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Ciência e Tecnologia dos Materiais Profª. Dr. Kelly Bossardi e-mail: kelly.bossardi@prof.uniso.br PROPRIEDADES DOS MATERIAIS É obrigação dos engenheiros compreender como as várias propriedades mecânicas são medidas e o que essas propriedades representam. A determinação e/ou conhecimento das propriedades mecânicas é muito importante para a escolha do material para uma determinada aplicação, bem como para o projeto e fabricação do componente. As propriedades mecânicas definem o comportamento do material quando sujeitos à esforços mecânicos, pois estas estão relacionadas à capacidade do material de resistir ou transmitir estes esforços aplicados sem romper e sem se deformar de forma incontrolável. Estudar tais propriedades significa, em um primeiro momento, observar criticamente os fenômenos que nos cercam e questionar por que ocorrem. As propriedades podem ser divididas em: •PROPRIEDADES MECÂNICAS; •PROPRIEDADES QUÍMICAS – Resistência á corrosão, à agentes químicos, etc.; •PROPRIEDADES FÍSICAS: PROPRIEDADES MECÂNICAS Você já se perguntou? • Por que o produto Silly Putty® se deforma bastante quando tracionado lentamente, mas se rompe quando puxado rapidamente? Porque é possível apoiar um caminhão sobre quatro xícaras de cerâmica, mas essas mesmas xícaras quebram facilmente ao cair no chão? As propriedades mecânicas dos materiais dependem da composição química, da natureza das ligações, da microestrutura, da estrutura e dos defeitos; Outros fatores que afetam as propriedades mecânicas dos materiais, como as baixas temperaturas que fragilizam vários metais e polímeros: Acidentes históricos estiveram associados ao comportamento dos materiais: 1. Baixas temperaturas – contribuíram para aumentar a fragilidade do polímero utilizado em anéis de vedação, causando o acidente do ônibus espacial Challenger em 1986; 2. Baixa temperatura e Composição química do aço empregado no Titanic e as tensões residuais associadas ao processo de fabricação resultaram num aço pouco tenaz para aplicação em águas e baixas temperaturas, além de rebites pouco resistentes. As propriedades dos materiais são fundamentais em muitas tecnologias emergentes e tradicionais: •Na produção de aviões, por exemplo, as ligas de alumínio ou os compósitos reforçados com carbono usados em componentes aeronáuticos devem ser leves, resistentes e capazes de suportar cargas mecânicas cíclicas durante longos períodos de tempo; •Os aços utilizados na construção de estruturas, como edifícios e pontes, devem ter resistência adequada, de modo que não comprometam a segurança das edificações; •Os plásticos empregados na fabricação de tubos, válvulas, pisos e outros elementos que também devem ter resistência mecânica apropriada. As principais propriedades mecânicas dos materiais: •Resistência à tração e à compressão; •Elasticidade e Plasticidade; •Ductilidade; •Fluência; •Flexão; •Fadiga; •Dureza; •Tenacidade; •Impacto Cada uma dessas propriedades está associada à habilidade do material de resistir às forças mecânicas e/ou de transmiti-las CONCEITOS DE TENSÕES E DEFORMAÇÃO Tração Compressão Cisalhamento Torção Como determinar as propriedades mecânicas? A determinação das propriedades mecânicas é feita através de ensaios mecânicos. Utiliza-se normalmente corpos de prova (amostra representativa do material) para o ensaio mecânico, já que por razões técnicas e econômicas não é praticável realizar o ensaio na própria peça, que seria o ideal. Geralmente, usa-se normas técnicas para o procedimento das medidas e confecção do corpo de prova para garantir que os resultados sejam comparáveis. É medida submetendo-se o material à uma carga ou força de tração, paulatinamente crescente, que promove uma deformação progressiva de aumento de comprimento. Curvas: força x alongamento tensão x deformação RESISTÊNCIA À TRAÇÃO • Um material dúctil é aquele que pode ser alongado, flexionado ou torcido, sem se romper. Ele admite deformação plástica permanente, após a deformação elástica. A deformação plástica em geral é acompanhada de encruamento. Na curva tensão deformação destes materiais, a região plástica é identificável. O ponto de escoamento determina a transição entre as fases elástica e plástica (com ou sem patamar na curva). • Um material frágil rompe-se ainda na fase elástica. Para estes materiais o domínio plástico é praticamente inexistente, indicando sua pouca capacidade de absorver deformações permanentes. Na curva tensão deformação, a ruptura se situa na fase elástica ou imediatamente ao fim desta, não havendo fase plástica identificável; alta tensão e pequena deformação. • Um material elástico rompe-se ainda na fase elástica. Para estes materiais o domínio plástico é praticamente inexistente, indicando sua pouca capacidade de absorver deformações permanentes. Na curva tensão deformação, a ruptura se situa na fase elástica ou imediatamente ao fim desta, não havendo fase plástica identificável; pequena tensão e grande