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O desenvolvimento da criança até 2 anos(4) (1)

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O desenvolvimento da criança até 2 anos
Profª Alba Lúcia Dezan
Brasília, Abril/2016
O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL INFANTIL
 
A Teoria da Sexualidade Infantil
A satisfação de uma necessidade não é suficiente para que o indivíduo pare de “atuar” → há uma energia que não foi completamente satisfeita (desejo)  pulsão sexual
A sexualidade infantil: 
Não tem relação com a genitalidade
É perverso-polimorfa
É autoerótica
É constituída por impulsos parciais
Não distingue excitação e satisfação
O conceito de Pulsão
Pulsão é um conceito-limite entre o somático e o psíquico. É o representante psíquico dos estímulos provenientes do interior do corpo e que alcançam a psique. É uma medida da exigência de trabalho imposta ao psíquico como uma consequência de sua relação com o corpo.
Freud, Karl Abraham, Melanie Klein
A Fase Oral
Fonte de satisfação pulsional: zona erógena orobucal, órgãos do sentido, pele
Objeto de investimento para satisfação: seio materno (representação da mãe, do mundo externo ainda desconhecido como tal)
Dependência absoluta
Fase oral de sucção
Fase oral sádico canibal
A Fase Oral
Objetos parciais a partir da percepção de prazer e/ou desprazer: objeto bom e objeto mau  externalização do mau (mecanismo de projeção) e internalização do bom (mecanismos de introjeção e identificação)
Integração do objeto: objeto total, a capacidade de sentir culpa, a capacidade de ficar só  primórdios da preocupação, da ética; 
A teoria psicogenética de jean piaget
 
Teoria Psicogenética de Piaget
Jean Piaget:1896 – 1980
Descobre que a Psicologia seria a melhor via para estudar os processos cognitivos e o desenvolvimento da inteligência.
Objeto de pesquisa: formação (gênese) das formas lógicas do pensamento.
Problema: Quais são os mecanismos usados pelas crianças para se chegar ao conhecimento.
Metodologia: observação e interação clínica entre o examinador e a criança
Teoria Psicogenética de Piaget
Fatores gerais responsáveis pelo desenvolvimento mental:
Maturação nervosa
Exercício e experiência adquirida na ação efetuada sobre os objetos
Interações e transmissões pessoais
Equilíbrio (autorregulação; respostas dadas pelo organismo às perturbações externas, sempre de modo progressivo)
Equilíbrio → tensão → novo sistema em formação → novo equilíbrio
Desenvolvimento Mental
“Cada patamar de equilíbrio ou estádio de acabamento constitui um estádio de preparação para o estádio ou patamar de equilíbrio seguinte” (Dolle, 1987, p.56)
“O desenvolvimento é um processo que busca atingir formas de equilíbrio cada vez melhores” (Rappaport, 1981, p.62)
Esquema: “unidade estrutural básica de pensamento ou de ação e que corresponde, de certa maneira, à estrutura biológica que muda e se adapta” (Rappaport, 1981, p.59)
Inteligência
Inteligência: uma das formas de adaptação que a vida adquiriu em seu processo de evolução.
A inteligência nasce da interação entre o eu e as coisas.
O organismo assimila o meio e se acomoda a ele, transformando-se. A inteligência assimila dados da experiência àquilo que já tem como referencial (esquemas motores, conceitos) modificando isso a fim de acomodar novos dados de experiência.
Inteligência
Adaptação = assimilação + acomodação
Problema  uso de recursos já obtidos anteriormente (assimilação) + modificações (acomodação)  solução (adaptação)  equilíbrio
Assimilação: tentativa de solucionar o problema a partir de uma estrutura já existente, modificando-a quando necessário.
Acomodação: modificação de estruturas antigas a fim de solucionar problemas de ajustamento, novas situações.
Inteligência
As fases do desenvolvimento da inteligência devem responder aos seguintes critérios:
Constância da ordem de sucessão da aquisição
Caráter integrativo das fases de forma sucessiva
Compreensão da fase como uma estrutura de conjunto, isto é, um agrupamento
Distinção entre os processo de formação e as formas de equilíbrio final de cada fase (i.é, cada fase tem uma preparação e um acabamento)
Período Sensório-Motor 
(0 – 2 anos)
Ato inteligente é um ato executado intencionalmente, algo inexistente no início do período sensório-motor.
Reflexos são repetitivos. Esquemas têm mobilidade e plasticidade, i.é, promovem a adaptação do indivíduo ao ambiente, o qual, por sua vez, exige modificações.
Não há representação interna dos acontecimentos e a adaptação se dá pela ação.
O pensamento não é derivado da linguagem, mas sim da ação.
Período Sensório-Motor 
(0 – 2 anos)
Estádio 1: Exercício dos reflexos (0 – 1 mês)
Reflexos: formas mais simples do comportamento, rígidos e previsíveis, mas também variáveis e adaptáveis. Podem se transformar em comportamentos.
Reflexos que levam a uma aprendizagem são repetidos.
Da generalização ao reconhecimento discriminado
Período Sensório-Motor 
(0 – 2 anos)
Estádio 2: Primeiras adaptações adquiridas e reação circular primária (1 – 4 meses)
Adaptações adquiridas: aprendizagem a partir do que é fornecido pelo ambiente
Reação circular: repetições
Primária: ligada ao corpo
Se o objeto sai do campo de visão do bebê, ele deixa de existir
Período Sensório-Motor 
(0 – 2 anos)
Estádio 3: Reações circulares secundárias e os processos destinados a fazer durar os espetáculos interessantes (4 – 8 meses)
Repetição de resultados interessantes
Secundário: mundo externo
Distanciamento dos atos reflexos
Importância da estimulação ambiental
Comportamento da criança  novos resultados  novas adaptações  novas mudanças de esquemas
Expectativa de repetir o resultado
Busca do objeto dentro do campo de visão.
Período Sensório-Motor 
(0 – 2 anos)
Estádio 4: Coordenação dos esquemas secundários e sua aplicação a novas situações (8 – 12 meses)
Condutas propriamente inteligentes, pois a criança varia os métodos para atingir um objetivo. No entanto, não há criação de novos meios para atingir o objetivo.
Intencionalidade dos movimentos
Não há planejamento
O objeto é permanente, fixo e estático
Período Sensório-Motor 
(0 – 2 anos)
Estádio 5: Reação circular terciária e descoberta de novos meios por experimentação ativa (12 – 18 meses)
Experimentação e busca da novidade
Repetição para perceber o que há de novo
O objeto é permanente e se desloca
Estádio 6: Invenção de novos meios por combinação mental (18 – 24 meses)
Início de representação mental dos acontecimentos
A criança pensa antes de agir
A análise genética comparativa multidimensional:
A teoria do desenvolvimento segundo Henry Wallon
 
