Buscar

APOSTILA CONF AMBIENT PDF

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 122 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 122 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 122 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CONFORTO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
2 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
NOTA EXPLICATIVA 
 
 À época em que a iniciativa deste trabalho estava sendo 
tomada (anos 80), sua temática previa uma abordagem voltada 
para a incipiente construção de plataformas marítimas, 
denominando-se então “CONFORTO AMBIENTAL EM 
PLATAFORMAS”, visando a criação de ambientes funcionais, 
onde os empregados pudessem desempenhar com eficiência e 
conforto suas atividades profissionais, buscando-se harmonizar 
os aspectos eminentemente técnicos que definem os ambientes 
como a luz, a temperatura, a umidade, os odores, a poeira, as 
cores, as vibrações sonoras, etc. e seus reflexos no produtividade 
e no relacionamento pessoal. 
Todo este conjunto traria como recompensa ambientações 
agradáveis aos sentidos e, ao mesmo tempo, tecnicamente 
adequadas ao bom desempenho das atividades com reflexos 
positivos na rentabilidade e no padrão de qualidade dos 
serviços. 
Em verdade, o estudo dos temas aqui abordados seriam 
igualmente aplicáveis a quaisquer outros ambientes habitáveis, 
independente de suas localizações e finalidades. 
 Assim, foi dado um sentido mais amplo ao presente trabalho e 
sua abordagem de uso, estendendo-o além da ótica das 
plataformas, também para o CONFORTO AMBIENTAL de modo 
irrestrito. 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
 
 
 
Í N D I C E 
 
 
 
 
NOTA EXPLICATIVA....................................................................... 02 
ÌNDICE............................................................................................. 03 
INTRODUÇÃO................................................................................. 04 
VISÃO PANORÂMICA..................................................................... 05 
CAP I - ILUMINAÇÃO................................................................... 15 
CAP II - CLIMATIZAÇÃO............................................................... 43 
CAP III - CROMÁTICA..................................................................... 58 
CAP IV - ACÚSTICA GENERALIDADES................................................ 72 
CAP IV - ACÚSTICA PRÁTICA............................................................ 88 
CAP V - GERENCIAMENTO DE CONFLITOS/CONCLUSÃO........... 103 
BIBLIOGRAFIA................................................................................... 109 
APÊNDICE I - RADIESTESIA ................................................................ 110 
APÊNDICE II - FENG SHUI .................................................................. 112 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
 
 INTRODUÇÃO 
 
 
Sob este título foram reunidas todas as técnicas que permitem criar ambientes 
funcionais onde usuários possam habitar (caso residencial) e/ou desempenhar atividades diversas 
com eficiência e conforto criando-se meios-ambientes tecnicamente controlados. 
 
Elementos como luz, temperatura, umidade, odores, poeiras, cores e sons são os 
principais condicionantes desses ambientes, dos quais nós vamos nos ocupar neste trabalho. 
 
O controle da umidade do ar tem grande importância, por exemplo, em uma indústria 
de fiação, pois evitará a ruptura dos fios em processamento nos teares. 
 
Da mesma forma, a total ausência de poeira e de luz em algumas seções de uma 
indústria de papéis fotográficos; o controle da temperatura de uma indústria mecânica de alta 
precisão ou a pureza do ar em indústrias farmacêuticas e alimentícias são alguns fatores 
exclusivamente técnicos que se sobrepõem ao conforto que deve ser oferecido pelo ambiente aos 
operadores que ali trabalham. 
 
A análise desses fatores que atuam sobre o ambiente pode ser metodizada nos quatro 
temas clássicos principais: 
 
- iluminação 
- clima 
- acústica 
- cromática 
 
A correta observância das imposições técnicas inteligentemente conjugadas com as 
exigências de conforto físico dos usuários trará como recompensa um ambiente agradável aos 
sentidos e ao mesmo tempo tecnicamente adequado ao bom desempenho dos usuários ou 
habitantes mantendo-se elevados padrões da qualidade ambiental. 
 
Este trabalho, direcionado para divulgação em meio acadêmico, especialmente para as 
áreas de arquitetura e urbanismo, considera ao longo dos seus temas, a necessidade de um 
mínimo de cálculos, seguindo metodologias e preceitos das Normas Técnicas da ABNT, gerando 
Memórias de Cálculos pertinentes e inevitáveis para a resolução de questões visando fundamentar 
técnica e legalmente a validação dos resultados. 
 
Modernamente, pode-se admitir que ergonomia, radiestesia e acessibilidade tenham 
um lugar neste segmento, porém estes temas não fazem parte do presente trabalho. Não obstante, 
foi dedicada em “visão panorâmica” uma pequena alusão a cada um deles. 
 
Ademais, cada um dos temas aqui abordados seria objeto de cursos inteiros, inclusive 
entrando em áreas de especialização, onde existem inúmeros profissionais atuando. 
 
 
 
5 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
VISÃO PANORÂMICA 
UMA BREVE NOÇÃO DE CADA UM DOS TEMAS 
 
 
Para garantir que uma casa seja confortável é preciso estudar, no mínimo, os quatro 
aspectos antes mencionados, dos quais são aqui apresentadas apenas algumas pinceladas: 
 
Qualquer que seja a intervenção a ser feita em uma edificação, um de seus principais 
objetivos é trazer maior conforto aos seus ocupantes. Adotamos de início nesta panorâmica o 
exemplo de uma simples casa para ilustrar, genericamente, as temáticas que envolvem o chamado 
CONFORTO AMBIENTAL. 
 
 
Conforto térmico 
 
Uma moradia não deve ser fria no inverno, tampouco quente no verão. A ventilação 
deve ser cuidadosamente analisada, pois é um fator que influencia no conforto térmico. Ele 
renova e resfria o ar do ambiente e como consequência, previne o aparecimento de mofo e 
garante a saúde dos moradores. Recuos laterais e nos fundos, associados às esquadrias 
adequadamente posicionadas garantem uma circulação eficaz de ar no interior de uma casa. 
 
 
 
 
 
 
 
 “Dicas” iniciais: 
 
 - Dimensões mínimas dos cômodos, pois eles determinam o volume de ar e 
influenciam sua circulação. 
 
 - Pé direito (altura do piso ao teto) adequado para facilitar a ventilação. 
Em climas quentes deve-se utilizar altura livre superior a 2,50m para 
construções térreas. Caso haja mais pavimentos com banheiros, as 
instalações hidráulicas requererão pé-direito maior. 
 
 - Pavimentar todo o terreno prejudica a permeabilidade e a drenagem da 
água da chuva, além de tornar a casa mais quente. Cultivar o verde ao 
redor da casa ajuda a baixar a temperatura do ar e propicia sombras. 
Dependendo das espécies plantadas, auxilia na privacidade. 
 
 - A máxima fundamental é: “o ar (vento) só entra se tiver por onde sair”. 
 
 
6 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 Conforto a odores 
 
Ligado á área de higiene da habitação/salubridade, os odores particularmente 
merecem atenção especial. O grau de salubridade está diretamenterelacionado a renovação do ar 
do interior de um ambiente. Podem-se exemplificar alguns casos clássicos dessas situações, como: 
 
- a presença de materiais voláteis do tipo tintas, vernizes, adesivos, colas, todos de 
odores ativos e perigosamente nocivos à saúde. Após suas aplicações existe um tempo de espera 
para que os materiais (solventes) evaporem ou “sequem” e deixem de emanar os solventes nos 
ambientes. Estes deverão ser ventilados e ter todas as suas aberturas desimpedidas. Para cada um 
desses materiais existem recomendações dos fabricantes quanto a estas condições. 
 
- outro impacto muito comum é a falta de tubulação de ventilação (respiro) para os 
esgotos, bem como a colocação de ralos simples (secos) ao invés de sifonados. Como é sabido, os 
sifões mantêm uma barreira líquida (fecho hídrico), que impede do retorno dos odores pela 
tubulação e pelos ralos contaminando o ambiente. Cabe aqui um alerta quanto às tampas dos 
ralos, especialmente em sanitários públicos. Devem ser cegas e independentes dos ralos simples. 
Alerta, pois, quanto aos projetos de instalações hidráulico-sanitárias. 
 
- infiltrações de água e umidade oriunda do piso, em especial junto a paredes, 
especialmente em casas térreas. A questão começa ainda na construção, onde providências quanto 
a uma impermeabilização geralmente relegada e feita por curiosos, vai provocar o aparecimento 
de tais infiltrações, geralmente provocando manchas úmidas e mofo. No mínimo, as janelas 
devem ser abertas e, dependendo da orientação adotada para a casa, permitir que entre o sol a fim 
de combater bafios resultantes de mofo, bolor, ranço visando dispersar os vapores também em 
banheiros e cozinhas. 
 
