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exercícios resolvidos cathedra Provas Selecionadas Aula 02

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CONTABILIDADE GERAL 
CATHEDRA COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS 
PROF. MORAES JR. 
 
Provas Selecionadas – Aula 02 
Contabilidade Geral com as atualizações da Lei no 11.638/07 e da MP no 449/08 
 
Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Provas Selecionadas 
 
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CONTABILIDADE EM EXERCÍCIOS 
Provas Selecionadas 
 
Prezados Alunos, 
 
Ao final de cada aula, disponibilizo as questões que serão comentadas 
durante a aula. Caso você julgue conveniente, poderá testar seu 
conhecimento previamente antes de ver os gabaritos e as resoluções 
comentadas. Você pode simular uma situação real de prova: para calcular o 
tempo de duração das provas, considere um tempo de 3 minutos por 
questão. Desta forma, utilizando esta metodologia, seu aprendizado será 
muito mais eficaz. 
Prova 2. ACE – MDIC – 2008 - CESPE 
 
Índice de questões por assunto: 
 
21. Princípios Fundamentais da Contabilidade 
22. Fatos Contábeis 
23. Operações com Mercadorias 
24. Operações Financeiras 
25. Demonstrações Contábeis 
26. Método de Equivalência Patrimonial 
27. Ajustes de Avaliação Patrimonial 
28. Provisões/Demonstrações de Lucros ou Prejuízos Acumulados 
29. Juros sobre o Capital Próprio 
30. Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos 
 
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Questões Comentadas e Resolvidas 
 
Com base nos princípios contábeis fundamentais e nos tipos de fatos contábeis, 
julgue os itens a seguir. 
 
21. Se uma empresa exportadora possuir créditos vincendos em moeda 
estrangeira e o real estiver valorizando-se em relação a essa moeda, nessa 
hipótese, combinando-se o entendimento sobre os princípios da oportunidade, do 
registro pelo valor original, da competência e da atualização monetária, é correto 
concluir que esses créditos, à data do balanço, deverão sofrer um ajuste para 
menor em sua escrituração. 
 
Resolução 
 
Princípio da Oportunidade 
De acordo com o artigo 6o da Resolução no 750/93: 
 
Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à 
tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas 
mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a 
extensão correta, independentemente das causas que as 
originaram. 
 
Parágrafo único – Como resultado da observância do Princípio da 
OPORTUNIDADE: 
 
I – desde que tecnicamente estimável, o registro das 
variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese 
de somente existir razoável certeza de sua ocorrência; 
 
II – o registro compreende os elementos quantitativos e 
qualitativos, contemplando os aspectos físicos e 
monetários; 
 
III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal 
das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em 
um período de tempo determinado, base necessária para 
gerar informações úteis ao processo decisório da gestão. 
(grifos meus) 
 
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Princípio do Registro pelo Valor Original 
De acordo com o artigo 7o da Resolução no 750/93: 
 
Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos 
valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a 
valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação 
das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem 
agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE. 
 
Parágrafo único – Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR 
ORIGINAL resulta: 
 
I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser 
feita com base nos valores de entrada, considerando-se 
como tais os resultantes do consenso com os agentes 
externos ou da imposição destes; 
 
II – uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou 
obrigação não poderão ter alterados seus valores 
intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua 
decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial 
ou integral, a outros elementos patrimoniais; 
 
III – o valor original será mantido enquanto o 
componente permanecer como parte do patrimônio, 
inclusive quando da saída deste; 
 
IV – os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do 
REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre 
si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e 
mantém atualizado o valor de entrada; 
 
V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos 
componentes patrimoniais constitui imperativo de 
homogeneização quantitativa dos mesmos. (grifos meus) 
 
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Princípio da Atualização Monetária 
De acordo com o artigo 8o da Resolução no 750/93: 
 
Art. 8º Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda 
nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do 
ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes 
patrimoniais. 
 
Parágrafo único – São resultantes da adoção do Princípio da 
ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA: 
 
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de 
valor, não representa unidade constante em termos do 
poder aquisitivo; 
 
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores 
das transações originais (art. 7º), é necessário atualizar sua 
expressão formal em moeda nacional, a fim de que 
permaneçam substantivamente corretos os valores dos 
componentes patrimoniais e, por conseqüência, o do patrimônio 
líquido; 
 
III – a atualização monetária não representa nova 
avaliação, mas, tão-somente, o ajustamento dos valores 
originais para determinada data, mediante a aplicação de 
indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a 
variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um 
dado período. (grifos meus) 
 
Princípio da Competência 
De acordo com o artigo 9o da Resolução no 750/93: 
 
Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do 
resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente 
quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou 
pagamento. 
 
§ 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as 
alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento 
ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo 
diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, 
resultantes da observância do Princípio da 
OPORTUNIDADE. 
 
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§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e 
despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do 
respeito ao período em que ocorrer sua geração. 
 
§ 3º As receitas consideram-se realizadas: 
 
I – nas transações com terceiros, quando estes 
efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso 
firme de efetivá-lo, quer pela investidura na 
propriedade de bens anteriormente pertencentes à 
ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta 
prestados; 
 
II – quando da extinção, parcial ou total, de um 
passivo, qualquer que seja o motivo, sem o 
desaparecimento concomitante de um ativo de valor 
igual ou maior; 
 
III – pela geração natural de novos ativos 
independentemente da intervenção de terceiros; 
 
IV – no recebimento efetivo de doações e 
subvenções. 
 
