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DIREITO EMPRESARIAL PARTE GERAL AULA 14

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DIREITO EMPRESARIAL
Professor: Prof. Me. Fernando Passos
fernando@pss.adv.br
Assistente: Prof. Me. José Branco Peres
brancoperes@hotmail.com 
Aula 14 – 06/06/2016
Aula de Hoje:
Sigilo dos Livros Empresariais;
Exibição Parcial e Integral dos Livros Empresariais;
Balanços Empresariais: Resultado Econômico e Patrimonial.
SIGILO DOS LIVROS - Importância
Parte do segredo do sucesso de uma empresa está contido em seus livros, vez que lá esta demonstrado como: a empresa compra a matéria prima, a forma que realiza os pagamentos e quem são os fornecedores.
Essas informações são segredos empresariais que poderão fazer o diferencial no produto final, tanto na qualidade quanto no preço. Daí a importância do sigilo dessas informações.
OS LIVROS EM REGRA SÃO SIGILOSOS
Os livros são sigilosos, pois guardam os segredos das empresas, justificando assim, o principal motivo para o sigilo dos livros. As informações confidenciais da empresa, somente interessam à própria empresa; portanto não necessita de publicidade.
O Sigilo dos Livros Empresariais se contrapõem a publicidade dos atos de registro, mas são justificáveis.
Art. 1.190 DO CÓDIGO CIVIL 
“Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei”.
EXCEÇÕES: AS AUTORIDADES FAZENDÁRIAS
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da escrituração, em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da fiscalização do pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas leis especiais.
QUEM SÃO AS AUTORIDADES FAZENDÁRIAS?
Os fiscais tributários dos Municípios, Estados e da União não sofrem as limitações do sigilo dos livros empresariais no exercício da fiscalização do pagamento de impostos.
Os fiscais tributários possuem o dever de sigilo, não podendo em nenhuma hipótese revelar informações para terceiros sob pena, de responderem civil, administrativa e criminalmente, por esse ato.
EXIBIÇÃO PARCIAL OU INTEGRAL DOS LIVROS
Apesar da importância do sigilo dos livros empresariais, há situações em que a lei previu a necessidade de se quebrar esse sigilo em prol de outros valores, são exceções a regra de sigilo dos livros.
Somente com ordem judicial, art. 1.191 do CC.
Exibição de forma parcial (análise caso a caso) ou integral (rol taxativo), conforme a necessidade.
EXIBIÇÃO INTEGRAL
(Art. 1.191 do Código Civil)
“O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falência”.
EXIBIÇÃO INTEGRAL: CONSIDERAÇÕES
Rol taxativo de hipóteses. Assim não poderá o Juiz inovar solicitando a exibição integral dos livros em situações diversas das citadas.
A exibição integral do livro acarreta a retenção do livro em cartório, dificultando a continuidade da escrituração.
A exibição integral somente ocorrerá a requerimento das partes e nas hipóteses acima identificadas.
ROL TAXATIVO DE CASOS NA EXIBIÇÃO INTEGRAL
Causas relativas a:
sucessão;
comunhão ou sociedade;
administração ou gestão à conta de outrem;
caso de falência.
EXIBIÇÃO PARCIAL – ART. 1.191, §1º DO CC
“O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação pode, a requerimento ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da sociedade empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles se extrair o que interessar à questão”.
EXIBIÇÃO PARCIAL: CONSIDERAÇÕES
Qualquer ação ou medida cautelar;
A requerimento das partes ou de ofício;
Exame dos livros das partes envolvidas na presença da outra parte (ou de representantes);
Extração de cópia da parte que interessar para a solução da lide (SUMA);
Não haverá a retenção do livro empresarial.
RECUSA NA EXIBIÇÃO DOS LIVROS EMPRESARIAIS
“Art. 1.192 do CC. Recusada a apresentação dos livros, nos casos do artigo antecedente, serão apreendidos judicialmente e, no do seu § 1o, ter-se-á como verdadeiro o alegado pela parte contrária para se provar pelos livros.
Parágrafo único. A confissão resultante da recusa pode ser elidida por prova documental em contrário.”
EFEITOS NOS CASOS DE RECUSA NA EXIBIÇÃO
Se for caso de exibição integral: os livros serão apreendidos judicialmente
Se for caso de exibição parcial: ter se á como verdadeiro os fatos alegados, ocorrendo a confissão presumida, sendo essa presunção relativa.
	* no caso da confissão pela recusa, está poderá ser elidida com prova documental em contrário.
3ª OBRIGAÇÃO DOS EMPRESÁRIOS
“LEVANTAR BALANÇOS PERIÓDICOS, PATRIMONIAL E DE RESULTADO ECONÔMICO.”.
ART. 1.179 DO CC
A terceira obrigação dos empresários e sociedades empresárias advém do art. 1.179, ‘in fine’, do Código Civil, que assim dispõe:
“...e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.”
BALANÇOS PERIÓDIOS E O PEQUENO EMPRESÁRIO
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.
...
§º2 “É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970.”
IMPORTÂNCIA DOS BALANÇOS
Algumas empresas em virtude de lei devem publicar seus balanços, exemplo: Sociedade Anônima.
As demais empresas não necessitam publicar seus balanços. Entretanto para conseguirem crédito juntos a instituições bancárias ou mesmo para participar de licitações e em razão da legislação tributária essas empresas devem apresentar seus balanços. 
PERIODICIDADE DOS BALANÇOS
A regra é que os mesmos sejam elaborados anualmente. Entretanto para as Instituições Financeiras e às Sociedades Anônimas que distribuem dividendos semestrais, deverão proceder ao levantamento dos balanços contábeis de forma semestral.
LEI 6.404/76 E A PERIODICIDADE DOS BALANÇOS
Art. 204. A companhia que, por força de lei ou de disposição estatutária, levantar balanço semestral, poderá declarar, por deliberação dos órgãos de administração, se autorizados pelo estatuto, dividendo à conta do lucro apurado nesse balanço.
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA E OS BALANÇOS
– Circular 2804 do Banco Central do Brasil
Art. 2º Os seguintes documentos do Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional - COSIF devem ser publicados:
I - balancete patrimonial, documento nº 2, com periodicidade mensal;
II - relativos às demonstrações financeiras das datas- base de 30 de junho e 31 de dezembro: 
BALANÇO PATRIMONIAL: CONCEITO 
Segundo o Professor José Carlos Marion o Balanço Patrimonial 
“é considerado o mais importante relatório contábil da empresa, oferecendo elementos que permitem compreender o seu estado econômico”.
BALANÇO PATRIMONIAL: CONCEITO LEGAL
Art. 1.188 do CC. O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo.
Balanço Patrimonial: Considerações
Balanço Patrimonial pode ser definido de forma simplista como uma foto da situação econômica da empresa, determinado momento.
Para melhor análise da situação econômica da empresa, é necessário comparar o balanço patrimonial de um certo ano com o seu antecedente.
Balanço Patrimonial: Finalidade
O balanço patrimonial serve para que um terceiro (investidor, instituição financeira ou qualquer outro que tenha interesse em contratar alguém contratar com a empresa) consiga saber qual o tamanho dessa
empresa; se a mesma nos últimos anos vem possuindo lucro ou prejuízo.
Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO
PASSIVO + PATRIMONIO LÍQUIDO
Ativo Circulante 200
Passivo Circulante 250
Ativo Longo Prazo 300
Passivo a Longo Prazo 400
Ativo Permanente 500
 
