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Elementos de Contabilidade Social Luiz Carlos de Santana Ribeiro 1 Estrutura de Aula Introdução à contabilidade social Óticas de mensuração do produto e da renda Mensurações nominal e real Aplicação dos números índices O Sistema de Contas Nacionais 2 Introdução A contabilidade social reúne instrumentos capazes de medir o movimento da economia de um país num determinado período. Mas, qual a razão dessa mensuração na forma de contas (contabilidade)? Para responder essa questão recorremos brevemente à HPE. 3 Introdução A economia surge no final do século XVIII preocupada com o crescimento econômico e a repartição do produto social. Smith, Ricardo e Mill (escola clássica) se preocuparam com o funcionamento da economia do ponto de vista agregado. Say, p. ex., preocupou-se com aspectos de interdependência e identidade entre relações econômicas. Antes mesmo dos clássicos, os fisiocratas se preocuparam em tentar articular as relações econômicas – falharam => imaturidade histórica do capitalismo. 4 Introdução Revolução marginalista – final século XIX. Abordagem microeconômica – Walras e Marshall. 1936 - Insatisfação com essa visão => Revolução Keynesiana – importância de se medir de forma agregada as transações econômicas. Fornece os conceitos fundamentais para a contabilidade social. 5 Renda e Despesa da Economia Quando se analisa se o desempenho da economia está sendo bom ou não, é natural se olhar a renda total que cada indivíduo está recebendo. 6 5 Renda e Despesa da Economia Para a economia como um todo, a renda tem que ser igual ao gasto porque: Toda transação possui um comprador e um vendedor. Cada Real gasto por algum comprador é um Real de renda para algum vendedor. Diferentes óticas de mensuração: produto, despesa e renda. 7 6 Renda e Despesa da Economia Característica importante: A economia produz uma diversidade de bens e serviços; Como somar toneladas de bananas, veículos, serviços em geral etc? Preços de mercado desse bens. 8 Ótica do dispêndio ou despesa Avalia o produto de uma economia considerando a soma dos valores de todos os bens e serviços produzido num determinado período que não foram destruídos (ou absorvidos como insumos) na produção de outros bens e serviços. 9 Ótica do dispêndio ou despesa Setores Produtos Valor 1 Sementes $ 500 2 Trigo $ 1.500 3 Pães $ 2.000 Valor Bruto da Produção (VBP) $ 4.000 Para se medir o produto da economia é preciso deduzir do VBP o valor do CI; Considerar apenas o valor dos bens finais. 10 Ótica do produto A mensuração do produto total da economia baseia-se na consideração do valor adicionado (VA) em cada etapa do processo produtivo. 11 Ótica do produto Setores Valor Valor adicionado pelo setor 1 $ 500 Valor adicionado pelo setor 2 $ 1.500 - $ 500 =$ 1.000 Valor adicionado pelo setor 3 $ 2.000 - $1.500 =$ 500 Produto total ou VA total $ 2.000 Dispêndio = produto Somatório dos bens finais e serviços produzidos; ou Soma dos VA em cada etapa do processo produtivo. 12 Ótica da renda O produto é mensurado a partir da soma total das remunerações paga aos fatores de produção. 13 Ótica da renda Renda Agregada (RA) = Remuneração dos fatores de produção da economia RA= salários + juros + aluguéis + lucros Salários = remuneração do fator trabalho; Juros = remuneração do fator capital monetário; Lucros = remuneração do risco incorrido pelo empresário; e Aluguéis= remuneração pela propriedade (terra). 14 Ótica da renda 15 Setores Salários Lucros Renda 1 $ 400 $ 100 - 2 $ 800 $ 200 - 3 $ 380 $ 120 - Total $ 1.580 $ 420 $ 2.000 Dispêndio = produto = renda A forma de distribuição entre salários e lucros é infinita; Mas, a identidade entre produto e renda sempre se mantém. Despesa Para uma economia fechada, sem governo e que produz apenas bens de consumo: DA = Consumo agregado (Y = C) Identidade básica da contabilidade nacional: Produto = despesa = renda Os conceitos de renda, produto e despesa são equivalentes. Para explicar isso recorremos ao fluxo circular da renda. 