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DIREITO EMPRESARIAL PARTE GERAL AULA 13

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DIREITO EMPRESARIAL
Professor: Prof. Me. Fernando Passos
fernando@pss.adv.br
Assistente: Prof. Me. José Branco Peres
brancoperes@hotmail.com 
Aula 13 – 30/05/2016 e 31/05/2016
Aula de Hoje:
Escrituração Mercantil - Finalidade e Requisitos de Validade;
Da Guarda Conservação e Eficácia Probatória dos Livros Empresariais;
REQUISITOS DE VALIDADE
Os livros empresariais deverão respeitar os requisitos de validade: Intrínsecos e Extrínsecos;
Caso os livros empresariais não estejam de acordo com os requisitos de validade a escrituração empresarial será considerada irregular;
ESCRITURAÇÃO MERCANTIL: 
Ausência de Livros Empresariais
Ausência de Livros Empresariais obrigatórios: em caso de falência acarretará crime falimentar;
Ausência de livros não empresariais: em caso de falência não trará nenhuma consequência negativa ao empresário, no que tange ao Direito Empresarial.
CONSEQÜÊNCIAS DA IRREGULARIDADE DOS LIVROS EMPRESARIAIS:
Direito Penal: constitui crime falimentar em caso de processo de falência;
 
Direito Empresarial: o livro não terá eficácia probatória a favor do empresário, e presumem-se verdadeiros os fatos alegados contra o titular do livro irregular.
REQUISITOS INTRÍNSECOS
Requisitos Intrínsecos são exigências legais que devem ser obedecidas nos livros empresariais, para sua validade, conforme disposição do art. 1.183 do Código Civil.
Dentre as exigências legais, há necessidade do respeito aos princípios contábeis, já mencionados.
ART. 1.183 DO CÓDIGO CIVIL
(Requisitos Intrínsecos)
“A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens”.
SÍNTESE DOS REQUISITOS INTRÍNSECOS
Idioma nacional;
Moeda corrente nacional;
Respeito a forma contábil;
Respeito a ordem cronológica de dia, mês e ano;
O livro não pode ter intervalos em branco;
O livro não poderá ter: entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens.
REQUISITOS EXTRÍNSECOS
Requisitos Extrínsecos são exigências legais que devem ser obedecidas para abertura e encerramento do livro empresarial.
O cumprimento dos requisitos extrínsecos se materializam:
I - por meio do ato de registro da Autenticação dos livros empresariais, nos termos do art. 1.181 do Código Civil 
II – pela existência de Termo de Abertura e Encerramento autenticados na Junta Comercial (Instrução Normativa nº 11 do DREI).
ART. 1.181 DO CÓDIGO CIVIL
(Requisitos Extrínsecos)
“Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis”.
Autenticação – art. 12 da IN nº 11 do DREI
Art. 12. Lavrados os Termos de Abertura e de Encerramento, os instrumentos de escrituração dos empresários e das sociedades empresárias, de caráter obrigatório, salvo disposição especial de lei, deverão ser submetidos à autenticação pela Junta Comercial (excepcionadas as impossibilidades técnicas):
I - antes ou depois de efetuada a escrituração, quando se tratar de livros em papel, conjuntos de fichas ou folhas contínuas; e
II - após efetuada a escrituração, quando se tratar de microfichas geradas através de microfilmagem de saída direta do computador (COM) e de livros digitais.
Cont.
§ 1º do art. 12 - O empresário e a sociedade empresária poderão fazer autenticar livros não obrigatórios.
§ 2º do art. 12 - É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970, da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que não está obrigado a seguir um sistema de contabilidade com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, nem alevantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.
CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS EMPRESARIAIS
Livros
 Empresarias
Obrigatórios
Facultativos (Ex: Livro Caixa)
Especiais (Ex: Registro de Duplicatas)
Comum ( Livro Diário)
LIVROS OBRIGATÓRIOS:
Obrigatórios: são os livros que o empresário ou a sociedade empresária devem possuir em razão de previsão legal, ou seja, não se trata de uma opção do empresário a manutenção desses livros, mas sim de obrigação.
