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AVALIAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DE FUNGOS ASSOCIADOS A

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AVALIAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DE FUNGOS ASSOCIADOS A 
SEMENTES DE AROEIRA (Astronium urundeuva (FR. ALL.) ENGL.)1 
 
ANTÔNIO CARLOS DE SOUZA MEDEIROS2, MARTA AGUIAR SABO 
MENDES2, MARISA A.S. VELLOSO FERREIRA3 e FRANCISCO J.L. 
ARAGÃO3 
 
Revista Brasileira de Sementes, vol. 14, no 1, p. 51-55, 1992 
 
RESUMO - Sementes de aroeira Astronium urundeuva (Fr. All.) Engl.) de 122 
árvores existentes nos Estados do Piauí e Bahia foram submetidas aos 
seguintes testes de sanidade: papel de filtro e o de plaqueamento em ágar a 
20°C e 28°C. Foram encontradas 25 espécies ou gêneros de diferentes fungos: 
Alternaria alternata, Curvularia sp., Diplodia sp., Drechslera sp., Epicoccum sp., 
Fusarium sp., Phoma sp., Phomopsis sp., Cephalosporium sp., Monochaetia 
sp., Aspergillus sp., A. flavus, A. niger, A. ochraceus, Penicillium sp., 
Trichoderma sp., Rhizopus sp., Nigrospora sp., Cladosporiwn sp., 
Gelasinospora sp., Monilia sp., Chaetomium sp., Lasiodiplodia theobromae, 
Coniothyrium sp., e Pestalotia sp. A eficiência dos métodos variou conforme o 
fungo, entretanto, sugere-se o método de papel de filtro (“blotter test”) a 20°C 
como o mais apropriado para sementes de aroeira. 
 
Termos para indexação: Astronium urundeuva, sanidade 
 
QUALI-QUANTITY EVALUATION OF “AROEIRA” (Astronium urundeuva 
(FR. ALL.) ENGL.) SEED-BORNE FUNGI 
 
ABSTRACT – An experiment was carried out at the Mycology Laboratory of 
Cenargen - Biotechnology and Genetic Resources National Center, Brasília, 
DF, Brazil, in order to study the health of “aroeira” (Astronium urundeuva Fr. 
(All.) EngI.) seeds harvested in September of 1989 from 122 trees. Two 
methods (standard blotter at 20°C and agar plate test at 20°C and 28°C) were 
evaluated and compared for their efficiency in “aroeira” seeds health testing. 
Twenty five fungi were identified: Aspergillus sp., A. niger, A. flavus, Penicilliurn 
sp., Trichoderma sp., Alternaria alternata, Rhizopus sp., Cladosporium sp., 
Phoma sp., Curvularia sp., Diplodia sp., Lasiodiplodia theobromae, Phornopsis 
sp., Epicoccum sp., Gelasinospora sp., Drechslera sp., Nigrospora sp., 
Aspergillus ochraceus, Monilia sp., Fusarium sp., Coniothyriurn sp., Pestalotia 
sp., Cephalosporium sp., Chaetomium sp., Monochaetia sp. The efticiency of 
the methods changed according to the species of funga. Therefore the results 
suggest for “aroeira” seeds the standard blotter test at 20°C. 
 
Index terms: Astronium urundeuva, seed-borne fungi 
 
1 Aceito para publicação em 09.07.92 
2 Pesquisadores da EMBRAPA/CENARGEN-SAIN Parque Rural, Caixa Postal 02.372, CEP 
70.770 Brasília, DF 
3 Pesquisadores do CNPq/CENARGEN-SAIN Parque Rural, Caixa Postal 02.372 CEP 70.770 - 
Brasília, DF 
 
