Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 ALELOPATIAALELOPATIA MANEJO DE PLANTAS INVASORASMANEJO DE PLANTAS INVASORAS Prof. D.Sc. Oscar M. YamashitaProf. D.Sc. Oscar M. Yamashita A defesa natural das plantas INTRODUÇÃO � Plantas superiores � notável capacidade de sintetizar, acumular e secretar grande variedade de metabólitos secundários, � ALELOQUÍMICOS � que não parecem estar relacionados diretamente com nenhuma função do metabolismo primário, � mas provavelmente estão associados a mecanismos ou estratégias químicas de adaptação às condições ambientais Introdução � Alelopatia � Do grego Allelon � um ao outro pathos � causar doença, sofrimento NEOLOGISMO UMA PLANTA AFETANDO A OUTRA ALELOPATIA � NO SENTIDO PRIMÁRIO IDÉIA DE UMA AÇÃO PREJUDICIAL OU AÇÃO BENÉFICA, ESTIMULANTE 2 Alelopatia - histórico Alelopatia - histórico Utilidade humana Alelopatia - histórico COMPROVAÇÃO DA ALELOPATIA ALELOPATIA “O efeito prejudicial de uma planta sobre outra, mediante a ação de compostos químicos, tem merecido, ultimamente, a atenção de muitos cientistas pela sua importância na Ecologia e na Agronomia” Durigan e Almeida, 1993 3 INTERAÇÕES � INTERFERÊNCIAS � Interações que se desencadeiam entre os indivíduos das comunidades. � Termo muito amplo � Necessidade de divisões INTERFERÊNCIAS � ALELOSPOLIA ou COMPETIÇÃO � interferência causada pelos organismos ao retirarem do ambiente elementos vitais como � Água � Luz � Nutrientes Baixando o seu teor a níveis que prejudiquem o desenvolvimento normal de outros INTERFERÊNCIAS � ALELOPATIA � interferência provocada pela introdução de substâncias químicas produzidas por certos indivíduos e que, no ambiente, afetam os outros componentes da comunidade INTERFERÊNCIAS � ALELOMEDIAÇÃO ou INTERFERÊNCIA INDIRETA � são as provocadas pelas alterações que alguns indivíduos promovem ao ambiente físico ou biológico, com reflexos nos seres vizinhos. NA NATUREZA, ESSES MECANISMOS ATUAM CONCOMITANTEMENTE (difícil de distinguir e identificar efeitos individuais) ALELOPATIA � ALELOPATIA INIBITÓRIA � Alelo - � ALELOPATIA BENÉFICA OU ESTIMULANTE � Alelo + ALELOPATIA � ALELOPATIA � Ação indireta de uma planta sobre outra � As plantas vivas ou restos vegetais liberam substâncias a partir das raízes ou folhas para o ambiente � Substâncias tóxicas, estimulantes ou inócuas 4 NATUREZA DAS SUBSTÂNCIAS ALELOPÁTICAS � Um mesmo organismo pode produzir diversos aleloquímicos � Desencadeiam diversas interações � Sintomas são observados pelo conjunto dos efeitos � Dificuldade de identificar e isolar, estabelecendo qual deles provocou efetivamente os sintomas observados NATUREZA DAS SUBSTÂNCIAS ALELOPÁTICAS � Não se conhece com exatidão como esses produtos são formados nas células � Metabolismo celular? � Armazenamento em vacúolos? � Finalidades específicas? � Autotoxicidade? � Síntese? � Produtos secundários? NATUREZA DAS SUBSTÂNCIAS ALELOPÁTICAS � Conhece-se atualmente � 10.000 produtos secundários � e supõe-se que hajam 100.000 AGRUPAMENTO DESSES PRODUTOS � Gases tóxicos, ácidos orgânicos e aldeídos, ácidos aromáticos, lactonas simples insaturadas, coumarinas, quinonas, flavonóides, taninos, alcalóides, terpenóides