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COBRE José Admário Santos Ribeiro - DNPM/BA - Tel: (71) 3444-5500 - E-mail: jose.ribeiro@dnpm.gov.br I - OFERTA MUNDIAL – 2010 As reservas mundiais de minério de cobre lavráveis registraram em 2010 um total de 630 milhões de t em metal contido, incremento resultante de revisão de reservas no Peru, Austrália e Rússia. As reservas lavráveis brasileiras em 2010 somaram 9,8 milhões de t de Cu contido, apresentando diminuição de 1 % frente às reservas do ano anterior, com destaque para os estados do Pará, Goiás e Bahia. A produção mundial de concentrado de cobre, em metal contido, alcançou no ano de 2010 uma quantidade de 16,10 milhões de t, registrando acréscimo de 0,9 % sobre a de 2009. Quanto ao metal, no ano de 2010 a produção mundial de cobre refinado (primário e secundário) ficou em 19,08 milhões de t, apresentando um crescimento de 4,4 % frente ao ano de 2009. A China (24%), o Chile (17%), o Japão (8,1%) e os Estados Unidos (5,7%) foram os principais produtores do metal. A produção brasileira registrou uma quantidade de 224,3 mil t de cobre primário, atingindo o patamar de 1,2% do total mundial de refinado (21 0 lugar). Segundo o International Cooper Study Group (ICSG), o mercado mundial do cobre apresentou em 2010 um déficit de produção frente ao consumo da ordem de 252 mil t, devendo atingir no ano de 2011 uma quantidade de 377 mil t. Tabela 1 - Reserva e Produção Mundial Discriminação Reservas (1) (10 3 t) Produção (2) (10 3 t) Países 2009 2009 (r) 2010 (p) (%) Brasil 9.800 211,7 213,6 1,3 Chile 150.000 5.390,0 5.520,0 34,3 Peru 90.000 1.275,0 1.285,0 8,0 Estados Unidos 35.000 1.180,0 1.120,0 7,0 China 30.000 995,0 1.150,0 7,1 Austrália 80.000 854,0 900,0 5,6 Outros países 235.200 6.044,3 5.908,4 36,7 TOTAL 630.000 15.950,0 16.097,0 100,0 Fontes: DNPM\DIPLAM; ICSG; USGS: Mineral Commodity Summaries - 2011; Vale; Mineração Caraíba S.A.; BNDES; Mineração Maracá; Votorantim Metais Níquel; Caraíba Metais S.A. Sindicel-ABC. Notas: Dados em metal contido; (1) Reservas lavráveis; (2) Concentrado; (r) Revisado; (p) Preliminar. II - PRODUÇÃO INTERNA A produção brasileira de concentrado de cobre, em metal contido, alcançou, em 2010, um total de 213.548 t (745.830 t de concentrado, com teor médio de 28,6%), representando um aumento de 0,9% frente à de 2009. Participaram dessa produção as empresas: Vale (116.813 t), no Pará; Mineração Caraíba (23.311 t), na Bahia; Mineração Maracá (67.758 t), Votorantim Metais Níquel (3.761 t) e Prometálica Mineração Centro Oeste (1.905 t), todas em Goiás. A produção nacional de cobre primário atingiu em 2010 um total de 224.292 t, significando uma redução de 3,1% frente ao ano anterior, representada pela Caraíba Metais, com um total 219,8 mil t de catodo de cobre, pirometalúrgico, e pela Mineração Caraíba, somando 4.492 t de catodo de cobre hidrometalúrgico, ambas na Bahia. O cobre secundário, obtido a partir de sucata nova ou de sucata velha, apresentou em 2010 uma produção da ordem de 23.000 t, quantidade 9,5 % superior à registrada no ano anterior. A produção doméstica de semi-manufaturados (laminados e extrudados/trefilados) atingiu em 2010 uma quantidade de 148,6 mil t em produtos de cobre, resultado 20,6% superior ao do ano passado, sendo 35,5% do