§ 4º Consideram-se incorridas as despesas: 
 
I – quando deixar de existir o correspondente valor 
ativo, por transferência de sua propriedade paraterceiro; 
 
II – pela diminuição ou extinção do valor econômico 
de um ativo; 
 
III – pelo surgimento de um passivo, sem o 
correspondente ativo. 
 
Analisando a questão: 
- Empresa exportadora 
 
- Créditos vincendos (a vencer) em moeda estrangeira => Créditos a vencer => 
Ativo Circulante ou Ativo Realizável a Longo Prazo. 
 
- Real valorizando-se em relação a esta moeda => logo, os créditos vincendos, 
em real, estão diminuindo de valor. 
 
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Neste caso, devemos fazer uma provisão para ajuste a valor de mercado, visto 
que, com a valorização do real, os créditos a vencer diminuíram de valor. 
 
Lançamento: 
 Variações Monetárias Passivas 
 a Créditos em Moeda Estrangeira 
 
Princípios observados: 
I – Princípio da Oportunidade => lançamento efetuado de forma 
tempestiva (no momento da ocorrência do fato) e íntegra (nos valores 
correspondentes ao fato e com as contas corretas). 
 
II – Princípio da Atualização Monetária => em virtude da valorização do 
real em relação à moeda estrangeira. 
 
III – Princípio do Registro pelo Valor Original => o valor original do 
crédito não será alterado, visto que será constituída uma provisão. 
 
IV – Princípio da Competência => reconhecimento da despesa incorrida 
no exercício (despesa com provisões). 
 
Além disso, também há o respeito ao Princípio da Prudência, que 
considera o menor valor para ativo e o maior para o passivo. 
 
GABARITO: C 
 
22. Caso um bem do ativo imobilizado, adquirido e registrado por R$ 300.000,00, 
já tiver acumulado uma depreciação correspondente a 40% de sua vida útil, 
nessa ocasião, a venda à vista desse bem por R$ 150.000,00 caracterizará um 
fato contábil misto diminutivo. 
 
Resolução 
 
Relembrando os fatos contábeis: 
 
Permutativos, Qualitativos ou Compensativos: representam permutas entre 
contas do Ativo, Passivo ou entre ambos, ou entre contas do Patrimônio Líquido 
sem provocar alterações no Patrimônio Líquido; 
 
- Entre contas do Ativo – Ex: Compra de mercadorias à vista. 
 
Mercadorias (aumenta o Ativo) 
a Caixa (diminui o Ativo) 
 
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- Entre contas do Passivo – Ex: Retenção do Imposto de Renda dos 
empregados. 
 
Salários a Pagar (diminui o Passivo) 
a Imposto a Recolher (aumenta o Passivo) 
 
- Entre contas do Ativo e Passivo – Ex: Compra de mercadorias a prazo. 
 
Mercadorias (aumenta o Ativo) 
a Fornecedores (aumenta o Passivo) 
 
 - Entre contas do Patrimônio Líquido – Ex: Constituição de Reserva Legal 
 
 Lucros Acumulados (diminui o Patrimônio Líquido) 
 a Reserva Legal (aumenta o Patrimônio Líquido) 
 
Modificativos ou Quantitativos: provocam variações no Patrimônio Líquido; 
 
- Modificativo Aumentativo – Ex: Receita de Prestação de Serviços 
recebida à vista ou a prazo. 
 
Caixa ou Clientes (aumenta o Ativo) 
a Receita de Serviços (aumenta o Patrimônio Líquido) 
 
- Modificativo Diminutivo – Ex: Apropriação de Salários 
 
Despesas de Salários (diminui o Patrimônio Líquido) 
a Salários a Pagar (aumenta o Passivo) 
 
 Ações em Tesouraria (Patrim. Líquido – Retificadora – diminui o PL) 
 a Bancos (Ativo Circulante) 
 
 Lucros Acumulados (Patrimônio Líquido – diminui o PL) 
 a Dividendos a Distribuir (Passivo Circulante) 
 
Mistos ou Compostos: envolvem, simultaneamente, um Fato Permutativo e um 
Fato Modificativo: 
 
- Misto Aumentativo – Ex: Recebimento de Duplicatas com juros 
 
Caixa (aumenta o Ativo) 
a Diversos 
a Juros Ativos (aumenta o Patrimônio Líquido) 
a Duplicatas a Receber (diminui o Ativo) 
 
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- Misto Diminutivo – Ex: Recebimento de Duplicatas com desconto 
 
Diversos 
a Duplicatas a Receber (diminui o Ativo) 
Caixa (aumenta o Ativo) 
Descontos Concedidos (diminui o Patrimônio Líquido) 
 
Analisando a questão: 
 
Nota: Ativo Imobilizado: após a publicação da MP no 449/08 passou a ser 
denominado Ativo Não Circulante – Imobilizado. 
 
Bem do ativo não circulante imobilizado = R$ 300.000,00 
Depreciação Acumulada= 40% da vida útil = 40% x 300.000 = R$ 120.000,00 
 
Venda do Bem (à vista) = R$ 150.000,00 
 
Valor Contábil do Bem = Valor do Custo de Aquisição – Depreciação Acumulada 
Valor Contábil do Bem = 300.000 – 120.000 = 180.000 
 
Resultado na Venda (Prejuízo) = Valor da Venda – Valor Contábil 
Resultado na Venda (Prejuízo) = 150.000 – 180.000 = 30.000 
 
Lançamentos: 
 
 Caixa (Ativo Circulante) 
 a Outras Receitas (Receita) 150.000 
 
 Depreciação Acumulada (ANC – Imobilizado – Retificadora) 
 a Bem (ANC – Imobilizado) 120.000 
 
 Custo do Bem – Outras Despesas (Despesa) 
 a Bem (ANC – Imobilizado) 180.000 
 
Consolidando os lançamentos: 
 
Diversos 
a Bem (ANC – Imobilizado) 300.000 
Caixa (Ativo Circulante) 150.000 
Depreciação Acumulada (ANC – Imobilizado – Retificadora) 120.000 
Prejuízo na Venda (Despesa) 30.000 
 
Logo, é um fato misto diminutivo. 
 