e esteróides, diversos NATUREZA DAS SUBSTÂNCIAS ALELOPÁTICAS � GASES TÓXICOS � Tecidos de plantas � altas concentrações de glicosídeos cianogênicos � Amigdalina, durina, linamarina � Podem liberar HCN � HCN � inibe a germinação de sementes e crescimento radicular de diversas plantas � Algumas plantas de regiões desérticas � liberação de monoterpenóides voláteis (cânfora e cineolo) � propriedades herbicidas NATUREZA DAS SUBSTÂNCIAS ALELOPÁTICAS � ÁCIDOS ORGÂNICOS E ALDEÍDOS � Ácidos málico e cítrico � inibidores da germinação de sementes � Ácido tricarboxílicos� toxicidade de resíduos de sorgo sobre culturas � Ácidos simples alifáticos � a partir da decomposição anaeróbica de resíduos vegetais � impedem a germinação de sementes NATUREZA DAS SUBSTÂNCIAS ALELOPÁTICAS � ÁCIDOS AROMÁTICOS � Diversos ácidos aromáticos, aldeídos, fenóis (derivados do ácido cinâmico e benzóico) � propriedades alelopáticas � Derivados do ácido cinâmico� Clorogênico, p- coumárico, ferúlico, caféico � Derivados do ácido benzóico � p-hidroxibenzóico, siríngico e vanílico� presentes em resíduos de trigo, milho, sorgo e aveia � Glicosídeos cianogênicos� degradação e formação de aldeídos aromáticos fitotóxicos (p- hidroxibenzaideído em sorgo; amigdalina em pessegueiro) 5 NATUREZA DAS SUBSTÂNCIAS ALELOPÁTICAS � LACTONAS SIMPLES INSATURADAS � Inibidoras de germinação � Ácido parasórbico, patulina � Patulina identificada em Penicillium urticae � resíduos de trigo � inibição do desenvolvimento de milho NATUREZA DAS SUBSTÂNCIAS ALELOPÁTICAS � COUMARINAS � São lactonas do ácido hidroxicinâmico � Esculina e psoraleno� fortes inibidores da germinação (encontrados em cereais) � Exudação de escopoletina fluorescente � alguns genótipos de aveia � Psoraleno� inibea germinação de alface, mesmo em concentrações muito baixas NATUREZA DAS SUBSTÂNCIAS ALELOPÁTICAS � QUINONAS � Juglona� identificada com tóxica para as plantas � Encontrada nas folhas e frutos da nogueira (Juglans nigra) � impede o desenvolvimento de outras espécies sob sua copa � Alguns autores atribuem ás quinonas (formadas pela oxidação de produtos fenólicos) � resistência de plantas a patógenos NATUREZA DAS SUBSTÂNCIAS ALELOPÁTICAS � FLAVONÓIDES � Freqüentes em plantas superiores � Florizina (macieira) � inibidora do crescimento de plântulas da mesma espécie � Diversos flavonóides� responsáveis pela composição específica das comunidades florísticas das savanas e do substrato das florestas de carvalho nos EUA NATUREZA DAS SUBSTÂNCIAS ALELOPÁTICAS � TANINOS � Taninos hidrolisáveis � éstereis do ácido gálico � Taninos condensados � misturas complexas de diversos ácidos fenólicos � Inibidores da germinação de sementes, do crescimento de plântulas e bactérias fixadoras de N e das nitrificantes do solo NATUREZA DAS SUBSTÂNCIAS ALELOPÁTICAS � ALCALÓIDES � Compostos cíclicos contendo N em sua cadeia � Potentes inibidores da germinação (tabaco, café, cacau) � Mais conhecidos � cocaína, fisostigmina, cafeína, quinina, quinconina, estriquinina, berberina e codeína � Alguns microorganismos produzem alcalóides � ácido fusárico e alfa-picolínico 6 NATUREZA