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A RELEVÂNCIA E A LEGALIDADE DOS LIVROS EMPRESARIAIS NA ATIVIDADE EMPRESÁRIA

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A RELEVÂNCIA E A LEGALIDADE DOS LIVROS EMPRESARIAIS NA ATIVIDADE EMPRESÁRIA
Cristielly Danieta Nunes Reis;
Gabriel Klinger Andrade[footnoteRef:1] [1: 	 Discentes do curso de Direito pela Faculdade de Minas Gerais – FAMIG. E-mail: cristiellynreis@gmail.com , gabrielklingerandrade@gmail.com. Orientados pelo Docente Carlos Henrique Mairink professor da Disciplina Direito Empresarial I da Faculdade de Minas Gerais - FAMIG. 
] 
RESUMO
O presente artigo tem como temática a relevância e a legalidade dos livros empresariais. Trata-se de um meio legal que possui obrigatoriedade a todo empresário.
Palavras-chave: Livros Empresariais; Atividade Empresária; Código Civil de 2002; Obrigações Gerais do Empresário. 
SUMÁRIO. 1.INTRODUÇÃO. 2. O EMPRESÁRIO E A ATIVIDADE EMPRESÁRIA. 3. OBRIGAÇÕES GERAIS DO EMPRESÁRIO. 3.1 Registro de Empresa e seu efeito. 3.2 Juntas Comerciais, Atribuições e competências. 3.3 Registro em cartório de Pessoas Jurídicas e demais sociedades. 4. LIVROS EMRPESARIAIS. 4.1 Livros obrigatórios comuns, especiais e facultativos. 4.2. Sistemas Legais. 4.3 Autenticações. 4.4. Sistema Eletrônico. 4.5 Valor probante dos livros empresariais. 4.6. Balanço. 5. A RELEVÂNCIA E A LEGALIDADE DOS LIVROS EMPRESARIAIS NA ATIVIDADE EMPRESÁRIA. 6. CONCLUSÃO. 7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.
1. INTRODUÇÃO
Os livros empresarias são livros que possuem caráter obrigatório e/ou facultativo aos empresários.
 	Para que uma atividade empresarial seja reconhecida socialmente ela deve seguir normas legais, a começar pelo registro da atividade empresarial no órgão competente ou seja, Junta Comercial, Cartório de Registro de Pessoa Jurídica e Órgãos Competentes de determinada classe.
Após finalmente registrada o empresário já deve seguir princípios legais para ser considerado regular dentro da lei do Direito Empresarial.
Optou-se por utilizar na metodologia a pesquisa teórica e bibliográfica para a construção dos capítulos que compõe esse artigo, resultando em assuntos que abordam o Direito Empresarial, atividade empresarial, registros e livros empresariais.
O presente arquivo trata da relevância e da legalidade dos Livros Empresariais na atividade empresária e para se chegar a conclusão inicialmente se levantou o conceito de empresário, atividade empresária e tipos de atividades.
Na sequência foi realizada uma breve discussão sobre os tipos de registro empresarial, a importância do registro na configuração da atividade empresária assim como seu efeito.
Em seguida foi focada os livros empresariais, os tipos de livros existentes, suas funções, livros que são de cunho obrigatórios e livros que são facultativos. Aborda-se também os sistemas legais utilizados, o processo de autenticações, a validade e utilização do sistema eletrônico, o valor probante dos livros empresariais e o balanço.
No capítulo final foi realizado um apanhado de todas as informações levantadas e discutidas nos capítulos anteriores para se chega a conclusão do tema proposto.
2. O EMPRESÁRIO E A ATIVIDADE EMPRESÁRIA
O conceito de empresário foi estabelecido pelo Código Civil de 2002 em seu artigo 966, onde afirma que só será empresário aquele que exercer atividade econômica onde sua atuação deve ser profissional, gerando assim atividade econômica de forma organizada proporcionando assim a produção ou circulação de bens ou de serviços. (RAMOS,2014). 
