS FATOS
1.1. Aos __ dias de ____ de ____, por volta das _____ horas, quando 
se encontrava em sua residência almoçando em companhia de familiares, 
o requerente foi detido em face de decreto de prisão preventiva proferido 
nos autos do processo criminal n.___, que teve trâmite junto a ___ Vara 
Criminal/Federal desta Comarca/Seção Judiciária, acusado da perpetração 
dos crimes de roubo qualifi cado e bando armado; (adequar conforme o 
caso em tela)
1.2. Em razão deste encarceramento precoce foi recolhido a cadeia 
pública do município e, não obstante inocente da imputação criminal im-
posta a sua pessoa, o que ao fi nal restou revelado na persecução penal 
criminal, permaneceu sob prisão provisória por longos 13 meses, conquanto 
somente em ___ de ____ de ____, (colocar a data da soltura) quando da 
prolação da sentença judicial da ação penal defl agrada em seu desfavor 
é que foi absolvido pelo reconhecimento expresso de negativa de sua 
autoria, culminando, então, apenas neste momento, de cabal prova da sua 
inocência, a determinação da expedição de alvará de soltura em seu favor, 
ressalvando-se que, desde o início de tal processo, sua defesa exaltava sua 
inocência. (adequar esta última parte com as peculiaridades do caso)
1.3. O cárcere indevido de que foi vitimado lhe trouxe seqüelas 
irremediáveis, posto que sofreu grandes prejuízos materiais, visto que 
fi cou todo este tempo sem exercer seu labor, impossibilitado de auxiliar 
fi nanceiramente sua família, a qual é pobre, o que lhe também impôs 
inegável lesão moral, conquanto que depois de solto, apesar de absolvido, 
por negativa expressa de autoria criminosa, não mais logrou da confi ança 
das pessoas em contratá-lo para prestação de seus serviços de serventia 
de pedreiro, haja vista que, desde então, está estigmatizado por força da 
sua prisão como autor de crime patrimonial; e (adequar conforme o caso 
em tela)
1.4. Que todas as agruras que vivenciou nestes últimos meses da sua 
vida foram responsabilidade da parte requerida, pois que de sua conduta 
de risco – e a Jurisdição assim também o é, não se podendo negar a 
natureza de serviço público – acabou por lhe acarretar inegável prejuízo 
material e moral, porquanto mesmo depois de absolvido em processo penal 
no qual foi indevidamente preso, não mais conseguiu retomar à antiga 
vida laboral que antes possuía, bem como ao seu convívio social, pois 
infelizmente o preconceito na nossa sociedade é indiscutível, nascendo daí 
a obrigação de reparação civil pelo Poder Público, conquanto comprovado 
o nexo causal ligando o evento danoso e atuação da parte ré.
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 23
2. DO DIREITO
2.1. O Código Civil Brasileiro, tratando da responsabilidade civil 
extracontratual, prescreve que:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral, comete ato ilícito.”
2.2. Com efeito, não é preciso ir muito longe, para se perceber que 
na espécie, em ___ de ___ de ___ (especifi car o dia da famigerada pri-
são), o requerente foi detido em face de prisão processual indevidamente 
decretada em seu desfavor, tanto que ao fi nal da persecução penal restou 
confi rmada a sua inocência, tendo permanecido detido provisoriamente – e 
a prisão processual se deu em regime absolutamente fechado – por treze 
meses de reclusão completamente ilegal, que assim lhe impôs dor moral e 
prejuízo material, irreparáveis no plano fático, que necessitam ser repostos 
fi nanceiramente, ainda que tão somente como mitigação do sofrimento 
impingido. (adequar conforme o caso concreto)
2.3. Neste sentido é o que enuncia o artigo 954, inciso III, do mesmo 
diploma legal, no que consagra indenizável a lesão decorrente de ofensa 
à liberdade pessoal, quando oriunda, inclusive, da prisão ilegal – aqui a 
abranger qualquer forma de custódia indevidamente imposta a alguém – 
revelando-se cabível sempre que comprovada a ilegalidade da constrição, 
como sucede na segregação processual que imposta a quem acusado de 
crime terminou ao cabo da persecução penal informado inocente.