16 Fluxo circular de renda Despesa (= PIB) Receita (= PIB) Bens e serviços vendidos Terra, trabalho e capital Renda (= PIB) Insumos para a produção Salários, aluguéis e lucros (=PIB) EMPRESAS FAMÍLIAS Fluxo de bens e serviços Fluxo de moeda MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO MERCADO DE BENS E SERVIÇOS Bens e serviços comprados 17 19 Fluxo circular de renda 18 Ótica do produto – considera os indivíduos na condição de produtores, empresas; Ótica da despesa – considera os indivíduos como consumidores, famílias; e Ótica da renda – considera os indivíduos como os detentores dos fatores de produção. Fluxo circular de renda 19 O Produto Interno Bruto (PIB) é uma medida da renda e dos gastos de uma economia. É o valor total de mercado de todos os bens finais e serviços produzidos dentro de um país durante um dado período de tempo. Utilizado como medida de bem-estar. Produto Interno Bruto 20 7 Características Importantes do PIB A produção é valorada a preços de mercado (denominador comum). Registra somente o valor dos bens finais, não dos bens intermediários (dupla contagem). Inclui tanto bens tangíveis (alimentos, vestuário, carros) como intangíveis (serviços em geral). 21 20 Características Importantes do PIB Inclui bens e serviços produzidos correntemente, não incluindo transações envolvendo bens produzidos no passado. Ex: venda carro novo x carro usado Mede o valor da produção dentro dos limites geográficos de um país. 22 21 Características Importantes do PIB Mede o valor da produção que acontece dentro de um período específico de tempo, usualmente um ano ou um trimestre. 23 22 O Que É Mensurado no PIB? O PIB inclui todos os itens produzidos numa economia e vendidos legalmente nos mercados. 24 23 O Que Não É Mensurado no PIB? O PIB exclui muitos itens que são produzidos e consumidos em casa, e que nunca entram no mercado. Exclui itens que são produzidos e vendidos ilicitamente, como drogas ilegais. 25 24 Agregados econômicos Mas atenção!!!!!! Até aqui, estamos trabalhando com uma economia simplificada e fechada, em que as empresas produzem apenas bens de consumo e não há governo. Primeira flexibilização: suponha-se que as empresas também podem produzam bens de capital e bens de investimento. 26 Agregados econômicos: Investimento É a aquisição de bens de produção ou bens de capital que visam aumentar a capacidade produtiva da economia e, portanto, a oferta de produto no período seguinte. É também chamado de taxa de acumulação do capital. Componentes do Investimento: máquinas, equipamentos, edifícios e estoques. Por isso nos referimos a ele como formação bruta de capital fixo. 27 Poupança Se supusermos que as famílias não consomem toda a sua renda, o que não for consumido será poupado. A Poupança Agregada corresponde à parcela da renda agregada não consumida em um dado período. consumo Renda poupança Investimento 28 Poupança Y = C + S DA = C + I Sabe-se que: Produto = Renda = despesa, então: DA = Y Logo: C + S = C + I S = I Ou seja, poupança é igual aos investimentos Obs: Essa identidade contábil não implica nenhuma relação de causa e efeito entre as variáveis. 29 Depreciação (D) Parcela dos bens de capital que é consumida (gasta) a cada período produtivo. Nem toda produção de bens de capital corresponde a um novo investimento. Uma parte destina-se a repor o que foi depreciado. Podemos então diferenciar o investimento bruto(IB) do investimento líquido (IL). IL = IB - D 30 Conceitos básicos:Produto Bruto e Produto Líquido Como o produto deve ser considerado como a soma da produção de bens de consumo mais investimento (C + I) podemos agora apresentar dois conceitos de produto: Produto bruto (PB) Produto líquido (PL) PL= PB - Depreciação 31 Economia fechada com Governo Governo Ofertante Consumidor Regulador do mercado Tem por função prover os chamados “ bens públicos” com recursos que provém da arrecadação de impostos (receita). 