DAS SUBSTÂNCIAS ALELOPÁTICAS � TERPENÓIDES e ESTERÓIDES � Monoterpenóides formam a maioria dos óleos essenciais das plantas � Identificados com maiores potencialidades inibitórias � Salvia, Eucalipto e Artemisia� elaboram produtos voláteis (canfeno, dipenteno, alfa- pineno e beta-pineno) � Digitoxigenina e estrofanditina� forte atividade antimicrobiana NATUREZA DAS SUBSTÂNCIAS ALELOPÁTICAS � DIVERSOS � Ácidos graxos de cadeias longas � Álcoois � Polipeptídeos � Nucleosídeos Muitos outros, porém, envolvidos no processo, ainda não foram identificados FUNÇÃO NOS ORGANISMOS FUNÇÃO NOS ORGANISMOS “As plantas, apesar de auferirem a vantagem de ser autotróficas, são imóveis, não podendo, por isso, escapar ao ataque de seus inimigos. É pois, compreensível que, com a escassez de outras alternativas, utilizem com maior intensidade do que os animais, a estratégia dos produtos químicos para sua defesa” LOWETT, 1982 FUNÇÃO NOS ORGANISMOS � PREVENÇÃO DA DECOMPOSIÇÃO DAS SEMENTES � INTERFERÊNCIA NA DORMÊNCIA E GEMAS � INFLUENCIAM NA RELAÇÃO COM OUTRAS PLANTAS, MICROORGANISMOS, ANIMAIS E O HOMEM INFLUÊNCIA - EXEMPLOS � Milho dente-de-cavalo � resistência ao ataque de brocas pela presençade BENZOXAZOLINONA 7 INFLUÊNCIA - EXEMPLOS � No algodoeiro, o gossipol inibe o crescimento da lagarta Heliothis spp. INFLUÊNCIA - EXEMPLOS � Resistência da cevada ao pulgão Schizaphis graminum (fenóis) INFLUÊNCIA - EXEMPLOS � As ecdisonas regulam o processo de instares nos insetos, mas são encontrados também em samambaias e gimnospermas (larvas consomem essas plantas, passam por ínstares extras e originam adultos deformados). INFLUÊNCIA - EXEMPLOS � Lecitinas comuns em muitas leguminosas, são repelentes a algumas espécies, como o feijoeiro em relação a alguns escaravelhos INFLUÊNCIA - EXEMPLOS � Contra animais superiores � estes se alimentam principalmente pela palatabilidade � A maior parte das substâncias tóxicas tem sabor amargo e/ou adstringente � HCN � altamente venenoso, com paladar desagradável INFLUÊNCIA - EXEMPLOS � Algumas Samambaias são cianogênicas � Ovelhas e veados distinguem-nas, alimentando-se apenas das não- cianogênicas 8 INFLUÊNCIA - EXEMPLOS � Alcalóides possuem gosto amargo � Gorilas e macacos reconhecem pelo gosto as espécies que as contém, e rejeitam-nas como alimento INFLUÊNCIA - EXEMPLOS � Gambá� vegetais que possuem salicina (produto tóxico e com paladar desagradável) INFLUÊNCIA - EXEMPLOS � Frutos verdes são ricos em TANINOS (gosto desagradável) � A medida que amadurecem, são polimerizados, tornando-se apetecíveis para os animais que deles se alimentam Barbatimão (Stryphnodendron adstringens) Espécie rica em tanino � Abrunheiro bravo (Prunnus spinosa L.) Aleloquímicos ALELOQUÍMICOS � Objeto de pesquisa como complemento ou alternativa ao uso de herbicidas � Maioria � resultante do metabolismo secundário � Vantagens à ação de organismos � Vírus � Fungos e bactérias � Outros patógenos � Predadores � Inibem a atividade desses organismos ou � Estimulam o crescimento e desenvolvimento das plantas 9 ALELOQUÍMICOS � Compostos secundários lançados no ambiente afetam � Crescimento � Estado sanitário � Comportamento