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1 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ADMINISTRAÇÃO CONCEITOS DE MARKETING DECISÕES DE PRAÇA CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................1 NATUREZA DOS CANAIS ................................................................................................................2 FUNÇÕES CHAVES DOS CANAIS................................................................................................................2 TIPOS DE CANAL ......................................................................................................................................3 ESCOLHA DE CANAIS .......................................................................................................................4 CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DE CANAIS ..................................................................................................5 CANAIS QUE PREDOMINAM PELO TIPO DE PRODUTO .................................................................................6 GRAUS DE DISTRIBUIÇÃO .........................................................................................................................7 OUTRAS CONSIDERAÇÕES E ANÁLISES.....................................................................................................7 ESCOLHA E ADMINISTRAÇÃO DE CANAIS...........................................................................8 ANÁLISE DE INTERMEDIÁRIOS..................................................................................................................8 ANÁLISE DO RELACIONAMENTO ENTRE AS PARTES...................................................................................8 DINÂMICA DE CANAIS ....................................................................................................................9 SISTEMAS DE CANAIS ...............................................................................................................................9 PAPEL DA EMPRESA NO SISTEMA DE CANAIS .........................................................................................10 CONCLUSÃO ........................................................................................................................................10 INTRODUÇÃO Fazer com que o produto chegue ao consumidor é uma tarefa de extrema importância no marketing, e mesmo na vida de uma organização. Este elemento é considerado altamente estratégico pelas organizações e suas definições e administração devem estar intimamente relacionadas com a estratégia da empresa. O mais comum entre as empresas, nesta busca pelo atendimento do consumidor, é a utilização de outras empresas, os intermediários, para realizar a distribuição de seus produtos, uma vez que estes são PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE CIENCIAS EXATAS, AMBIENTAIS E DE TECNOLOGIAS 2 especializados nisto, liberando a empresa para concentrar-se em sua atividade fim, produzir. Os intermediários podem ser de diversos tipos e com características das mais diversas, atuando em mercados distintos para cada produto. A escolha do tipo mais adequado, sua seleção, avaliação e administração compreendem algumas das atividades necessárias ao processo de administração dos canais de distribuição. NATUREZA DOS CANAIS Os canais de distribuição podem ser definidos, segundo Stern e El- Ansary (in Kotler, 2003), como “um conjunto de organizações interdependentes, envolvidas no processo de tornar um produto ou serviço disponível para uso ou consumo”. Os canais são normalmente utilizados pelos produtos para a realização do conjunto de tarefas necessárias ao processo de distribuição do produto, ou seja, fazer com que o produto (ou serviço) chegue até o consumidor. McCarthy (1996), adiciona ainda o conceito de “cabeça de canal”, ou seja, “a pessoa ou firma que desenvolve e coordena um sistema de canal”. Os fabricantes normalmente se utilizam intermediários para efetuar a distribuição por diversas razões. Os intermediários são mais eficientes, pois concentram-se somente na atividade de distribuir, enquanto que o fabricante, além de produzir, deveria manter outras preocupações ao mesmo tempo. Também deve ser considerado o tamanho da rede de distribuição necessária para atingir todos os mercados-alvo desejados pelo fabricante. Gerenciar uma grande rede de distribuição que pode se estender por todo um grande país, ou mesmo por diversos países ao redor do globo é tarefa extremamente delicada e exigente de grande esforço. Outro fator importante é que pode não ser vantajoso para o fabricante realizar sua própria distribuição, principalmente se ele produz bens de consumo de pequeno valor. A distribuição (venda) desses produtos não poderia ser realizada sozinha, o que acabaria, praticamente, por mudar o fabricante de ramo de atividade. Por exemplo, um fabricante de chocolates teria