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Educação Formal e Informal na Psicologia da Educação

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Psicologia - Psicologia da Educação I - Sandra Armoa - UNIGRAN
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1 INTRODUÇÃO
“A educação escolar é qualitativamente 
diferente da educação no sentido amplo. Na escola, a 
criança se depara com uma tarefa particular: aprende 
as bases dos estudos científicos, ou seja, um sistema 
de concepções científicas”. (LEONTIEV)
Muitas vezes, cometemos o erro de pensar que a aprendizagem começa apenas na 
escola. No entanto, o processo de aprendizagem e desenvolvimento tem início a partir do 
momento em que o sujeito começa a interagir com o meio social e cultural no qual vive.
A sala de aula não é o início do aprendizado. A criança, quando chega à escola, já 
possui conhecimentos acerca da construção de hipóteses e conhecimentos sobre o mundo, 
ou seja, já adquiriu conhecimentos através do processo de Educação Informal. A família, os 
amigos, os meios de comunicação de massa, as experiências vivenciadas, enfim, todos os 
espaços em que o ser humano atua, compõem o contexto da Educação Informal.
Aula 02
 EDUCAÇÃO FORMAL E 
EDUCAÇÃO INFORMAL
Psicologia - Psicologia da Educação I - Sandra Armoa - UNIGRAN
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Contudo, é na escola que acontece a educação formal, ela é uma instituição social 
que exerce a função pela educação sistemática de crianças, jovens e adultos, buscando fazer 
a mediação entre indivíduo e a sociedade. Assim, a Educação Formal pretende fazer esta 
mediação através do ensino sistemático, organizado, planejado.
É sobre estes dois tipos de educação que este tópico se refere. Procuraremos 
demonstrar a localização e inserção dos pressupostos apresentados anteriormente, nessas 
duas formas de ensinar e aprender, a formal e a informal.
Salientamos que não estamos defendendo uma forma em detrimento da outra, pois 
uma complementa a outra. Bom estudo...
2 A EDUCAÇÃO INFORMAL
“... ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na 
escola, de um modo ou de muitos, todos nós envolvemos pedaços de vida 
com ela; para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, 
para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com 
a educação” (BRANDÃO, 1982).
Vamos iniciar nossa discussão frente à questão da educação informal. Para isso, 
teremos como ponto de partida a criança em seu contexto.
Prezado(a) acadêmico(a), acompanhe a linha de raciocínio a seguir e estabeleça 
alguma reflexões a partir do seu próprio aprendizado e desenvolvimento no viés da educação 
informal.
A criança, desde o seu primeiro dia de vida, encontra-se exposta aos elementos 
culturais produzidos historicamente e à presença do outro, como agente mediador, entre 
ela e o mundo. Deste modo, ela encontra-se envolta um processo de aprendizagem e 
desenvolvimento.
Embora o outro, ao fazer a mediação entre ela e o mundo, não planeje sua ação de 
forma sistemática, com teorias e métodos científicos, a criança aprende a falar, a gesticular, 
adquire conhecimento sobre os objetos que a rodeiam, utiliza os utensílios construídos 
(garfo, faca, copo, etc.), enfim, ela vai se comportando de acordo com suas necessidades e 
possibilidades.
Todas essas atividades foram sempre mediadas pelo outro, sendo este o grande 
responsável pela apropriação do mundo pela criança. São esses elementos apropriados do 
mundo exterior, pela mediação do outro, que possibilitam o desenvolvimento do organismo 
e a aquisição das capacidades superiores tipicamente humanas. Ou seja, a educação informal 
assume também um papel importante no aprendizado e desenvolvimento do ser humano.
Veja só como a educação informal é importante e não pode ser desqualificada. 
O cotidiano vivenciado, experienciado e observado pela criança produz aprendizado e 
Psicologia - Psicologia da Educação I - Sandra Armoa - UNIGRAN
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desenvolvimento. Ela vivencia um conjunto de experiências e opera sobre todo o material 
cultural.
Por exemplo, antes de ela estudar matemática na escola, já teve contato com 
quantidades e, assim, já lidou com noções matemáticas. Esse exemplo pode se estender pelas 
demais áreas de conhecimento.