2.4. O contexto da responsabilização civil da demandada, igualmente, 
encontra amparo jurídico na aferição da atuação jurisdicional enquanto, 
também, função estatal jungida sob a égide da responsabilidade civil 
objetiva, que enquanto atividade pública se subsume a teoria do risco 
criado, contentando-se para a obrigação de reparação do dano eventual-
mente imposto a terceiros, com a mera demonstração do nexo causal e a 
inexistência de causas de exclusão da responsabilidade, máxima que não 
demonstrada, em espécie, qualquer culpa do requerente/vítima da atuação 
prepotente e descabida do ente Estatal, ou ainda força maior que pudesse 
desobrigar a requerida de sua responsabilidade de ordem objetiva.
2.5. É o que disciplina o § 6.º do artigo 37 da Constituição Federal 
em vigor:
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 24
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obe-
decerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade 
e efi ciência e, também, ao seguinte:
[...]
§ 6.º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, 
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso 
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”
2.6. De fato, referido dispositivo constitucional não dá margens 
a controvérsias quanto a sua aplicabilidade no caso presente, tendo o 
Supremo Tribunal Federal, em relação à responsabilidade civil do Poder 
Público, já afi rmado:
“A teoria do risco administrativo, consagrada em sucessivos documentos 
constitucionais brasileiros desde a Carta Política de 1946, confere fundamento 
doutrinário à responsabilidade civil objetiva do Poder Público pelos danos a 
que os agentes públicos houverem dado causa, por ação ou omissão. Essa 
concepção teórica, que informa o princípio constitucional da responsabili-
dade civil objetiva do Poder Público, faz emergir, da mera ocorrência de 
ato lesivo causado à vítima pelo Estado, o dever de indenizá-la pelo dano 
pessoal e/ou patrimonial sofrido, independentemente de caracterização de 
culpa dos agentes estatais ou de demonstração de falta do serviço público. 
Os elementos que compõem a estrutura e delineiam o perfi l da responsa-
bilidade civil objetiva do Poder Público compreendem (a) a alteridade do 
dano, (b) a causalidade material entre o eventus damni e o comportamento 
positivo (ação) ou negativo (omissão) do agente público, (c) a ofi cialidade 
da atividade causal e lesiva, imputável a agente do Poder Público,que te-
nha, nessa condição funcional, incidido em conduta comissiva ou omissiva, 
independentemente da licitude, ou não, do comportamento funcional (RTJ 
140/636) e (d) a ausência de causa excludente da responsabilidade estatal 
(RTJ 55/503 – RTJ 71/99 – RTJ 91/377 – RTJ 99/1155 – RTJ 131/417).
O princípio da responsabilidade objetiva não se reveste de caráter abso-
luto, eis que admite o abrandamento e, até mesmo, a exclusão da própria 
responsabilidade civil do Estado, nas hipóteses excepcionais confi guradoras 
de situações liberatórias – como o caso fortuito e a força maior – ou 
evidenciadoras de ocorrência de culpa atribuível à própria vítima (RDA 
137/233 – RTJ 55/50).”
2.7. Na hipótese presente, tem-se que da análise acurada dos autos 
é possível perceber comprovado o evento lesivo, o dano sofrido pelo 
requerente e o nexo causal existente entre o evento e atuação do ente 
Público, que nem precisaria agir desidiosamente, como o fez, face da sua 
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 25
natureza de atividade de risco, tudo a gerar a conseguinte responsabilidade 
de indenizar, que no caso em exame, independe de culpa, daí até mesmo 
desnecessário sua aferição, já que não presente, repita-se, qualquer das 
causas de exclusão de responsabilidade, a saber: o caso fortuito e a força 
maior, ou, ainda, a culpa da vítima.
2.8. As seqüelas sociais advindas ao autor da lide, em razão da pri-
são processual que lhe foi imposta, foram gravíssimas, sendo inegáveis as 
difi culdades de que, após preso, acusado por crime patrimonial, tem tido 
para obter a confi ança de terceiros para contratá-lo para fazer serviços 
de pedreiro, sua profi ssão, em residências ou estabelecimentos de outras 
pessoas. (adequar conforme o caso nessa última parte)
2.9. Quem vai contratar para serviços dentro da sua casa ou local 
de trabalho alguém que rouba dos outros?
2.10. É este o triste fardo que o autor, pela atuação indevida da 
parte ré, tem sido obrigado a carregar.
2.11. A atuação da parte ré, assim, impingindo encarceramento precoce 
a quem ao fi nal da persecução penal se revelou inocente, foi conduta que 
resultou em iniludível prejuízo do autor e, portanto, obriga a reparação 
dos danos sofridos pelo mesmo, sabido que de muito já refutada a idéia 
de que a atividade jurisdicional, enquanto ato de soberania, pudesse fi car 
alheia a tal contexto de responsabilização civil estatal.
