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Aula 13 Direito coletivo e Greve –

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Trabalho II - Direito coletivo e Greve – Aula 13 e 14
Hector Luiz
Direito coletivo - conceito
É a parte do direito do trabalho que trata coletivamente dos conflitos do direito de trabalho e das formas de solução desses mesmos conflitos. Trata da organização sindical e da forma de representação coletiva e dos interesses da classe profissional e econômica.
Organização sindical no Brasil
Art. 8º, CF - É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
Princípio da liberdade sindical
Tal princípio assevera que o direito coletivo é um direito subjetivo público que veda a intervenção do Estado na criação ou funcionamento do sindicato.
A convenção 87 da OIT informa que esta liberdade consiste no direito dos empregadores e trabalhadores, sem distinção, e intervenção estatal, de constituírem as organizações que consideram convenientes, assim, como se filiarem e delas se desligarem.
Princípio da Unidade sindical
O art.8, II, da CF dispõe que : É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um município.
O artigo 8º da Constituição da Republica defende a livre associação profissional e sindical, mas tal princípio é válido pois a jurisprudência do STF diz que ele não fere a liberdade sindical. 
Natureza jurídica
A natureza jurídica do sindicato é de direito privado. Pois é criado por iniciativa única dos interessados, sob responsabilidade de seus membros.
Art. 511, §1º - categoria econômica;
Art. 511, §2º - categoria profissional;
Art. 511, §3º - categoria diferenciada.
Art. 534 e 535da CLT
A lei impõe a composição do sistema sindical sob a forma de uma pirâmide, que se compõe de confederação, federação e sindicato
CONFEDERAÇÕES
FEDERAÇÕES
SINDICATOS
Confederações
São entidades sindicais de âmbito nacional. 
São constituídas de no mínimo 3 federações.
Sua sede é em Brasília.
São formadas por diversos ramos, exemplos:
a) Confederação Nacional da indústria,
b) Confederação nacional do comércio.
Federação
São organizações sindicais de grau superior no âmbito do Estado.
Poderão ser constituídas desde que tenham um número não inferior a 5 sindicatos, representando a maioria de um grupo de atividades ou profissões agrupadas.
Sindicatos
São, associações de pessoas físicas ou jurídicas instituídas para proteger interesses profissionais dos que a integram. Tratam de problemas coletivos, com o objetivo de alcançar melhores condições de trabalho.
Vide conceito complementar no art. 511, caput da CLT.
Negociação coletiva do trabalho
É uma forma primária de um interessado obter daquele que tem interesse contraposto uma solução que atenda aos dois.
Conjunto de técnicas que leva as partes a uma composição/solução pacífica do conflito.
Busca a proteção do direito do trabalhador e a proteção da empresa.
Lei: Art. 616 da CLT.
Convenção da OIT 163 e 154
163 OIT: reconhece que o direito à negociação coletiva deve ser amplo e assegurado a todas regiões e formas de organização, quem qualquer nível sindical, profissional ou empresarial.
154 OIT: declara que a negociação coletiva deve ser praticada em todos os ramos de atividade econômica, inclusive setor público.
Procedimento da Negociação
Sindicatos e empresas inclusive as que não tenham representação sindical, quando provocados. Não podem se recusar à negociação na forma do art. 616 da CLT.
Provocação de uma das partes;
 Notificação do sindicato que terá 8 dias se assume ou não a negociação – Art. 617;
Assembleia sindical para autorizar a diretoria iniciar as negociações – Art. 612, CLT;
Notificação da parte contrária para iniciar os debates.
Parte contrária é obrigada a negociar – Art. 616, sob pena de um 3º intervir.
Chegando a um consenso as partes, será reduzido a termo. Art.613; CLT
Nova assembleia para aprovação de cláusulas ajustadas.
Documento final redigido com base nos Arts. 613 e 614, CLT
Depósito do documento no DRT no prazo de 8 dias – Art. 614.
Publicidade da norma coletiva, de forma visível na sede do sindicatos e das empresas, dentro de 5 dias do depósito;
Início da vigência após 3 dias do depósito.
Convenção Coletiva do Trabalho
É um negócio jurídico extrajudicial pactuado entre o sindicato dos empregados e o sindicato dos empregadores, estabelecendo condições de trabalho para toda a categoria.
Tem vigência temporária e aplicação apenas na base territorial dos respectivos sindicatos.
