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cartografia geomorfologica

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Engenharia Topográfica – 3º ano 
 
 
GEOMORFOLOGIA 
Teórica 
 
 
Exemplos de aplicação da cartografia geomorfológica: 
 
 
As cartas geomorfológicas são documentos únicos que nos revelam informações sobre 
os relevos e as paisagens. 
 
Klimaszewski (1982) indicava como principais aplicações da cartografia 
geomorfológica: 
 
 Fornece uma ideia precisa da dinâmica do relevo o que permite fazer uma 
reconstrução do desenvolvimento dos relevos, avaliando factores e processos da sua 
origem e transformação. 
 
 Facilita a busca de relações entre vários relevos. 
 
 Permite a regionalização. 
 
 Facilita o desenvolvimento de estudos comparativos. 
 
 Fornece meios de comparação entre relevos desenvolvidos e em 
desenvolvimento, para regiões com variações de estrutura geológica e de condições 
climáticas. 
 
 È uma ajuda no estudo do papel dos climas na modelação do relevo terrestre 
uma vez que se podem identificar relevos típicos de determinados climas. 
 
Podemos ainda acrescentar que os mapas geomorfológicos são também importantes 
em questões de gestão ambiental e de ordenamento do território (particularmente nas 
fases iniciais dos estudos). 
 
Mas sem dúvida que a sua maior importância reside na aplicação à resolução de 
problemas particulares e concretos: a qualidade e uso dos terrenos, a estabilidade de 
vertentes, a construção de barragens ou de estradas são disso exemplo. 
 
Embora o trabalho de campo seja sempre indispensável contamos hoje em dia com 
preciosas ajudas das modernas tecnologias para a elaboração da cartografia 
geomorfológica, pertencem a este grupo (entre outras) a fotografia aérea e as imagens 
de satélite. 
 
 Engenharia Topográfica – 3º ano 
 
 
GEOMORFOLOGIA 
Teórica 
 
 
As formas do terreno. A alteração das rochas. 
 
As formas do terreno podem ser devidas a agentes de erosão ou de sedimentação, 
podendo ser designadas por “formas destrutivas” (erosão) ou “formas construtivas” 
(acumulação). As “formas destrutivas” dependem substancialmente da resistência das 
rochas enquanto que as “formas construtivas” dependem dos agentes de sedimentação 
e erosão (normalmente encontram-se a cotas mais baixas do que aquelas a que se 
encontram os materiais que as constituem). 
 
Conclui-se assim, mais uma vez, que as formas de relevo são o resultado da 
conjugação de factores como a natureza das rochas e as condições climatéricas. 
 
Influência da natureza das rochas nas formas de relevo: 
 
As propriedades físicas das rochas que mais contribuem para a formação de relevos 
são: 
 
 Tipo de rocha 
 Modo de ocorrência 
 Descontinuidades 
 Compacidade 
 Homogeneidade 
 Textura 
 Permeabilidade e solubilidade 
 
1 - Rochas granitóides (granitos, dioritos, gabros, granodioritos sienitos, ...): 
 
A alteração química dá origem a camadas de areia (grãos de quartzo e palhetas de 
mica) que podem deslizar, ao longo das vertentes e escarpas, para o talvegue ou ficar 
sob a forma de “capa” sobre a rocha (solo residual). 
Esta alteração química é orientada e acelerada pelas diaclases que normalmente se 
encontram associadas a estas rochas. Caracterizam as regiões graníticas as áreas com 
grandes blocos arredondados e dispersos – caos de blocos ou penhas. 
Da alteração química resultam ainda partículas de argila, devido à caolinização dos 
felspatos. 
 
A topografia granítica é formada por relevos mal definidos, redes hidrográficas muito 
ramificadas, vales separados por colinas arredondadas e escavados até à nascente. 
 
 Engenharia Topográfica – 3º ano 
 
 
GEOMORFOLOGIA 
Teórica 
 
 
As formas do terreno. A alteração das rochas (cont.). 
 
Devido à fracturação destas rochas encontram-se muitos rios encaixados nessas 
fracturas. 
Os “montes-ilhas” são também típicos destas rochas. 
 
2 – Areias: 
 
Devido à permeabilidade ser elevada a circulação de águas superficiais e a escavação 
de talvegues só é possível quando o nível freático se encontra bastante elevado 
(quando existe uma camada impermeável a baixa profundidade). Esta situação pode, 
em extremo, levar à formação de pântanos. 
De uma maneira geral as regiões arenosas dão origem a vales muito amplos e 
talvegues entulhados pelas areias das vertentes. 
 
3 – Arenitos: 
 
Nas regiões formadas por arenitos os vales são raros e na maior parte secos, 
recortando os planaltos em blocos tabulares com vertentes abruptas. A permeabilidade 
elevada origina a fraca densidade da rede de vales e as diaclases o desmoronamento 
dos blocos. 
Em algumas camadas maciças a alteração química pode formar alvéolos e canais mais 
ou menos verticais, cujos materiais são removidos pelo vento. A alteração ao longo 
das diaclases verticais pode ainda formar pilares, agulhas, arcos e pontes naturais. 
 
A formação de cornijas pode também estar associada a estas rochas, relacionando-se 
directamente com a heterogeneidade das diversas camadas. 
 