Dessa forma:
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
								(Brasil, 2002)
De acordo com Rizzardo (2014) o empresário trata-se de pessoa física que desempenha determinada atividade organizada e visa riqueza através da produção de bens e prestação de serviços. Dessa forma, todos que desempenham profissionalmente a atividade econômica, organizada ou em participação de sociedades se enquadra como empresário.
Dessa forma o empresário é aquele que utiliza como profissão uma atividade empresarial que tem intuito lucrativo e assume riscos técnicos e econômicos de forma organizada possibilitando a oferta e a procura de bens e serviços. (RAMOS, 2014).
A atividade empresarial pode se dividir em atividade individual ou social, dessa forma, empresário individual é uma pessoa estabelecida para exercer atividade empresarial e a doutrina, de forma majoritária, afirma que tal exercício surge da pessoa natural que supostamente nos termos do artigo 1.156 do Código Civil constitui firma individual. Já a atividade empresarial exercida de forma societária é a atividade que possui pessoa jurídica e seus sócios não são considerados empresários. (RIZZARDO, 2014).
 
3-OBRIGAÇÕES GERAIS DO EMPRESÁRIO
Sanches (2010) afirma que tanto os empresários individuais quantos as sociedades empresariais deve seguir no geral três obrigações que são fundamentais para que as atividades sejam consideradas legais no âmbito das leis quais sejam: arquivar seus atos constitutivos junto a Junta Comercial; realizar a escrituração dos livros empresariais e levantamento do balanço patrimonial assim como o resultado econômico da empresa.
Para tanto, é necessário se compreender os diferentes tipos de registros que existem.
 3.1 Registro de Empresa e seu efeito
O registro empresarial é uma obrigação legal imposta a todo empresário que deve ser feito antes do início de suas atividades. Essa obrigação é prevista no artigo 967 do Código Civil com exceção do empresário que exerce atividade econômica rural de acordo com os artigos 971 e 984 do Código Civil. (RAMOS 2012)
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. (BRASIL, 2002)
Para realizar o registro empresarial o empresário deve seguir e obedecer formalmente o artigo 968 do Código Civil que já descreve os dados que devem conter no requerimento de registro. (RAMOS, 2014).
De acordo com Rizzardo (2014) o registro é fundamental para dar ciência ao público da existência da empresa além de possibilitar toda a divulgação de toda a evolução da empresa. Defende ainda que o registro serve para informar os acionistas e sócios sobre resultados econômicos, investimentos e possibilita o acesso de terceiros sobre os fatos da empresa que influenciaria em contratação de negócios. 
Bertini (2016) afirma que, apesar de haver discussão sobre os efeitos produzidos pelo registro o melhor entendimento no que tange a evolução empresarial e a adoção, no Direito Brasileiro, da teoria da empresa, está apoiado no sentido de que os efeitos do registro nas juntas comercias é meramente declaratório ou seja, é a declaração que a empresa está legalmente registrada.
Quando o empresário não realiza o registro da atividade junto a junta comercial, este, não perde a característica de empresário, apenas é considerado irregular e sofre sansões por esse fato.
3.2 Juntas Comerciais, Atribuições e competências
De acordo com Coelho (2014) o registro empresarial é um sistema integrado por órgãos do governo diferentes de dois níveis sendo no âmbito Federal com o Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI); e no âmbito estadual, a Junta Comercial que é subordinada ao DREI.
DREI trata-se de órgão do sistema de registro de empresas sem função executiva, isto é, ele não realiza qualquer ato de registro de empresa. Compete-lhe, todavia, fixar as diretrizes gerais para a prática dos atos registrários, pelas Juntas Comerciais, acompanhando a sua aplicação e corrigindo distorções.
Já às Juntas Comerciais, órgãos da administração estadual, cabe a execução do registro de empresa, além de outras atribuições legalmente estabelecidas. (COELHO, 2014).