Biografia e Pressupostos Básicos
Henry Wallon: França, 1879 – 1962
Médico: da psicopatologia ao estudo do desenvolvimento
1ª GM: médico. Trata lesões orgânicas e tenta estabelecer uma relação entre elas e os processos psíquicos
2ª GM: resistência. Acredita que a escola possa ser a transmissora de valores para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária
Biografia e Pressupostos Básicos
A pessoa se constitui a partir da interação entre as dimensões motora, afetiva e cognitiva. 
Há uma sequência temporal possível para o desenvolvimento e em cada etapa, há o predomínio de determinadas características.
Biografia e Pressupostos Básicos
Leis reguladoras do desenvolvimento:
Alternância de direções opostas
Alternância do predomínio de conjuntos funcionais
Integridade funcional
O conjunto funcional vai de sincrético a diferenciado, organizado, coordenado e com capacidade de dar respostas adequadas aos estímulos internos e externos.
Biografia e Pressupostos Básicos
Pressupostos da teoria de Wallon:
A pessoa está em contínuo processo
Em cada instante do processo, a pessoa é uma totalidade, um conjunto resultante da integração dos conjuntos motor, afetivo e cognitivo
As existências social e individual estão em contínuo vir-a-ser marcado pelas situação histórica pessoal. 
O desenvolvimento é aberto, em processo, nunca acabado ou fechado.
Há crises na passagem de um estágio a outro geradas pelo encontro das atividades já adquiridas com novas solicitações do meio.
Estágio
Impulsivo Motor e Emocional (até 1 ano de idade)
Necessidade do meio para interpretar, dar significado e trazer respostas a suas necessidades para sobrevivência graças à dependência absoluta.
Sincretismo: as reações de bem estar e/ou mal estar são manifestas por descargas motoras indiferenciadas  o adulto que cerca a criança reagirá ou dará uma resposta afetiva.
Dialética (comparação): eu X outro
Estágio Impulsivo Motor e Emocional (até 1 ano de idade)
Dependência da criança com relação ao meio externo, o qual deverá significar, interpretar e responder às suas demandas.
Criança = descargas motoras indiferenciadas
Adultos/meio = reações afetivas emocionais que respondem à demanda da criança.
Interação entre criança/meio = comunicação recíproca
A criança está imersa no mundo social
Estágio Impulsivo Motor e Emocional (até 1 ano de idade)
1º momento: Impulsividade Motora
Fase preponderantemente afetiva, centrípeta e de acúmulo de energia (a criança está voltada para a construção do eu)
Movimentos impulsivos têm por objetivo acabar com o desconforto interno
O impulso provoca reação no meio, que responde  condicionamento
Discriminação gradativa das reações do meio
Atividades circulares de exploração de si e do meio
Estágio Impulsivo Motor e Emocional (até 1 ano de idade)
2º momento: Emocional
Os comportamentos da criança são mais intencionais
O meio se torna mais interessante e a criança o explora mais
A inteligência se volta para a construção da realidade  movimento centrífugo
Estágio Impulsivo Motor e Emocional (até 1 ano de idade)
Sincretismo entre afetividade e cognição
Função tônica (motor)e emoção: relação de complementariedade
Da impulsividade aos movimentos circulares (propositais)

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