e biologia da população de organismos de outra espécie EsquematizaEsquematizaçção da provão da prováável seqvel seqüüência de sência de sííntese das substâncias ntese das substâncias que apresentam efeitos alelopque apresentam efeitos alelopááticos sobre os vegetaisticos sobre os vegetais piruvatos carboidratos Ácido D-hidrosímico Ácido chiquímico aminoácidos Derivados do ác.cinâmico flavonóides acetatos Ácido mevalônico Terpenóides esteróides Taninos hidrolisáveis Ácidos gálico e protocatético Ácidos digálico Aminoácidos e polipeptídeos alcalóides e cianohidrinos óleos gicosídeos nucleosídeos e purinas Fenóis simples ácido benzóico cumarinas Taninos condensáveis Ácidos orgânicos solúveis em água, aldeídos alifáticos, lactonas, ácidos graxos, quinonas diversas Tipos de aTipos de açção alelopão alelopáática que podem ocorrer entre tica que podem ocorrer entre espespéécies diferentes de plantas em convivênciacies diferentes de plantas em convivência Planta infestantePlanta infestante Planta infestantePlanta infestante Planta cultivadaPlanta cultivada Planta cultivadaPlanta cultivada Planta infestantePlanta cultivada Planta infestantePlanta cultivada Planta infestantePlanta cultivada Planta infestantePlanta cultivada Planta cultivadaPlanta infestante Planta cultivadaPlanta infestante Planta infestantePlanta cultivada Planta infestantePlanta cultivada Alelo + Alelo + Alelo - Alelo + Alelo - Alelo - Alelo + Alelo + Alelo + Alelo - Alelo - Alelo + Alelo - Alelo + Alelo - Alelo - AUTO-ALELOPATIA ““Processo em que os Processo em que os metabmetabóólitoslitos secundsecundáários podem inibir a prrios podem inibir a próópria pria planta que os produziu applanta que os produziu apóós serem s serem transferidos para o ambientetransferidos para o ambiente”” Rice, 1984 LIBERAÇÃO NO MEIO AMBIENTE SUBSTÂNCIAS ALELOPÁTICAS LIBERAÇÃO NO MEIO AMBIENTE �Muitos dos produtos são autotóxicos e as plantas dispõe de mecanismos de defesa contra eles � Manutenção desses produtos biologicamente inativos � Isolá-los em compartimentos das células (enzimas e antienzimas) � Volatilização dos metabólitos tóxicos (terpenos) 10 LIBERAÇÃO DOS ALELOQUÍMICOS NO AMBIENTE � ASSOCIADA AO ESTRESSE AMBIENTAL � REGULADO GENETICAMENTE �MAIOR PRODUÇÃO EM PLANTAS MAIS VELHAS � PODE SER COMPARTIMENTALIZADO PARA EVITAR A AUTO-ALELOPATIA LIBERAÇÃO � VOLATILIZAÇÃO � Comum em plantas aromáticas (fedegoso, mentrasto e eucalipto) LIBERAÇÃO � EXUDAÇÃO DE RAÍZES � Difícil de ser identificado � Exemplo de juglone nas nogueiras LIBERAÇÃO LIXIVIAÇÃO � Remoção das substâncias alelopáticas através da água das chuvas, orvalho ou neblina (plantas vivas ou em decomposição) SUBSTÂNCIAS ALELOPÁTICAS LIBERAÇÃO NO MEIO AMBIENTE � A quantidade e a natureza química dos exudatos diferem com: � Espécie e idade da planta � Temperatura � Intensidade luminosa � Disponibilidade de nutrientes � Atividade microbiana da rizosfera � Composição do solo em que se encontram as raízes SUBSTÂNCIAS ALELOPÁTICAS LIBERAÇÃO NO MEIO AMBIENTE � Tiririca amarela (Cyperus esculentus) afeta o crescimento tanto de plantas cultivadas como silvestres que se desenvolvem junto