32 Economia fechada com Governo Impostos diretos (incidem diretamente sobre a renda e o patrimômino) IR, ITR, IPVA, IPTU, ITBI, entre outros. Impostos indiretos (incidem sobre a venda de bens e serviços ) ISS, ICMS, IPI Ao incluir o governo estamos criando um novo destino para a renda das famílias Logo: Y = C + S + T 33 Economia fechada com Governo Além disso, devemos considerar os gastos públicos (G) que representam a aquisição de bens e serviços pelo governo. Neste caso, a despesa agregada passa a ser: DA = C + I + G Como renda = DA: C + S + T= C + I + G S + T = I + G Rearranjando: S – I = G - T 34 Economia fechada com Governo Se o governo gasta mais do que arrecada(G>T) há déficit público. Se houver déficit público, deverá ocorrer uma poupança maior do setor privado para compensar (S > I). 35 Produto à custo de fatores (Pcf) e produto a preço de mercado (Ppm) A existência de impostos indiretos faz com que nem toda a renda obtida pela venda do produto vá para a remuneração dos fatores de produção. Por outro lado alguns bens costumam receber subsídios Desta forma chegamos aos conceitos: Ppm = Pcf + impostos indiretos - subsídios 36 Economia Aberta com Governo Neste novo modelo de economia passamos a considerar o Resto do mundo (RM). O RM são todos os agentes (famílias, empresas e governo) de outros países, também chamados de não residentes. Exportações: venda da produção interna para o exterior. Entra como um componente da demanda pela produção interna. Importações: aquisição da produção de outros países 37 Economia Aberta com Governo O país pode importar do RM produtos finais, assim como fatores de produção. Para usar estes fatores precisam remunerá-los, o que implica envio de renda para o exterior, na forma de: juros da dívida externa, remessa de lucros, pagamento de royalties etc. Renda líquida enviada para o exterior (RLEE) = (Remuneração dos fatores estrangeiros utilizados na produção interna) – (remuneração dos fatores internos utilizados no mercado externo) 38 Economia Aberta com Governo Se RLEE > 0 o país envia mais renda para o exterior do que recebe; e Se RLEE < 0 o país envia menos renda para o exterior do que recebe. 39 Economia Aberta com Governo A introdução do resto do mundo traz algumas alterações nas identidades macroeconômicas: Os produtos passam a ser ofertados pela economia nacional e pelo RM, ou seja, agora no mercado interno os residentes podem optar entre produtos internos e produtos produzidos no exterior, logo: Oferta agregada global= Y + M Y= produto interno; e M= Importações 40 Economia Aberta com Governo A produção interna pode ser consumida tanto pela população do país como pelo RM, logo: DA = C + I + G + X C = Consumo; I = Investimento; G = Gasto do governo; e X = Exportações. 41 Economia Aberta com Governo Sabemos que OA = DA Logo: Y + M = C + I + G + X Para obtermos a demanda agregada INTERNA : Y=C+I+G+(X-M) Oferta interna = Despesa interna 42 Economia Aberta com Governo O termo (X-M) também é conhecido como exportações líquidas. Com a introdução do setor externo temos portanto as seguintes identidades: Y = C + S + T Que representa a ótica da utilização da renda 43 Economia Aberta com Governo Y = C + I + G + X - M Representa a ótica da despesa, ou seja, indica como o produto é gasto pelos consumidores, governo e setor externo. Igualando as duas identidades: C + S + T = C + I + G + (X – M) Logo: S + T = I + G + (X - M) Rearranjando: (X-M) = (T - G) + (S - I) 44 Economia Aberta com Governo (X - M) = (T – G ) + (S - I) Esta indentidade mostra que se o país exporta mais do que importa (X-M) > 0 haverá um superávit que deverá ser compensado por um aumento do termo relacionado: - ao