Coelho (2014) destaca algumas das competências de exclusividade da Junta Comercial:
a) assentamento dos usos e práticas mercantis: O comérciorege-se também por normas consuetudinárias, cuja compilação é da incumbência da Junta Comercial. Na forma de seu regimento interno, o assentamento deve ser precedido de ampla discussão no meio empresarial e análise de sua adequação à ordem jurídica vigente, pela Procuradoria. (COELHO, 2014)
b) habilitação e nomeação de tradutores públicos e intérpretes comerciais. A Junta funciona, nesse caso, como órgão profissional dessas categorias para comerciais, cabendo-lhe exercer o poder disciplinar, bem como estabelecer o código de ética da atividade e controlar o exercício da profissão; (COELHO, 2014)
c) expedição da carteira de exercício profissional de empresário e demais pessoas legalmente inscritas no registro de empresa. A subordinação hierárquica da Junta Comercial é híbrida. Deve esse órgão, de acordo com a matéria em pauta, reportar-se ou ao DREI ou ao governo estadual a que pertença, segundo se trate, respectivamente, de matéria técnica de registro de empresa ou de matéria administrativa. (COELHO, 2014).
A Junta Comercial é voltada exclusivamente a formalidade dos documentos que lhes são dirigidos. Dessa forma, a mesma só pode negar a prática do ato registral se houver algum vício que ainda assim pode ser sanável e em caso do empresário se sentir prejudicado ele pode acionar o Poder Judiciário Estadual e quando se tratar de mandado de segurança levando em consideração a subordinação da Junta Comercial quer seja DREI a competência é da Justiça Federal. (COELHO, 2014).
3.3 Registro em cartório de Pessoas Jurídicas e demais sociedade
No que tange a Sociedade Simples por se tratar de uma atividade intelectual o registro deve ser feito no cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas na finalidade de existir a sociedade perante terceiros. O Registro é legalmente resguardado no artigo 998 do Código Civil. (RIZZARDO, 2014).
SUBTÍTULO II
Da Sociedade Personificada
Art. 998. Nos trinta dias subseqüentes à sua constituição, a sociedade deverá requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede.
§ 1o O pedido de inscrição será acompanhado do instrumento autenticado do contrato, e, se algum sócio nele houver sido representado por procurador, o da respectiva procuração, bem como, se for o caso, da prova de autorização da autoridade competente.
§ 2o Com todas as indicações enumeradas no artigo antecedente, será a inscrição tomada por termo no livro de registro próprio, e obedecerá a número de ordem contínua para todas as sociedades inscritas. (BRASIL, 2002).
Através do registro a Sociedade Simples passa a ter a publicidade valendo seus efeitos juntos a terceiros e podendo impor obrigações e compromissos caso contrário, todos os membros respondem solidariamente. (RIZZARDO, 2014).
Cabe apresentar que em casos restritos o registro é realizado nos órgãos competentes no caso em questão, em específico, o advogado. (RIZZARDO, 2014).
De acordo com a Lei 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil) em seus artigos 15 a 17 ao se tratar de sociedade de advogados é disposto que trata-se de uma sociedade civil de prestação de serviço de advocacia que possui uma regulação específica prevista na lei. (RIZZARDO, 2014).
Dessa forma a sociedade de advogados é uma sociedade de natureza civil simples e organizada na forma de sociedade em nome coletivo respondendo todos os sócios de forma solidária e ilimitada quanto as obrigações sociais. (RIZZARDO, 2014).
4. LIVROS EMPRESARIAIS
 O Código Civil em seu artigo 1.179, (RIZZARDO, 2014), estabelece que:
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o resultado econômico.
 Sendo assim, de um lado, os livros empresariais servem de prova contumaz a favor do empresário para sua organização escritural, contábil e mercantil, por outro lado, constitui a depender de caso concreto, contra o empresário, isso porque caso não se realize um controle organizado, sistematizado e funcional, tende-se a perder informações e registros importantes sobre suas principais atividades. 
 É importante frisar ainda que os livros empresariais possuem basicamente três finalizadas a saber: administrativa, documental e fiscalizatória, respectivamente, no primeiro caso, trata-se do auxilio na gestão e administração do negócio, isto é, o empresário realiza uma serie de anotações no dia a dia para o controle da empresa, com isso, o empresário poderá tomar decisões mais precisas no que se refere a gestão de orçamento. No segundo caso, os livros empresariais devidamente autenticados são provas, amostras documentais usados contra ou a favor do empresário, e por fim, terceiro caso, trata-se do fisco, isto é, pode-se lançar mãos dos livros empresariais para fiscalizar as atividades contábeis das empresas. 