- Isso, no entanto, são medidas paliativas, visto que aplicar um sistema adequado de 
impermeabilização sob uma casa já construída seria muito complexa tecnicamente e inviável 
economicamente. Não obstante, ao orientar-se uma casa, seu projeto deve possibilitar que penetre 
o sol nos ambientes molhados, visto que naqueles locais proliferam, fungos, insetos, bactérias, 
mofo, que sob o efeito do sol são combatidos. 
 
 
 mofo fungos 
 
 
 bactérias insetos 
 
7 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 Iluminação 
 
Quando a iluminação da casa é pensada durante o projeto, ela ajuda a reduzir a 
temperatura dos ambientes e pode representar uma grande economia de energia elétrica. Para 
isso, alguns aspectos devem ser considerados. “Dicas” iniciais: 
 
- Todos os cômodos, com exceção de depósitos e despensas, devem possuir 
pelo menos uma abertura para iluminação natural. 
- Priorizar as aberturas em paredes. Em último caso, adotar aberturas no 
alto (iluminação zenital). 1 
- Priorizar a iluminação em ambientes de longa permanência como 
cozinha ou espaços para estudo. 
 
 
 
 
De um modo geral, os ambientes devem receber o máximo de luz natural, de forma 
que a necessidade de iluminação artificial seja a menor possível, visando a redução dos custos, No 
entanto, em regiões muito quentes é recomendável estudar soluções que envolvam a cobertura, a 
fim de auxiliar na ventilação e proteger os ambientes da luz excessiva do sol. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Exemplos de aberturas de acordo com a direção dos ventos 
 
 
 
 
 
 
 
1 Zênite - Interseção da vertical superior do lugar com a esfera celeste. Iluminação zenital: proveniente da abertura ou cobertura de um edifício 
executada com material translúcido para iluminação do interior, podendo ser coadjuvante na ventilação.. 
  
Sentido dos 
ventos   
Sentido dos 
ventos 
Abertura tipo Shed 
 
8 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
Um aspecto importante a ser avaliado é o percurso do sol em relação ao terreno. 
Observar sua posição pela manhã ao nascer (leste) e à tarde, ao se por (oeste). Isto para o 
hemisfério sul. Bom analisar se construções vizinhas sombreiam o terreno, procurando considerar 
tal situação no projeto. Evitar ao máximo encostar a construção nas divisas do terreno. 
 
Em princípio, com reservas, tornou-se usual “direcionar as fachadas para melhor 
insolação as norte (N), nordeste (NE) e leste (L), devendo-se evitar as aberturas para oeste (O) e 
sul (S)”, esta nem sempre. E por que “com reservas”? Necessário levar em conta que, por 
exemplo, em Fortaleza e região, há uma diferença do por do sol de cerca de 80o entre os solstícios 
de dezembro e junho. 
 
Há que se considerar, então, que um posicionamento ou orientação para implantar 
uma edificação para a região nordeste, por exemplo, não se aplicará para a região sul, onde 
fatores climáticos são bem distintos. 
 
Para entender melhor esta questão, mais adiante, no capítulo específico apresentam-se 
gráficos de insolação abrangendo todo o território brasileiro, onde se determinam, para cada 
latitude e longitude os horários do nascente, do caminho do sol e do poente, podendo-se também 
determinar com exatidão os ângulos de incidência dos raios solares em fachadas a cada hora do 
dia. 
 
 
 Conforto acústico 
 
 
 
Som x barulho. Som é tão somente uma vibração mecânica que ao se propagar no ar 
atinge o nosso ouvido e apresenta condições de produzir a sensação auditiva. Quando indesejável, 
o som passa a ser chamado de barulho. Qualquer projeto de tratamento acústico deve considerar 
três fenômenos físicos, quais sejam o “isolamento”, a “reverberação” e o “estudo geométrico 
acústico”, que serão abordados e praticados oportunamente, ao longo do curso. 
 
 
9 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
Em termos de ambientação, para garantir o conforto acústico, basicamente deve-se 
impedir que o ruído de fora penetre na edificação e o barulho de dentro saia. Para isso deve ser 
levado em consideração no projeto, o posicionamento dos cômodos no terreno e a localização das 
aberturas de portas e janelas. 
 
 
 
 
 
Por exemplo, recomenda-se, em princípio, orientar dormitórios longe de fontes 
externas de ruídos, como a própria rua ou estabelecimentos comerciais e industriais geradores de 
barulho na vizinhança (oficinas, fábricas, bares, etc.). 
 
Outra opção é proteger esses cômodos com soluções que auxiliem a barrar o som 
(ruído) como o uso de portas maciças, revestimentos de paredes de ambos os lados ou paredes 
divisórias do piso ao teto. Neste caso, para não prejudicar a ventilação, cada cômodo deverá ter 
janelas. Mas isso tudo requer cálculos e escolha conveniente de materiais construtivos e de 
revestimento. 
 
Existem normas da ABNT que fixam os níveis de ruído compatíveis com o conforto 
acústico em ambientes diversos, sugere níveis toleráveis de ruído para vários ambientes. Para estas 
e outras medições de pressão sonora utiliza-se um aparelho denominado “Medidor de Pressão 
Sonora” ou “Sonômetro”, popularmente conhecido como “decibelímetro”. 
 
 
 
 
 decibelímetro fachada com proteção de ruído e insolação 
 
 
 
 
 
 
10 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
 Cromática 
 
Considerando o extremo desenvolvimento da área de decoração de interiores, foi dada 
maior atenção neste capítulo aos ambientes um tanto desconsiderados por projetistas, quaissejam 
ambientes de trabalho, embora conceitos apliquem-se para quaisquer ambientes, levando-se em 
conta as funcionalidades. 
 
 A seleção racional das cores que compõem os ambientes em geral vem sendo utilizada 
cada vez com maior frequência, na criação de locais mais confortáveis e mais seguros. Em 
oposição aos ambientes do passado, onde a predominância dos tons cinzentos do concreto e do 
preto de muitos móveis e equipamentos só era quebrada pelos tons avermelhados dos tijolos e das 
telhas, pode-se ter atualmente, graças a diversidade dos materiais de construção e as modernas 
técnicas de pintura, ambientes claros conjugando-se tonalidades “frias” e “quentes” de acordo 
com as finalidades dos locais. 
 
A aplicação das cores tanto na arquitetura interior quanto na exterior, tem exigido um 
aprofundamento no estudo de suas influências sob o ponto de vista científico, bem como de outros 
conhecimentos objetivos e subjetivos. Modernamente, a cor é um elemento precioso que se aplica 
na Psicologia e na Fisiologia. A psicodinâmica das cores é uma realidade. 
 
Entretanto, não bastam as informações relativas às ciências; há que procurar saber os 
conceitos e preconceitos estéticos da cor, seus efeitos visuais, suas propriedades decorativas e sua 
aplicação conveniente tecnicamente dosada. Estendem-se aí inúmeras outras aplicações para 
trabalhos como sistemas de comunicação visual, sinalizações, pintura de tubulações, segurança, 
acessibilidade, vestuário, cosmética, etc. 
 
Por outro lado, há pessoas que acreditam no Feng Shui , que é uma técnica chinesa 
que procura analisar o fluxo de energia dos ambientes de um imóvel para deixar esse lugar com 
uma energia saudável e benéfica para seus moradores. Para isso pode-se aplicar o Feng Shui na 
decoração de uma casa. 
 
Entre muitas formas de trazer harmonia para os ambientes, o uso de cores em uma 
casa - seja na pintura ou mesmo em objetos - é uma ferramenta aplicada na técnica de Feng Shui 
com muito sucesso, mas com certas ressalvas e cuidados. São assuntos mais voltados para a 
arquitetura que se desenvolvem neste capítulo. 
 
 
 
 
11 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
Mencionados na Introdução deste trabalho, embora não façam parte do mesmo, 
segue-se uma pequena alusão sobre cada um deles. 
 
 
 
 - Ergonomia - os seres humanos, particularmente, adaptam-se com facilidade às 
condições do meio-ambiente natural. Em se tratando de ambiente profissional, no entanto, não se 
deve transportar esse pressuposto, pois neste caso eles comumente apresentam uma série de 
resistências em função de suas variáveis físicas e psicológicas. A mudança de enfoque, visando 
agora o homem como peça fundamental do sistema de produção, gradualmente alteram 
conceitos, surgindo o cuidado de adequar o trabalho, o equipamento e o meio ao homem. 
 
 
 
 
Ergonomia é, pois o estudo científico das relações entre o homem e seu ambiente de 
trabalho ou qualquer outro onde habite. Neste sentido o termo “ambiente” não se restringe 
apenas aquele no qual ele trabalha; se refere também aos instrumentos e materiais que o cercam, 
métodos de trabalho individual (operações) e no seu habitat em geral. 
 
Através de dados e informações obtidos em testes de laboratórios ou em observações 
diretas, a ERGONOMIA busca estabelecer parâmetros e zonas de conforto para o homem exercer 
de forma adequada uma função. 
 
 
- Radiestesia 2 - atualmente está muito difícil ter imóveis saudáveis, pois a tecnologia 
avança a cada dia e aí entram as antenas de celular, os postes de alta tensão, somando-se ainda, as 
energias telúricas, que são os veios de água subterrâneos, emissão de gases como Radônio, Urânio 
e outros, fraturas tectônicas, formas geométricas dos imóveis e dos seus vizinhos, estruturas 
metálicas, inclusive armações internas ao concreto, enfim, há muitos fatores a serem analisados 2. 
 