dela. � Caruru � Ançarinha-branca � Capim-arroz 11 MECANISMOS DE AÇÃO � Se a identificação das substâncias alelopáticas é deficiente, o conhecimento do seu modo de ação é ainda maior. �� Os efeitos observados:Os efeitos observados: �� São causados diretamente pelas São causados diretamente pelas substâncias tsubstâncias tóóxicas?xicas? �� Constituem efeitos secundConstituem efeitos secundáários? rios? MECANISMOS DE AÇÃO � OS PRINCIPAIS PROCESSOS AFETADOS SÃO: � Efeitos na assimilação de nutrientes: os ácidos fenólicos são responsáveis pela redução na absorção de micro e macronutrientes em diversas espécies MECANISMOS DE AÇÃO � Efeitos no crescimento: várias substâncias alelopáticas afetam os hormônios responsáveis pelo crescimento (AIA e GA). Alguns taninos inibem a ação de giberelinas em plântulas de ervilha. MECANISMOS DE AÇÃO � Efeitos na fotossíntese: algumas substâncias alelopáticas afetam o transporte de elétrons e a fosforilação nos cloroplastos de maneira semelhante a alguns herbicidas inibidores da fotossíntese ácidos fenólicos, coumarinas, polifenóis e flavonóides). MECANISMOS DE AÇÃO � Efeitos sobre a respiração: juglona reduz em 90% a respiração nas raízes do milho. � O macerado de folhas de Artemisia acelera a respiração em pepino. 12 MECANISMOS DE AÇÃO � Efeitos na síntese de proteínas: os ácidos fenílicos e as coumarinas impedem a incorporação de carbono nas proteínas da sementes e dos embriões de rosas e, as quinonas, nas das algas MECANISMOS DE AÇÃO � Efeitos na permeabilidade da membrana celular: a permeabilidade iônica da plasmalema é alterada por diversas substâncias alelopáticas. � O ácido salicílico provoca perdas consideráveis de K+ do plasmalema e do tonoplasto das células MECANISMOS DE AÇÃO � Efeitos na atividade enzimática: ácidos clorogênico e caféico � impedem a fosforilase da batata. ALELOPATIA NAS COMUNIDADES FLORÍSTICAS NATURAIS “A capacidade de as plantas produzirem substâncias alelopáticas, e a natureza química dessas substâncias, diferem entre as espécies, assim como a suscetibilidade destas aos aleloquímicos liberados por outras”. Durigan & Almeida, 1993 ALELOPATIA NAS COMUNIDADES FLORÍSTICAS NATURAIS � Como consequênciadessa variabilidade: � Algumas plantas são favorecidas � Outras espécies são prejudicadas ISSO INFLUENCIA NA COMPOSIISSO INFLUENCIA NA COMPOSIÇÇÃO ÃO ESPECESPECÍÍFICA E QUANTITATIVA DAS FICA E QUANTITATIVA DAS COMUNIDADES FLORCOMUNIDADES FLORÍÍSTICAS, TANTO STICAS, TANTO NO NO ESPAESPAÇÇOO COMO NO COMO NO TEMPOTEMPO 13 ALELOPATIA NAS COMUNIDADES FLORÍSTICAS NATURAIS BOOTH (1941) � regeneração de terrenos agrícolas abandonados (Oklahoma - EUA) � 4 fases: � Ervas pioneiras (2 a 3 anos; população mista de gramíneas e folhas largas anuais) � Gramíneas anuais (8 a 13 anos; dominada por Aristida oligantha) � Gramíneas perenes (até 20 anos; predomina o Andropogon scoparius) � Savana (posterior a fase anterior) ALELOPATIA NAS COMUNIDADES FLORÍSTICAS NATURAIS � RICE (1977) � continuou a pesquisa de BOOTH e demonstrou: � O rápido desaparecimento das plantas do primeiro estádio era devido a produção, pelas espécies pioneiras, de substâncias alelopáticas de