2.12. O Estado quando atua de modo a cumprir o seu dever de 
ministrar a Justiça, inclusive no afã de proteger o processo criminal, ins-
trumento da manifestação do jus puniendi estatal, no que impõe prévio 
encarceramento processual a quem ainda é, por força de expresso dispo-
sitivo constitucional, artigo 5.º, inciso LVII, presumidamente não culpado, 
exerce atividade de risco e, se da sua atuação derivam seqüelas àquele que 
acusado e previamente encarcerado, deve objetivamente responder pelos 
efeitos danosos trazidos pelo seu agir, ex vi, como já dito, o disposto no 
artigo 37, § 6.º, da Constituição Federal em vigor.
2.13. Quanto ao nexo causal entre a atuação da parte ré e o evento 
danoso que vitimou o autor, este salta aos olhos e não reclama maiores 
comentários. Não tivesse sucedido a constrição à liberdade de locomoção 
no curso da persecução criminal, os danos da tão-só defl agração da ação 
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 26
penal em face do autor deste processo, réu do feito criminal, não teria 
ocorrido em tamanha intensidade. É a pura aplicação do critério da eli-
minação hipotética das causas, aqui inteiramente cabível, que não oferta 
margens de controvérsias quanto ao liame que liga a ação da parte ré 
ao evento sofrido pelo autor. Nesse sentido começa a se posicionar a 
jurisprudência, senão vejamos:
DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. RESPONSABI-
LIDADE OBJETIVA. PRISÃO ILEGAL. DANOS MORAIS. 1. O Estado 
está obrigado a indenizar o particular quando, por atuação dos seus agentes, 
pratica contra o mesmo, prisão ilegal. 2. Em caso de prisão indevida, o 
fundamento indenizatório da responsabilidade do Estado deve ser enfocado 
sobre o prisma de que a entidade estatal assume o dever de respeitar, in-
tegralmente, os direitos subjetivos constitucionais assegurados ao cidadão, 
especialmente, o de ir e vir. 3. O Estado, ao prender indevidamente o indi-
víduo, atenta contra os direitos humanos e provoca dano moral ao paciente, 
com refl exos em suas atividades profi ssionais e sociais. 4. A indenização por 
danos morais é uma recompensa pelo sofrimento vivenciado pelo cidadão, 
ao ver, publicamente, a sua honra atingida e o seu direito de locomoção 
sacrifi cado. 5. A responsabilidade pública por prisão indevida, no direito 
brasileiro, está fundamentada na expressão contida no art. 5.º, LXXV, da 
CF. 6. Recurso especial provido. (STJ, REsp 220982/RS, Primeira Turma, 
Ministro José Delgado, 22.02.2000, DJ 03.04.2000, p. 116).
2.14. Revelado, deste modo, a responsabilidade da parte ré em res-
sarcir o autor nos danos patrimoniais e morais que sofreu, resta a delinear, 
apenas, a sua mensuração, forma e respectivo quantum monetário.
2.15. Começando pelo dano moral, força é convir que não é de hoje 
que o direito pátrio abraçou a possibilidade de reparação civil desse como 
valor autônomo e merecedor de tutela legal.
2.16. Neste passo é de se ter em conta que sob o prisma legal, 
todo aquele que se vir ultrajado em sua honra, em sua moral, em seu 
amor-próprio e suas afeições, por ato indevido de terceiro, tem a sua 
disposição um instrumento reparatório hábil, de caráter retributivo e ao 
mesmo tempo intimidador, que mesmo não possibilitando uma inteira res-
tituição do status quo ante, permite, ao menos, que se minore a carga da 
ofensa produzida, desestimulando sua repetição, enquanto prática danosa 
ao convívio social.