INTRODUÇÃO 
 
A importância da aroeira (Astronium urundeuva (Fr. All.) Engl.) é devido a 
diversos fatores, entre eles a incomparável durabilidade e nobreza de sua 
madeira (Heringer, 1956), as suas propriedades balsâmicas e hemostáticas, o 
elevado teor de tanino aproveitável na indústria de curtume e a resina amarelo-
claro proveniente das lesões da casca, que possui aplicaçãao em larga escala 
como técnico entre os sertanejos (Braga, 1960). 
O plantio comercial desta espécie, assim como o de qualquer outro vege-
tal, gera inúmeros distúrbios fitossanitários, na maioria das vezes não 
observados em sua condição original. 
Pesquisas sobre a sanidade de sementes podem fornecer subsídios para 
o controle de futuros problemas. A presença de fungos em sementes pode 
reduzir o poder germinativo destas, causar a morte de plântulas ou transmitir 
doenças para plantas adultas (Menten, 1991). Segundo Ferreira (1989), a 
patologia de sementes florestais no Brasil está praticamente no início das 
investigações, não se conhecendo, até o momento, nenhuma doença florestal 
transmitida por sementes. Entretanto, alguns fungos como Verticillium, Phoma, 
Fusarium, Botryodiplodia, Alternaria, Curvularia, Diplodia e Pestalotia (Carneiro, 
1986; 1990) e Sphaeropsis, Stemphylium e Drechslera (Lasca, 1978) já foram 
relatados em sementes de diversas espécies florestais, não se conhecendo 
sua patogenicidade em árvores. Não há relatos sobre patógenos associados a 
sementes de aroeira. Os objetivos do presente estudo foram qualificar e 
quantificar os fungos em sementes de aroeira e comparar a eficiência de dois 
métodos de detecção sob duas diferentes temperaturas de incubação. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
Origem das sementes 
 
Foram utilizadas sementes provenientes de 122 árvores, colhidas em 
setembro de 1989 nos Estados do Piauí e Bahia, e armazenadas em câmaras 
a 10°C e 30% de umidade relativa por 10 meses em embalagens permeáveis 
de papel "kraft". As amostras de mesmo tamanho foram misturadas para 
constituir uma única amostra representativa, de onde, após homogeneização, 
foram retiradas as sementes usadas nos testes de sanidade. 
 
Métodos para detecção de fungos nas sementes 
 
Método do papel de filtro (Blotter-test): Conforme descrito pela Interna-
tional Seed Testing Association (ISTA, 1976), foram utilizadas caixas de 
plástico tipo "gerbox", de tamanho de 11 x 11 x 3,5cm, previamente 
desinfestadas com solução de áIcool a 70% e onde foram colocadas duas 
folhas de papel de filtro esterilizadas e umedecidas com água destilada. Um 
total de 400 sementes foram depositadas sobre o papel de filtro (20 por caixa) 
e distantes entre si aproximadamente 2cm. As caixas foram vedadas com 
parafilme para manutenção da umidade e colocadas em câmara incubadora 
com temperaturas controladas de 20° e 28°C. O período de incubação foi de 10 
dias, havendo alternância de luz e escuro por ciclos de 12 horas. Foram 
utilizadas lâmpadas de 40W de luz negra (NUV) a 40cm acima das caixas. As 
identificações dos fungos foram feitas através das características morfológicas 
com auxílio de microscópios estereoscópico e composto utilizando as chaves 
de classificação de Barnett & Hunter (1972), Sutton (1980), Ellis (1971) e 
Dennis (1968). 
Método do plaqueamento em ágar (ISTA, 1976): Neste método, foi 
utilizado batata-dextrose-ágar (BDA) como meio nutriente em placas de Petri 
de 9cm de diâmetro. Quatrocentas sementes foram esterilizadas 
superficialmente com uma solução de hipoclorito de sódio a 1% durante 10 
minutos, lavando-as em seguida com água destilada. Foram colocadas 10 
sementes por placa, incubadas por um período de 10 dias a 20°C e a 28°C, 
com alternância de 12 horas de escuro e 12 horas de luz negra. As 
identificações dos fungos detectados foram feitas conforme descrito no item 
anterior. 
 
Delineamento estatístico 
 
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com 
3 repetições e um arranjo fatorial 2 x 2 (métodos x temperaturas). Os dados 
foram analisados após transformação para % + 0,5, empregando-se análise 
de variância e o teste de Duncan a 5% de probabilidade para comparações de 
médias. 
 