 
 
 
 
A RADIESTESIA é um valioso instrumento para diagnóstico e tratamento tanto de 
pessoas, como animais, plantas, casas doentes, além de poder ser usada para controle de pragas, 
localização de pessoas e objetos desparecidos, enfim, existe uma vasta gama de possibilidades com 
a mesma. O Radiestesista é “uma antena de captação de todos os tipos de energia”. 
VEJA MAIS SOBRE RADIESTESIA NO “APÊNDICE I” AO FINAL. 
 
 
2 A palavra Radiestesia é dividida em dois termos: RADIUS, que vem do latim e significa radiação, raio e AISTHESIS, que vem do grego e significa 
sensibilidade a captação. Então a palavra mesmo indica o significado, que nada mais é do que SER SENSÍVEL (a pessoa) a CAPTAÇÃO DE 
VARIADAS FREQUENCIAS DE ENERGIA. 
 
12 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
Acessibilidade - Soluções de toda sorte que visam garantir as possibilidades e 
condições de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de 
edificações, espaços, mobiliários, equipamentos urbanos e elementos afetos, enfim, todos os 
elementos que possam ser alcançados, acionados, utilizados e vivenciados por qualquer pessoa, 
inclusive aquelas com mobilidade reduzida. 
 
 
 
O termo acessível implica tanto acessibilidade física como de comunicação, bem como 
todos os elementos cujas características possam ser alteradas para que se tornem acessíveis, como: 
- Levar-se em conta que existam áreas de aproximação, isto é, espaços sem obstáculos 
para que a pessoa que utiliza cadeira de rodas possa manobrar, deslocar-se, aproximar-se e 
utilizar o mobiliário ou o elemento com autonomia e segurança. 
- Também área de resgate, qual seja, uma área com acesso direto para uma saída, 
destinada a manter em segurança pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, 
enquanto aguardam socorro em situação de sinistro. 
 
 
 
 
- Outro elemento é uma área de transferência, necessária para que uma pessoa 
utilizando cadeira de rodas, possa se posicionar próximo ao mobiliário para o qual necessita 
transferir-se. 
Enfim, resolução das barreiras arquitetônicas, urbanísticas ou ambientais 
representadas por qualquer elemento natural, instalado ou edificado que impeça a aproximação, 
transferência ou circulação no espaço, mobiliário ou equipamento urbano. 
 
 
 
 
13 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
Encerrando esta “visão panorâmica”, vejamos “o que vem a ser” 
 
Projeto Bioclimático 
 
Em termos práticos uma edificação que é projetada de acordo com os princípios 
bioclimáticos, utiliza conhecimentos de técnicas construtivas e elementos arquitetônicos para tirar 
proveito do clima com o propósito de fornecer ao ambiente edificado um alto grau de conforto 
térmico, e também economia de energia. Um projeto ou edificação baseada nestes princípios 
compartilha princípios de sustentabilidade. 
 
Em outras palavras, o objetivo de um projeto bioclimático é economizar energia e 
aumentar o bem estar dentro da edificação. 
 
Construção e Arquitetura Baseada em Diretrizes Bioclimáticas 
 
Entendemos por Projeto Bioclimático o projeto de edificações que relaciona clima e 
soluções e estratégias bioclimáticas adequadas para proporcionar conforto higrotérmico, 3 com 
baixo consumo de energia. 
 
Deve-se entender também que, "projeto bioclimático" pode ser entendido como termo 
para qualificar o projeto de arquitetura de uma casa ou edificação que leva em conta os fatores 
bioclimáticos. 
 
Não é exatamente e nem necessariamenteum projeto separado ou projeto 
complementar à um projeto de arquitetura, ou seja, não é necessariamente nem exatamente uma 
categoria separada de projeto como se entende os projetos complementares e multidisciplinares 
como projeto de instalações hidráulicas e sanitárias, projeto de instalações elétricas, projeto de 
instalações de gás, etc. 
 
De fato, pode existir profissionais mais focados e especializados em climatização 
natural (aproveitando os recursos naturais associados à estratégias bioclimáticas) e consultoria à 
respeito destes assuntos. 
 
Em caso de reforma e melhoria de uma obra já existente e edificada, certamente pode 
existir um "projeto bioclimático" com fins de melhorar a eficiência energética e conforto térmico 
natural desta edificação já existente através do uso algumas estratégias e implantação de 
elementos arquitetônicos e equipamentos. 
 
Mas quando se trata de projeto de uma edificação nova, para que existam soluções 
integradas, é necessário que o projeto de arquitetura de uma casa ou edificação relacione desde o 
início clima, estratégias e soluções bioclimáticas, e para tal o projetista principal deve ter 
conhecimento destas soluções e estratégias. Neste caso, pode existir alguém em uma equipe ou 
grupo de trabalho que seja mais enfocado e mais especializado em estratégias e implementação de 
detalhes construtivos que possa desenvolver e especificar as melhores soluções técnicas. Mas não 
se trata de um projeto separado, pois o uso de elementos arquitetônicos e técnicas construtivas 
não são dissociados do projeto de arquitetura de uma casa ou edificação. 
 
 
3 Entende-se como conforto higrotérmico a sensação térmica agradável e também sensação agradável com relação à umidade do ar. 
 
14 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
Primeiras Referências de Bibliografia, Normas e Sites. 
 
Abaixo alguns importantes livros e publicações, que versam sobre projeto, construção 
e arquitetura bioclimática. Alguns deles são de autoria de pesquisadores e estudiosos pioneiros no 
assunto. 
 
-Design with Climate: Bioclimatic Approach to Architectural Regionalism 
Tradução do Título Original: Projeto com o Clima: Abordagem Bioclimática para Arquitetura 
Regionalista Autor: V.Olgyay e Olgyay A. 
 
 - Man, Climate and Architecture Tradução do Título Original: O Homem, Clima e Arquitetura 
- Autor B.Givoni (1969). 
 
- Projeto Bioclimático - 
http://www.jrrio.com.br/construcao-sustentavel/proj-bioclimatico.html 
 
- Bioclimatologia, Climatologia em Projetos de Edificações - 
 http://www.jrrio.com.br/construcao-sustentavel/pb-bioclimatologia.html 
 
- Clima e Construção- 
http://www.jrrio.com.br/construcao-sustentavel/pb-clima-e-construcao.html 
 
- Conforto Térmico - 
http://www.jrrio.com.br/construcao-sustentavel/pb-conforto-termico.html 
 
- Edificação, construção e arquitetura Bioclimática - 
http://www.jrrio.com.br/construcao-sustentavel/pb-edificacao-bioclimatica.html 
 
- Zoneamento Bioclimático e Diretrizes Construtivas - 
http://www.jrrio.com.br/construcao-sustentavel/pb-zonas-bioclamaticas.html 
 
- Estratégias Bioclimáticas - 
http://www.jrrio.com.br/construcao-sustentavel/pb-estrategias-bioclimaticas.html 
 
- Sobre Cobogós 
http://sustentarqui.com.br/dicas/o-uso-do-cobogo-na-arquitetura-bioclimatica/ 
 
- Sobre ventilação - 
http://sustentarqui.com.br/dicas/importancia-da-ventilacao-natural-para-arquitetura-
sustentavel/ 
 
- Sobre construção em bambú 
http://sustentarqui.com.br/construcao/casa-passiva-em-bambu-na-franca/ 
 
- Espaçõs verdes 
http://sustentarqui.com.br/urbanismo-paisagismo/espacos-verdes-trazem-relaxamento-e-
eficiencia-energetica/ 
 
Normas técnicas: 
 
As normas técnicas que estabelecem os critérios para o conforto ambiental na 
construção de edificações brasileiras entraram em vigor somente em 2005, quando foram 
publicadas as primeiras legislações sobre o conforto térmico e iluminação natural. 
 
A NBR 15.220-3/2005 dispõe sobre Taxas de renovação do ar nas construções. Em 
2010 foi lançada pela ABNT a Norma de Desempenho das Edificações, NBR 15.575, estabelecendo 
critérios de qualidade e durabilidade das construções habitacionais, como conforto ambiental e 
impacto ambiental. 
 
 
15 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
CAP. I - ILUMINAÇÃO 
 
LUZ – CLARIDADE - BRILHO 
 
Se quiséssemos começar com as primeiras causas da percepção visual, um exame 
da luz devia ser o predecessor de todos os outros porque sem luz os olhos não podem observar 
nem forma, nem cor, nem espaço ou movimento. Mas a luz é mais do que apenas a causa física 
do que vemos. Mesmo psicologicamente ela continua sendo uma das experiências humanas 
fundamentais e poderosas, “uma aparição compreensivelmente venerada, celebrada e solicitada 
nas cerimônias religiosas” 4. Para o homem, assim como para todos os animais chamados 
“diurnos” a luz é o pré-requisito para a maioria das atividades. Tratamos visualmente com seres 
humanos, edifícios ou árvores, não com o meio gerador de suas imagens. 
 
Os físicos nos dizem que vivemos de luz “tomada de empréstimo”. A luz que 
ilumina o céu é enviada pelo sol de uma distância pouco maior que cento e setenta e dois milhões 
e duzentos mil quilômetros através de um universo escuro para uma terra escura. Muito pouco 
da definição dos físicos está de acordo com nossa percepção. 
 