deformação. Deformação Elástica: Anelasticidade Anelasticidade: A maioria dos metais apresenta uma “componente” de deformação elástica dependente do tempo, ou seja, após retirada a carga é necessário um certo tempo para que haja a recuperação do material (para o material retornar ao seu tamanho inicial). • Metais: normalmente a componente anelástica é pequena. • Para alguns polímeros a componente anelástica é elevada (Comportamento Viscoelástico). FRATURA FRÁGIL x DÚCTIL Amorfos e Semicristalinos Amorfos e Cristalinos Cristalinos Amorfo muitas ligações cruzadas Semicristalino (regiões amorfas sem ligações cruzadas) Amorfo sem ligações cruzadas Amorfo com poucas ligações cruzadas D Cristalinos Possíveis Microestutura - Materiais Amorfos Amorfo sem ligações cruzadas Semicristalino (regiões amorfas sem ligações cruzadas) Amorfo com poucas ligações cruzadas Amorfo muitas ligações cruzadas Material semicristalino – Ensaio Tensão x Deformação FADIGA – Solicitações Cíclicas É o fenômeno de ruptura progressiva de materiais sujeitos a ciclos repetidos de tensão (tração e compressão). O estudo do fenômeno é de importância para o projeto de máquinas e estruturas, uma vez que a grande maioria das falhas em serviço são causadas pelo processo de fadiga, cerca de 95%. DUREZA É a propriedade característica de um material sólido, que expressa sua resistência a deformações permanentes e está inversamente relacionada com a força de ligação dos átomos. Basicamente, a dureza pode ser avaliada a partir da capacidade de um material "riscar" o outro, como na popular escala de Mohs para os minerais, que é uma tabela arbitrada de 1 a 10 na qual figuram alguns desses em escala crescente a partir do talco ao diamante. Outra maneira de avaliar a dureza é a capacidade de um material penetrar o outro. Na engenharia e na metalurgia, o chamado ensaio de penetração para a medição da dureza. A partir de um referencial intermediário, a dureza pode ser expressa em diversas unidades. São comuns usar os seguintes processos: A facilidade de conversão da dureza em um escala para outra é algo desejável. No entanto, como a dureza não é uma propriedade do material muito bem definida e, devido às diferenças entre os vários métodos, um esquema compreensível de conversão não foi totalmente definido. As conversõesentre os diversos métodos de medição devem ser aplicadas com cautela, devido a variações nos resultados, em função de possíveis heterogeneidades da microestrutura do material. Informações úteis para a conversão de dureza foram obtidas de modo experimental e podem ser vistas na ASTM E140 (Standard Hardness Conversion Tables for Metals). A conversão de resultados de dureza para valores de resistência a tração não é confiável, ocorrendo grandes variações em função do tipo de aço e do tipo de tratamento térmico ao qual o aço foi submetido. Da mesma forma, resultados de dureza não levam em consideração possíveis falhas microestruturais que, por exemplo, poderiam haver fragilizado o aço, resultando em valores totalmente fora da tabela. "USE APENAS COMO REFERÊNCIA" PROPRIEDADES DOS MATERIAIS ESTRUTURA X PROPRIEDADES Sólidos iônicos em geral são : - duros; - isolantes térmicos e elétricos; - apresentam altos pontos de fusão e ebulição; - baixos coeficientes de expansão térmica; - boa resistência química. Sólidos covalentes podem ser : - duros ou frágeis dependendo de suas estruturas de empacotamento e da natureza dos átomos envolvido; - isolantes térmicos e elétricos; - apresentam altos pontos de fusão e ebulição; - baixos coeficientes de expansão térmica. Sólidos metálicos: - bons condutores elétricos e térmicos devido aos elétrons livres; - ruptura dúctil na temperatura, ou seja, a fratura só ocorre após os materiais terem sofridos significativos níveis de deformação permanente; - a ligação pode ser fraca ou forte e consequentemente seus pontos de fusão e ebulição; - altos coeficientes de expansão térmica; - São opacos a luz visível; - Aparência lustrosa quando polidos. Sólidos Moleculares: formados por ligações secundárias - apresentam baixíssimos pontos de fusões e ebulições; - por outro lado, muitos polímeros modernos, apesar de serem sólidos moleculares podem apresentar pontos de fusões e ebulições mais elevados pela presença de das ligações covalentes; - podem apresentarem elevadas taxas de deformações elástica e permanente. EXERCÍCIO 1) Tendo em conta os modelos atômicos e os tipos de enlaces químicos formados entre os átomos justifique as seguintes propriedades: sólidos metálicos : ruptura dúctil sólidos iônicos: duros e frágeis sólidos covalentes: elevado ponto de ebulição Sólido molecular: baixíssimo ponto de fusão PROPRIEDADES X MATERIAIS Maior dureza e rigidez quando comparadas aos aços. Maior resistência ao calor e à corrosão que metais e polímeros. São menos densas que a maioria dos metais e suas ligas. Os materiais usados na produção das cerâmicas são abundantes e mais baratos.
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