GABARITO: C 
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Cada um dos itens subseqüentes apresenta uma situação hipotética, seguida de 
uma assertiva a ser julgada com base nos conceitos e aplicações gerais da 
contabilidade. 
 
23. Uma empresa comercial, nas operações com mercadorias, apurou os valores, 
em reais, apresentados na tabela a seguir, relativos às suas compras e vendas 
(não considerados os valores de tributos). 
 
Compras (sem o transporte e o seguro) 5.000.000,00 
Transporte sobre compras 300.000,00 
Seguro sobre compras 200.000,00 
Vendas (correspondentes à metade das compras) 3.000.000,00 
Transporte sobre vendas (por conta da vendedora) 100.000,00 
Seguro sobre vendas (por conta da vendedora) 50.000,00 
 
Nessa situação, sabendo-se que a empresa rateia o transporte e o seguro entre 
as suas aquisições e os estoques finais, é correto afirmar que o custo das 
mercadorias vendidas foi de R$ 2.750.000,00. 
 
Resolução 
 
Ajustes das Compras 
 
- Devoluções de compras; 
- Fretes; 
- Seguros; 
- Abatimentos; 
- Carga e Descarga; 
- Armazenagem; 
- Descontos Incondicionais Obtidos 
- Tributos (recuperáveis e não-recuperáveis). 
 
(+) Compras 
(+) Tributos Não Recuperáveis 
(-) Tributos a Recuperar 
Compras Brutas 
(-) Devoluções 
(+) Fretes + Seguros 
(+) Carga + Descarga + Armazenagem 
(-) Abatimentos 
(-) Descontos Incondicionais Obtidos 
 Compras Líquidas 
 
(*) Deduções das Compras: semelhantes às receitas, porém, 
contabilmente, são consideradas retificadoras da compras brutas. 
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Vamos à resolução das questões: 
 
I – Cálculo das compras líquidas: 
 
Compras 5.000.000 
(+) Transporte 300.000 
(+) Seguro 200.000 
Compras Líquidas 5.500.000 
 
II – Vendas de mercadorias => correspondentes à metade das compras 
 
Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) = Compras Líquidas/2 => 
 CMV = 5.500.000/2 = 2.750.000GABARITO: C 
 
24. Uma empresa obteve um empréstimo prefixado, no valor de R$ 500.000,00, 
com vencimento para 60 dias, à taxa de juros simples de 5% mensais e despesas 
bancárias de R$ 5.000,00. 
 
Nessa situação, o registro correto seria o seguinte. 
D banco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 495.000 
D despesas de juros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 5.000 
C empréstimos obtidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000 
 
Resolução 
 
Empréstimos com Correção Monetária Pré-Fixada 
Neste tipo de empréstimo, a empresa sabe, no dia da transação, qual o montante 
dos encargos referentes à correção monetária incidente sobre a operação. 
 
Lançamentos: 
 
I – No dia do empréstimo: 
 
Diversos 
a Empréstimos a Pagar (Passivo Circulante ou PELP) 
Bancos (Ativo Circulante) 
Juros Passivos a Transcorrer (Passivo Circulante - Retificadora) 
 
II – Reconhecimento das despesas de juros (mensal): 
 
 Juros Passivos (Despesa) 
 a Juros Passivos a Transcorrer (Passivo Circulante - Retificadora) 
 
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III – No pagamento do empréstimo (todos os juros já foram reconhecidos): 
 
 Empréstimos a Pagar (Passivo Circulante) 
a Bancos (Ativo Circulante) 
 
Em relação à questão, temos: 
Empréstimo prefixado = R$ 500.000,00 
Vencimento = 60 dias 
Taxa de juros simples = 5% mensais 
Despesas bancárias = R$ 5.000,00 
 
I – Cálculo dos juros passivos a transcorrer e do valor líquido do empréstimo: 
 
Juros Passivos a Transcorrer = 5% x 500.000 x 2 meses = 50.000 
Valor Líquido do Empréstimo = 500.000 – 50.000 – 5.000 = 445.000 
 
II – Lançamento: 
 
Diversos 
a Empréstimos a Pagar (Passivo Circulante) 
Bancos (Ativo Circulante) 445.000 
Juros Passivos a Transcorrer (PC - Retificadora) 50.000 
Despesas Bancárias (Despesa) 5.000 500.000 
 
GABARITO: E 
 
A respeito das demonstrações contábeis, julgue os itens subseqüentes. 
 
25. As companhias fechadas, quando efetuarem transações financeiras com o 
exterior, estarão sujeitas às normas expedidas pela CVM e, conseqüentemente, 
terão de elaborar suas demonstrações contábeis em consonância com os padrões 
internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores 
mobiliários. 
 
Resolução 
 
Não há a previsão legal de as companhias fechadas respeitarem as 
normas da CVM. 
 
Contudo, aproveitando a questão, vou chamar a atenção a Lei no 11.638/07, que 
criou o conceito de empresas de grande porte (abertas ou fechadas), que deverão 
seguir a legislação comercial e serem auditadas. 
 
 
 
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Memorize para a prova: 
Para as sociedades de grande porte, isto é, empresas com ativo total 
superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 
milhões, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por 
ações, são obrigadas à elaboração de demonstrações financeiras, que 
deverão sofrer auditoria independente. 
 