setor privado (S-I) > 0; ou - ao governo (T-G) > 0 45 Economia Aberta com Governo Exemplo: situação de equilíbrio X M T G S I Soma 10 10 10 10 10 10 (X - M) = 10 – 10 = 0 (T - G) = 10 – 10 = 0 (S - I) = 10 - 10=0 0 46 Economia Aberta com Governo Economia exporta mais do que importa: X M T G S I Soma 12 10 10 10 10 10 (X - M) = 12 – 10 = 2 (T - G) = 10 – 10 = 0 (S - I) = 10 - 10=0 2 47 Economia Aberta com Governo Se o Governo se ajusta: duas possibilidades Aumenta os impostos Diminui o gasto X M T G S I Soma 12 10 10 10 10 12 (X - M) = 12 – 10 = 2 (T - G) = 10 - 10 = 0 (S - I)= 10 – 12 = -2 0 12 10 10 10 8 10 (X - M) = 12 – 10 = 2 (T - G) = 10 - 10 = 0 (S - I) = 8 - 10 = -2 0 48 Economia Aberta com Governo Se o setor privado se ajusta: duas possibilidades Aumenta a poupança Diminui o Investimento X M T G S I Soma 12 10 12 10 10 10 (X - M) = 12 – 10 = 2 (T - G) = 12 - 10 = 2 (S - I)= 10 – 10 = 0 0 12 10 10 8 10 10 (X - M) = 12 – 10 = 2 (T - G) = 10 - 8 = 2 (S - I) = 10 - 10 = 0 0 49 Economia Aberta com Governo Ao incluirmos o setor externo temos mais duas medidas de produto: Produto Interno: diz respeito à produção cuja renda é gerada dentro dos limites do território do país. Produto Nacional: Refere-se à produção cuja renda é propriedade dos residentes do país, independente de esta renda ter sido gerada em um outro país. 50 Economia Aberta com Governo Quando nos referimos ao produto interno, estamos considerando a RLEE; O produto nacional representa, portanto: PN = PI - RLEE 51 Economia Aberta com Governo No caso brasileiro, a RLEE é historicamente positiva. Ou seja, a remuneração dos fatores estrangeiros utilizados na produção interna é maior do que a remuneração dos fatores internos utilizados no mercado externo. Isto ocorre devido principalmente ao pagamento de juros internacionais relativos à divida externa. Logo, PI > PN . 52 Economia Aberta com Governo Podemos, por fim, relacionar os conceitos: Produto líquido X Produto bruto Produto à custo de X Produto a preços de Fatores mercado Produto nacional X Produto Interno 53 Economia Aberta com Governo PIBpm = PIB à preços de mercado PIBcf = PIB à custo de fatores PIBcf = PIBpm – impostos indiretos + subsídios PILcf= PIL à custo de fatores PILcf = PIBcf - depreciação PNBpm= PNB à preço de mercado PNBpm = PIBpm - RLEE 54 Economia Aberta com Governo Y = C + I + G + (X – M) Como a equação acima representa uma identidade, podemos inferir que quaisquer alterações em uma das variáveis do lado direito afeta o PIB. Mas, como saber se o aumento do PIB em determinado momento não ocorreu em razão do crescimento nos preços? 55 PIB Real versus PIB Nominal O PIB nominal valora a produção de bens e serviços a preços correntes. O PIB real valora a produção de bens e serviços a preços constantes. 56 40 PIB Real versus PIB Nominal Uma visão acurada da economia exige um ajuste do valor nominal para o valor real do PIB através do uso do deflator do PIB. 57 41 Deflator do PIB O deflator do PIB mede o nível corrente dos preços em relação ao nível de preços do ano base. Ele expressa o aumento do PIB nominal que é devido ao aumento de preços. 58 42 Deflator do PIB O deflator do PIB é calculado como: 59 44 Aplicação dos números índices 60 Valores nominais e valores reais: Problema de separar crescimento de preços de crescimentos reais. Ex.: O produto aumentou de $22.950,00 para $32.900,00 entre os dois períodos. Crescimento real ou nominal? Anos 1 2 Produtos Qtd. Preço Valor Qtd. Preço Valor Automóveis (und.) 10 2.000 20.000 10 3.000 30.000 Liquidificadores 30 20 600 30 40 1200 Batatas (t) 10 200 2.000 10 100 1.000 Tecidos (m²) 30 5 150 30 10 300 Bebidas (l) 20 10 200 20 20 400 TOTAL - - 22.950 - - 32.900 61 Índice de Laspeyres: média aritmética ponderada do relativo de preços, com base de ponderação no período inicial. Em relação à tabela anterior, o resultado do L12 = 144. Ou seja, o produto cresceu entre os períodos 1 e 2 devido a um aumento de 44% do nível de preços. 