4.1 Livros obrigatórios comuns, especiais e facultativos
 Os Livros Obrigatórios Comuns, a partir do Código Comercial de 1850, segundo REQUIÂO 2007, exige dois livros obrigatórios: o Diário e o Copiador de Cartas. Este último esteve abolido pelo Decreto- lei n. 486, de março de 1969. Segundo o autor, deve-se acrescer o livro de Registro de Duplicatas, à medida que se adote o regime da Lei n. 5.474, de 18 de julho de 1968 em seu artigo 19 que reformulou em bases mercantis e não mais fiscais, a duplicata de fatura. 
 O decreto lei n. 305, de 28 de fevereiro de 1967, dispondo sobre a legalização dos livros de escrituração das operações mercantis determinou no artigo 1 que: “são obrigatórios para qualquer comerciante com firma em nome individual e para as sociedades mercantis em geral os livros diários e copiador, este último extinto, além dos que forem exigidos por lei especial”. Além desse livro o parágrafo primeiro determina que as sociedades por ações deve possuir: livro de registro por ações; livro de transferências de ações; livro de registro de partes beneficiarias nominativas; livro de transferência de partes beneficiarias nominativas; livro de atas de assembleias gerais; livro de presença dos acionistas; livro de atas das reuniões da diretoria e o livro de atas e pareceres do conselho fiscal.
4.1.1. Livros Obrigatórios Especiais
 O decreto Lei n. 305, alterado pelo Decreto Lei n 486 de 03 de março de 1969, conservou como também o fez o código civil, o livro diário, de uso obrigatório, acrescendo os que já haviam sido instituídos pela lei das sociedades por ações. Assim, qualquer empresário, seja de que tipo for a atividade que escolher, há de ter forçosamente o aludido livro. Ocorre no entanto, que além desses livros a lei acresce-lhe a obrigação de ter outros livros essenciais, conforme a natureza da atividade a que se dedicar. Classificam tais como livros obrigatórios especiais, conforme a natureza da atividade a que se dedicar. 
 A partir dessa espécie de livro que dá entrada e saída de mercadorias, dos armazéns gerais, (Decreto n. 1.102 de 1903, art. 7) o livro de balancetes diários e balanços do estabelecimento bancários (Lei n 4.843 de 19 de novembro de 1965); o livro de registro de despacho marítimo e de registro de engajamento de cargas, dos corretores de navios; e outros adequados à atividade de corretores de mercadorias, de leitores, de tradutor público e intérprete comercial, de trapicheiro, de administrador de armazém de depósito.
4.1.2. Livros Facultativos
 Além dos livros declarados obrigatórios e, por isso, essenciais pela vontade da lei, outros existem que ela faculta ao empresário instituir em sua contabilidade. São chamados de livros auxiliares ou facultativos. Esses livros não são, porém, desconhecidos pela lei. O art.5° do Decreto-lei n° 305 que assegura “a qualquer comerciante, em nome individual ou sociedade, solicitar a legalização de livros não-obrigatórios”, as quais passarão assim a integrar o acervo de contabilidade da empresa, e a fazer prova subsidiáriaa favor do seu proprietário. São dessa natureza os livros Razão, Caixa, Contas-Correntes, Borrador, Costaneira ou Memorial, Obrigações a pagar e Obrigações a Receber.
4.2 SISTEMAS LEGAIS
 Para que os empresários mantenham uma contabilidade e escrituração legal, impõem-se o uso de determinados livros comerciais, cujo o número e natureza variam conforme o sistema adotados. As legislações modernas instituem três sistemas: o francês, suíço e o germânico. 
