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DIREITO CONSTITUCIONAL AULA 11

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DIREITO CONSTITUCIONAL - AULA 11 (17/08/12)
Continuação Princípios Instrumentais de Interpretação da Constituição
F) Princípio da Máxima Efetividade:
- Conceito: Invocado no âmbito dos Direitos Fundamentais, impõe que lhe seja atribuído sentido que confira a maior efetividade possível, para que cumpram a sua função social.
- A diferença deste princípio para o da Força Normativa é que este é um princípio de interpretação da Constituição como um todo, enquanto que aquele é específico para os Direitos Fundamentais.
- O art. 5º, §1º, CF é o dispositivo que se abstrai o Princípio da Máxima Efetividade.
- Conceitos:
1) Eficácia: é a aptidão da norma para produzir os efeitos que lhe são próprios. Isso não significa que os efeitos estejam sendo aplicados na prática. A norma é apta a produzir os efeitos.
2) Efetividade: ocorre quando a norma cumpre os fins para os quais foi criada, quando atende a sua função social. Não significa apenas que a norma está apta, mas sim que ela efetivamente cumpre os efeitos para os quais ela foi criada.
3) Validade: consiste na compatibilidade de forma e conteúdo de uma norma inferior com o seu fundamento de validade (norma superior). É o que acontece com as leis e a Constituição, pois a lei só é válida se for material e formalmente compatível com a CF.
- Ex. do Princ. Máxima Efetividade: Afastar interpretações divergentes, inclusive com a relativização da coisa julgada.
OBS: Quanto à RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA, temos as seguintes informações:
- A Súmula 343, STF, afirma que a divergência de interpretação nos tribunais não é motivo para cabimento de Ação Rescisória.
OBS: A Súmula 343, STF, não se aplica às hipóteses de divergência sobre interpretação constitucional.
- O STF realiza uma Distinguish que é uma espécie de distinção, que é entre o teor da súmula (para texto legal) e a hipótese de interpretação constitucional. Então a súmula só se aplica para texto legal.
- No caso de interpretação constitucional, poderá ser utilizada a ação rescisória, dentro do período de 02 anos.
G) Princípio da Justeza ou Conformidade Funcional:
- Conceito: Tem por finalidade impedir que os órgãos encarregados da interpretação constitucional cheguem a um resultado que subverta o esquema organizatório funcional estabelecido pela Constituição (Resumindo: Agir conforme a função atribuída).
- Os órgãos encarregados da interpretação constitucional são chamados de Tribunais Constitucionais, que, no caso do Brasil, é o STF.
- Ex: a interpretação feita pelo Min. Gilmar Mendes, e acompanhada pelo Min. Eros Grau ao art. 52, X, CF. A decisão criticada é a RC 4.335/AC. Este artigo fala do papel do Senado no controle de constitucionalidade. A decisão é no seguinte sentido: A decisão do STF, mesmo quando proferida no controle difuso, teria um efeito erga omnes, cabendo ao Senado apenas dar publicidade a esta decisão.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
01) Supremacia da Constituição
- Existem duas espécies de supremacia da Constituição: Material e Formal.
A) Supremacia Material:
- A Constituição possui um conteúdo qualitativo diverso das normas infraconstitucionais e considerado superior ao conteúdo delas.
- Ou seja, o tipo de assunto tratado pela constituição teria uma supremacia ao conteúdo tratado pelas leis.
- As matérias típicas de uma Constituição abrangem três temas: Direitos Fundamentais; Estrutura do Estado; Organização dos Poderes.
- Toda Constituição, independentemente de ser rígida ou flexível, possui supremacia material.
B) Supremacia Formal:
- A supremacia formal, que decorre da rigidez, é a espécie de supremacia relevante para fins de controle de constitucionalidade.
- Só tem supremacia formal quando há rigidez constitucional. O processo de elaboração é mais solene.
02) Parâmetro (ou Norma de Referência) para o Controle de Constitucionalidade
- São as normas da constituição que servem como parâmetro para declaração de inconstitucionalidade.
- Segundo o entendimento adotado pelo STF, o preâmbulo não tem caráter normativo, e, portanto, não serve como parâmetro para o controle de constitucionalidade.