Para o olho, o céu é luminoso por sua própria virtude e o sol nada mais é que o 
atributo mais resplandecente do céu, preso a ele e talvez por ele criado. Segundo o primeiro 
Livro do Pentateuco – Gênese, a criação da luz produziu o primeiro dia, enquanto que o sol, a lua 
e as estrelas foram acrescentados somente no terceiro. 
 
A claridade que vemos depende de uma conjuntura complexa onde participam a 
distribuição da luz na situação total, os processos óticos e fisiológicos nos olhos e sistemas 
nervosos do observador e da capacidade física de um objeto em absorver e refletir a luz que 
recebe. 
 
Esta capacidade física é chamada luminância (ou qualidade refletiva). É uma 
propriedade constante de qualquer superfície. Dependendo da força da iluminação, um objeto 
refletirá mais ou menos luz, mas sua luminância, isto é, a percentagem de luz que ele reflete 
permanece a mesma. É uma característica só sua. Um pedaço de veludo preto, por exemplo, 
que absorve muito da luz que recebe pode, sob intensa iluminação, emitir tanta luz quanto um 
pedaço de seda branca pouco iluminado, que reflete a maior parte da energia. 
 
Por outro lado, o fato de um lenço branco parecer ou não como tal é determinado 
não pela quantidade absoluta de luz que ele envia ao olho, mas por seu lugar na escala de valores 
de claridade proporcionada pelo conjunto como um todo. 
 
O fenômeno do brilho ilustra a relatividade dos valores de claridade. O brilho 
encontra-se num certo ponto entre as claras fontes de luz como o sol, o fogo, as lâmpadas e a 
fraca luminosidade dos objetos do cotidiano. Um objeto brilhante é visto como uma fonte que 
propaga energia luminosa que lhe é própria. Entretanto, este ponto de vista não pode equiparar-
se com a condição física. A mera luz refletida pode produzir a percepção do brilho. Para assim 
fazer, o objeto precisa apresentar uma claridade bem acima daquela que corresponde ao seu 
lugar esperado na escala estabelecida pelo resto do campo. 
 
Sua claridade absoluta pode ser bastante baixa, como os conhecidos tons dourados 
brilhantesde Rembrandt, que brilham através da poeira de três séculos. Numa rua escura um 
pedaço de jornal brilha como uma luz. Se o brilho não fosse um efeito relativo, a pintura 
realística nunca teria sido capaz de representar o céu, a luz de vela, o fogo e mesmo o relâmpago, 
o sol e a lua satisfatoriamente. 
 
 
 
4 - Rudolf Arnheim – “Arte & Percepção Visual” – 12a ed. - Livraria Pioneira Editora 
 
17 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
ÓTICA - NOÇÕES BÁSICAS 
 
 
 Dada a diversificação dos estágios de conhecimento dos leitores para os quais esta 
obra é destinada, cabe uma breve recordação – mesmo que resumida - de algumas definições e 
conceituações relativas a esta matéria, rogando a benevolência daqueles que já tenham tais 
conhecimentos e os votos de aproveitamento para aqueles que não os tenham. 
 
Assim, Ótica é a parte da Física que estuda a energia radiante luminosa, também 
conhecida por “luz”. Esta vem a ser o agente físico responsável pela visibilidade dos corpos. 
Didaticamente, a Ótica é desmembrada em duas partes: 
 
 “Ótica geométrica” – que dá uma interpretação geométrica aos fenômenos 
luminosos, admitindo a propagação retilínea da luz; nela se estudam basicamente a reflexão e a 
refração da luz. 
 
“Ótica física” 5 – estuda os fenômenos luminosos como fenômenos ondulatórios. 
 
Os corpos capazes de emitir luz, chamados de fontes luminosas, podem ser 
classificados como: 
 
- corpos luminosos – são os que dão origem à emissão da luz (o sol, as estrelas, as 
lâmpadas, etc.); 
 
- corpos iluminados – são os que recebem a luz de qualquer fonte e tornam a 
enviá-la em todas as direções (a lua, os planetas). 
 
A observação comum mostra que existem meios que facilmente são atravessados 
pela luz e através dos quais é possível a visão: são meios transparentes (hialinos). Outros podem 
ser atravessados pela luz, mas não permitem a visão: são os meios translúcidos (diáfanos). 
 
Há ainda, aqueles que não são atravessados por ela: são os meios opacos. A 
opacidade, todavia, depende da espessura do corpo; todos os corpos podem ser mais ou menos 
transparentes ou translúcidos quando reduzidos a lâminas suficientemente delgadas. 
 
A ótica geométrica admite, entre outros, 6 dois princípios que se destacam como 
fundamentais. São eles: 
 
- Princípio da propagação retilínea da luz; 
 
- Princípio da independência dos raios luminosos, 
 
que serão explicados abaixo. 
 
 
 
 
5 - De maior facilidade de visualização dos fenômenos em pauta, atem-se estas breves “noções” aos aspectos mais ligados à ótica geométrica. O 
leitor poderá aprofundar-se na ótica física, “navegando” nos estudos das vibrações e ondas (movimentos periódicos, movimentos oscilatórios 
ou vibratórios, movimentos harmônicos, propagação, superposição, interferência de ondas, etc.), temática que extrapolaria as finalidades 
básicas deste trabalho. 
6 – Dispensáveis nesta oportunidade outros princípios como do “retorno inverso da luz” ou o de “Fermat”, que formulou o princípio segundo o 
qual a trajetória da luz, ao passar de um ponto para outro é tal que o tempo de percurso é um mínimo (enunciado no séc. XVII) e que a luz 
“viaja” 1,3 vezes mais rápida no ar que na água, embora não seja o percurso mais curto. 
 
18 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
Princípio da propagação retilínea da luz : 
 
“Em um meio homogêneo, a luz se propaga em linha reta”, entendendo-se por 
meio homogêneo aquele que apresenta as mesmas propriedades físicas e químicas em todas as 
direções. Observar que: 
 
Raio luminoso é uma reta traçada a partir de um ponto luminoso, representando 
um dos infinitos trajetos que segue a luz emitida por aquele ponto. 
 
Feixe luminoso é um conjunto de raios luminosos que podem se apresentar 
paralelos, convergentes ou divergentes. 
 
Pincel luminoso vem a ser um feixe luminoso de pequena abertura. 
 
Em função deste Princípio, pode-se observar: 
 
1o – Formação de sombras e penumbras: quando no trajeto de um feixe luminoso 
emitido por uma fonte puntiforme, se interpõe um corpo opaco, este impede a passagem de 
alguns raios luminosos, deixando uma determinada região sem receber luz. A região que 
apresenta falta absoluta de luz é denominada . sombra
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando a fonte luminosa não é puntiforme, a presença de corpo opaco dá origem a 
duas regiões distintas, sendo a mais escura a sombra propriamente dita, circundada por uma 
outra região, de transição suave entre a sombra e a luz, denominada penumbra. Exemplo destes 
fenômenos: as fases da lua e os eclipses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOMBRA 
PRÓPRIA 
SOMBRA 
PROJETADA 
SOMBRA 
PENUMBRA 
PENUMBRA 
 
19 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
2o – Inversão de imagens: utilizando-se a chamada “câmara escura”, que vem a ser 
uma caixa fechada dotada somente de um orifício por onde a luz penetra. Um objeto colocado 
diante deste orifício envia raios luminosos que o atravessam e vão projetar, sobre a parede oposta, 
a imagem deste objeto invertido. As máquinas fotográficas possuem câmaras escuras. As antigas 
apresentavam no visor a imagem invertida, enquanto que as mais modernas já possuem 
dispositivos compensatórios (prismas, espelhos), proporcionando imagens “normais”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O fenômeno da difração da luz constitui exceção ao princípio da propagação 
retilínea. A proximidade de um campo de gravitação intenso provoca também desvio de direção 
dos raios luminosos, fenômeno este previsto na teoria da relatividade, podendo ser observado, por 
exemplo, quando dos eclipses solares. 
 
Princípio da independência dos raios luminosos: 
 
“Os diferentes raios de um feixe luminoso são independentes uns dos outros”. Este 
princípio nos ensina que a supressão de alguns raios luminosos de um feixe não afeta a marcha 
dos demais. Este princípio não se aplica ao fenômeno da interferência da luz. 
 
 Acidentes possíveis na propagação da luz: 
 
São fenômenos luminosos que se passam nas superfícies de separação de dois 
meios. Consideremos um feixe luminoso paralelo incidindo sobre a superfície de separação de 
dois meios óticos. Chamemo-los de I e II. Os seguintes fenômenos podem ser verificados: 
 
1o – Uma parte da energia luminosa incidente (W1) retorna ao meio I sob a forma 
de um feixe luminoso seguindo uma determinada direção. É o fenômeno chamado reflexão da 
luz. Parte da energia luminosa retorna também ao meio I, sob a forma de raios luminosos 
espalhados em todas as direções. É o fenômeno da difusão da luz. Designemos por Wr a soma 
das energias refletida e difundida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEIO I I MEIO I 
W1 
Wr 
 
20 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
2o – Parte da energia luminosa é absorvida pela superfície de separação entre os 
dois meios e transformada em outra forma de energia, geralmente em calor. É o fenômeno da 
absorção da luz. Designemos por Wa a energia absorvida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3o – Se o meio II for transparente, parte da energia incidente sobre a superfície de 
separação se propagará para aquele meio. É o fenômeno da transmissão da luz. Caso nesta 
passagem haja mudança de direção, passa-se a denominar esta transmissão por refração. 
Designemos por Wt a energia transmitida ao meio II. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pode-se, então depreender que W1 = Wr + Wa + Wt . 
 