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 27
2.17. A reparação civil do dano moral, assim, enquanto direito in-
dividual fundamental, no que o artigo 5.º, inciso X, do Texto Magno em 
vigor, instituiu-se a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra 
e da imagem das pessoas, assegura o direito à indenização pelo dano, 
também, moral, decorrente de sua violação. No caso em tela, conformado 
na situação de imposição de prisão processual por treze meses a quem 
inocente, donde se impõe concluir que houve perturbação ao patrimônio 
imaterial do autor, do seu amor-próprio e suas afeições por fato decorren-
te de atuação imputável única e exclusivamente à demandada. (Adequar 
conforme o caso nessa última parte)
2.18. Chega a ser desnecessário alongar comentários com relação à 
vivência de uma diminuição do patrimônio ideal do autor, conquanto, ser 
mais do que presumível que um jovem de 25 (vinte e cinco) anos, com 
profi ssão autônoma de servente de pedreiro, que vem a passar mais de um 
ano preso acusado de crimes de roubo e bando, mesmo que absolvido e 
solto ao fi nal da persecução penal, não vai mais encontrar, como não tem 
encontrado e fi cará demonstrado na instrução do feito, as oportunidades 
de trabalho que dantes sucediam, sofrendo, assim, inegável dor moral e, 
indubitável, afl ição pessoal. (Adequar conforme o caso)
2.19. Ora, Meritíssimo Juiz, antes da prisão o autor era constante-
mente contratado para serviços próprios ao seu labor, sendo comum ter 
que trabalhar até aos fi nais de semana, tanto que lhe requisitavam seus 
serviços e, atualmente, após a sua prisão, nem na rua onde este reside, ao 
qual todos têm ciência da sua inocência e absolvição, consegue arranjar 
trabalho. (Adequar conforme o caso)
2.20. O fato do requerente não ter deixado de continuar a buscar 
trabalho, ao revés, agora se oferece para trabalhar e não tem êxito, o que 
antes não sucedia, não obstante o pesado infortúnio ocorrido em sua vida, 
fruto da enorme estigmatização que a prisão, mesmo quandosó processual, 
impõe; não pode confi gurar elemento capaz de apagar a dor infl igida pelas 
lesões sofridas, devendo, pois, se fazer passível de reparação no campo 
cível, não só para o fi m de alcançar o caráter retributivo minorador da 
afl ição imposta ao mesmo, mas, até, para o fi m de desestimular tais atu-
ações, passíveis que são de gerar hipóteses como a do caso em exame, 
para cuja repetição no dia-a-dia, não pode contar com o silêncio do Poder 
Judiciário que as perpetra e depois não pode mais as encobrir.
2.21. Houve dano moral, este está caracterizado e deve ser indeni-
zado.
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 28
2.22. Quanto ao dano material é este decorrente dos lucros cessan-
tes, cuja matéria, a despeito, se encontra positivada nas disposições dos 
artigos 944 e 953, parágrafo único e 954, inciso III, do Código Civil 
Brasileiro, verbis:
“Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.”
“Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na 
reparação do dano que delas resulte ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá 
ao juiz fi xar, eqüitativamente, o valor da indenização, na conformidade das 
circunstâncias do caso.”
“Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no 
pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este 
não puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no parágrafo único 
do artigo antecedente.
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:
I – omissis;
II – omissis;
III – a prisão ilegal.”
2.23. Neste particular, transparece cristalino o nexo causal entre o 
dano advindo da prisão processual imposta à inocente e atuação da parte 
ré decorrente da doutrina do risco criado, não havendo o que tergiversar 
quanto à constatação, nos autos, da prova de dano patrimonial sofrido 
pelo autor, já que antes da sua prisão indevida, tinha uma renda mensal, 
de pelo menos dois salários mínimos, o que lhe permitia viver dentro de 
sua simplicidade e, ainda, auxiliar os seus familiares. (Adequar conforme 
o caso nessa última parte)
2.24. No caso em exame, relativamente aos lucros cessantes, percebe-
se que estes estão quantum satis demonstrados, conquanto inegável que o 
cárcere provisório imposto ao autor, que implica por sua própria natureza 
de prisão processual em reclusão absoluta, gerou a completa impossibilidade 
de o autor continuar a exercer atividade laborativa.
2.25. Desta forma, é claro e evidente, que neste período de treze 
meses de prisão, o autor deixou de exercer seu labor e, por conseguinte, 
receber qualquer valor a que faria jus, cuja imprecisão de sua fi xação 
exata, pela sua condição de autônomo, não é obstáculo à pretensão autoral, 
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 29
conquanto cabível a inteligência do preceito contido no parágrafo único 
do artigo 953 do Código Civil Pátrio, devido para as hipóteses em que 
não podendo o ofendido provar o prejuízo material, competirá ao Juiz 
fi xar, eqüitativamente, até o limite da extensão do dano, o montante da 
indenização, na conformidade das circunstâncias do caso concreto.