grande dificuldade em vender seus produtos diretamente ao consumidor, sendo por isso, preferível utilizar-se de intermediários, tais como supermercados, padarias, lanchonetes e outros. Funções Chaves dos Canais Dado a extrema importância da atividade exercida pelos canais de distribuição, ou intermediários, seu relacionamento com o fabricante deve ser estreito, visto que, a troca de informações entre os mesmo 3 é vital para o bom funcionamento do processo. Kotler (2003), relaciona uma série de “funções-chave” exercidas pelos canais: Informação: coleta de informação sobre consumidores, concorrentes, etc. Promoção: desenvolvimento e disseminação de mensagens para atrair consumidores. Negociação: negociação de preço e outras condições para efetuar a venda. Pedido: informação sobre quais produtos e quantidades o canal deseja adquirir. Financiamento: aquisição de fundos para financiar o estoque do canal. Risco: aceitação dos riscos da operação. Posse física: armazenamento e movimentação de materiais. Pagamento: operação de pagamento das compras. Propriedade: transferência da posse dos produtos. A relação entre as funções desempenhadas pelo produtor ou pelo canal diz respeito diretamente ao custo final do produto. Essas funções possuem custos para a sua realização, sendo necessário definir quem fará o quê, e quem custeará a operação. Os conceitos aplicados a canais de distribuição de produtos também valem para os serviços, que devem estar disponíveis e acessíveis para os consumidores. Também podem ser utilizados diferentes tipos de canais para a prestação do serviço (exemplo: pessoalmente, por telefone, por carta, em vídeo, etc.). Tipos de Canal Kotler (2003), propõe uma caracterização dos canais pelo número de níveis, sendo 4 os possíveis tipos: canal tipo zero: fabricante vende - o fabricante vende direto ao consumidor (porta em porta, catálogo, lojas próprias); canal de tipo um: varejista - possui o varejista como intermediário da venda; canal de tipo dois: um atacadista e um varejista - possuem um atacadista e um varejista canal de tipo três: atacadista, atacadista especializado e varejista possui ainda um atacadista especializado, que recebe de atacadistas e repassa aos pequenos varejistas. A figura abaixo representa o esquema proposto. 4 (a) Canais de marketing para bens de consumo (b) Canais de marketing para bens industriais Fonte: Kotler (2003) ESCOLHA DE CANAIS A escolha do tipo de canal mais adequado é um processo delicado e que envolve a análise de um grande número de vaiáveis. Esse processo deve ser cuidadosamente administrado, pois a seleção de fabri- canteconsu- midor ataca dista ataca dista vare- jista vare- jista vare- jista atacadista especializado fabri- cante cliente indus- trial filiais de venda represen- tantes distribuidor industrial 5 canais, uma vez realizada, terá grandes impactos no processo de distribuição do produto, ou serviço. Decisões pouco acertadas podem, simplesmente, não disponibilizar o produto para o consumidor, ou fazê-lo de forma inconveniente, com atrasos e até mesmo a perda de qualidade. Critérios para a Seleção de Canais Os critérios utilizados para a escolha dos canais mais adequados são vários. Utilidade: lugar e tempo Schewe (1994), considera que a escolha dos canais, deve ser motivada em relação aos critérios de utilidade. Esses critérios consideram a utilidade de lugar, quando o produto deve estar localizado próximo aos consumidores, aumentando sua satisfação na compra. Também é analisada a utilidade de tempo, que é o produto disponível na ocasião certa, assim como também ocasionando um menor tempo para sua aquisição. Por outro lado, McCarthy (1996) e Kotler (2003) analisam um outro grupo de fatores que também devem influenciar a escolha dos canais. Inicialmente são analisadas, por Kotler (2003), as necessidades do consumidor. Elas consideram: • Tamanho do lote: quantas unidades o consumidor recebe em cada entrega; • Tempo de espera: o período que o consumidor espera pela entrega; • Conveniência espacial: o número e dispersão de varejistas; • Variedade de produto: com o sortimento oferecido pelo canal. • Características do produto, da concorrência e da empresa Deve-se considerar, ainda, que as características do produto, dos intermediários, da concorrência, da empresa e ambientais implicam em realizar uma escolha de canal mais adequada aos objetivos do mesmo. Objetivos bem definidos e delineados podem levar à uma maior organização dos canais, com conseqüente redução de custos e melhoria da distribuição. As características de produto (perecíveis, não-padronizados, volumosos) implicam em cuidados na sua distribuição, pois podem 6 envolver a necessidade de condições previamente estabelecidas e preparadas. Os intermediários também devem ser analisados para ter identificados seus pontos fortes e fracos na atuação junto à clientes, o que pode afetar o canal. Analisar a concorrência, com seus