Colocando-sea mesma relação de outra forma tem-se 
 
1 = 
 
 
 
a razão chama-se poder refletor; 
 
 
a razão , poder absorvente ou absorvidade; 
 
 
a razão exprime a transmissão ou transparência. 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 - Para não fugir muito da linha deste trabalho, não se entrará aqui nos caminhos da física e da matemática que dizem respeito à particularização 
destes fenômenos bem assim de outras áreas como espelhos, lentes, elementos e instrumentos de ótica nas suas várias formas. 
Wr 
 W1 
Wa 
 W1 
Wt 
 W1 
Wr 
 W1 
+ 
Wa 
 W1 
+ 
Wt 
 W1 
Wa 
Wt 
Wt 
 
21 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
ORIENTAÇÃO x INSOLAÇÃO 
 
 
A orientação a ser adotada para uma edificação (isto é, a posição em que deverá 
ser construída) será determinada por um conjunto de fatores geográficos, climáticos, ambientais 
destacando-se a direção dos ventos predominantes, movimento relativo do sol anotado 
anualmente (cíclico), aferições de suas radiações térmicas e luminosas, seus efeitos, além de 
outros fatores particulares como visão que se obterá para o exterior, necessidades de privacidade, 
indevassabilidade, condições acústicas ambientais (externas e internas). 
 
Do ponto de vista da iluminação solar, a orientação de um prédio reside nos 
trabalhos que se desenvolvem com a finalidade de determinar: 
 
1o - O modo pelo qual o sol "castiga" cada uma de suas fachadas e o 
interior dos seus compartimentos, no espaço de tempo de um ano. 
 
2o - A quantidade de calor disto resultante. 
 
Trata-se de uma questão puramente de Higiene da Habitação. Um prédio poderá 
possuir todos os requisitos higiênicos e, no entanto, será anti-higiênico se for mal orientado. 
Todos os erros de instalações consertam-se; e mais, elas podem até ser totalmente substituídas. 
Porém um prédio mal orientado compromete-se definitivamente, a não ser que seja demolido... 
 
A propósito, pode-se aqui lembrar um antigo ditado popular que diz: "casa onde 
entra o sol não entra o médico"... 
 
Daí decorre a possibilidade de se proteger ou expor determinada parte ou 
compartimento de um prédio à luz direta do sol, de acordo com a sua utilização. A produtividade 
em qualquer ambiente de trabalho, por exemplo, tem uma relação direta com a qualidade da 
iluminação, seja esta iluminação natural ou artificial, interna ou externa. As atividades que 
exigem maior precisão e minúcias irão requerer um nível maior de iluminação. 
 
No nosso clima, predominantemente tropical, o sol aglutina os fenômenos de 
luminosidade e temperatura, podendo representar significativos problemas, especialmente 
quando a temperatura se eleva. Neste caso se intensifica seu brilho, causando ofuscamento e 
transmitindo um calor excessivo para o interior dos ambientes. 
 
Ao final deste capítulo são mostrados gráficos da insolação (carta solar), 
abrangendo todo o país, de norte a sul e uma demonstração de caso. 
 
Em se tratando da manipulação da luz natural existem dois fatores que requerem 
técnicas distintas: 
 
- a luz dos raios do sol, chamada de direta; 
 
- a luz do céu durante dias nublados, conhecida como difusa. 
 
A luz direta é muito poderosa, com um brilho que chega a ser superior ao da luz 
artificial interior; no entanto tem a desvantagem de ser bastante oscilante em função de várias 
causas como o movimento relativo do sol em relação à Terra, as sombras formadas pela paisagem 
e por elementos como outras edificações, não descartando as próprias nuvens, que, de certa 
forma, tornam-se imprevisíveis. 
 
 
 
22 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
Vitrúvio 8, que foi o maior teórico que a Arquitetura possuiu, já no seu tempo, 
refere-se ao posicionamento dos templos em relação aos raios do sol. Em seu "DE ARCHITECTURA" 
- Livro 5, Capítulo 10 - diz ser necessário 
 
"começar por escolher a exposição mais quente", isto é, "aquela que não olha para o Setentrião" 
 
Cabe dizer que as construções setentrionais para Roma equivalem, em insolação, às nossas, 
orientadas para o Sul. 
 
Ainda Vitrúvio, estabelece outras premissas e conceitos: 
 
- "as janelas das estufas quentes e os tepidarium deverão estar voltadas 
ao Poente de Inverno"; 
 
- "para bem dispor uma casa é preciso olhar o lugar, o clima e o 
aspecto celeste", preconizando a existência de forças magnéticas; 5 
 
- "nos lugares quentes devem-se fazer grandes aberturas"; 
 
- "as construções setentrionais deverão ser abobadadas, ter poucas 
aberturas e serem voltadas para as partes do mundo onde reina o 
calor"; e arremata: 
 
"é assim que a arte e a indústria podem remediar o que a natureza 
do lugar incomoda". 
 
Caso não sejam devidamente controlados os raios diretos do sol podem acarretar 
outros problemas, principalmente o ofuscamento. Por outro lado, os raios solares contribuem 
para o desgaste de vários tipos de tecidos, como também provocam a descoloração de muitos 
outros (cortinas, tapetes, estofos, etc.). 
 
Por tudo até aqui mencionado, é comum projetistas aproveitarem a luz difusa ou 
então, mesmo que de forma direta, fazendo penetrar no ambiente de forma difusa, tirando-se 
partido, então, da reflexão ora pelo teto, ora pelas paredes. 
 
O objetivo, pois, de um projeto que resulte num desempenho satisfatório é evitar a 
absorção tanto pela entrada direta como por reflexão, dos graus máximos de luz e de calor, de 
modo a proporcionar melhores níveis de conforto no interior dos ambientes de um prédio. 
 
Curiosidade, a respeito da ORIENTAÇÃO MAGNÉTICA: 
 
Existem experiências e constatações com respeito a relação entre a orientação dos 
edifícios e as influências do campo eletromagnético terrestre sobre o organismo humano. As 
linhas de força equipotenciais do campo magnético da terra são aproximadamente paralelas à 
direção NORTE/SUL. Podemos então considerar praticamente coincidentes o Norte Verdadeiro (ou 
astronômico) e o Norte Magnético. 
 
Consta que, ao dormir, a melhor posição para um sono reparador e calmante seria 
Norte/Sul, com a cabeça estando a norte e os pés ao sul. Segundo os temperamentos, esta direção 
pode variar até a direção oeste em 25º. Na direção Leste/Oeste, ao contrário, o sono é mais 
agitado, sendo desaconselhado. 
 
Pode-se admitir então, uma interface com a Radiestesia, vista anteriormente. 
 
 
 
 
 
 
 
8 Marcus Vitruvius Pollio ou Marcos Vitrúvio Polião, foi um engenheiro e arquiteto romano que viveu um século a.C. e deixou como legado a obra 
em 10 volumes: De Architectura (aprox. 40 a.C.) que se trata do único tratado europeu do período greco-romano que chegou aos nossos dias e 
serviu de fonte de inspiração a diversos textos sobre construções e Arquitetura desde a época do Renascimento. 
 
 
23 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
ILUMINAÇÃO NATURAL 
 
 
As condições do céu, geralmente se enquadram em quatro tipos clássicos, variando 
desde o “céu nublado” com luz difusa, até “céu limpo” com luz direta. Essas variações produzem 
diferentes níveis de iluminação nos planos horizontais e verticais. Para as condições de céu 
totalmente nublado – situação típica nas regiões tropicais úmidas – a fonte de luz é o céu com 
uma iluminação três vezes maior no plano horizontal que no vertical. 
 
Quando não se pode contar com dados climáticos locais de forma exata para se 
avaliar os níveis de iluminação internos em função da luz natural (de fora) usa-se, por 
aproximaçãoestatística, adotar para o sol um ângulo em torno de 70o de altura, circunstância 
habitual na maior parte do ano nas regiões tropicais ao meio-dia. 
 
As contribuições da luz natural para iluminar, por exemplo, o interior de um 
edifício, dependem de três condicionantes principais: a quantidade de luz exterior, a proporção 
de luz permitida pelas janelas e o poder refletor interno. Esta última condicionante apresenta 
uma importância maior em função da distância da janela ao fundo do cômodo. 
 
Além das três mencionadas, existe ainda a influência das cores, mais das paredes 
que as dos pisos. É sabido que, do ponto de vista da física, as cores mais claras têm maior 
capacidade de refletir a luz, ao contrário das mais escuras, que diminuem tal reflexão. 
 