Os livros obrigatórios se subdividem em Comum e Especiais.
LIVROS OBRIGATÓRIOS COMUNS:
Livros obrigatórios comuns: são os livros obrigatórios a todos os empresários independentemente da atividade, ou da forma por ele adotada. 
Atualmente nossa legislação prevê apenas um único livro obrigatório comum. O livro “Diário”, exigência essa contida no art. 1.180 do Código Civil.
ART. 1.180 DO CÓDIGO CIVIL:
“Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica”.
LIVROS OBRIGATÓRIOS ESPECIAIS
Livros Obrigatórios Especiais: são os livros obrigatórios a todos empresários que exercem alguma atividade especifica, por possuírem certa forma societária ou realizarem certos atos de administração. 
. 
EXEMPLO DE LIVROS OBRIGATÓRIOS ESPECIAIS:
O Livro de Registro de Duplicatas (previsto no art. 19 da Lei 5.474/68), sendo essa obrigatoriedade vinculada à atividade de emitir duplicatas.
O Livro de Registro de Ações Nominativas (art. 100, I da Lei 6.404/76), sendo essa obrigatoriedade vinculada a forma societária adotada pela sociedade empresária. 
O livro de Presença dos Acionistas (art. 100, V, da Lei 6.404/76), sendo essa obrigatoriedade vinculada à forma de administração da sociedade. 
LIVROS FACULTATIVOS
Livros Facultativos: são livros empresariais que não possuem obrigatoriedade por disposição legal mas que podem ser elaborados pelos empresários ou sociedades empresárias para facilitar o controle gerencial da empresa. 
Apesar de ser livro não obrigatório, eles deverão cumprir os requisitos extrínsecos e intrínsecos de validade. 
Exemplos de livros empresarias facultativos: Livro Conta Corrente, Livro Contas a Pagar, Livro Caixa, dentre outros. 
EXCEÇÃO AOS LIVROS EMPRESARIAIS:
EXCEÇÃO: O Pequeno Empresário está dispensado de escriturar os livros empresariais, por força do art. 1.179 §2º combinado com o art. 970, ambos do Código Civil.
E para relembrar, esse pequeno empresário é aquele que aufere renda bruta anual de até R$ 60.000,00, por força do art. 68 da Lei 123/06.
DA GUARDA E CONSERVAÇÃO DOS LIVROS
O empresário possui o dever da guarda e conservação de toda a escrituração elaborada, permitindo assim sua utilização como meio de prova.
O dever de guarda alcança a correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade.
A guarda deverá ser mantida enquanto não ocorrer a prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados.
ART. 1.194 DO CÓDIGO CIVIL
“O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados”.
Art. 4º do DECRETO-LEI 486-69
Art 4º O comerciante é ainda obrigado a conservar em ordem, enquanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, a escrituração, correspondência e demais papéis relativos à atividade, ou que se refiram a atos ou operações que modifiquem ou possam vir a modificar sua situação patrimonial.
ATÉ QUANDO GUARDAR OS LIVROS ?
Conclusão: 
Não existe um prazo específico para a guarda e conservação dos livros empresarias sendo que esses deverão ser guardados e conservados até que todas as obrigações neles contidas estejam prescritas ou que tenha ocorrido a decadência quanto aquele direito.
Assim temos que existem prazos prescricionais de cinco, dez e até trinta anos. Portanto, dependendo das obrigações existentes naquele documento o prazo de guarda e conservação será diferenciado.
EM CASO DE PERDA OU EXTRAVIO DOS LIVROS:
O empresário deverá realizar o seguinte procedimento, estabelecido no art. 10 do Decreto 486/69:
 
publicar, em jornal de grande circulação do local de seu estabelecimento, aviso concernente ao fato 
prestará minuciosa informação, dentro de 48 horas à Junta Comercial de sua jurisdição.
deverá recompor a escrituração, que receberá o mesmo número de ordem do substituído, e deverá o termo de autenticação ressalvar, expressamente, a ocorrência comunicada.

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