2.26. Deste modo, no que concerne a fi xação do quantum pecuniário 
que deve ser alvo de ressarcimento pela dor impingida ao requerente a 
título de dano moral, este impõe ser fi xado no montante correspondente a 
R$ 350.000,00 (trezentos e cinqüenta mil reais), equivalentes a 1.000 (um 
mil) salários mínimos, conquanto, neste ponto, seja necessário conceber que 
o dano moral não se avalia mediante cálculo matemático-econômico, dês 
que impossível fi rmar tal equiparação e valores, aliás, em verdade, nada 
recuperará o tempo de vida perdido com a prisão indevida, prestar-se-á, 
contudo, a minimizar a dor da vítima mediante uma sensação agradável 
a qual se presume que a reparação pecuniária vai acarretar.
2.27. Trata-se, assim, de uma forma de estimação patrimonial do 
padecimento sofrido que, ainda, deve ter caráter dissuasório ao autor do 
dano, na situação em que informada a prisão do autor, mais do que ne-
cessário, conquanto inúmeras as prisões processuais levadas a efeito em 
persecuções penais em face de destinatários de lides penais, que ao fi nal 
da persecução se informam comprovadamente inocentes.
2.28. Tem, assim, na estimação, a sua natureza, para o que a gravi-
dade do dano, não podendo se prender a mero cálculo matemático, como, 
aliás, repita-se, ocorre na espécie dos autos e, que, como tal, deve ser 
fi xado em quantia que venha a servir às fi nalidades da reparação pelos 
longos treze meses de prisão processual imposta ao autor, sem que se 
analisasse a fundo as conseqüências que ora se busca compensar. (Adequar 
conforme o caso nessa última parte)
2.29. Os nossos órgãos ad quem, não discrepando de tal exegese, 
trilham idêntica exegese, senão vejamos:
“Ao magistrado compete estimar o valor da reparação de ordem moral, 
adotando os critérios da prudência e do bom senso e levando em estima 
que o quantum arbitrado representa um valor simbólico que tem por escopo 
não o pagamento do ultraje – a honra não tem preço – mas a compensação 
moral, a reparação satisfativa devida pelo ofensor ao ofendido.” (TJPR, Rel. 
Des. Oto Luiz Sponolz, RP 66/206).
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 30
2.30. Ainda, no mesmo diapasão:
“No dano moral, o pretium dolores, por sua própria incomensurabili-
dade, fi ca a critério do Juiz, que fi xa o respectivo valor, de acordo com 
seu prudente arbítrio, o que não confi gura cerceamento de defesa do réu. 
Grande, portanto, é o papel do magistrado na reparação do dano moral, 
competindo-lhe examinar cada caso, ponderando os elementos probatórios 
e medindo as circunstâncias.” (Ac. 1.ª Câm. Civ. Do TJGO, no julgamento 
do AI 9518-3/180, j. 28.12.1995, RT 730/307).
2.31. Destarte, tendo em conta a situação social e familiar do autor, 
jovem trabalhador autônomo, que agora fi ca obrigado a buscar incessan-
temente trabalho, quando anteriormente era costumeiramente procurado, 
inclusive em fi nais de semana, para exercer o labor que com esmero e 
dedicação sempre efetuou, sofreu inegável mágoa na sua própria afeição 
pessoal, bem assim, em face da constatada atuação Estatal, fruto, é fato, 
do risco administrativo que a envolve, donde não se informou culpa ex-
clusiva ou mesmo concorrente da vítima.
2.32. Verifi cando, outrossim, que uma reparação irrisória não atenderá 
as fi nalidades da presente demanda, impõe-se a fi xação do quantum inde-
nizatório – pelas agruras por que passou o autor num cárcere, e prisão 
não é lugar agradável ou que proporcione experiências positivas na vida 
de um cidadão – reclamado a título de danos morais de R$ 350.000,00 
(trezentos e cinqüenta mil reais), equivalentes a 1.000 (um mil) salários 
mínimos, como condenação plausível, dês que até não se apresentará to-
mada pela eiva da extravagância, dado a natureza de difícil reversão das 
lesões sofridas pela vítima.