RESULTADOS 
 
A Tabela 1 mostra a incidência, em porcentagem, dos fungos detectados 
pelos dois métodos sob duas diferentes temperaturas de incubação. Vinte e 
cinco diferentes gêneros de fungos foram detectados em sementes de aroeira 
pelos dois métodos utilizados. Observou-se que os fungos detectados em 
maior freqüência foram fungos que causam problemas em conduções de 
armazenamento, especialmente os do gênero Aspergillus e Penicillium. A. niger 
foi a espécie detectada com a mais alta incidência nas amostras nos quatro 
diferentes tratamentos, variando de 42,8 a 95,6%. Foram também detectados 
os fungos já relatados, como patogênicos a outras culturas, como os 
pertencentes aos gêneros Alternaria, Curvularia, Cephalosporium, 
Coniothyrium, Diplodia, Drechslera, Erpicoccum, Fusarium, Lasiodiplodia, 
Monochaetia, Phoma, Phomopsis e Pestalotia (Richardson, 1991; Barnett & 
Hunter, 1972). Dentreesses, Alternaria e Phoma foram detectados com maior 
freqüência. Os fungos Chaetomium, Monochaetia e Cephalosporium só foram 
detectados em "blotter test" a 28°C, com freqüência muito baixa. O mesmo 
ocorreu corn Coniothyrium, Gelasinospora e Monilia, somente detectados em 
ágar. Diferenças significativas entre os tratamentos foram detectados somente 
para Aspergillus niger, A. flavus, Aspergillus spp., Penicillium sp., Phoma sp., 
Curvularia sp., Drechslera sp. e Nigrospora sp.. O método do papel de filtro, a 
20°C, foi o mais adequado para a detecção de A. niger e Penicillium. O mesmo 
método, mas a 28°C, recuperou maior porcentagem de sementes 
contaminadas com Aspergillus spp., Phoma sp., Curvularia sp. e Drechslera sp. 
A. flavus foi detectado em maior freqüência a 28°C, pelo método de BDA. Para 
Nigrospora sp., os métodos mais eficientes foram BDA/20°C e papel de filtro/ 
28°C, não havendo diferença significativa entre os dois. 
 
 
A Tabela 2 mostra a comparação feita entre as temperaturas, 
independente do método utilizado, possibilitando verificar se este efeito foi 
significativo ou não para todos os fungos detectados. Observou-se que a 
temperatura de 20°C foi mais apropriada para a detecção de A. niger, 
Cladosporium sp. e Penicillium sp. A 28°C foi encontrada uma freqüência 
significativa maior de A. flavus, Aspergillus spp., Alternaria alternata, 
Curvularia, Phoma e Trichoderma. Para os demais fungos, o efeito da 
temperatura não foi significativo. 
 
 
Comparando-se os métodos utilizados para a detecção, independente da 
temperatura de incubação utilizada (Tabela 3), conclui-se que não houve um 
método adequado para todos os fungos associados às sementes de aroeira. As 
diferenças entre os métodos só foram significativas para Aspergillus spp., A. 
niger, Penicillium e Rhizopus, sendo o método do papel de filtro o mais 
adequado à detecção dos três primeiros. Dentre os potencialmente 
patogênicos, apenas Diplodia e Phomopsis apresentaram diferenças 
significativas entre os métodos, sendo o BDA o método mais indicado para sua 
detecção. 
 