- Os Tratados Internacionais de Direito Humanos (e não qualquer tratado), aprovados com a mesma forma exigida para a elaboração de EC (3/5 e dois turnos de votação) podem ser utilizados como parâmetro para o Controle de Constitucionalidade (art. 5º, § 3º, CF).
- Hoje, apenas o Tratado para as Pessoas Portadoras de Deficiência (Decreto 6.949/09) é o único que tem este status constitucional, e serve como parâmetro no Brasil.
OBS: Quando o parâmetro é Tratado Internacional, há a denominação de “Controle de Convencionalidade”, pois o parâmetro é uma convenção internacional.
- De acordo com o entendimento do STF no RE 466.343/SP, há uma tripla hierarquia em relação aos Tratados Internacionais: no topo estão os Tratados Internacionais de Direitos Humanos aprovados por 3/5 e dois turnos (no mesmo nível da CF/88); abaixo estão os Tratados Internacionais de Direitos Humanos que não foram aprovados por 3/5 e dois turnos (pois esta previsão só surgiu em 2004), tendo status supralegal (acima da lei e abaixo da Constituição - Ex: Pacto de São José da Costa Rica); abaixo estão os Tratados Internacionais que não são de Direitos Humanos, e tem status de lei ordinária.
02.1) Bloco de Constitucionalidade
- Trata-se de uma expressão citada por Celso de Mello em seus votos, e tem origem francesa, com o autor Louis Favorev.
- Este autor utilizou a expressão “Bloco de Constitucionalidade” para se referir às normas com valor constitucional.
- No Brasil esta expressão é utilizada em dois sentidos: amplo e estrito.
- Em sentido amplo, refere-se não apenas às normas formalmente constitucionais, mas também àquelas materialmente constitucionais e ainda à normas infraconstitucionais vocacionadas à desenvolver a eficácia de preceitos da Constituição.
- No sentido estrito, esta expressão é utilizada como sinônimo de parâmetro para o controle de constitucionalidade. É neste sentido que o Ministro Celso de Mello utiliza em seus julgados.
03) Formas de Inconstitucionalidade
03.1) Quanto ao tipo de conduta do Poder Público
- Poder ser inconstitucionalidade por ação ou por omissão.
- Por ação há uma inconstitucionalidade em que o Poder Público age, praticando uma conduta comissiva, que é incompatível com a Constituição.
- Ex: HC 82.959/STF, em que se discutia a constitucionalidade do art. 2º, § 1º, L. 8.072/90. Este artigo vedava a progressão de regime no caso de crimes hediondos. O entendimento adotado pelo STF foi de que esta vedação da progressão de regime é incompatível com o princípio constitucional da individualização da pena (art. 5º, XLVI, CF).
- A inconstitucionalidade por omissão ocorre quando o Poder Público deixa de praticar uma conduta exigida pela CF.
- Ex: MI 702/STF, em que se discutia o direito de greve do art. 37, VII, CF. Este dispositivo afirma que o servidor tem direito à greve, mas necessita de uma lei definindo seus limites. Lei esta que não tinha sido feita. Este dispositivo é uma norma constitucional de eficácia limitada. Neste julgamento, o STF deu uma decisão com efeito erga omnes determinando os parâmetros e limites do direito à greve.
- Nas hipóteses de omissão constitucional, existem dois instrumentos que são o Mandado de Injunção e a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão. A primeira é um instrumento de controle concreto, e a segunda é de controle abstrato.
03.2) Quanto à norma constitucional ofendida
- O critério a ser analisado é o tipo de norma da Constituição que foi ofendida. Diante disso, podemos ter uma inconstitucionalidade formal e uma inconstitucionalidade material.
- A inconstitucionalidade formal é subdividida em: propriamente dita; orgânica; por violação de pressupostos objetivos.
- A inconstitucionalidade formal propriamente dita poderá ser subjetiva, quando relacionada às autoridades competentes para tomar a iniciativa do processo legislativo. Poderá também ser objetiva, quando relacionada às demais fases doprocesso legislativo.
- Ex. inconstitucionalidade formal subjetiva: art. 61, § 1º, CF, que trata da iniciativa do processo legislativo em determinadas matérias.
- Ex. inconstitucionalidade formal subjetiva: art. 60, § 2º, CF, afirma que as EC serão aprovadas em 3/5 e dois turnos. Se este quorum não for observado, haverá uma inconstitucionalidade formal objetiva.