4 – Argilas e margas: 
 
Devido a serem rochas impermeáveis a rede hidrográfica forma um emaranhado 
muito apertado. 
Estas rochas originam grandes planícies mais ou menos onduladas com numerosos 
vales. 
A secção dos vales alarga-se muito rapidamente ao mesmo tempo que as vertentes se 
entrecruzam e o seu declive diminui. 
O relevo das regiões margosas e argilosas parece estar numa etapa de evolução mais 
avançada do que o das regiões vizinhas, com outras litologias. 
 
 Engenharia Topográfica – 3º ano 
 
 
GEOMORFOLOGIA 
Teórica 
 
 
As formas do terreno. A alteração das rochas (cont.). 
 
5 – Xistos: 
 
A estrutura destas rochas facilita largamente a sua alteração. As argilas são muitas 
vezes o produto dessa mesma alteração. 
Os xistos comportam-se como terrenos impermeáveis, a rede hidrográfica é densa e 
emaranhada. 
O aspecto característico destas regiões é traduzido por séries de colinas de cumes 
arredondados e com altitudes semelhantes. 
 
6 – Calcários 
 
O relevo cársico é o resultado evidente da acção da alteração química (carbonatação), 
facilitada pela maior ou menor presença de redes de fracturas. 
A dissolução dos calcários constrói formas características (lapiás, algares, dolinas, 
grutas, poljes …) e deixa para trás o resíduo insolúvel (argilas e areia) de cor 
vermelha designado por “terra rossa”. 
Os relevos cársicos são caracterizados por planaltos secos, gargantas estreitas e 
paredes furadas por grutas. A rede hidrográfica desenvolve-se em subterrâneo. Os 
cursos de água desaparecem nos sumidouros e voltam à superfície nas exsurgências 
ou “olhos de água”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Engenharia Topográfica – 3º ano 
 
 
GEOMORFOLOGIA 
Teórica 
 
 
As correntes fluviais. 
 
No que respeita ao trabalho dos rios deve distinguir-se entre o transporte, erosão e 
sedimentação do material detrítico. 
O transporte é realizado de várias maneiras: solução, suspensão (siltes e argilas) e 
saltação, arrastamento, rolamento (areias e cascalhos). 
A carga do leito do rio é composta pelas partículas de granulometria maior e move-se 
mais lentamente que o fluxo da água. 
A capacidade de um rio é a quantidade de detritos de um determinado tamanho que 
um rio pode deslocar como carga do leito. O maior diâmetro encontrado entre os 
detritos transportados pelo rio como carga do leito corresponde à sua competência. 
 
Nas bacias onde predomina a meteorização mecânica, há fragmentos grosseiros a 
serem transportados pelo rio. Ao contrário nas regiões onde predomina a 
meteorização química serão mais frequentes os materiais transportados em suspensão 
e solução. 
 
A erosão fluvial é feita através de processos como a corrosão, corrasão e cavitação. 
Corrosão é todo e qualquer processo químico que se realiza como resultado da acção 
entreas rochas encaixantes e a água do rio. 
Corrasão é o desgaste provocado pelo atrito mecânico resultante do impacto das 
partículas transportadas pelo rio (marmitas de gigante).Esta está relacionada com a 
carga do leito do rio. 
Cavitação ocorre só quando a água atinge condições de velocidade elevada, quando as 
variações de pressão sobre as paredes do canal facilitam a fragmentação das rochas. 
 
A deposição da carga detrítica transportada pelos rios ocorre quando há diminuição da 
competência ou da capacidade do rio. Esta diminuição pode ser provocada por uma 
redução no declive, pela diminuição do volume ou aumento do calibre da carga 
detrítica. 
 
A sedimentação fluvial pode dar origem a planícies de inundação, deltas e os cones de 
dejecção. As planícies de inundação são, como o nome indica, o resultado da 
deposição de aluviões em áreas inundadas aquando de uma cheia. 
Quando um rio escoa para o mar ou para um lago (ou para outro curso de água), 
depositando uma carga detrítica maior do que a transportada pela erosão, dá-se a 
formação de um delta. A forma como os sedimentos se distribuem depende do 
carácter e da quantidade da carga, das ondas e das correntes marinhas ou lacustres. 
 
 Engenharia Topográfica – 3º ano 
 
 
GEOMORFOLOGIA 
Teórica 
 
 
As correntes fluviais (cont.). 
 
 
Considerando um perfil longitudinal dos deltas, verifica-se que a superfície é plana. A 
parte superior é formada por um conjunto de camadas quase horizontais, denominadas 
camadas de topo (topset beds) normalmente compostas por materiais finos (areias 
finas, silte, argila). Abaixo destas situam-se as camadas externas (foreset beds), com 
textura mais grosseira e declives maiores. Estas camadas assinalam a progressão do 
delta. No fundo encontramos de novo camadas finas – camadas de fundo (bottomset 
beds). 
 
Os cones de dejecção representam exemplos da deposição fluvial por causa da 
diminuição rápida da competência do curso de água. O cone é constituído pela 
acumulação de material detrítico na parte jusante do canal de escoamento de uma 
torrente. 
 
Perfil de equilíbrio de um rio: 
 
“ Um rio equilibrado é aquele que atingiu o estado de estabilidade de modo que, sobre 
determinado período de tempo, a água e a carga detrítica que entram no sistema são 
compensadas pelas que dele saem.” (M. Morisawa, 1968) 
 
 
 
 
Bibliografia utilizada: 
 
Christofoletti, António, “Geomorfologia” - 2ª edição, editora Edgard Blucher, Ltda, 
São Paulo, 1980.