 No Brasil adota-se usa atualmente o sistema Frances, o sistema francês impõem o número, denominação e as regras de escrituração dos livros, que se torna assim obrigatório;
 A lei estabelece os livros necessários ou obrigatórios, facultando-se o empresário ter livros assessórios essenciais, são os livros auxiliares, não obrigatórios, embora a lei determine o modo de escritura-los, segue uma forma de contabilidade uniforme, informa anualmente um balanço geral, feito em forma mercantil sem intervalo em branco e rasuras. Dizia o regulamento do Decreto-lei n° 486 que só podiam ser usados, nos lançamentos, processos de reprodução que não prejudicassem e clareza e nitidez da escrituração, sem borrões, emendas ou rasuras.
 Os livros podem ser equiparados coma documentos públicos, para efeitos penais. No capitulo a repressão da falsidade documental, o código penal dispõe, no art.297, sobre a falsificação de documento público. 
 4.3 Autenticação dos livros 
 O departamento nacional de registro de comércios tem editado instruções Normativas, visando uniformizar procedimentos de escrituração mercantil sem dar prejuízo a legislação, a autenticação poderá ser feita ser feita antes ou depois da escrituração, observado a lavratura dos termos de abertura e de arrecadamento, a enumeração sequencial das folhas, fichas soltas e formulários, assinatura do comerciante ou de contabilista a legalmente habilitado.
 O conjunto de folhas soltas e os formulários e os formulários impressos por procedimento eletrônico de dados, poderão ser apresentados a autenticação emblocadas, encadernadas, desde de que se cumpra os requisitos da formalidade, a autenticação dos livros e dos instrumentos de escrituração previsto na instrução n° 102 aplicam-se aos armazéns gerais agentes auxiliares e trapiches.
						
 4.4 Sistema eletrônico 
 É fato dizer que a técnica em todos vem se evoluindo em todos os sentidos, atingindo as mais variadas atividades, modificando rotinas e costumes, é o caso da escrituração mercantil. O DNRC, verificando o sistema, regulou o seu uso pelas empresas conforme a portaria nº 14, de 13 de Dezembro de 1972, considera-se as grandes e médias empresas excludentes a prescindir o equipamento eletrônico de processamento de dados, para dar maior dinâmica as suas atividades operacionais no setor de registro contábeis, por esse motivo é permitido a escrituração mercantil pelo sistema eletrônico em formulários contínuos. 
Após o procedimento eletrônico de escrituração deverão ser impressos destacados e encadernados em forma de livro, o livro deverá ser autenticado órgão do registro de comercio em que contara o termo de abertura e o número de folhas já escriturado. A instrução normativa nº 102/2006, do DNRC, já referida, com a mesma forma de ideias sobre os sistemas eletrônicos de registro contábeis. (A Lei Nº 8.218 DE AGOSTO DE 1991 NO ART 11 com a redação alterada pela Lei nº 8 383 de 30 de dezembro 1991, art62, dispõe sobre a escrituração eletrônico autorizando a Receita Federal expedir atos de regulando a forma e prazos para apresentação de arquivos e sistemas.
 4.5 O valor probante dos livros comerciais 
 Os livros comerciais são acordos dos comerciantes, a comissão redatora do código napoleônico de 1807, declara “A consciência do comerciante está escrita no seus livros, neles os comerciantes registra todas as suas ações, são para uma garantia, é pelo os livros que ele conhece o resultado de seu trabalho, quando recorre a autoridade do magistrado, é a sua consciência que ele se dirige, é aos seus livros que se reporta.” 
 Desde cedo entre os romanos não se despreza o valor probatórios dos livros de escrituração, Cícero, agindo como advogado na defesa e Rouscius, de quem Fnius reclamava uma dívida de cinquenta mil sestércios, ganhou uma causa credor não conseguiu não pode exibir o códex accepi et expensi, onde fica escriturado a dívida, esse efeito dava o credor o direito de exibição de livros do banqueiro.
 Na idade média Valverde observa, a fé e a força dos livros dos banqueiros, a princípio recusados aos do mercador, estenderam-se com o tempo aos livros do comerciante sem distinção quanto ao gênero de mercancia. Não havia unidade devido as regras de cada cidade em seus estatutos.