canais, também afeta a decisão de escolha, pois pode levar a empresa a desejar situar-se próxima de seus concorrentes. Por fim, as características da empresa Características Ambientais A análise das características do ambiente é imprescindível no processo de seleção. Deve se analisar ambiente sócio-político- econômico existente, as leis e regulamentos existentes para o mercado, assim como as condições internas da empresa, tais como tamanho, seus recursos financeiros, a estratégia global e de marketing. Canais que predominam pelo tipo de produto McCarthy (1996), adiciona ainda uma grande ênfase nos canais que predominam pelo tipo do produto. Produtos essenciais Os produtos podem ser essenciais, com compras pequenas, grande dispersão de consumidores e pouca necessidade de instalações especiais, com resultante utilização do varejo. Produtos de compra intensiva Também necessitam distribuição intensiva no varejo, porém adicionada do esforço promocional os produtos de compra impulsiva. Produtos de emergência Para produtos de emergência, é necessária distribuição extensa e uso de horários não-ortodoxos (exemplo: postos de gasolina, farmácias). Produtos de escolha Nos produtos de escolha são necessários poucos dispositivos de vendas, pois os consumidores estão “sempre dispostos a realizar um esforço para satisfazerem suas necessidades de consumo”. Produtos homogêneos 7 Os produtos homogêneos de escolha (eletrodomésticos, têxteis) não necessitam “ambientes atraentes, nem de pessoal de vendas categorizado”, pois os consumidores buscam pelas marcas conhecidas ou descontos. Produtos heterogêneos Já para os produtos heterogêneos de escolha, é necessária uma exposição e venda especializada. Produtos agrícolas Produtos agrícolas podem necessitar de coletores e mercados terminais para sua manipulação. Produtos naturais possuem muitas vezes o próprio produtor (firmas grandes e pouco numerosas) como o distribuidor. produtos de manutenção e de reparação assemelham-se com os de essenciais, têm uso extenso, consumidores dispersos e compras pequenas, sendo atacadistas ou agentes, formas adequadas para o mesmo. Graus de Distribuição A exposição adequada de um produto ao mercado é classificada por McCarthy (1996), em graus de distribuição, como distribuição intensiva, seletiva e exclusiva. Distribuição intensiva: é a “venda de um produto por intermédio de um atacadista ou varejista”. Distribuição seletiva: é direcionada apenas aos atacadistas que “fazem um bom trabalho com o produto”, Distribuição exclusiva: é a “escolha de apenas um intermediário em uma determinada área geográfica”. Os graus de distribuição a serem utilizados em cada canal devem ser decididos pela empresa como parte de sua estratégia de exposição produto. Outras Considerações e Análises Condições e políticas: preço, condições de venda, exclusividade Ainda no processo de escolha de canais ainda devem ser verificadas as condições e políticas a serem praticadas entre intermediário e produtor. Os principais elementos são: políticas de preço, condições 8 de venda, direitos de exclusividade e serviços específicos de cada parte. Critérios econômicos: vendas, custos promocionais Também devem ser analisados os critérios econômicos, com as diferentes alternativas de vendas e custos proporcionadas pelos diversos tipos diferentes de canais, Critérios de controle e adaptação os critérios de controle, de acordo com uma maior ou menor necessidade do mesmo, e os critérios de adaptação, com uma duração de contrato e conseqüente perda de flexibilidade. ESCOLHA E ADMINISTRAÇÃO DE CANAIS Uma vez definidos os tipos de canais a serem utilizados resta a escolha dos mesmos. O produtor deve iniciar o trabalho de recrutamento dos mesmos, considerando as alternativas disponíveis e os pré-requisitos necessários para tal. Análise de Intermediários Devem ser analisadas as características do intermediário, tais como, linhas com as quais trabalham, tamanho e qualidade da força de venda, crescimento, lucro, solvência, cooperação e reputação (Kotler, 2003). Dependendo do tamanho da empresa, reputação e produto a tarefa de recrutamento de intermediários pode ser mais ou menos fácil. Grandes indústrias, produtos famosos não necessitam grande esforço de recrutamento, sendo necessário apenas a seleção dos mesmos, o que já não ocorre com pequenos fabricantes, que encontram dificuldades em colocar seu produto junto aos intermediários. Análise do relacionamento entre as partes O relacionamento entre ambas as partes também deve ser bem avaliado, principalmente no que diz respeito à estratégia a ser adotada para este relacionamento. Kotler (2003), coloca-nos 3 abordagens distintas: Cooperação Quando é utilizado o método de estímulo-resposta para atingir os resultados desejados, sendo que o produtor se utiliza de recursos como propaganda, displays, concursos, prêmios, margens altas, e até mesmo ameaças e sanções, o que provoca um