Há que se ressaltar que: As empresas de grande porte fechadas não 
estão obrigadas a publicar suas demonstrações financeiras. Essas 
empresas estão obrigadas apenas a elaborar suas demonstrações 
financeiras. 
 
Já as empresas de grande porte abertas são obrigadas a elaborar e 
publicar suas demonstrações financeiras. Além disso, todas as empresas 
de grande porte, abertas ou fechadas, são obrigadas a sofrer auditoria 
independente. 
 
Além disso, as companhias fechadas não estão obrigadas a seguir as 
normas da CVM (nem as companhias fechadas de grande porte). 
 
Lei no 11.638/07 - Art. 3o Aplicam-se às sociedades de grande porte, ainda 
que não constituídas sob a forma de sociedades por ações, as disposições 
da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, sobre escrituração e 
elaboração de demonstrações financeiras e a obrigatoriedade de 
auditoria independente por auditor registrado na Comissão de Valores 
Mobiliários. 
 
Parágrafo único. Considera-se de grande porte, para os fins exclusivos desta Lei, 
a sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que tiver, no 
exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e 
quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 
(trezentos milhões de reais). 
 
GABARITO: E 
 
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26. Caso uma empresa adquira 20% das ações de outra, pelo valor de R$ 
16.000.000,00, e o patrimônio líquido da investida seja composto pelo capital 
social de R$ 50.000.000,00, e por reservas, no valor de R$ 30.000.000,00, nessa 
situação, de acordo com o critério da equivalência patrimonial, a investidora 
deverá registrar em seu ativo R$ 10.000.000,00 a título de participação societária 
e R$ 6.000.000,00 a título de ágio. 
 
Resolução 
 
Ágio ou Deságio 
O ágio ocorre quando o valor pago na aquisição do investimento é maior 
que o valor patrimonial do investimento. 
 
Por outro lado, o deságio ocorre quando o valor pago na aquisição do 
investimento é menor que o valor patrimonial do investimento. 
 
Ágio = Custo de Aquisição – Equivalência Patrimonial > 0 
Deságio = Custo de Aquisição –Equivalência Patrimonial < 0 
 
Lançamentos: 
 
I – Aquisição de Investimento Avaliado pelo MEP com Ágio: 
 
 Diversos 
 a Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) 
 Investimentos Permanentes (ANC - Investimentos) 
 Ágio a Amortizar (ANC - Investimentos) 
 
II – Aquisição de Investimento Avaliado pelo MEP com Deságio: 
 
 Investimentos Permanentes (ANC - Investimentos) 
 a Diversos 
 a Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) 
 a Deságio a Amortizar (ANC - Investimentos – Retificadora) 
 
Vamos à resolução da questão: 
 
Método de Equivalência Patrimonial 
Investidora => adquire 20% das ações da investida = R$ 16.000.000,00 
 
Patrimônio Líquido da Investida: 
Capital Social = R$ 50.000.000,00 
Reservas = R$ 30.000.000,00 
PL Total da Investida = R$ 80.000.000,00 
 
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20% x PL Investida = 20% x 80.000.000 = 16.000.000 (mesmo valor pago pela 
investidora na aquisição). 
 
Logo, não houve ágio e nem deságio na aquisição, pelo método de equivalência 
patrimonial. 
 
Lançamento: 
 
 Participações Permanentes (ANC - Investimentos) 
a Bancos (Ativo Circulante) 16.000.000 
 
 
GABARITO: E 
 
Ainda com relação a demonstrações contábeis, julgue os itens abaixo. 
 
27. Os ajustes de avaliação patrimonial, para mais ou para menos, que decorram 
da avaliação a preço de mercado de elementos do ativo e do passivo, têm de ser 
incluídos na demonstração do resultado do exercício como resultados não-
operacionais, no mesmo exercício em que tais ajustes sejam efetuados, segundo 
o princípio da oportunidade. 
 
Resolução 
 
Ajustes de Avaliação Patrimonial 
A criação dos ajustes de avaliação patrimonial é uma das grandes inovações 
trazidas pela Lei no 11.638/07, pois, a partir de 01/01/2008, serão classificados 
como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computados no resultado 
do exercício, em obediência ao regime de competência, as contrapartidasde 
aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do 
passivo em decorrência da sua avaliação a preço de mercado. 
 
ATENÇÃO!!! 
Os ajustes de avaliação patrimonial, diferentemente da conta “Reserva 
de Reavaliação”, são contrapartidas de aumentos ou reduções de ativos e 
passivos, ou seja, podem ter natureza devedora ou credora. Caso tenham 
natureza devedora, os ajustes serão uma conta retificadora do 
patrimônio líquido. 
 
Art. 182. (...) 
§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto 
não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de 
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor 
atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua 
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avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas 
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência 
conferida pelo § 3o do art. 177. (Redação dada pela Medida Provisória nº 
449, de 2008)(grifos meus) 
 
Nota: A Lei no 11.638/07 já havia alterado este parágrafo, mas utilizava 
a expressão “valor de mercado”. A MP no 449/08 alterou a denominação 
para valor justo. 
 
De acordo com a Resolução no 1.153/09, do Conselho Federal de 
Contabilidade, que aprovou a NBC T 19.19 – Instrumentos Financeiros: 
Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação: 
 
Valor justo é o montante pelo qual um ativo poderia ser trocado, ou um 
passivo liquidado, entre partes independentes com conhecimento do 
negócio e interesse em realizá-lo, em uma transação em que não há 
favorecidos. 
 