toxicidade inter e intra- específica (ácido clorogênico, gálico, tânico, coumárico e p-hidroxibenzaldeído) ALELOPATIA NAS COMUNIDADES FLORÍSTICAS NATURAIS � RICE (1977) � continuou a pesquisa de BOOTH e demonstrou: � Aristida oligantha � que substitui a primeira comunidade � afetada pelos aleloquímicos, beneficiando-se pois estimulou seu desenvolvimento ALELOPATIA NAS COMUNIDADES FLORÍSTICAS NATURAIS � RICE (1977) � continuou a pesquisa de BOOTH e demonstrou: � A espécie Aristida oligantha exudou no solo aleloquímicos que são inibidores de bactérias fixadoras de N, o que impediu a colonização de espécies exigentes nesse elemento. � Com o passar do tempo, o teor de N vai aumentando paulatinamente, permitindo instalação de gramíneas como Andropogon scoparius se desenvolverem, até a constituição da savana. Exemplo de auto-alelopatia � Feijão-miúdo (Vigna unguiculata) � Cultivos sucessivos na mesma área Exemplo de auto-alelopatia � Pessegueiros, citrus e macieiras � Cultivos sucessivos na mesma área 14 Liberação de substâncias alelopáticas � Volatilização � Exudação radicular � Lixiviação � Decomposição de folhas e ramos Absorção de substâncias alelopáticas � Terpenóides (mono e sesquiterpenos). � Absorvidos diretamente pela cutícula das plantas vizinhas (vapores ou condensados no orvalho). � Ou ainda alcançar o solo e ser absorvido pelas raízes. Aleloquímicos produzidos por espécies de Eucalipto Agliconas fenólicas, glicosídeos, terpenóides, além dos ácidos gentísico, elágico, sináptico e caféico E. viminalis Fenóis e terpenosE. Teraticornis Terpenóides e fenóisE. Regnans Alfa-pireno, campfeno, cineol, além de ácidos clorogênico, ferúlico, p- cumárico e caféico E. Microtheca Óleos voláteis, limoneno, cineol, taninos e monoterpenos, além de ácidos clorogênicos, ferúlico, p-cumárico, caféico, gálico e elágico E. Globulus Óleos voláteis, cineol e limonenoE. Citriodora Cineóis, terpenos, pirenos, fenóis, além de ácidos gálico, ferúlico, p-cumarico, clorogênico e acféico E. Camaldulensis Glicosídeos, fenóis, terpenóides, além de ácidos gentísico, sináptico,caféico e elágico E. Baxteri AleloquímicosEspécie Fonte: Alves et al (1999); Willis (1999) e Ferreira e Áquila (2000) Eucalipto ABSORÇÃO � A perda da permeabilidade seletiva da membrana citoplasmática ocorre pouco tempo após a morte da planta � Liberação direta dos aleloquímicos por meio dos resíduos � Alguns microorganismos podem metabolizar os produtos e produzir substâncias tóxicas � Ex: Penicilium urticae produz toxina PATULINA durante a decomposição de resíduos do trigo � promove toxicidade na cultura que o sucede EFEITO DO ALELOQUÍMICO � Depende � Da concentração da fitotoxina. � Da quantidade total disponível para absorção. 