A escolha de cores, além de interferir na intensidade de iluminação no interior dos 
ambientes, assume outras proporções e outros enfoques onde se entrelaçam com aspectos da 
psicodinâmica, assunto que será aprofundado adiante, no capítulo específico que trata da cor. 
 
Faz-se necessário alertar que tanto avaliar a contribuição da luz direta como 
controla-la é muito difícil. Em vista disso, a maior parte das técnicas para efetuar os cálculos da 
contribuição da luz natural se vale da luz difusa, sem atentar para a possibilidade do 
aproveitamento da luz direta. A característica mais representativa da luz (direta ou difusa) é a 
sua variabilidade. Apesar da única fonte de luz natural ser o sol, o nível de iluminação em um 
determinado local dependerá de alguns outros fatores, além da radiação solar, como: 
 
- a latitude do local (implicitamente a altura e o azimute do sol); 
 
- as condições do clima, nuvens, níveis de poluição; 
 
- condições locais (obstáculos geográficos, paisagem, construções no entorno). 
 
 
Se fossem considerados exclusivamente os fatores climáticos associados aos 
econômicos, verificar-se-ia que a luz natural apresenta um grande número de vantagens em 
relação à luz artificial, particularmente em prédios cujas dependências necessitem altos níveis de 
iluminação (escritórios, unidades fabris, escolas, por exemplo). Isto por que: 
 
1o – A luz natural proporciona condições de iluminação mais adequadas em 
termos de conforto para os olhos visto que muitos tipos de lâmpadas não têm as amplitudes ideais 
de “ondas de luz”, decorrendo daí a possibilidade de ocasionar visões distorcidas das cores e um 
excesso de esforço da vista. 
 
 
 
 
 
 
24 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
2o – A luz natural (ainda) é gratuita, não se cogitando de custos de reposição e de 
manutenção. 
 
3o – A ineficácia da luz artificial é evidente, a partir de sua maior produção de 
calor do que o grau de luminosidade que oferece. Dados comprovam que a lâmpada 
incandescente, por exemplo, produz somente 10% de luz comparada com seu próprio consumo 
de energia. Mesmo a lâmpada fluorescente, apresenta-se um pouco melhor, produzindo cerca de 
30% de luz. Todos os excessos de energia “desperdiçados” – e pagos pelo consumidor - são 
diluídos sob a forma de calor. 
Em contraposição, a energia proporcionada pelo sol gera em torno de 65% de luz. 
Este dado cresce de importância nas regiões tropicais, em vista da alta temperatura daquelas 
latitudes. 
 
ILUMINAÇÃO DE INTERIORES 
 
 
A iluminação de um local de trabalho, se corretamente estudada, deverá atender as 
condições seguintes: 
 
 
1a - Nível adequado de iluminamento 
 
O iluminamento de uma área - medido em lux - não deverá ser inferior a certos 
valores mínimos ditados pela experiência. Níveis muito altos de iluminamento artificial 
conduzem, entretanto, a gastos desnecessários de energia e provocam, em certos casos, o 
ofuscamento. 
 
Não obstante, a NBR-5413 da ABNT, que versa sobre Iluminância de Interiores, 
prevê os níveis de iluminamentos (mínimos) recomendados para cada tipo de local. Por exemplo: 
 
- Escritórios administrativos . . . . . . . . . . . . . . . .250 a 600 lx 
- Refeitórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 a 200 lx 
- Salas de aulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200 a 300 lx 
- Laboratório industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200 a 500 lx 
 
 
 2a - Contrastes tecnicamente dosados 
 
Existe uma forte relação entre a iluminação e as cores. Uma linha de montagem, 
por exemplo, cujos componentes têm cores neutras ou tonalidades muito semelhantes, exige 
melhor iluminação do que um local de trabalho onde a coloração dos componentes seja variada e 
onde predominem as cores vivas, que favorecem o condicionamento visual do operador. 
 
Como regra geral, quanto menor o contraste, mais intensa deve ser a iluminação 
do local. O jogo de cores adequadamente escolhidas, seja na pintura das instalações, seja nos 
acabamentos dos componentes do produto final, facilitará a obtenção de contrastes mais 
adequados. 
 
 
 
25 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
3ª - Luminosidade controlada evitando o ofuscamento 
 
Quando se está em presença de superfícies refletoras, como são em geral as 
superfícies metálicas, ou quando são grandes os contrastes entre os níveis de iluminamento de 
locais muito próximos, podem-se criar condições de ofuscamento prejudiciais ao bom 
desempenho do trabalho. Algumas das causas desse ofuscamento podem ser atribuídas a 
lâmpadas de grande potência, quando instaladas em pequeno número, ou ainda à coloração 
escura de tetos e paredes em contraste com a luminosidade proporcionada pelas janelas ou áreas 
de iluminação natural. 
 
A fim de reduzir esses inconvenientes em ambientes cobertos, em princípio, o 
número e a disposição das lâmpadas deve ser tal que o afastamento entre duas lâmpadas 
consecutivas nunca seja maior que uma vez e meia a distância dessas lâmpadas ao piso. 
 
Especialmente em grandes galpões, com iluminação natural deficiente, o 
ofuscamento pode ser uma causa de desconforto pessoal, causa adicional de acidentes. 
 
As cores adotadas para pintar paredes e tetos devem ser criteriosamente escolhidas 
com base nos princípios da psicodinâmica das cores, temática adiante abordada. 
 
 
4a - Combate aos efeitos estroboscópicos e a flutuação do nível de iluminação 
 
Certos tipos de lâmpadas, como as fluorescentes, produzem um fluxo luminoso 
variável. Essa oscilação do nível de iluminamento aparentemente imperceptível, pode assumir 
aspectos bastante perigosos no caso de máquinas em funcionamento, cujas peças podem parecer 
girar em sentido inverso, ou podem mesmo parecer paradas. 
 
Como solução para o problema criado pelo chamado efeito estroboscópico, 
entende-se ligar essas lâmpadas sempre aos pares ou, no caso de suprimento em corrente 
trifásica, em fases distintas. Outra técnica seria a de se acrescentar ao sistema de iluminação 
fluorescente, lâmpadas incandescentes que irão atenuar as oscilações do nível total de 
iluminamento. 
 
Para que o nível de iluminamento no ambiente seja o mais uniforme possível, 
eliminando-se assim os contrastes excessivos, o ofuscamento e as áreas indesejáveis de sombras 
projetadas, é importante que a escolha dos pontos de iluminação se faça criteriosamente. No caso 
da iluminação natural este cuidado está diretamente relacionado com a escolha dos tipos de 
cobertura, dos fechamentos laterais e das cores adotadas na pintura de paredes e tetos. 
 
Como já foi dito, a orientação, isto é, o posicionamento da edificação em função 
dos movimentos relativos do sol, exerce significativa interferência nas condições internas de 
iluminação natural. Assim é que nas regiões doBrasil próximas ao equador (N e NE), buscar-se-á 
aberturas nas fachadas norte (entre março e setembro, com pico em 21 de junho) e sul (entre 
outubro e fevereiro, com pico em 21 de dezembro), enquanto que mais para o sul do país os 
lados das edificações voltados para norte são os que recebem maior luminosidade ao longo dos 
dias. 
 
Nos esquemas gráficos a seguir, observa-se comparativamente, a influência 
exercida sobre a iluminação natural por alguns tipos de soluções estruturais, com suas 
respectivas coberturas e fechamentos. Nesses exemplos (práticos), tem-se em vista assegurar um 
mínimo de 5% da iluminação natural nos locais mais desfavoráveis das respectivas edificações. 
 
 
 
26 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 Nível de iluminamento natural no exterior (100%) 
9
 
 Luz do dia - de 1.000 a 10.000 lux (a sombra) 
 50.000 a 100.000 lux (direto do sol) 
 Dia inteiramente nublado - 6.000 a 8.000 lux 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 Fonte: "Implantação de Indústrias" - Cyro Eyer do Valle – Livros Técnicos e Científicos Editora – 1975 - "Ventilação Natural de Galpões 
Industriais" - adaptado pelo autor para este trabalho 
 
5% 
Telhado em 2 águas c/faixas 
translúcidas contínuas equiv. a 
1/10 da área do piso 
20% Telhado em 2 águas c/faixas 
translúcidas contínuas equiv. a 
1/3 da área do piso 
12% 
5% 
Teto plano c/faixas laterais 
translúcidas contínuas equiv. a 
1/2 da área do piso 
6% 
6% 
5% 
Telhado em 2 águas com 
lanternins. Área translúcida 
equiv. a 1/3 da área do piso 
Cobertura em "shed" com área 
translúcida equivalente a 1/5 
da área do piso 
12% Cobertura em "shed" com área 
translúcida equivalente a 1/3 
da área do piso 
10% 
Teto plano com faixas 
translúcidas contínuas equiv. a 
1/5 da área do piso 
15% 
5% 
Teto plano com faixas 
translúcidas contínuas equiv. a 
1/6 da área do piso 
7% 
5% 
 
27 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
Algumas interfaces a serem consideradas: 
 
Para uma iluminação natural eficiente, nos casos que ela seja recomendada, deve-
se ter em conta os seguintes cuidados no projeto arquitetônico das edificações: 
 
1o - Evitar ou prever adequadamente as obstruções à iluminação natural 
tais como edificações vizinhas de grande altura, passagens de dutos, 
bandejas de cabos e tubulações diante das áreas envidraçadas. 
 