Uma outra observação importante a fazer em relação aos ajustes de 
avaliação patrimonial é que, ao contrário da “Reserva de Reavaliação” 
(constituída nos casos de reavaliação voluntária de ativos próprios, de 
reavaliação de ativos de controladas e coligadas e reavaliação nas 
fusões, incorporações e cisões), possuem sua constituição determinada na 
própria Lei das SA, conforme abaixo: 
 
- Ajustes de instrumentos financeiros: 
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados 
segundo os seguintes critérios: 
 
 I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive 
derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no 
ativo circulante ou no realizável a longo prazo: (Redação dada 
pela Lei nº 11.638,de 2007) 
a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações 
destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e 
(Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008) 
 
b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado 
conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor 
provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais 
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aplicações e os direitos e títulos de crédito; (Incluída pela Lei nº 
11.638,de 2007) 
 
- Ajustes decorrentes de normas expedidas pela CVM: 
Art. 182. (...) 
§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, 
enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência 
ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou 
diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, 
em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos 
nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores 
Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177. 
(Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008)(grifos meus) 
 
Nota: 
Ajustes de avaliação patrimonial: somente deve ser utilizado para 
registro de variação de investimentos temporários e investimentos no 
exterior. Nada tem a ver com bens do permanente. Nenhum tipo de 
reavaliação de imobilizado pode ser feita. Somente o teste de impairment 
(teste de recuperabilidade), e quando o resultado for para baixo. 
 
Em relação à questão, temos que os ajustes de avaliação patrimonial serão 
incluídos no resultado do exercício em que ocorrer o seu fato gerador (despesa 
incorrida ou receita realizada), de acordo com o princípio da competência. 
 
GABARITO: E 
 
28. O fato de o aumento da inadimplência, em razão do aperto no crédito, fazer 
que uma empresa reestime as perdas prováveis para efeito de cálculo da provisão 
para créditos de liquidação duvidosa, elevando seu percentual de 3% para 10%, 
caracteriza mudança de critério contábil, com quebra de consistência, e constitui 
ajuste de exercícios anteriores que deve ser representado na demonstração de 
lucros ou prejuízos acumulados. 
 
Resolução 
 
A reestimativa da perdas prováveis com créditos de liquidação duvidosa, 
elevando seu percentual de 3% para 10% não caracteriza mudança de 
critério contábil, com quebra de consistência e não constitui ajuste de 
exercícios anteriores, pois a empresa pode, por exemplo, constituir a 
provisão para créditos de liquidação duvidosa no final do ano de 2000 
utilizando o percentual de 3% (esta provisão será válida para o ano de 
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2001) e, ao fazer a nova provisão do final do ano de 2001, reestimar o 
percentual em 10%, que será aplicado no ano de 2002. 
 
Contudo, caso a questão esteja querendo que a provisão constituída no 
ano de 2000 seja reestimada de 3% para 10%, neste caso, seria um 
ajuste de exercícios anteriores por mudança de critério contábil, que será 
representado na demonstração de lucros ou prejuízos acumulados. 
 
A banca examinadora considerou a questão como errada, dando a 
entender que o seu entendimento foi o descrito no primeiro parágrafo. 
 
GABARITO: E 
 
Vamos aproveitar para rever os conceitos de provisão para créditos de 
liquidação duvidosa e da Demonstração de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados. 
 
Provisão p/ Créditos de Liquidação Duvidosa ou Provisão p/ Devedores 
Duvidosos ou Provisão p/ Perdas com Créditos Incobráveis 
Corresponde ao valor provisionado ao final de cada exercício social para 
cobrir, no exercício seguinte, perdas decorrentes de não recebimento de 
direitos da empresa (Ex: Duplicatas a Receber, Clientes). O valor da provisão é 
obtido a partir da aplicação de um percentual (baseado em estudos realizados 
tendo por base as perdas ocorridas nos últimos exercícios) sobre os valores dos 
direitos existentes na época do Balanço Patrimonial. Este provisão é uma conta 
retificadora das contas “Clientes” ou “Duplicatas a Receber”. 
 
Lançamentos: 
 
Constituição da Provisão: 
 
Despesa com Provisão (Despesa) 
a Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (Ativo Circulante – Retif.) 
 
Perda Consumada: 
 
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (Ativo Circulante – Retif.) 
a Duplicatas a Receber (Ativo Circulante) 
 
Reversão da Provisão: 
 
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (Ativo Circulante – Retif.) 
a Reversão de Provisão (Receita) 
 
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Critério das Perdas Prováveis: De acordo com este critério, a Provisão p/ 
Créditos de Liquidação Duvidosa é calculada mediante a aplicação de uma taxa 
sobre uma base de cálculo formada por um montante da conta 
“Duplicatas a Receber”, desde que estejam relacionadas às atividadesoperacionais da empresa (*). 
 
(*) A provisão calculada segundo este critério não é dedutível para fins de 
apuração do Lucro Real, de acordo com o Regulamento do Imposto de Renda. 
 
A taxa a ser aplicada será calculada da seguinte forma: 
 
Taxa = (Soma das Perdas no Últimos Três Anos) 
 (Soma dos Créditos a Receber nos Últimos Três Anos) 
 
Valores que não devem compor a base de cálculo da Provisão p/ Créditos de 
Liquidação Duvidosa: 
 
- créditos com pessoas jurídicas de direito público ou empresa sob 
seu controle, empresa pública, sociedade de economia mista ou 
sua subsidiária; 
- vendas com reserva de domínio, alienação fiduciária, ou de 
operações com garantia real; 
- créditos com coligadas, controladas, controladoras, interligadas 
ou associadas por qualquer outra forma; 
- créditos junto a instituições financeiras, demais instituições 
autorizadas pelo Banco Central e sociedades de fundo de 
investimentos; 
- créditos com administrador, sócio ou acionista, titular ou com o 
seu cônjuge ou parente até o terceiro grau, inclusive os afins; 
- créditos adquiridos com coobrigação; 
- crédito relativo ao bem arrendado, no caso de entidades que 
trabalham com arrendamento mercantil. 
 