15 ALELOPATIA DAS PLANTAS INVASORAS SOBRE CULTURAS E INVASORAS � Interferência de invasoras sobre culturas decorrente � Competição por fatores comuns (água, luz, nutrientes, espaço físico, gases) � Efeitos de substâncias alelopáticas que estas produzem Brachiaria plantaginea � Afeta o desenvolvimento da soja Tiririca, capim-massambará, grama-seda � Afeta o desenvolvimento de tomateiro Cynodon dactylon, Cyperus rotundus e Sorghum halepense � Inibem desenvolvimento inicial de arroz Olyra micrantha (taquara) � Restos vegetais inibem crescimento de alface 16 Eichhornia crassipes � Folhas de aguapé apresentam efeitos supressores sobre outras plantas daninhas e inibem o crescimento de alga-verde (Chlamydomonas reinhardtii) ALELOPATIA DAS CULTURAS SOBRE AS PLANTAS INVASORAS � Efeito alelopático de culturas sobre invasoras não é muito comum � Deficiência de defesa pelas culturas � Seleção e melhoramento genético visando outras características Nabo forrageiro, colza, aveia e centeio � Razoável efeito alelopático sobre Brachiaria plantaginea, Cenchrus echinatus e Euphorbia heterophylla Leucaena leucocephala � Efeito alelopático sobre algumas plantas invasoras de sistemas florestais Mimosa bimucronata (maricá) � Produção de fenóis e mimosina � Efeito sobre várias plantas invasoras Coffea ssp. � Produção de xantina cafeína �Mecanismo de defesa contra plantas invasoras 17 Eucalyptus ssp. � Interação continuada com microorganismos do solo e presença de material vegetal depositado no solo (serrapilheira) Potencial alelopático de Myrcia guianensis Inibição de 71% Estímulo de 60% ALELOPATIA ENTRE CULTURAS � EFEITOS ALELOPÁTICOS benéficos ou maléficos � Preocupação em relação a esses efeitos quando as culturas apresentam interesse agronômico � ROTAÇÃO � CONSORCIAÇÃO COLZA � Redução do estande de soja semeada imediatamente após a colheita da colza SORGO � Seu exudato radicular provocou redução de 68,4% na área foliar de alface DECOMPOSIÇÃO � O processo de decomposição do material vegetal é variável de acordo com � A qualidade do tecido � Tipo de solo � Condições climáticas MUITO VARIÁVEIS 18 MATERIAL FRESCO � Normalmente, material fresco, como adubações verdes, provoca efeito alelopático pouco acentuado e por períodos curtos (<25 dias) � Necessidade de incorporação dos resíduos com antecedência da semeadura das culturas ALELOPATIA DAS COBERTURAS MORTAS � No SSD � Cobertura morta � prevenir a germinação, reduzir o vigor vegetativo e provocar amarelecimento e clorose das folhas, redução do perfilhamento e até a morte das plantas invasoras durante a fase inicial do seu desenvolvimento. Palhada no SSD ALELOPATIA DAS COBERTURAS MORTAS � Cobertura morta da cultura de inverno: � Forma-se no final dessa estação � Taxa de decomposição alta � Rápida liberação de compostos alelopáticos � Se a cultura de verão for implantada com intervalo de tempo � possivelmente não haverá toxicidade ALELOPATIA DAS COBERTURAS MORTAS � Cobertura morta da cultura de verão: � Resíduos escassos � Temperatura e umidade do solo são suficientes para manter a atividade microbiana alta, degradando os aleloquímicos Palhada 19 Exemplos de ação alelopática IpomoeaIpomoea sppspp;; B. B. plantagineaplantaginea ee BidensBidens pilosapilosaTrigo (Trigo (TriticumTriticum aestivumaestivum)) B. B. plantagineaplantaginea; ; CenchrusCenchrus echinatusechinatusTremoTremoçço (o (LupinusLupinus spp)spp) B. B. plantagineaplantaginea; ; CenchrusCenchrus echinatusechinatus, E. , E. heterophyllaheterophylla e e BidensBidens pilosapilosa Nabo (Nabo (BrassicaBrassica rapa)rapa) BidensBidens