 Na Alemanha Paul Rehme, já no século XV prevalecia a norma que adjudicava aos livros do comerciante, quando escrituradas devido o segundo uso dos mercadores honrados, o valor de meia prova, mas sendo confirmado o assento de juramento de seu proprietário, este juramento a que as fontes domina chamou-se mais tarde “juramento do livro”.
 No Brasil a obrigatoriedade da autenticação dos livros são nos Tribunais do Comércio “os dois livros sobreditos os devem ser encadernados, numerados, selados, e rubricados em todas as suas folhas por um membro Tribunal do comercio respectivo a quem couber por distribuição, com termos de abertura e encerramento subscritos pelo secretário do mesmo tribunal e assinados pelo presidente” (COD. COM., ART 13 que se encontra correspondência no ART 181 do COD. CIV.).
 O Art. 226 do código civil onde os livros e fichas dos empresários provam contra as pessoas a quem pertence e, em seu favor quando escrituradas sem vício extrínseco ou intrínseco forem confirmados por outros subsídios. 
 Os livros legalizados e escriturados em forma mercantil sem emendas e rasuras fazem prova plena conforme dispunha o art. 23 do Código Comercial.
 “Contra as pessoas que deles forem proprietários ,originalmente ou por sucessão; contra comerciantes ,com quem os proprietários ,por si ou por seus sucessores , tiverem ou houveram tido transações mercantis, se assentos respectivos se referirem a documentos existentes que mostrem a natureza das mesmas transações , e os proprietários provarem ,também por documentos, que não foram omissos em dar em tempo competente os avisos necessários , e que parte contraria os recebeu; contra pessoas não comerciantes , se os assentos forem comprovados por algum documento, que só por si não possa fazer prova plena.”
 Em relação ao valor probante da escrituração dos livros da empresa não é absoluto, quanto a empresa, tal prova pode ser suprimida por documento sem vício, pelos quais que os assentos contestados são falsos ou menos exatos, quanto a terceiros não empresários ou sociedade empresarias, o valor probatório dos livros pode ser destruído por prova conveniente que demonstre a falsidade ou inexatidão dos lançamentos.
 4.6 Balanço 
 O balanço patrimonial é uma verificação contábil destinada a comprovar qualitativamente e quantitativamente um balancete sobre o patrimônio líquido de uma entidade empresarial, é uma forma de conhecimento financeiro que serve para facilitar o conhecimento e análise da situação financeira da empresa.
 Existem dois tipos de balanço o ativo e o passivo, 
 Ativo - abrange os bens, os direitos e as demais atenções de recursos controlados pela entidade empresarial, capaz de gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos ocorridos.
 Passivo- visa as origens de recursos constituídas pelas obrigações com terceiros, resultando em eventos funcionais para a sua liquidação.
 Para se efetuar o balanço deve ser efetuados ajustes e reclassificações nas contas patrimoniais, como empréstimos, estoques, etc.
 Os ajustes conexos e lançamentos de afastamentos das contas de resultado, as contas restantes são apenas as contas patrimoniais, que devem ser separadas e classificadasem grupos para elaboração do balanço patrimonial, fazendo com que os saldos do sujeito ativo ser parecido ao do sujeito passivo.
5. A RELEVÂNCIA E A LEGALIDADE DOS LIVROS EMPRESARIAIS NA ATIVIDADE EMPRESÁRIA
 O antigo sistema de contabilidade em livros deverão ser encadernados e suas folhas numeradas, como fala o 6° do regulamento do Decreto-Lei nº486 deve conter na primeira e na última página numeração tipograficamente, termos de abertura e encadeamento, devendo o primeiro indicar a firma e o nome comercial da sociedade a que pertençam, do local da sede ou estabelecimento, do número e data de registro da firma ou o nome comercial no registro da firma, ou do arquivamento dos atos constitutivos da sociedade em registro público de empresas mercantis, do fim a que destinem os livros , dos respectivos números de suas páginas.