Art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho
Acordo Coletivo de Trabalho
É um negócio jurídico extrajudicial efetuado entre sindicato dos empregados e uma ou mais empresas, onde se estabelecem condições de trabalho.
Esses comandos são abstratos conforme as leis. Possuem corpo de contrato e alma de lei.
 § 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho
Art. 614, §3º da CLT
De acordo com o referido artigo o prazo de duração do acordo e da convenção coletiva do trabalho será de 2 anos.
§ 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a 2 (dois) anos.
Peculiaridades do Acordo Coletivo
É muito utilizado para atender a demanda local, decorrente de um conflito em determinada (s) empresa (s) e seu pessoal.
Assim, enquanto as convenções coletivas são ajustadas para toda a categoria, o acordo coletivo é pactuado para obrigar determinadas empresas, aplicando-se a todos os seus empregados (salvo os pertencentes a categoria diferenciada).
Conflito entre acordo e convenção coletiva
Havendo conflito entre acordo e convenção coletiva deve ser aplicada a norma mais favorável ao trabalhador.
GREVE
É um direito do trabalhador que consiste na suspensão coletiva do trabalho, de forma pacífica, em caráter temporário, total ou parcial, como instrumento de reivindicação salarial ou cumprimento de outros direitos trabalhistas.
É uma forma de pressionar os empregadores
para que atendam os pedidos referentes a melhoria das condições de trabalho.
Art. 9º da CRFB
É um direito relativo, que não pode ser usado de forma indiscriminada, deve ser exercido em situações extremas, onde é impossível o diálogo com o empregador. 
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Lei: 7.783/89 – Exercício do direito de Greve
Art. 1º: É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
Parágrafo único. O direito de greve será exercido na forma estabelecida nesta Lei.
Art. 2º: Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador.
Legalidade da greve
Art. 3º: Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é facultada a cessação coletiva do trabalho.
Parágrafo único: A entidade patronal correspondente ou os empregadores diretamente interessados serão notificados, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, da paralisação.
Art. 4º: Caberá à entidade sindical (PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA) correspondente convocar, na forma do seu estatuto, assembleia geral que definirá as reivindicações da categoria e deliberará sobre a paralisação coletiva da prestação de serviços.
Características
Natureza jurídica: direito potestativo coletivo.
Finalidade: pressionar o empregador para melhorias dos direitos trabalhistas.
Suspensão do contrato: durante a greve o CT fica suspenso e seus efeitos paralisado – Art.7º da lei.
Legitimidade: a titularidade é dos trabalhadores.
Limitação do direito de greve
Há algumas restrições ao direito de greve. Vide artigos 10 ao 13 da Lei. 7.783/89.
 Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais:
        I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis;
        II - assistência médica e hospitalar;
        III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
        IV - funerários;
        V - transporte coletivo;
        VI - captação e tratamento de esgoto e lixo;
        VII - telecomunicações;
        VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares;
        IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais;
        X - controle de tráfego aéreo;
        XI compensação bancária.
Limitações ao direito de greve
   Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
        Parágrafo único. São necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população.
        Art. 12. No caso de inobservância do disposto no artigo anterior, o Poder Público assegurará a prestação dos serviços indispensáveis.
        Art. 13 Na greve, em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou os trabalhadores, conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos empregadores e aos usuários com antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação.
SÚMULAS, ORIENTAÇÕES E PRECEDENTES IMPORTANRTES COM RELAÇÃO AO DIREITO COLETIVO – CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS.
Súmula 257 do TST
Súmula 257: O vigilante, contratado diretamente por banco ou por intermédio de empresas especializadas, não é bancário. Isso baseia –se no art. 511, §3º da CLT que trata sobre a categoria diferenciada, sendo sua atividade regida pela lei. 7.102/83.
Súmula nº 277 do TST
Súmula 277, TST: As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificados ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.   
OJ 17 da SDC do TST
As cláusulas coletivas que estabeleçam contribuição em favor de entidade sindical, a qualquer título, obrigando trabalhadores não sindicalizados, são ofensivas ao direito de livre associação e sindicalização, constitucionalmente assegurado, e, portanto, nulas, sendo passíveis de devolução, por via própria, os respectivos valores eventualmente descontados.
Precedente normativo nº 119, TST
A Constituição da República, em seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente descontados."

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