62 Outra tabela: período 1 completo e preços do período 2 são exatamente idênticos. A variação total de valor entre 1 e 2 é de aproximadamente 70%, mas 44%, como vimos, foi decorrente de um efeito nominal. Anos 1 2 Produtos Qtd. Preço Valor Qtd. Preço Valor Automóveis (und.) 10 2.000 20.000 12 3.000 36.000 Liquidificadores 30 20 600 29 40 1160 Batatas (t) 10 200 2.000 11 100 1.100 Tecidos (m²) 30 5 150 31 10 310 Bebidas (l) 20 10 200 21 20 420 TOTAL - - 22.950 - - 38.990 63 Assim, podemos calcular o produto real do período 2, a preços do período 1 (deflacionar): Em que: r2 – é o produto real no período 2 a preços do período 1; R2 – é o produto nominal do período 2; e L12 – é o índice de preços entre 1 e 2. 64 Na medida em que estamos mensurando tudo a preços do período 1, o produto real do período 1 é igual ao produto nominal deste mesmo período. Assim, o crescimento percentual do produto real entre 1 e 2 é: 65 Assim como escolhemos as quantidades do período 1 para efeito do cálculo do índice de preços, poderíamos da mesma forma utilizar as quantidades do período 2, ou seja: Índice de Paasche: média harmônica ponderada do relativo de preços, com base de ponderação no período de referência. 66 O Sistema de Contas Nacionais 67 O Sistema de Contas Nacionais (SCN) O SCN tem como objetivo organizar, na forma de contas, as transações econômicas do país. quanto se produziu quanto se consumiu quanto se investiu quanto se vendeu para o exterior quanto se comprou do exterior 68 O Sistema de Contas Nacionais (SCN) Diferentes bases conceituais e teóricas entre países. Necessidade de realizar comparações internacionais => ONU, responsável pela SNA, fornece, de tempos em tempos, um conjunto de recomendações. A ideia é homogeinizar o SCN entre os países e melhorar as comparações. 69 O Sistema de Contas Nacionais (SCN) Princípio da partida dobrada um lançamento a débito deve sempre corresponder a um outro a crédito; equilíbrio interno: refere-se à exigência de igualdade entre o valor do débito e do crédito em cada uma das contas; equilíbrio externo: implica a necessidade de equilíbrio entre todas as contas do sistema. 70 O Sistema de Contas Nacionais (SCN) Constituído de cinco contas: Capital; Apropriação; Governo; Setor externo; e Capital. Baseado em noções de contabilidade, muitas vezes pouco intuitivas para economistas. Uma forma mais intuitiva, interessante e integrada de apresentar esse sistema é por meio da Matriz de Insumo-Produto (MIP). 71 Matriz de Insumo-Produto (MIP) Mostra todas as transações de forma desagregada de bens intermediários e bens finais da economia em determinado período; Fotografia da estrutura econômica – estática comparativa; Compatíveis com as identidades macroeconômicas básicas. 72 Matriz de Insumo-Produto Fotografia da economia em um determinado período do tempo. 73 Matriz de Insumo-Produto (MIP) Notações e relações fundamentais Para representar a estrutura completa de insumo-produto suponha: - Economia pequena com dois setores (1 e 2) - Demanda final formada por: consumo das famílias ( C ), investimento (I), compras do governo (federal, estadual e local) (G) e, vendas para o setor externo (exportações – E). 74 Matriz de Insumo-Produto (MIP) Notações e relações fundamentais Tabela de fluxos para uma economia de dois setores 75 Matriz de Insumo-Produto (MIP) Notações e relações fundamentais Portanto, Componentes do setor de pagamentos(remuneração dos fatores de produção) dos dois setores (1 e 2) Remuneração do fator trabalho - L1 e L2 Demais itens do valor adicionado (serviços do governo – impostos), capital (juros), terra (aluguel), empreendimento (lucro) – N1 e N2. 