Ativo Intangível 300
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
 
Capital Social 400
 
Reserva legal 100
 
Lucro acumulado 150
Total 1.300
Total 1.300
Observação: O ativo (bens e direitos) será sempre igual a soma do passivo (obrigações) com o Patrimônio Líquido (dinheiro dos sócios).
Balanço de Resultado Econômico
Conceito Legal:
Art. 1.189. O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de lucros e perdas, acompanhará o balanço patrimonial e dele constarão crédito e débito, na forma da lei especial.
CONSIDERAÇÕES DO BALANÇO DE RESULTADO ECONÔMICO
A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal apresentar de forma vertical o resumo do resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizados em certo período, geralmente anual.
Importante ainda demonstrar que os balanços possuem alguns requisitos de validade tais como seguir os requisitos intrínsecos (moeda e idioma nacional, forma contábil, cronológica) e os requisitos extrínsecos. Assim, devem ser autenticados pela Junta Comercial com o fim de trazer segurança jurídica.
Cont. 
É de suma importância lembrar que para se ter uma visão global da empresa, é necessário, observarmos além do Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultado Econômico, vez que o primeiro demonstra a situação da empresa em um determinado momento e o segundo representa a movimentação de um determinado período, apurando se naquele determinado período a empresa teve lucro ou prejuízo.
Balanço de Resultado Econômico
RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Vendas de Produtos
Vendas de Mercadorias
Prestação de Serviços 
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
Devoluções de Vendas
Abatimentos
Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas
= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTOS DAS VENDAS
Custo dos Produtos Vendidos 
Custo das Mercadorias
Custo dos Serviços Prestados
= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
Cont.
= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS 
Despesas Com Vendas
Despesas Administrativas
(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS
(-)Despesas Financeiras
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS
Resultado da Equivalência Patrimonial
Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
(-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
= RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SOBRE O LUCRO
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro
= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) Participações de Administradores, Empregados, Debêntures e Partes Beneficiárias
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

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