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Mylena Lopes de Oliveira Tratamentos térmicos e termoquímicos Resende, RJ 2022 Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Tecnologia e Ciências Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia Mecânica SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 3 2. DESENVOLVIMENTO ...................................................................................... 4 2.1 Tratamentos térmicos ...................................................................................... 4 2.1.1 Recozimento ................................................................................................... 4 2.1.2 Têmpera e revenido ........................................................................................ 4 2.2 Tratamentos termoquímicos ............................................................................ 5 2.2.1 Cementação .................................................................................................... 5 2.2.2 Nitretação ....................................................................................................... 6 2.2.3 Cianetação ...................................................................................................... 6 2 CONCLUSÃO .................................................................................................. 7 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 8 1. INTRODUÇÃO Os processos de tratamentos térmicos possibilitam a transformação de fase no estado sólido, a partir de operações controladas de aquecimento e resfriamento visando a modificação da microestrutura dos materiais e, consequentemente, das suas propriedades. A etapa inicial do tratamento térmico é o aquecimento e em geral visa a obtenção de uma estrutura austenítica. Elementos de liga adicionados aos aços alteram as temperaturas de transformação. O aço deve ser mantido na temperatura de austenitização o tempo suficiente para que todas as fases originalmente existentes se transformem em austenita. A austenita apresenta uma estrutura cúbica de face centrada e permite a dissolução de todo o carbono. A velocidade de aquecimento deve ser controlada para evitar mudanças bruscas de temperatura que podem, dependendo da forma e dimensões da peça, provocar trincas e empenamentos. A etapa de resfriamento é importante já que é o controle da velocidade de resfriamento que vai permitir a obtenção da microestrutura e das propriedades desejadas. A resistência mecânica e a dureza são tanto mais altas quanto mais rápido o resfriamento. No caso de tratamentos isotérmicos (realizados a temperaturas constantes) a peça pode ser mantida em banhos de sais ou metais fundidos mantidos a temperaturas constantes.] Os tratamentos térmicos mais usuais aplicados nos aços podem ser classificados são recozimento, normalização, têmpera e revenido, coalescimento, austêmpera e martêmpera. Cada um desses tratamentos baseia-se em uma sequência de operações e leva a uma determinada estrutura conferindo às peças propriedades específicas. A seguir serão descritos alguns destes tratamentos e as suas aplicações. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 Tratamentos térmicos 2.1.1 Recozimento O recozimento consiste em aquecer a peça em um forno a uma temperatura acima do limite superior da zona crítica (A3), manter o tempo suficiente para que toda a estrutura se transforme em austenita e resfriar lentamente, por exemplo, desligando o forno e mantendo a peça no interior durante o resfriamento do mesmo. O objetivo do recozimento é a eliminação de efeitos de tratamentos anteriores levando o aço a uma estrutura semelhante a que seria obtida em transformações em equilíbrio. Para uma dada composição a estrutura típica do recozimento é a que apresenta maior ductilidade. Figura 1: Esquema da curva de resfriamento característica do recozimento. 2.1.2 Têmpera e revenido A têmpera consiste em aquecer a peça em um forno a uma temperatura acima do limite superior da zona crítica (A3), manter o tempo suficiente para que toda a estrutura se transforme em austenita e resfriar muito rapidamente. Nesse caso há um afastamento total das condições de equilíbrio e a estrutura final é composta de martensita que apresenta resistência mecânica e dureza altas. Figura 2: Esquema da curva de resfriamento característica da têmpera. 2.2 Tratamentos termoquímicos Além dos tratamentos térmicos usuais, podem ser aplicados com objetivos específicos tratamentos denominados de tratamentos termoquímicos. Esses tratamentos consistem em promover uma modificação parcial e localizada da composição química na superfície da peça, a altas temperaturas, visando um aumento da dureza superficial da peça, mantendo o núcleo dúctil. Os principais tratamento termoquímicos são: cementação, nitretação e carbonitretação. 2.2.1 Cementação A cementação consiste em introduzir carbono, por difusão, na superfície da peça, para aumentar o teor local e temperar posteriormente para obter uma alta dureza superficial e, portanto, maior resistência ao desgaste. Para tanto, a peça deve ser aquecida a uma temperatura acima do limite superior da zona crítica para se obter uma estrutura austenítica e expô-la, a essa temperatura, ao contato com substâncias capazes de liberar carbono (agente carbonetante). Mantém-se durante um tempo suficiente para atingir o teor de carbono desejado na profundidade requerida e tempera-se posteriormente. A têmpera pode ser realizada resfriando-se rapidamente a peça após a cementação ou pode- se normalizá-la, através de um resfriamento ao ar, para refinar a estrutura, e temperá-la posteriormente. 2.2.2 Nitretação A nitretação consiste em introduzir nitrogênio na superfície da peça. A peça é colocada em contato com o nitrogênio a temperaturas mais baixas que as necessárias para a cementação (em torno de 500°C) que forma nitretos de alta resistência com elementos de liga que além de aumentar a resistência ao desgaste aumentam também a resistência à corrosão. O processo tem, no entanto alguns inconvenientes em relação à cementação. Os tempos de tratamento são longos (50 a 70 horas), a profundidade afetada é baixa (em torno de 0,8 mm), provoca alterações dimensionais devido à formação dos nitretos e só é aplicável a aços com elementos de ligas que formem os nitretos. 2.2.3 Cianetação A cianetação consiste na introdução de carbono e nitrogênio na superfície da peça através da exposição da mesma à ação de cianetos a altas temperaturas (em torno de 750 a 850°C). Como a temperatura é alta o monóxido de carbono (CO) permite a cementação da peça e o nitrogênio (N) forma nitretos. A peça pode então ser temperada após a cianetação. A profundidade enriquecida é menor que a obtida na cementação mas a dureza é maior. 2 CONCLUSÃO Portanto, o tratamento térmico é “a operação ou conjunto de operações realizadas no estado sólido compreendendo o aquecimento, a permanência em determinada temperatura e o resfriamento, realizado com a finalidade de conferir ao material determinadas características”. O objetivo principal do tratamento termoquímico é aumentar a dureza e a resistência ao desgaste superficial, porém deixando o meio da peça tenaz para que possa ter outras aplicações, como o aumento da resistência da peça à fadiga e à corrosão. 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. CALLISTER, William D. Ciência e Engenharia de Materiais: uma introdução.5.ed. São Paulo: LTC, 2002. 2. GARCIA, Amauri; SPIN, Jaime A.; SANTOS, Carlos A. dos. Ensaio dos materiais. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
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