 Os termos de abertura deverão ser dotados e assinados pelo comerciante e pelo responsável pela escrituração, bem como pelo funcionário competente da Junta Comercial, o qual se aplicará o fio o selo metálico de inviolabilidade do livro.
 A Junta Comercial é a autoridade competente para a legalização dos livros empresarias, as juntas comercias são sempre sediadas na capital do estado, ou dele uma outra autoridade pública fora de sua sede (DEC.-LEI 486, ART 6º).
 Qualquer empresário em nome individual ou sociedade mercantil, solicita a transferência dos livros para seus sucessores, desde que conste no documento, que exceção foi realizada, tendo um sucessor ativo e passivo do empresário.
 
 CONCLUSÃO 
 Ao concluir este ensaio podemos perceber que na contabilidade os livros comerciais são usados para escrituração de todas as transações comerciais. Pode ser principais ou acessórios, necessários ou facultativos. 
 Os livros comerciais são produzidos para terem tiragem em massa, pode-se dizer que é um sistema administrativo e objetivo que tem como finalidade a escrituração e registros contábeis de determinada empresa. O livro demonstra com lealdade e clareza a situação da empresa, permitindo ao empresário ajustar com mais segurança as decisões pertinentes ao andamento e avanço da empresa.
 Os livros empresariais tem como finalidade fiscalizatória ,as leis tributarias a união dos estados e dos municípios, embora não pertençam ao âmbito do direito civil as leis tributarias exigem obrigatoriamente os livros obrigatórios, os livros de escrituração deve seguir a ordem esmaecida na escrituração comercial, não podendo conter emendas ou rasuras ou ficar em atraso por cinco dias , devem permanece obrigatoriamente no respectivo estabelecimento ,sendo retirados somente quando levados a repartição fiscal, os livros comerciais devem ser conservados rigorosamente no estabelecimento para serem exibidos a qualquer momento aos agentes fiscais , até que aconteça a prescrição dos créditos tributários, os empresários que mantiverem mais de um estabelecimento podendo ser fabrica, filial, agência, deposito, deverão obrigatoriamente em cada estabelecimento ter um livro fiscal.
 Além dos livros fiscais existem os livros obrigatórios comuns, os livros obrigatórios especiais e os livros empresariais facultativos cada um tem uma finalidade auxiliar o negócio do empresário através de anotações, e dessas anotações os empresários tem o controle de seu negócio, os livros empresarias está vinculada ao conceito além de ser administrativa e fiscalizatória tem a finalidade documental, que são provas usadas a favor do empresário
 Podemos concluir que os livros empresariais são documentos sigilosos que exigi uma certa conservação e zelo de seu portador, esse processo singelo é para evitar a perda ou destruição dos livros pois são provas documentais importantes para o empresário fazer o balancete final e ver se sua atividade está dando lucros ou prejuízos.
 Concluímos que os preceitos de livros empresarias são requisitais para quem quer fazer atividade típica de empresa, pois essa forma de escrituração assegura ao empresário ter controle de sua atividade organizadamente com esse tipo de contabilidade escriturada em um livro
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BERTINI, D. H. (2016). O Sistema Registral Brasileiro e os seus efeitos. Disponível em< https://dhbertini.jusbrasil.com.br/artigos/425829786/o-sistema-registral-brasileiro-e-os-seus-efeitos> Acesso em 07/11/2018
BRASIL. Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10406.htm> Acesso em 07/11/2018.
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual do Direito Comercial: Direito de Empresa. 26º ed.São Paulo: Saraiva 2014.
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: Sindicato Nacional dos Editores de Livros 2014.
REQUIÃO, Rubens.Curso de Direito Comercial: De acordo com a Lei n. 11.101, de 9-2-2005 (nova Lei de Falências)27ª ed. São Paulo: Sraiva. 2007.
RIZZARDO, Arnaldo. Direito de Empresa. Rio de Janeiro: Forense. Sindicato Nacional dos Editores de Livros 2014.
SANCHES, Carolline Rebellato. Obrigações do Empresário. Contéudo Jurídico. Disponível em < http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,obrigacoes-do-empresario,29890.html> Acesso em 07/11/2018.

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