(*) Direito de Garantia: a obrigação de pagar a dívida fica garantida por um 
bem imóvel (garantia real); um bem móvel (garantia real); um título de crédito 
(garantia real) ou uma assinatura de terceiro (garantia pessoal). São garantias 
reais a hipoteca, o penhor, a caução e a alienação fiduciária. 
 
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Exemplo: A empresa J4M2 Ltda possuía os seguintes créditos a receber em 
31/12/2007: 
 
Duplicatas a Receber R$ 50.000,00 
Duplicatas a Receber (com garantia real) R$ 10.000,00 
Duplicatas a Receber (vendas a empresas coligadas) R$ 20.000,00 
Empréstimo a Controlada R$ 15.000,00 
Adiantamento a Fornecedores R$ 12.000,00 
 
Base de Cálculo da Provisão p/ Devedores Duvidosos = Duplicatas a Receber = 
R$ 50.000,00 
 
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulado 
A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados é a demonstração contábil 
destinada a evidenciar, num determinado período, as mutações nos resultados 
acumulados da entidade, ou seja, evidenciar as destinações do resultado do 
exercício e, conseqüentemente, as alterações ocorridas ao longo do exercício na 
conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. 
 
Caso o resultado do exercício seja negativo, este valor será transferido para a 
conta “Lucros ou Prejuízos Acumulados”, diminuindo seu saldo. Caso o resultado 
do exercício seja positivo, haverá Lucro Líquido no Período, que será distribuído 
da seguinte maneira: 
 
Estrutura da DLPA: 
 
Saldo do Início do Período – Lucros ou Prejuízos Acumulados 
(+) ou (-) Ajustes de Exercícios Anteriores 
(+) Reversões de Reservas de Lucros no Exercício 
(+) Lucro ou (-) Prejuízo Líquido do Exercício 
(-) Transferências para Reservas de Lucros 
(-) Dividendos Propostos (e o dividendo por ação do Capital 
Social) 
(-) Parcela dos Lucros incorporada ao Capital Social 
(-) Dividendos Intermediários (antecipados) 
Saldo do Fim do Período 
 
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Acerca da destinação dos resultados e da formação do capital de giro, julgue os 
itens que se seguem. 
 
29. A companhia aberta que resolver remunerar seus acionistas pagando juros 
sobre o capital próprio deve debitá-los como despesa para efeito de dedução do 
imposto de renda. Entretanto, para atender às determinações da CVM, será 
necessário efetuar a reversão desse valor, pois os juros sobre o capital próprio 
devem ser destinados diretamente aos lucros acumulados, sem transitar pelo 
resultado do exercício. 
 
Resolução 
 
Juros sobre o Capital Próprio 
Para fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/1996, a pessoa jurídica 
poderá deduzir, para efeito de apuração do lucro real, observado o 
regime de competência, os juros pagos ou creditados individualmente ao 
titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, 
calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitadas à variação 
pro rata dia da Taxa de Juros Longo Prazo – TJLP. 
 
O valor dos juros pagos ou creditados para efeito de dedutibilidade como 
despesa financeira não poderá exceder, a 50% (cinqüenta por cento) do 
maior entre os seguintes valores: 
 
a) do lucro líquido correspondente ao período de apuração (trimestral 
ou anual) do pagamento ou crédito dos juros, antes da provisão 
para o imposto de renda e da dedução dos referidos juros; ou 
 
b) dos saldos de lucros acumulados e reservas de lucros de períodos 
anteriores. 
 
Considera-se creditado, individualmente, o valor dos juros remuneratórios sobre 
o capital próprio, quando a despesa for registrada, na escrituração contábil da 
pessoa jurídica, em contrapartida a conta ou subconta de seu passivo exigível, 
representativa de direito de crédito do sócio ou acionista da sociedade ou do 
titular de empresa individual. 
 
Lançamento (para a Receita Federal): 
 
 Despesas dos Juros sobre o Capital Próprio 
 a Juros sobre o Capital Próprio a Pagar 
 
A dedutibilidade dos juros sobre o capital próprio se estende à base de cálculo da 
Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) para fatos geradores ocorridos a 
partir de 01/01/1997. 
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Para fins do cálculo da remuneração, não será considerado como integrante do 
patrimônio líquido, o valor da reserva de reavaliação de bens e direitos da pessoa 
jurídica. 
 
O valor dos juros pagos ou creditados pela pessoa jurídica, a titulo de 
remuneração do capital próprio, poderá ser imputado ao valor dos dividendos, 
sem prejuízo do pagamento do imposto de renda na fonte e da dedução do valor 
dos juros correspondente na base de cálculo do IRPJ e do CSLL. 
 
O valor dos juros pagos ou creditados, a título de remuneração do capital próprio, 
ficará sujeito à incidência do imposto de renda na fonte à alíquota de 15% na 
data do pagamento ou crédito. 
 
Caso os juros sejam creditados aos sócios e acionistas em vez de pagos e houver 
algum tipo de remuneração no período compreendido entre a data do crédito e a 
do efetivo pagamento (juros sobre juros), essa remuneração é equiparada a uma 
aplicação financeira de renda fixa e sobre seu valor incide imposto de renda na 
fonte à alíquota de 20%. 
 