Pense em todos os conceitos e conhecimentos que, você, acadêmico, já possuía ao 
ingressar na escola, ou na educação formal. Lembrou?
Deste modo, podemos compreender uma distinção entre os conhecimentos advindos 
da experiência pessoal, concreta e cotidiana das crianças, os quais chamaremos de conceitos 
espontâneos, com aqueles advindos da sala de aula, por meio do ensino sistemático, ou seja, 
da educação formal, que são denominados de conhecimentos científicos.
A partir do seu dia-a-dia, de seu cotidiano, a criança pode construir o conceito de 
“cachorro”. Esta palavra resume e generaliza as características deste animal (não importam 
o tamanho, a raça, a cor, a constituição genética, possíveis doenças, etc..) e o distingue de 
outras categorias, como mesa, sofá, gato, comida. Ou seja, são conhecimentos, aprendizagens 
adquiridas através da experiência e observação.
Por outro lado, na escola, numa aula de ciência, o professor trabalhará o conceito 
de “cachorro”, ampliando o conceito e tornando-o mais abstrato e abrangente possível. Os 
conceitos científicos se relacionam aos eventos que não estão diretamente relacionados à 
acessibilidade no viés da observação ou ação imediata.
Apesar de diferentes, os dois conceitos estão intimamente relacionados e se 
influenciam mutuamente, pois fazem parte de um mesmo processo de formação de conceitos. 
Assim, a educação informal relaciona-se com a Educação Formal.
Brandão (1982) afirma que não existe uma forma única, nem um único modelo de 
educação. A escola não é o único lugar onde ela acontece e, talvez, em função do modo como 
se estrutura, nem seja a melhor. Assim, o ensino escolar não é a única prática e o professor 
profissional não é o único praticante.
Muitas pessoas simplificam esses conceitos e os confundem, compreendendo que o 
ser humano é uma tabula rasa e nela são inseridos os conteúdos através da educação informal 
e formal. NÃO É ISSO. Pois, o sujeito, ao se apropriar dos conhecimentos, os significa e os 
transforma. 
O exemplo a seguir auxiliará nesta compreensão:
Psicologia - Psicologia da Educação I - Sandra Armoa - UNIGRAN
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Mesmo após a inserção do sujeito na educação formal, os conhecimentos advindos 
da educação informal continuam se produzindo. Pense, nesse momento, nos adolescentes 
quando recebem aulas sobre orientação sexual. Há muitos conceitos produzidos na educação 
informal que continuarão a preexistir. Questões de gênero também são um ótimo exemplo.
A inserção na educação formal não anula a educação informal. Vejamos agora as 
implicações da educação formal no aprendizado e desenvolvimento dos seres humanos.
3 EDUCAÇÃO FORMAL
A escola é o lugar onde acontece a Educação Formal, 
e esta, por sua vez, tem a função primordial de fazer a mediação 
entre o indivíduo e a cultura. Até aqui não encontramos nenhuma 
dificuldade. Vamos avançar nessa concepção.
O processo de mediação que a escola faz entre o indivíduo e 
a cultura não é espontâneo, como na educação informal; ela o realiza 
de forma sistemática e planejada, é uma ação intencional. Assim, ao inserir-se no mundo 
escolar, o ser humano tem seu aprendizado e desenvolvimento acelerados, pois a escola, ao 
provocar situações de aprendizagem, provoca e altera o desenvolvimento humano.
Os professores e os colegas constituem um conjunto de mediadores da cultura, 
provocando um grande avanço no desenvolvimento das crianças e adolescentes inseridos no 
processo escolar.
Nesse momento, você deve estar se perguntando: como os sujeitos aprendem? Qual 
o papel do professor nesta relação? O que caracteriza o processo de ensino-aprendizagem? 
Passaremos, a seguir, a discorrer sobre essas questões. 
O processo de ensino-aprendizagem desenvolvido no contexto escolar, ou seja, na 
educação formal, deve ser planejadoe projetado para intervir na Zona de Desenvolvimento 
Proximal, pois, os processos que já foram consolidados, não necessitam da ação externa 
para serem ativados, e os processos que ainda não se iniciaram também não, porque não se 
beneficiarão dessa intervenção. Analise o exemplo a seguir.