inevitável distanciamento; 9 sociedade Com um acordo mais amplo entre fabricante e intermediários, buscando atingir os objetivos do primeiro com a satisfação das necessidades do segundo; eprogramação de distribuição Com a criação de um setor dedicado ao relacionamento com os intermediários para identificar suas necessidades e desenvolver programas de promoção. Qualquer que seja a abordagem assumida, ela deve sofrer revisões e análises constantes, procurando identificar e corrigir possíveis falhas na mesma. Em caso de necessidade de alterações pode ser necessária uma alteração no canal. Essa mudança pode implicar em um aumento ou diminuição de participantes no canal, um aumento ou eliminação de determinados canais, ou ainda, elaboração de novas formas para vender os produtos. Em todas as alternativas deve ocorrer uma avaliação criteriosa do que se está buscando e o que está errado no processo atual. DINÂMICA DE CANAIS O relacionamento e administração de canais não é um processo estático, sendo extremamente dinâmico. McCarthy (1996) e Kotler (2003), afirmam que existe a necessidade constante de busca de novas formas e alternativas no tratamento de canais, pois muitos surgem e desaparecem freqüentemente. Este último autor apresenta diversos sistemas de canais diferentes entre si. São sistemas vertical, horizontal e de multicanal. Sistemas de Canais Sistema convencional de canais: Compreende um produtor, varejistas e atacadistas buscando maximizar seu lucro sem objetivar o ótimo global. Sistema vertical de canais: cooperativo, administrado e contratual. Nele, por sua vez, os participantes atuam como em um sistema unificado, comandado por um dos mesmos. São “redes administradas de forma profissional e com programação centralizada, pré-construídas a fim de alcançar economias de escala e máximo impacto de mercado”. (McCammon in Kotler, 2003). O sistema vertical pode ser Cooperativo: com um único proprietário; Administrado: com proprietários diferentes e cooperação comercial profunda; 10 Contratual: com proprietários independentes e bases contratuais, podendo ser redes patrocinadas por atacadistas, cooperativas de varejistas ou franquia. Sistema horizontal de canais: colaboração entre duas ou mais empresas não relacionadas No sistema horizontal, duas ou mais empresas não relacionadas colaboram, de forma permanente ou temporária, em conjunto de recursos ou programas para “explorar uma oportunidade emergente de marketing” (exemplo: joint-venture). Já nos sistemas de multicanal a empresa se utiliza de diversos canais para atingir seus consumidores, fato pouco comum no passado. Papel da Empresa no Sistema de Canais Seja qual for o sistema de canais utilizado, o ambiente dinâmico e altamente mutável força a cada empresa o desenvolvimento de um papel definido para a mesma. McCammon (in Kotler, 2003), considera a existência de 5 papéis diferentes para serem assumidos pela empresa: Dominantes acesso às principais fontes de suprimento e alta consideração na indústria, batalhadoras busca tornar-se dominantes, têm pouco acesso às fontes de suprimento, complementares atendem segmentos menores ou manipulam pequenas quantidades, transitórias fora do canal, com expectativas de curto prazo, entram e saem do mercado com freqüência, inovadoras desafiam dominantes com o desenvolvimento de novas formas de canais. CONCLUSÃO Como foi possível observar, sem qualquer sombra de dúvida, são muitos os aspectos que influenciam no processo de administração de canais. 11 O inter-relacionamento desses fatores com as características de mercado, de preços e produtos podem formar um quadro extremamente complexo e exigente de grande quantidade de atenção. O processo de análise de alternativas de canais, dentre os já existentes e novos, de acordo com as necessidades da empresa e consumidores em relação ao produto, demandam razoável dose de trabalho e avaliação. Deve-se ter sempre em mente as necessidades dos consumidores e como atendê-las de maneira adequada. Também complexos são os processos de seleção, dentre os diversos intermediários existentes em um tipo de canal, de intermediários adequados para o estabelecimento de um relacionamento, que normalmente se estende por algum tempo. O relacionamento com esses intermediários, sua motivação e apoio, bem como sua avaliação, devem ser feitos buscando certificar a exatidão no trabalho de distribuição e cumprimento de objetivos. Tais atividades, se desenvolvidas com adequação, podem resultar em meios de distribuição eficientes e atendimento correto aos consumidores. BIBLIOGRAFIA McCARTHY, Jerome E.; Marketing Básico – Uma Visão Gerencial. Volume II. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1996. KOTLER, Philip. Administração de Marketing. São Paulo: Atlas, 2003. SCHEWE, Charles D. e SMITH, Reuben M. Marketing – Conceitos, Casos e Aplicações. São Paulo: McGraw-Hill, 1982.
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