Para a receita federal os juros pagos deverão ser registrados como 
despesas, afetando o resultado do exercício, entretanto para a CVM os 
juros pagos não poderão afetar o resultado e sim serem distribuídos a 
partir da conta Lucros ou Prejuízos acumulados. 
 
De acordo com a instrução CVM Nº 207, de 13 de dezembro de 1996, da 
seguinte forma: 
 
I) Os juros pagos ou creditados pelas companhias abertas, a título de 
remuneração do capital próprio, na forma do artigo 9o da Lei no 
9.249/95, devem ser contabilizados diretamente à conta de Lucros 
Acumulados, sem afetar o resultado do exercício. 
 
Lançamento (para a CVM): 
 Lucros Acumulados 
 a Juros sobre o Capital Próprio a Pagar 
 
VIII) Caso a companhia opte, para fins de atendimento às disposições 
tributárias, por contabilizar os juros sobre o capital próprio 
pagos/creditados ou recebidos/auferidoscomo despesa ou receita 
financeira, deverá proceder à reversão desses valores, nos registros 
mercantis, de forma a que o lucro líquido ou o prejuízo do exercício seja 
apurado nos termos desta Deliberação. 
GABARITO: C 
 
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30. Constituem origens de recursos, entre outros, para elaboração da 
demonstração das origens e aplicações de recursos, os resultados positivos de 
exercícios futuros e a transferência, do ativo realizável a longo prazo para o ativo 
circulante, de participação das aplicações financeiras efetuadas pela empresa. 
 
Resolução 
 
Estrutura da DOAR 
1. Origens de Recursos 
(a) Lucro Líquido do Exercício 
(+ ou -) Ajustes de Exercícios Anteriores 
(+) Depreciação, Amortização, Exaustão; 
(+) Aumento do Passivo Não Circulante – Receitas Diferidas 
(+) Perda de Equivalência Patrimonial 
(+) Variação Monetária Passiva de Longo Prazo 
(+) Prejuízo nas Vendas de Bens e Direitos do ANC – Imob. ou Inv. 
(-) Diminuição do Passivo Não Circulante – Receitas Diferidas 
(-) Ganho de Equivalência Patrimonial 
(-) Variação Monetária Ativa de Longo Prazo 
(-) Lucro nas Vendas de Bens e Direitos do ANC – Imob. ou Inv. 
Lucro Ajustado (origem) ou Prejuízo Ajustado (aplicação) 
(b) Aumento do Passivo Não Circulante – Longo Prazo 
(c) Alienação de Bens e Direitos do ANC (Valor da Venda) 
(d) Diminuição do ANC - Realizável a Longo Prazo 
(e) Realização do Capital Social e Contribuições para Res. de Capital 
Total de Origens 
 
2. Aplicações de Recursos 
(a) Dividendos 
(b) Diminuição do Passivo Não Circulante – Longo Prazo 
(c) Aumento do ANC - Realizável a Longo Prazo (aquisição de bens e 
direitos) 
(d) Aumento do ANC (aquisição de bens e direitos) 
(e) Redução do Patrimônio Líquido 
Total de Aplicações 
 
CCL = Origens – Aplicações 
 
Memorize para a prova: 
 
 Aumenta Diminui 
CCL O A 
AC O A 
ANC A O 
PC A O 
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PNC O A 
PL O A 
 
O = Origem 
A = Aplicação 
 
AC – PC = CCL = PNC + PL – ANC 
 
Vamos à resolução da questão: 
 
I – Resultados positivos de exercícios futuros: 
 
 Caixa (Ativo Circulante) 
 a Receitas Antecipadas (PNC – Receitas Diferidas) 
 
 Neste caso, há um aumento do Ativo Circulante em contrapartida a um 
aumento do PNC- Receitas Diferidas, sendo considerado, portanto, uma origem 
de recursos. 
 
Nota: 
Resultados de Exercícios Futuros (extinto pela MP no 449/08): De acordo 
com o artigo 181 Lei no 6.404/76, antes das alterações da MP no 449/08, eram 
classificadas como resultados de exercício futuro as receitas de exercícios futuros 
(receitas antecipadas), diminuídas dos custos e despesas a elas 
correspondentes (contas retificadoras). Ou seja, neste grupo, deveriam 
constar quantias recebidas que não serão, em hipótese alguma, 
devolvidas pela empresa nem representam obrigações de sua parte de 
entregar bens ou serviços. Além disso, esses recebimentos devem referir-se a 
operações que afetassem o patrimônio nos exercícios seguintes. 
 
A MP no 449/08 também incluiu o art. 299-B na Lei das SA: 
 
“Art. 299-B. O saldo existente no resultado de exercício futuro em 31 de 
dezembro de 2008 deverá ser reclassificado para o passivo não 
circulante em conta representativa de receita diferida. 
 
Parágrafo único. O registro do saldo de que trata o caput deverá 
evidenciar a receita diferida e o respectivo custo diferido.” 
 
Ou seja, com a publicação da MP, as contas classificadas no REF deverão 
ser reclassificadas no passivo não circulante, em conta representativa de 
receita diferida. 
 
 
II – Transferência do Ativo Realizável a Longo Prazo para o Ativo 
Circulante, e aplicações financeiras efetuadas pela empresa: 
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 Aplicações Financeiras (Ativo Circulante) 
 a Aplicações Financeiras (ANC - Realizável a Longo Prazo) 
 
Neste caso, há um aumento do Ativo Circulante em contrapartida a uma 
diminuição do Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo, sendo considerado, 
portanto, uma origem de recursos. 
 