pilosa pilosa e e CyperusCyperus rotundusrotundusMucunaMucuna--pretapreta ((StylozobiumStylozobium aterrimumaterrimum)) FeijãoFeijão--comum ecomum e SorghumSorghum bicolorbicolorMandioca(Mandioca (ManihotManihot utilissimautilissima)) Digitaria Digitaria horizontalishorizontalisGirassol (Girassol (HelianthusHelianthus annuusannuus)) CyperusCyperus rotundusrotundusFeijãoFeijão--dede--porcoporco ((CanavaliaCanavalia ensiformisensiformis)) CyperusCyperus rotundusrotundusFeijão comum (Feijão comum (PhaseolusPhaseolus vulgarisvulgaris)) BidensBidens pilosapilosaCanaCana--dede--aaçúçúcar (car (SaccharumSaccharum ssp.)ssp.) EuphorbiaEuphorbia heterophyllaheterophylla e e CyperusCyperus rotundusrotundusAmendoim (Amendoim (ArachisArachis hypogeaehypogeae)) PLANTA INIBIDA (INFESTANTE OU NÃO)PLANTA INIBIDA (INFESTANTE OU NÃO)PLANTA CULTIVADA INIBIDORAPLANTA CULTIVADA INIBIDORA Exemplos de ação alelopática Caruru; Caruru; ananççarinhaarinha--brancabranca; capim; capim--arroz; milho; arroz; milho; canacana--dede--aaçúçúcarcar CyperusCyperus sppspp.. EuphorbiaEuphorbia heterophyllaheterophylla; ; IpomoeaIpomoea sppspp., ., AmaranthusAmaranthus sppspp.; .; DesmodiumDesmodium purpureumpurpureum; ; MomordicaMomordica charantiacharantia TagetesTagetes patulapatula Soja e Soja e CyperusCyperus sppspp..AmaranthusAmaranthus sppspp.. MilhoMilhoSetariaSetaria faberiifaberii (capim(capim--raborabo--dede--raposa)raposa) GirassolGirassolDigitaria Digitaria horizontalishorizontalis (Capim(Capim--colchão)colchão) MilhoMilhoEchinochloaEchinochloa crusgallicrusgalli (Capim arroz)(Capim arroz) Soja e Soja e CyperusCyperus rotundusrotundus e e AmaranthusAmaranthus sppspp..ChenopodiumChenopodium albumalbum ((AnAnççarinhaarinha branca)branca) PLANTA INIBIDA (CULTIVADA OU NÃO)PLANTA INIBIDA (CULTIVADA OU NÃO)PLANTA INFESTANTE PLANTA INFESTANTE INIBIDORAINIBIDORA Alelopatia nas culturas Cobertura morta de aveia, nabo-forrageiro e colza aos 26 dias depois de formadas QUASE SEM ERVAS Centeio � ligeira infestação Trigo e triticale� mais infestadas Pousio� alta infestação POUSIO AVEIA NABO COLZA CENTEIO TREMOÇOTRITICALETRIGO 20 Nabo forrageiro Aveia-preta e ervilhaca Palhada de azevém Plantio de milho na palhada de azevém dessecado Plantas daninhas com suposta atividade alelopática no ecossistema Herbicidas comerciais desenvolvidos com base em compostos produzidos por microorganismos 21 APLICAÇÃO DA ALELOPATIA NA AGRICULTURA � Método promissor �manejo de plantas invasoras � Manutenção da cultura totalmente limpa de invasoras � impossível e não desejado (erosão, vida biológica no solo, fitossanidade das plantas) � Convívio de plantas invasoras com culturas � equilíbrio e sistema desejável COEXISTÊNCIA DE ERVAS E COEXISTÊNCIA DE ERVAS E CULTURACULTURA PESQUISAS ATUARIAIS � Estudos �� Avaliam e colecionam Avaliam e colecionam germoplasmasgermoplasmas de de plantas plantas alelopalelopááticasticas �� Objetivando melhoramento genObjetivando melhoramento genééticotico FUTURO Controle biológico de plantas invasoras Opção de manejo integrado BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR Perguntas ...Perguntas ...
Compartilhar