2.33. Felizmente o Supremo Tribunal Federal recentemente começou 
a encampar a tese ora defendida, pois até então somente o STJ e alguns 
Tribunais de segundo grau assim pensavam, consoante pode se denotar 
abaixo:
Erro judiciário. Responsabilidade civil objetiva do Estado. Direito à in-
denização por danos morais decorrentes de condenação desconstituída em 
revisão criminal e de prisão preventiva. CF, art. 5º, LXXV. C. Pr. Penal, 
art. 630. O direito à indenização da vítima de erro judiciário e daquela 
presa além do tempo devido, previsto no art. 5º, LXXV, da Constituição, já 
era previsto no art. 630 do C. Pr. Penal, com a exceção do caso de ação 
penal privada e só uma hipótese de exoneração, quando para a condena-
ção tivesse contribuído o próprio réu. A regra constitucional não veio para 
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 31
aditar pressupostossubjetivos à regra geral da responsabilidade fundada no 
risco administrativo, conforme o art. 37, § 6º, da Lei Fundamental: a partir 
do entendimento consolidado de que a regra geral é a irresponsabilidade 
civil do Estado por atos de jurisdição, estabelece que, naqueles casos, a 
indenização é uma garantia individual e, manifestamente, não a submete à 
exigência de dolo ou culpa do magistrado. O art. 5º, LXXV, da Constituição: 
é uma garantia, um mínimo, que nem impede a lei, nem impede eventuais 
construções doutrinárias que venham a reconhecer a responsabilidade do 
Estado em hipóteses que não a de erro judiciário stricto sensu, mas de 
evidente falta objetiva do serviço público da Justiça. (RE 505.393, Rel. 
Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 26-6-07, DJ de 5-10-07) 
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE 
OBJETIVA DO ESTADO. DANO MORAL. GARANTIA DE RESPEITO 
À IMAGEM E À HONRA DO CIDADÃO. INDENIZAÇÃO CABÍVEL. 
PRISÃO CAUTELAR. ABSOLVIÇÃO. ILEGAL CERCEAMENTO DA 
LIBERDADE. PRAZO EXCESSIVO. AFRONTA AO PRINCÍPIO DA 
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA PLASMADO NA CARTA CONS-
TITUCIONAL. MANIFESTA CAUSALIDADE ENTRE O “FAUTE DU 
SERVICE” E O SOFRIMENTO E HUMILHAÇÃO SOFRIDOS PELO RÉU. 
1. A Prisão Preventiva, mercê de sua legalidade, dês que preenchidos os 
requisitos legais, revela aspectos da Tutela Antecipatória no campo penal, 
por isso que, na sua gênese deve conjurar a idéia de arbitrariedade. 2. O 
cerceamento ofi cial da liberdade fora dos parâmetros legais, posto o recor-
rente ter fi cado custodiado 741 (setecentos e quarenta e um) dias, lapso 
temporal amazonicamente superior àquele estabelecido em Lei – 81 (oiten-
ta e um) dias – revela a ilegalidade da prisão. 3. A coerção pessoal que 
não enseja o dano moral pelo sofrimento causado ao cidadão é aquela que 
lastreia-se nos parâmetros legais (Precedente: REsp 815.004, DJ 16.10.2006 
– Primeira Turma). 4. A contrario sensu, empreendida a prisão cautelar 
com excesso expressivo de prazo, ultrapassando o lapso legal em quase 
um décuplo, restando, após, impronunciado o réu, em manifestação de 
inexistência de autoria, revela-se inequívoco o direito à percepção do dano 
moral. 5. A doutrina legal brasileira à época dos fatos assim dispunha: 
“Código Civil de 1916: Art. 159 – Aquele que, por ação ou omissão vo-
luntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a 
outrem fi ca obrigado a reparar o dano.” “Art. 1550 – A indenização por 
ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das perdas e danos que 
sobrevierem ao ofendido, e no de uma soma calculada nos termos do 
parágrafo único do art. 1.547. Art. 1551 – Consideram-se ofensivos da 
liberdade pessoal (art. 1.550): (...) III – a prisão ilegal (art. 1.552). Art. 