GABARITO: C 
 
Bons estudos e boa prova, 
 
Deus abençoe a todos. 
 
Moraes Junior 
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Prova 2. ACE - MDIC – 2008 - CESPE 
 
Lista de Questões Comentadas Nesta Aula 
 
Com base nos princípios contábeis fundamentais e nos tipos de fatos contábeis, 
julgue os itens a seguir. 
 
21. Se uma empresa exportadora possuir créditos vincendos em moeda 
estrangeira e o real estiver valorizando-se em relação a essa moeda, nessa 
hipótese, combinando-se o entendimento sobre os princípios da oportunidade, do 
registro pelo valor original, da competência e da atualização monetária, é correto 
concluir que esses créditos, à data do balanço, deverão sofrer um ajuste para 
menor em sua escrituração. 
 
22. Caso um bem do ativo imobilizado, adquirido e registrado por R$ 300.000,00, 
já tiver acumulado uma depreciação correspondente a 40% de sua vida útil, 
nessa ocasião, a venda à vista desse bem por R$ 150.000,00 caracterizará um 
fato contábil misto diminutivo. 
 
Cada um dos itens subseqüentes apresenta uma situação hipotética, seguida de 
uma assertiva a ser julgada com base nos conceitos e aplicações gerais da 
contabilidade. 
 
23. Uma empresa comercial, nas operações com mercadorias, apurou os valores, 
em reais, apresentados na tabela a seguir, relativos às suas compras e vendas 
(não considerados os valores de tributos). 
 
 
Compras (sem o transporte e o seguro) 5.000.000,00 
Transporte sobre compras 300.000,00 
Seguro sobre compras 200.000,00 
Vendas (correspondentes à metade das compras) 3.000.000,00 
Transporte sobre vendas (por conta da vendedora) 100.000,00 
Seguro sobre vendas (por conta da vendedora) 50.000,00 
 
Nessa situação, sabendo-se que a empresa rateia o transporte e o seguro entre 
as suas aquisições e os estoques finais, é correto afirmar que o custo das 
mercadorias vendidas foi de R$ 2.750.000,00. 
 
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24. Uma empresa obteve um empréstimo prefixado, no valor de R$ 500.000,00, 
com vencimento para 60 dias, à taxa de juros simples de 5% mensais e despesas 
bancárias de R$ 5.000,00. 
 
Nessa situação, o registro correto seria o seguinte. 
D banco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 495.000 
D despesas de juros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 5.000 
C empréstimos obtidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000 
 
A respeito das demonstrações contábeis, julgue os itens subseqüentes. 
 
25. As companhias fechadas, quando efetuarem transações financeiras com o 
exterior, estarão sujeitas às normas expedidas pela CVM e, conseqüentemente, 
terão de elaborar suas demonstrações contábeis em consonância com os padrões 
internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores 
mobiliários. 
 
26. Caso uma empresa adquira 20% das ações de outra, pelo valor de R$ 
16.000.000,00, e opatrimônio líquido da investida seja composto pelo capital 
social de R$ 50.000.000,00, e por reservas, no valor de R$ 30.000.000,00, nessa 
situação, de acordo com o critério da equivalência patrimonial, a investidora 
deverá registrar em seu ativo R$ 10.000.000,00 a título de participação societária 
e R$ 6.000.000,00 a título de ágio. 
 
Ainda com relação a demonstrações contábeis, julgue os itens abaixo. 
 
27. Os ajustes de avaliação patrimonial, para mais ou para menos, que decorram 
da avaliação a preço de mercado de elementos do ativo e do passivo, têm de ser 
incluídos na demonstração do resultado do exercício como resultados não-
operacionais, no mesmo exercício em que tais ajustes sejam efetuados, segundo 
o princípio da oportunidade. 
 
28. O fato de o aumento da inadimplência, em razão do aperto no crédito, fazer 
que uma empresa reestime as perdas prováveis para efeito de cálculo da provisão 
para créditos de liquidação duvidosa, elevando seu percentual de 3% para 10%, 
caracteriza mudança de critério contábil, com quebra de consistência, e constitui 
ajuste de exercícios anteriores que deve ser representado na demonstração de 
lucros ou prejuízos acumulados. 
 
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28 
Acerca da destinação dos resultados e da formação do capital de giro, julgue os 
itens que se seguem. 
 
29. A companhia aberta que resolver remunerar seus acionistas pagando juros 
sobre o capital próprio deve debitá-los como despesa para efeito de dedução do 
imposto de renda. Entretanto, para atender às determinações da CVM, será 
necessário efetuar a reversão desse valor, pois os juros sobre o capital próprio 
devem ser destinados diretamente aos lucros acumulados, sem transitar pelo 
resultado do exercício. 
 
30. Constituem origens de recursos, entre outros, para elaboração da 
demonstração das origens e aplicações de recursos, os resultados positivos de 
exercícios futuros e a transferência, do ativo realizável a longo prazo para o ativo 
circulante, de participação das aplicações financeiras efetuadas pela empresa. 
 
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29 
GABARITO – AULA 02: 
21. C 
22. C 
23. C 
24. E 
25. E 
26. E 
27. E 
28. E 
29. C 
30. C 
 
 
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Bibliografia 
 
Lei das Sociedades Anônimas com as alterações trazidas pela Lei no 11.638/07 e 
pela MP no 449/08. 
 
FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade Avançada e Intermediária. Rio de Janeiro. 
Editora Ferreira. 
 
FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade Básica. 3a Edição. Rio de Janeiro. Editora 
Ferreira. 2004. 
 
FIPECAFI, Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações (aplicável as 
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