76 Matriz de Insumo-Produto (MIP) Notações e relações fundamentais O total do valor adicionado será: Neste caso os valores das importações também serão classificados no setor de pagamentos – M1 e M2 Portanto, o gasto total no setor de pagamentos pelo setor 1 e 2 será: 77 Matriz de Insumo-Produto (MIP) 78 Notações e relações fundamentais Somando a coluna de produto total, teremos a produção total bruta da economia. Este mesmo valor pode ser encontrado somando os valores da última linha, ou seja: Igualando as duas expressões anteriores, teremos a seguinte relação: (Novo) Sistema de Contas Nacionais no Brasil 79 SCN no Brasil Antigo sistema vigorou até 1996 Novo SCN segue recomendações da ONU (1993) Um dos instrumentos mais importantes do novo sistema é a inclusão da TRU Informações desagregadas por setor Integração com a MIP Contas Econômicas Integradas (CEI) – três grupos de contas: bens e serviços (resume as informações da TRU), produção, renda e acumulação e operações correntes com o resto do mundo. 80 Plan1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Extrativa Construção Manufatura Comércio Serviços Demanda Gastos Outras demandas Exportações Demanda Demanda Total da Ind das Famílias finais locais Final Total Total 1 Extrativa 183 31 599 6 73 892 99 88 596 783 1675 2 Construção 14 1 43 14 293 365 0 1803 353 2156 2521 3 Manufatura 142 414 1390 110 356 2412 1275 1130 9344 11749 14161 4 Comércio 52 224 520 72 257 1125 2563 161 970 3694 4819 5 Serviços 102 221 862 558 1990 3733 4262 523 2828 7613 11346 6 Total dos Insumos Locais 493 891 3414 760 2969 8527 8199 3705 14091 25995 34522 7 Famílias 595 665 3696 2385 4603 11944 100 2524 0 2624 14568 8 Outros pagamentos 261 191 1624 1365 2402 5843 (3789) (943) (1098) (5830) 13 9 Importações 325 773 5428 311 1372 8209 3778 1057 (12994) (8159) 50 10 Total dos pagto finais 1181 1629 10748 4061 8377 25996 88.8 2638 (14092) (11365) 14631 11 Insumos Totais 1674 2520 14162 4821 11346 34523 8287.8 6343 (1) 14630 49153 Plan2 Plan3 Plan1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Extrativa Construção Manufatura Comércio Serviços Demanda Gastos Outras demandas Exportações Demanda Demanda Total da Ind das Famílias finais locais Final Total Total 1 Extrativa 183 31 599 6 73 892 99 88 596 783 1675 2 Construção 14 1 43 14 293 365 0 1803 353 2156 2521 3 Manufatura 142 414 1390 110 356 2412 1275 1130 9344 11749 14161 4 Comércio 52 224 520 72 257 1125 2563 161 970 3694 4819 5 Serviços 102 221 862 558 1990 3733 4262 523 2828 7613 11346 6 Total dos Insumos Locais 493 891 3414 760 2969 8527 8199 3705 14091 25995 34522 7 Famílias 595 665 3696 2385 4603 11944 100 2524 0 2624 14568 8 Outros pagamentos 261 191 1624 1365 2402 5843 (3789) (943) (1098) (5830) 13 9 Importações 325 773 5428 311 1372 8209 3778 1057 (12994) (8159) 50 10 Total dos pagto finais 1181 1629 10748 4061 8377 25996 88.8 2638 (14092) (11365) 14631 11 Insumos Totais 1674 2520 14162 4821 11346 34523 8287.8 6343 (1) 14630 49153 Plan2 Produção Demanda Final Distribuuição Produção Total II I Estrutura Padrão de consumo Inter-industrial Pagamento Final III IV Rendas Transferências Insumo Total Plan3 Setores compradores 1 2 ... i ... n Setores Vendedores 1 2 i n Setores compradores Demanda Final Produto Total 1 2 (Y) (X) Setores 1 C1 I1 G1 E1 X1 Produtivos 2 C2 I2 G2 E2 X2 Setor de Valor L1 L2 Lc Li Lg Le L Pagamentos Adicionado N1 N2 Nc Ni Ng Ne N (W) M1 M2 Mc Mi Mg Me M Produto Total (X) X1 X2 C I G E X MBD00016219.unknown MBD00019D12.unknown MBD0001C54C.unknown MBD00037E31.unknown MBD0003830C.unknown MBD00038542.unknown MBD00038158.unknown MBD0001D1D1.unknown MBD0001D454.unknown MBD0001CEF7.unknown MBD0001A037.unknown MBD0001A200.unknown MBD00019E91.unknown MBD000192F8.unknown MBD000195BB.unknown MBD00019735.unknown MBD0001944E.unknown MBD0001677E.unknown MBD00016927.unknown MBD00016588.unknown MBD00014535.unknown MBD00015ABC.unknown MBD00015C96.unknown MBD000158AC.unknown
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