1552 – No caso do artigo antecedente, no III, só a autoridade, que ordenou 
a prisão, é obrigada a ressarcir o dano” Por sua vez, afere-se do Código 
Civil em vigor que: “Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão volun-
tária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, 
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” “Art. 954 – A inde-
nização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das perdas 
e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar prejuízo, 
tem aplicação o disposto no parágrafo único do artigo antecedente. Pará-
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 32
grafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal: (....) III – a 
prisão ilegal.” Do Código de Processo Penal: “Art. 630 – O Tribunal, se 
o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa indeni-
zação pelos prejuízos sofridos; § 1º – Por essa indenização, que será li-
quidada no juízo cível, responderá a União, se a condenação tiver sido 
proferida pela justiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se 
o tiver sido pela respectiva justiça. § 2º – A indenização não será devida: 
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta impu-
tável ao próprio impetrante, como a confi ssão ou a ocultação de prova em 
seu poder; b) se a acusação houver sido meramente privada.” 6. O enfoque 
jurisprudencial do tema restou assentado no REsp 427.560/TO, DJ 30.09.2002 
Rel. Ministro Luiz Fux, verbis: “PROCESSO CIVIL. ERRO JUDICIÁRIO. 
ART. 5º, LXXV, DA CF. PRISÃO PROCESSUAL. POSTERIOR ABSOL-
VIÇÃO. INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS. 1. A prisão por erro judiciá-
rio ou permanência do preso por tempo superior ao determinado na sen-
tença, de acordo com o art. 5º, LXXV, da CF, garante ao cidadão o di-
reito à indenização. 2. Assemelha-se à hipótese de indenizabilidade por erro 
judiciário, a restrição preventiva da liberdade de alguém que posteriormen-
te vem a ser absolvido. A prisão injusta revela ofensa à honra, à imagem, 
mercê de afrontar o mais comezinho direito fundamental à vida livre e 
digna. A absolvição futura revela da ilegitimidade da prisão pretérita, cujos 
efeitos deletérios para a imagem e honra do homem são inequívocos (no-
toria no egent probationem). 3. O pedido de indenização por danos morais 
decorrentes de restrição ilegal à liberdade, inclui o dano moral, que in 
casu, dispensa prova de sua existência pela inequivocidade da ilegalidade 
da prisão, duradoura por nove meses. Pedido implícito, encartado na pre-
tensão às perdas e danos. Inexistência de afronta ao dogma da congruência 
(arts. 2º, 128 e 460, do CPC). 4. A norma jurídica inviolável no pedido 
não integra a causa petendi. “O constituinte de 1988, dando especial rele-
vo e magnitude ao status libertatis, inscreveu no rol da chamadas franquias 
democráticas uma regra expressa que obriga o Estado a indenizar a con-
denado por erro judiciário ou quem permanecer preso por tempo superior 
ao fi xado pela sentença (CF, art. 5º, LXXV), situações essas equivalentes 
a de quem submetido à prisão processual e posteriormente absolvido. 5. A 
fi xação dos danos morais deve obedecer aos critérios da solidariedade e 
exemplaridade, que implica na valoração da proporcionalidade do quantum 
e na capacidade econômica o sucumbente. 6. Recurso Especial desprovido.” 
7. A prisão ilegal por lapso temporal tão excessivo, além da violação do 
cânone constitucional específi co, afronta o Princípio Fundamental da Repú-
blica Federativa do Brasil, consistente na tutela da Dignidade Humana, 
norma qualifi cada, que, no dizer insuperável de Fábio Konder Comparato 
é o centro de gravidade do direito na sua fase atual da ciência jurídica. 
8. É que a Constituição da República Federativa do Brasil, de índole pós-
positivista e fundamento de todo o ordenamento jurídico expressa como 
vontade popular que a mesma, formada pela união indissolúvel dos Estados, 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de 
Direito ostentando como um dos seus fundamentos a dignidade da pessoa 
humana como instrumento realizador de seu ideário de construção de uma 
sociedade justa e solidária. 9. Consectariamente, a vida humana passou a 
MANUAL DE PRISÃO E SOLTURA SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL 33
ser o centro do universo jurídico, por isso que a aplicação da lei, qualquer 
que seja o ramo da ciência onde se deva operar a concreção jurídica, deve 
perpassar por esse tecido normativo-constitucional, que suscita a refl exão 
axiológica do resultado judicial. 10. Direitos fundamentais emergentes des-
se comando maior erigido à categoria de princípio e de norma superior 
estão enunciados no art. 5º da Carta Magna, e dentre outros, o que inte-
ressam ao caso sub judice destacam-se: (...) LXV – a prisão ilegal será 
imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 11. A garantia in foco 
revela inequívoca transgressão aos mais comezinhos deveres estatais, con-
sistente em manter-se preso um ser humano por quase 800 (oitocentos) dias 
consecutivos, preventivamente, e, sem o devido processo legal após excul-
pado, com afronta ao devido processo legal. 12. A responsabilidade

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