total de barras, 27% de laminados, 23,7 % de tubos e conexões, e 13,8% de arames. III - IMPORTAÇÃO O Brasil no ano de 2010 importou 467,87 mil t de bens primários de cobre, equivalentes a um total de 140.343 t em metal contido, a um custo de US$ FOB 951,63 milhões, procedentes do Chile, com 93% do valor total, e Portugal, com 5%, sendo 99,9% deste de minério e/ou concentrado de cobre sulfetado. Os semi-manufaturados de cobre totalizaram 257.641 t, num valor de US$ FOB 1,93 bilhão, destacando-se o catodo de cobre, com importações de 251.975 t e valor de US$ FOB 1,88 bilhão, provenientes do Chile, com 80% do valor total, e do Peru, com 18%. Os manufaturados de cobre atingiram 60.669 t, com valor de US$ FOB 497,54 milhões, oriundos do Chile, com 58% do valor total, da China, com 14%, e do Peru, com 9%. Os compostos químicos somaram 1.278 t, com valor de US$ 8,79 milhões FOB, provenientes do Peru, com 25% do valor total, da Austrália, com 19%, e dos EUA, com 16%. IV - EXPORTAÇÃO Foi exportada em 2010 pelo Brasil 630.993 t de bens primários de cobre, equivalentes a 152.440 t de cobre contido, num valor de US$ FOB 1,24 bilhões, dirigidos para a Índia, com 24% do valor total, Alemanha, com 21%, e Espanha, com 14%, sendo 37,5% de minério e/ou concentrado de sulfeto de cobre. Os semi-manufaturados somaram 71.695 t, com valor de US$ FOB 396,23 milhões, tendo destaque o catodo de cobre, num total de 45.440 t, com receita de US$ 330,31 milhões, destinados para China, com 41 % do valor total, Itália, com 17%, e Países Baixos e Alemanha, ambas com 16%. Os manufaturados totalizaram 32.749 t, com valor de US$ FOB 262,97 milhões, enviados para a Argentina, com COBRE 48% do valor total, EUA, com 13%, e Costa Rica, com 10 %. Os compostos químicos somaram 164 t, perfazendo uma divisa de US$ FOB 621 mil, dirigidos para China, com 43% do valor total, e Argentina, com 25 %. V - CONSUMO INTERNO O consumo aparente de concentrado de cobre alcançou em 2010 um total de 201.451 t de metal contido, revelando uma quantidade 2,6 % superior ao registrado em 2009. No que concerne ao cobre metálico, em 2010 o consumo aparente interno atingiu 457.002 t, registrando um acréscimo de 22,8 % em relação a 2009. O consumo mundial de cobre refinado (primário + secundário) alcançou em 2010 um total de 19,32 milhões de t, quantidade 6,8% superior ao registrado no ano anterior, ficando o Brasil com 2,4 % desse total. O consumo per capita brasileiro apresentou em 2010 um índice de 2,4 kg/hab. O preço do concentrado de cobre doméstico atingiu em média US$ 2.198/t em 2010, representando uma queda de 31,8 % frente ao ano anterior. Para o metal, a cotação LME atingiu no ano de 2010 o valor médio de US$ 7.370/t, cifra 43,4 % superior à praticada em 2009. Tabela 2 - Principais Estatísticas – Brasil Discriminação Unidade 2008 (r) 2009 (r) 2010 (p) Produção Concentrado (1) (t) 218.295 211.692 213.548 Metal primário (t) 233.808 231.399 224.292 Metal secundário (t) 22.000 21.000 23.000 Importação Concentrado (1) (t) 142.732 126.767 140.343 (10 3 US$-FOB) 829.801 675.685 951.629 Metal (2) (t) 285.230 231.125 296.250 (10 3 US$-FOB) 1.953.825 1.167.181 2.214.783 Exportação Concentrado (1) (t) 151.580 142.170 152.440 (10 3 US$-FOB) 1.196.341 803.013 1.237.741 Metal (2) (t) 124.360 111.230 86.540 (10 3 US$-FOB) 858.084 567.273 629.078 Consumo Aparente (3) Concentrado (1) (t) 209.447 196.289 201.451 Metal (2) (t) 416.678 372.294 457.002 Preço Concentrado (4) (US$/t) 2.192,0 3.222,0 2.198,0 Metal – LME (5) (US$/t) 6.954,1 5.139,2 7.370,0 Fontes: DNPM; SRF-COTEC-MF; MDIC\SECEX; Caraíba Metais; SINDICEL-ABC; Notas: (1) Metal contido; (2) Metal primário + secundário; (3) Produção + Importação - Exportação; (4) Vale; Mineração Maracá; Mineração Caraíba; (5) London Metal Exchange (p) Preliminar. VI - PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS Em andamento: A) SOSSEGO (Vale), Canaã dos Carajás, PA : para produção de 140 mil t/ano de Cu contido de concentrado; B) PILAR (Mineração Caraíba), Jaguarari, BA: implementa rotas alternativas adicionais na mina e no beneficiamento para a continuidade mineira, definindo um novo horizonte de vida útil do empreendimento; C) CHAPADA (Mineração Maracá), Alto Horizonte, GO: opera com capacidade de 65 mil t/ano de cu contido de concentrado; D) PARANAPANEMA (Caraíba Metais), Dias D’Ávila, BA: ampliaa capacidade de produção de cobre eletrolítico da usina para 280 mil ; E) VOTORANTIM METAIS NÍQUEL, São Miguel Paulista, SP: instalação de uma planta de SX-EW no smelter da unidade metalúrgica paulista, com objetivo de separar o cobre do matte de níquel. Previstos: A) CORPO 118 (Vale), Carajás, PA: mineração e refino de cobre por SX-EW, objetivando produção de 38 mil t/ano de catodo de cobre, com previsão para 2015; B) CRISTALINO (Vale), Carajás, PA: almeja produção de 30 mil t/ano de cu contido de concentrado, prevista para 2015; C) ALEMÃO (Vale), Carajás, PA : produção de 80 mil t/ano de cu contido de concentrado, com implantação para 2015; D) SALOBO (Vale), Marabá, PA: mineração e concentração de cobre, produção de 154 mil t/ano cu-contido, para início em 2011; E) BOA ESPERANÇA (Mineração Caraíba), Tucumã, PA: produção de 30 mil t/ano de cu contido de concentrado até 2014, investimento de US$ 150 milhões; F) VALE VERDE (Aura Gold), Arapiraca, AL: mineração e concentração de cobre, com produção de 40 mil t/ano de cu-contido, investimento de US$ 450 milhões, para 2014; G) Paranapanema: (São Francisco do Sul - SC): unidade transformadora de cobre, para produção de 40 mil t/ano de laminados, com investimento de US$ 300 milhões. VII - OUTROS FATORES RELEVANTES O setor industrial brasileiro do cobre, incluindo o de concentrado, o de refinado, o de semi-manufaturados e o de condutores elétricos, apresentou no ano de 2010 um faturamento de US$ 7,2 bilhões, quantidade 47,2% superior que a do ano passado, gerando um total US$ 1,11 bilhões em impostos, US$ 2,27 bilhões em exportações e 21.817 postos diretos de trabalho. O valor do recolhimento do royalty CFEM das empresas mineradoras de cobre no Brasil em 2009 contabilizou cerca de R$ 54,36 milhões. A indústria de cobre nacional em 2010 encontrou-se sustentada pela demanda da construção civil (Programa Minha Casa Minha Vida), automobilística, linha branca e energia, a qual deverá se aquecida nos próximos anos em decorrência de fortes investimentos previstos dentro do PAC e de obras de infraestrutura para realização das Olimpíadas e da Copa do Mundo e da recuperação econômica dos países desenvolvidos.
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