Para uma criança que já sabe andar de bicicleta, o ensino desta habilidade seria 
completamente sem efeito. Para um bebê, a ação de um adulto tentando ensiná-lo a andar 
de bicicleta, é também sem efeito, pois essa habilidade está muito distante do horizonte 
de desenvolvimento de suas funções psicológicas. Somente será beneficiada com a ação 
de ensinar a andar de bicicleta, a criança que ainda não aprendeu bem a fazê-lo, mas já 
desencadeou o processo de desenvolvimento desta habilidade.
Conforme afirma Oliveira (2003), a implicação dessa concepção à educação é de 
suma importância. Se o aprendizado promove o desenvolvimento, então a escola assume 
um papel fundamental na construção do ser psicológico adulto dos indivíduos, que estão 
inseridos em sociedades escolarizadas.
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Para a efetivação da afirmação feita na citação anterior, torna-se imprescindível que 
o professor e a escola conheçam o nível de desenvolvimento real de seus alunos, e passem a 
intervir nos estágios de desenvolvimento ainda não incorporados pelos alunos, e, não mais, 
dirigir o ensino para os estágios já alcançados. Deste modo, o ensino funcionará como um 
promotor de novas conquistas psicológicas.
Assim, podemos concluir que, para as crianças, os adolescentes e os adultos que 
freqüentam o contexto escolar, a educação formal, ou seja, o aprendizado escolar, é o elemento 
essencial no seu desenvolvimento.
Diferente da educação informal, o aprendizado na educação formal, o da escola é 
um resultado desejável, é o próprio objetivo do processo escolar, sendo a intervenção um 
processo pedagógico privilegiado.
Desta maneira, o papel central do professor é intervir na Zona de Desenvolvimento 
Proximal, provocando avanços que não aconteceriam de forma espontânea, na educação 
informal.
Preste muita atenção, pois o aprendizado, quando organizado e planejado de forma 
coerente com o nível de desenvolvimento proximal do aluno, resulta em desenvolvimento 
mental, colocando em movimento os processos que seriam impossíveis de acontecer. 
Verifique que o aprendizado antecede o desenvolvimento, e não é um processo já completo.
Vale ressaltar que alguns instrumentos utilizados pela escola, tais como assistência, 
fornecimento de pistas, instruções e demonstrações, são fundamentais para o “bom senso”. 
Isto é, tais procedimentos provocam o adiantamento do desenvolvimento.
De forma sintetizada, podemos considerar que a intervenção do professor é 
fundamental para o desenvolvimento do indivíduo. Não podemos deixar de evidenciar a 
importância da interação entre os alunos. O contexto de sala de aula é sempre composto 
por uma diversidade cultural, social e econômica por parte dos alunos. Os conhecimentos 
já adquiridos por eles são os mais diversos; assim, tanto o professor como o aluno são 
mediadores no processo de ensino-aprendizagem.
Vamos recorrer a Bock (2002) para finalizarmos este tópico. Autora descreve 
que a partir dessas concepções a escola torna-se um novo lugar – um espaço que deve 
privilegiar o contato social entre seus membros e torná-los mediadores da cultura produzida 
historicamente. Professores e alunos são parceiros nesta tarefa social. O aluno jamais 
poderá ser concebido como alguém que não pode aprender, possuidor de algo interno que 
impossibilita a aprendizagem. Qualquer dificuldade, nesse processo, deve ser entendida e 
analisada como uma responsabilidade de todos os envolvidos. Não existe aprendizagem que 
não promova desenvolvimento e por sua vez, não existe desenvolvimento que não prescinda 
da aprendizagem. Aprender é estar com o outro, na interação com a cultura, com os bens 
produzidos. O professor torna-se figura fundamental, e os amigos e colegas de classe são 
parceiros importantes. O planejamento das atividades é tarefa essencial e, a escola, o lugar 
de construção humana.
Psicologia - Psicologia da Educação I - Sandra Armoa - UNIGRAN
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O desafio está lançado. Cabe a nós, mestres, nos 
apropriarmos dessas concepções e promover, junto com a 
psicologia, mudanças significativas no processo educacional.

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