2o - Adotar cores claras na pintura do interior, em especial, nos tetos. 
 
3o - Prever facilidades para limpeza periódica das áreas envidraçadas 
evitando, na fase de projeto, reentrâncias ou obstáculos que propiciem a 
acumulação de poeira e de outros detritos naquelas superfícies. 
 
4o - Compatibilizar a orientação das aberturas e sua transparência às 
condições de insolação ditadas pela latitude do local. 
 
No caso da adoção de iluminação artificial, deve-se atentar para uma ou várias 
das seguintes condições: 
 
1a - Suprir o local com iluminação satisfatória em horas noturnas ou em 
dias de grande nebulosidade. 
 
2a - Complementar a iluminação natural, principalmente em grandes 
edificações com poucas áreas de insolação. 
 
3a - Substituir inteiramente a iluminação natural em razão da exigência 
do processo, da atividade ou da solução arquitetônica adotada. 
 
O nível de iluminamento de um ambiente deverá ser sempre referido ao plano em 
que se efetua o trabalho, por isso mesmo denominado "plano de trabalho" ou "plano útil". Sobre 
esse plano, normalmente considerado a 75 ou 80 cm acima do nível do piso, deverá incidir o 
fluxo luminoso emanado das luminárias. 
 
 
 ESCOLHA DO TIPO DE ILUMINAÇÃO 
 
A escolha do tipo de iluminação artificial dependerá de fatores técnicos e fatores 
econômicos. Além do rendimento luminoso pelas características das lâmpadas e características 
dos ambientes, dever-se-á ter em conta que: 
 
1o - As lâmpadas incandescentes têm o mais baixo custo inicial, porém 
possuem vida curta se comparadas com os demais tipos de lâmpadas. Seu 
custo operacional é, por isso, o mais elevado. 
 
2o - As lâmpadas incandescentes são mais vulneráveis às oscilações de 
tensão, tendo sua vida bastante reduzida no caso de eventuais sobre 
tensões. 
 
3o - A liberação de energia térmica é bem maior no caso de lâmpadas 
incandescentes, tornando-se desaconselhável usá-las em ambientes 
refrigerados, a fim de contribuir na redução da carga térmica. 
 
 
28 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
4o - As lâmpadas fluorescentes e as lâmpadas a vapor tanto de sódio como 
de mercúrio, requerem a instalação de reatores, que oneram o custo total 
do sistema. 
5o - As lâmpadas fluorescentes proporcionam boa reprodução de cores e 
são fabricadas em diversos tons, como branco-frio, natural, branco 
morno, luz-do-dia, branco suave, etc., sendo recomendadas para pés-
direitos baixos e para locais que exijam altos níveis de iluminamento. 
6o - As lâmpadas a vapor de mercúrio oferecem longa vida útil; pelo seu 
rendimento luminoso são recomendadas para instalação em alturas 
superiores a 6 metros. 
7o - As lâmpadas a vapor de mercúrio não são recomendadas, entretanto, 
para locais que exijam boa reprodução de cores, pois as distorcem. 
8o - As lâmpadas de vapor de sódio são recomendadas especialmente para 
iluminação externa (pátios, canteiros de trabalho, etc.), principalmente 
em locais sujeitos a formação de neblina; sua distorção das cores é ainda 
mais grave que a provocada por lâmpadas a vapor de mercúrio. 
9o - Sempre que tecnicamente aceitável, é preferível a instalação de 
lâmpadas de potência elevada em menor número; isto reduz os 
investimentos iniciais em circuitos elétricos de distribuição e diminui os 
custos de manutenção. 
10o - A substituição de lâmpadas queimadas em uma grande área 
industrial deve obedecer a critérios ditados pela economia nos custos de 
manutenção. A técnica da reposição coletiva de todas as lâmpadas, 
queimadas ou não, ao se avizinhar o limite de sua vida útil, é 
especialmente válida em locais com pés-direitos elevados, de difícil acesso 
ou em instalações à prova de poeira, de explosão, etc., onde se utilizam 
luminárias fechadas ou se requer o desligamento da instalação para 
substituição das lâmpadas. 
 
 A seguir, 
 
 CARTAS SOLARES 
 
 Coleções de cartas solares cobrindo todo o território brasileiro de 
norte a sul onde poderão ser identificadas as posições do sol, seu 
caminhamento relativo, dias, horas e ângulos de incidência. Após 
a última carta, seguem-se algumas instruções para boa 
compreensão do mecanismo de reconhecimento das mesmas e um 
pequeno exemplo prático. 
 
 
 
 
29 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
 
 
30 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
 
 
31 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
 
 
32 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
 
 
33 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
 
 
34ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
 
 
35 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
 
 
36 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
 
 
37 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
 
 
38 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
Trabalhando com carta solar 
 
Análises de insolação atualmente são feitas, 
em sua grande maioria, com o auxílio de 
computadores. Mas nem sempre foi assim, 
antes os profissionais da área usavam as 
cartas solares para saber a posição do sol em 
determinada data do ano. Ainda hoje, apesar 
de toda tecnologia, é interessante conhecer 
esta técnica, pois em alguns casos ela é mais 
prática que a utilização de computadores, 
pelo menos no fazer preliminar de esboço do 
projeto. 
Há vários tipos de carta solar; em nosso caso 
usaremos a projeção estereográfica. 
 
O funcionamento de uma carta solar é relativamente simples. Basicamente 
ela lhe fornecerá dois ângulos que serão usados para encontrar a 
orientação do raio solar em determinado momento do dia. O primeiro 
ângulo (azimute solar – a) é em relação ao norte, e mostra a direção do 
raio solar, já o segundo (altura solar – h) é em relação a superfície e 
mostrará a inclinação desse mesmo raio. 
 
Quando olhamos a carta solar, 
vemos três fontes de informação: 
um anel externo com ângulos em 
relação ao norte (a); a malha, para 
localizar determinada data e hora; 
e um seguimento na parte inferior 
para nos fornecer a inclinação dos 
raios (h). 
 
 
 
 
 
 
Cada carta solar é feita para uma determinada latitude ou uma faixa em 
torno da latitude; reparar que o conjunto das cartas solares vistas 
anteriormente marca cada uma, a sua latitude de abrangência (mostrada 
no canto direito superior, junto ao pequeno mapa). 
 
 
 
 
 
39 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
Exemplo: 
 
Determinar a inclinação do sol no dia 16/04, em uma localidade situada a 20° 
latitude sul. 
 
 
Primeira coisa a fazer: para esta cidade teremos 
operar com a carta correspondente a 200 latitude sul. 
 Ao lado reproduzida. As linhas horizontais ( ) 
são as datas do ano, já as verticais ( ), os horários 
do dia. 
Trace uma linha do centro da carta passando pelo 
ponto do cruzamento de data e hora ( ), até o anel 
externo. Feito isso nos já temos a direção do sol em 
relação ao norte (vermelho), que em nosso caso é 
algo entorno de 60° (lido na escala de contorno do 
desenho). 
Determinar a inclinação: para isso rebata a distância do ponto entre o cruzamento de data e horas 
e o centro da carta, para a escala situada na parte de baixo da mesma. Este ângulo encontrado 
revela a inclinação em relação à superfície (h), que neste caso é algo próximo de 40° (medido 
com transferidor). 
EXEMPLO DE USO DA TABELA PARA 
DETERMINAR ÁREAS DE ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO EM AMBIENTES 
 
 
 
600 
400 
 
40 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
ORIENTAÇÃO SOLAR - 
 
 
 
ESTUDO DE CASO 
 
 
 
Trata-se de um projeto para um prédio destinado a um hotel, situado em terreno de 
fronte à “beira mar” em Fortaleza. 
 
 
As divisórias entre as varandas, ao tempo em que contribuem para a privacidade 
das unidades habitacionais, impedem a penetração direta e incômoda dos raios solares no interior 
daquelas unidades nos horários iniciais da manhã e finais da tarde. 
 
Durante o dia as varandas em balanço protegem os quartos da insolação. 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE MASSA - DES. S/ ESCALA 
RUA HISTORIADOR RAIMUNDO GIRÃO 
 
 
FACHADA NORTE - AV. PRES. kENNEDY 
R
U
A
 B
A
R
Ã
O
 D
E
 S
T
U
D
A
R
T
 
 
41 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INCIDÊNCIA SOLAR MÁXIMA 
NA FACHADA NORTE 
EM 21 DE JUNHO (PICO) 
ÀS 12 H ≃ 62O 
 
  
INCIDÊNCIA SOLAR MÁXIMA 
NA FACHADA SUL 
EM 21 DE DEZEMBRO (PICO) 
ÀS 12 H = 70O 
 
Em função do posicionamento do prédio, a incidência dos raios solares na fachada 
convencionada como Norte ficará mais evidenciada entre os meses de março e setembro, 
atingindo o máximo (pico) no dia 21 de junho; nos demais períodos do ano (outubro a 
fevereiro) a incidência solar se faz sentir na fachada oposta (sul), com o pico em 21 de 
dezembro, sendo esta protegida pelas galerias de circulação dos pavimentos. 
 