 
DISCUSSÃO 
 
Os gêneros de fungos detectados em sementes de aroeira, com exceção 
de Coniothyrium, Drechslera, Gelasinospora e Monochaetia foram também 
detectados em sementes de outras importantes essências florestais no Brasil 
(Carneiro, 1986, 1990). Em sementes de Pinus elliotii Engelm, produzidas no 
Estado de São Paulo, foram identificados 19 gêneros de fungos (Lasca et al., 
1978), sendo que somente Verticillium e Stemphylium não foram detectados no 
presente estudo. A alta incidência de sementes contaminadas com Aspergillus 
spp. e Penicillium sp. também foi observada em sementes de pau-santo 
(Zollernia ilicifolia Vog.), vinhático-do-campo (Plathymenia reticulata Benth.), 
canafístula (Cassia sp.) e ipê (Tabebuia sp.) (Carneiro, 1990). Resultados 
similares na freqüência de Aspergillus e Penicillium em sementes foram 
relatados em 31 espécies de essências florestais nas Filipinas por Dyan (1986). 
A presença desses fungos prejudica a qualidade das sementes com a queda 
de sua viabilidade (Carneiro, 1990). 
Os fungos encontrados sobre as sementes apresentam alta velocidade de 
crescimento micelial e de esporulação, o que pode facilitar a contaminação de 
outras sementes durante os períodos de incubação das mesmas (Ferreira, 
1989). A contaminação das sementes de essências florestais dá-se 
predominantemente no solo, onde os frutos e sementes são colonizados por 
diversos fungos, incluindo saprófitas e parasitas facultativos que têm vida 
saprofítica no solo ou na matéria orgânica, tais como: Fusarium, Alternaria, 
Phoma, Phomopsis, Rhizoctonia, Pythium e Cylindrocladium, dentre outros 
(Ferreira, 1989). Quando esses frutos e sementes são levados para a etapa de 
beneficiamento e/ou armazenamento, os fungos são disseminados para as 
sementes sadias. 
Dentre os fungos detectados em sementes de aroeira neste trabalho, 
muitos estão associados a doenças de outras culturas ou mesmo de outras 
essências florestais. Lasiodiplodia theobromae é o agente do cancro do 
sicâmoro (Lewis & Vanarsdel, 1978). Esse fungo também está associado à 
escaldadura do caule, cancro do enxerto e podridão da casca da seringueira 
(Ferreira, 1989). Pestalotia sp. causa "needle cast" em pináceas; A. alternata 
provoca desfolha e curvatura de ponteiros em coníferas e Phoma sp. e 
Phomopsis sp. podem estar associados à diminuição do poder germinativo em 
Larix spp., Picea spp. e Pinus spp. (Carneiro, 1987). Em Pinus spp. e eucalipto, 
o "die-back" ou declínio de mudas está relacionado à presença de Fusarium, 
Diplodia pinea e Cylindrocladium brasiliensis (Carneiro, 1987). 
Os métodos de detecção de fungos contaminantes de sementes, 
principalmente papel de filtro, plaqueamento em meio de cultura, lavagem e 
sedimentação e "deep-freezing" tem sido amplamente pesquisados quanto à 
eficiência no isolamento de fungos, variando as condições de luz, temperatura, 
umidade, pré-tratamento das sementes e período de incubação (Neergaard, 
1977). 
Considerando que o método do papel de filtro recuperou em freqüência 
significativamente maior Aspergillus niger, Penicillium, Phoma, Curvularia e 
Drechslera, e o de plaqueamento em ágar foi o mais adequado para A. flavus, 
enquanto que a eficiência na recuperação dos demais fungos foi independente 
do método utilizado, podemos afirmar que o método de papel de filtro a 20°C é 
o mais apropriado para as sementes de aroeira. Esdes resultados concordam 
com os de Agarwal et al. (1971) que relataram ser este método o mais eficiente 
para as sementes de trigo, arroz, Phaseolus mungo, P. aureus e soja. O pré-
tratamento com hipoclorito de sódio a 1% utilizado no método de plaqueamento 
em BDA reduziu as freqüências dos fungos A. niger, Penicillium sp., Phoma 
sp., Curvularia sp. e Drechslera sp., sugerindo que esses fungos estariam 
sendo transmitidos mais externamente que internamente pelas sementes. Os 
demais gêneros estariam presentes nas sementes, tanto interna, quanto 
externamente. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Os autores expressam a sua gratidão aos pesquisadores: José Luiz 
Bezerra, pela identificação da espécie L. theobromae, Déa Alécia Netto 
Cavallari pelo fornecimento das sementes e Luiz Henán R. e Castro pela 
análise estatística e computação dos dados. 
 
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