  
 
42 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No pico de 21 de junho, dia mais desfavorável, o ângulo de incidência solar na 
fachada norte do prédio no nascer do sol (06,15h) será ≃ 660; do mesmo dia, às 18,15h, o ângulo 
de incidência no por do sol será 230. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BEIRA MAR 
 
Nascente 21/jun 
às 06,15h, fazendo 66o 
com a fachada 
 
 
 
43 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 CAP. II - CLIMATIZAÇÃO 
 
 
A qualidade do ar que circula no interior das instalações e edificações é fator de 
grande importância para a obtenção de um ambiente adequado à presença dos usuários e ao 
desenvolvimento satisfatório de qualquer processo produtivo. 
 
Geralmente, três são as técnicas envolvidas no tratamento do ar de recintos: 
 
1a - A ventilação, que visa a renovação do ar ambiente, seja através do 
insuflamento de ar exterior, seja mediante a exaustão do ar interior. 
 
2a - A purificação, que tem por objetivo extrair do ar as impurezas em 
suspensão, gases e odores. 
 
3a - A climatização, que permite alterar e manter sob controle as 
condições de temperatura e de umidade relativa do ar ambiente. 
 
 
A utilização destas três técnicas poderá ocorrer isolada ou simultaneamente, sendo 
que a aplicação simultânea conduz ao que se denomina usualmente de "condicionamento do ar" 
do ambiente. 
 
 
VENTILAÇÃO 
 
A ventilação é usada principalmente como processo de renovação ou de diluição 
do ar contaminado em instalações que originam emanações nocivas ao homem ou algum 
processo, tais como salas de fumo, cinemas, teatros, banhos eletrolíticos, tratamentos químicos, 
salas de carregamento de baterias, depósitos de produtos voláteis, ou então em locais cuja 
temperatura possa ser mantida em níveis aceitáveis mediante a troca frequente do ar ambiente, 
como é o caso das fundições e das instalações para tratamentos térmicos. 
 
A ventilação pode ser feita por renovação natural do ar (ventilação natural) ou 
utilizando-se ventiladores(ventilação forçada). 
 
 Ventilação natural 
 
No caso da ventilação natural, também chamada aeração, procura-se dotar as 
edificações de aberturas convenientemente dispostas, a fim de que permitam a entrada do ar 
novo (externo) e a saída do ar contaminado. A eficiência da ventilação natural de um local 
depende fundamentalmente: 
 
a) da forma da edificação; 
b) das soluções arquitetônicas adotadas; 
c) da orientação dos eixos principais da edificação, em relação aos ventos 
dominantes; 
d) da forma e das dimensões das aberturas para entrada e saída do ar. 
 
 
 
 
 
 
45 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
As seguintes regras práticas devem ser observadas para obter-se uma ventilação 
natural satisfatória: 
 
 
1a - Para que o ar aquecido ou contaminado saia do ambiente é necessário 
que a entrada de ar externo seja facilitada ao máximo. As simulações 
abaixo mostram alguns exemplos nos quais, conforme a solução 
adotada, a ventilação natural fica prejudicada pela falta de aberturas 
adequadas à entrada de ar ou, em outros casos, assegurada 
satisfatoriamente. No caso, estão esquematizadas edificações do tipo 
galpões industriais 10. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 Fonte: "Implantação de Indústrias" - Cyro Eyer do Valle – Livros Técnicos e Científicos Editora – 1975 - "Ventilação Natural de Galpões 
Industriais" - adaptado pelo autor para este trabalho 
 
SOLUÇÕES CORRETAS SOLUÇÕES INCORRETAS 
 
 SOLUÇÕES CORRETAS SOLUÇÕES INCORRETAS 
Parede sem 
aberturas 
aberturas 
Área 
envidraçada 
Área 
envidraçada 
 
46 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
 
 
2a - O ar aquecido ou contaminado em alguma unidade da instalação 
(forno, cabine de pintura, etc.) não deve ser misturado com o restante 
do ar ambiente. Nesse caso, se a ventilação natural não permitir a 
eliminação direta desse ar, dever-se-á adotar a ventilação mecânica 
(por exaustão) naquele local. 
 
 As figuras a seguir 11 mostram exemplos práticos que demonstram a 
vantagem da determinação prévia da direção dos ventos dominantes, 
dos quais se pode tirar partido na localização de certos equipamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11- Fonte: Implantação de Indústrias - Cyro Eyer do Valle -"Ventilação natural e arranjo físico de equipamentos" - Adaptado pelo autor para este 
trabalho. 
 
B - Localização satisfatória 
do forno 
 
 
A - Localização insatisfatória 
do forno 
C - Correção da localização 
insatisfatória do forno 
do forno 
 
47 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
3a - As dimensões das aberturas nas edificações devem ser tais que 
permitam a entrada e saída de ar em volume suficiente para 
assegurar aproximadamente 15 a 20 trocas do ar ambiente no 
intervalo de uma hora. A velocidade do ar nas aberturas pode ser 
tomada, para fins de cálculo, como 1,5 m/s, tornando simples, 
portanto, estabelecer-se a área livre necessária para atender aquele 
número de trocas. 
 
A aplicação dessas regras pode não ser suficiente em instalações causadoras de 
poluição intensa do ar ou que contenham grandes fontes de dissipação de calor em seu interior 
(laminadores, fornos, caldeiras e similares). Nesses casos a ventilação forçada poderá ser 
necessária. 
 
O Quadro abaixo mostra valores indicativos para alguns tipos de locais fechados 
industriais e administrativos 12. Na realidade essas taxas de renovação nem sempre são 
obedecidas, principalmente em regiões de clima frio, que requerem o aquecimento do ambiente, 
procurando-se reduzir, por motivos econômicos, o número dessas renovações horárias. 
 
 
TAXAS DE RENOVAÇÃO HORÁRIA DO 
AR AMBIENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 - Fonte: NBR - 6.410 da ABNT - Instalações Centrais de Ar Condicionado para conforto - Parâmetros básicos de Projeto 
 
 LOCAIS 
 
 
Salas de Reuniões 5 a 10 
Escritórios 3 a 6 
Laboratórios 4 a 6 
Salas de Controle 10 a 15 
Casas de Bombas 10 a 15 
Salas de Compressores 10 a 12 
Seções de Usinagem e Mecânica 6 a 10 
Fundições 20 a 30 
Instalações de Pintura 30 a 60 
NO DE TROCAS 
POR HORA 
 
48 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
A importância da ventilação natural para arquitetura bioclimática 
 
O uso da ventilação natural é um dos princípios básicos da arquitetura sustentável, 
ou da boa arquitetura, ao final o vento é um recurso natural, gratuito e renovável. 
A utilização adequada desta fonte traz diversas vantagens para as edificações, 
mantendo a qualidade interna do ar pela troca constante, criando ambientes salubres e 
confortáveis, também reduzindo os gastos energéticos, principalmente a diminuição do uso de ar 
condicionado que é um dos principais consumidores de energia. 
Algumas técnicas para o uso da ventilação natural: 
- Ventilação Cruzada: a ventilação natural cruzada é usada em diferentes vãos de 
abertura em um ambiente, seja ela em elementos opostos ou adjacentes. É necessário identificar o 
vento predominante da região (frequência, direção e velocidade), pois a ventilação natural pode 
causar desconforto e resfriamento indesejado, caso não analisada adequadamente. O importante é 
permitir a entrada de ar fresco, seja por vão de abertura próxima ao piso, janelas, portas, 
empurrando o ar quente para outra parte com abertura como pátio, teto, claraboia, elemento 
vazado, torres de vento ou telhas de ventilação nas coberturas. 
 
 
- Torre de vento: - as torres de vento são uma ótima solução para essa troca de ar 
no ambiente interno, são adequadas para as casas de tijolos ou blocos, e muito utilizadas na 
arquitetura árabe. Funciona também quando não há brisa, pois a temperatura de dentro da torre 
é diferente do ar externo. O vento entra por um lado da torre e sai pelo outro, sugando o ar 
quente interno do ambiente, fazendo que o ar fresco entre por aberturas localizadas na parte 
inferior da edificação. 
 
 
 
49 
 
ARQUITETURA E URBANISMO “CONFORTO AMBIENTAL” PROF. ISAAC FEINGOLD 
 
Exemplos de utilização da ventilação natural na arquitetura contemporânea: 
- referência arquiteto João Figueiras Lima, o Lelé - 
 
– Este arquiteto brasileiro é um bom exemplo onde usa ventilação natural em suas 
obras, principalmente nos hospitais da rede Sara Kubitschek, localizado em algumas capitais do 
país, começando por Brasília em 1980. Utiliza-se de um sistema de ventilação onde o ar entra 
por galerias de tubulações em subsolo como condutores de ar fresco e passa pelas paredes dos 
quartos do hospital, ventilando os ambientes e, direcionado o ar quente contaminado pelas saídas 
superiores no telhado com formato de ondas (sheds). 
 
 
 
 
Nos hospitais evitaram os recursos de ventilação cruzada, para diminuir

Continue navegando