- A inconstitucionalidade formal orgânica ocorre no caso de violação de norma constitucional que estabelece competência legislativa para tratar da matéria. Ex: no art. 22, CF, existem matérias que são de competências legislativas da União. Se o Município ou Estado faz uma lei criminalizando determinada conduta, esta lei será inconstitucional.
- A inconstitucionalidade formal por violação dos pressupostos objetivos ocorre quando há violação de normas que estabelecem pressupostos objetivos para a elaboração de algum ato. Ex: art. 62, CF, quando trata das Medidas Provisórias. Os dois pressupostos objetivos exigidos são relevância e urgência.
- Alguns autores chamam a inconstitucionalidade formal de inconstitucionalidade nomo dinâmica. Já a material é chamada de nomo estática. É dinâmica porque há um processo dinâmico de produção de outras normas. É estática pois, ou o conteúdo é compatível, ou não.
- A inconstitucionalidade material ocorre quando o conteúdo de uma lei é incompatível com o conteúdo de uma norma constitucional que estabelece direitos ou deveres. Ex: HC 82.959/STF, em que o conteúdo da lei de crimes hediondos, que vedava a progressão de regime, estava incompatível com o conteúdo constitucional.
- Resumindo:
Inconstitucionalidade Formal:
Propriamente dita:
Subjetiva.
Objetiva.
Orgânica.
Por violação de pressupostos objetivos.
Inconstitucionalidade Material.
03.3) Quanto à extensão
- A inconstitucionalidade poderá ser total ou parcial.
- Inconstitucionalidade total ocorre quando a incompatibilidade atinge toda a lei ou todo o dispositivo de uma lei.
- Então, deve-se analisar se esta se tratando da lei, ou apenas de um dispositivo daquela lei.
- Ex: a inconstitucionalidade total da lei, geralmente, decorre de uma inconstitucionalidade formal.
- Inconstitucionalidade parcial se refere apenas a uma parte da lei ou de um determinado dispositivo.
- O art. 66, § 2º, CF afirma que o veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea. Então, não é possível no veto atingir apenas uma palavra ou expressão.
- Diferente do que ocorre com a inconstitucionalidade, que poderá atingir apenas uma palavra ou expressão. Ex: ADI 347/SP. O art. 125, § 2º, CF prevê a criação da ADI em âmbito Estadual. A CF de São Paulo instituiu a ADI, que tinha por objeto lei de âmbito estadual ou municipal, em face da Constituição Federal e Estadual. Este dispositivo foi mantido, sendo declarado inconstitucional apenas a expressão “e Estadual”.
- Então, não se deve confundir o veto com a inconstitucionalidade.
OBS: A declaração parcial só é admitida quando a parte do dispositivo ou da lei for autônoma e não alterar o restante da lei ou do dispositivo.
03.4) Quanto ao momento
- A inconstitucionalidade poderá ser originária ou superveniente.
- Inconstitucionalidade originária ocorre quando o objeto impugnado (lei ou ato normativo) é produzido após o parâmetro (norma que serve como referência) constitucional invocado.
- Ex: A CF/88 foi promulgada em 05/10/1988. Uma lei de 1990 é posterior ao parâmetro invocado. Se esta lei é incompatível com a CF, ela já nasceu inconstitucional. Ou seja, ela tem uma inconstitucionalidade originária.
- Inconstitucionalidade superveniente ocorre quando o objeto impugnado é anterior ao parâmetro constitucional invocado.
- Ex: Uma lei feita em 1980. Quando a lei foi feita, ela estava de acordo com a CF da época. Mas em 1988 veio a nova constituição. E a lei, a partir daí se torna incompatível com este novo parâmetro. Neste caso, ela tem uma inconstitucionalidade superveniente.
- No Brasil, o termo que se utiliza para estas hipóteses é a “não recepção”.
- Ex: ADPF 130, que tratou da não recepção da Lei de Imprensa.
OBS: Em regra, a inconstitucionalidade superveniente é tratada no direito brasileiro como uma hipótese de não recepção. No entanto, existe uma hipótese excepcional em que ela é admitida por alguns autores: quando o parâmetro constitucional é anterior, mas a interpretação conferida a ele e incompatível com o objeto é posterior a este.
03.5) Quanto ao prisma de apuração
- A inconstitucionalidade poderá ser direta (ou antecedente) ou indireta.
- A indireta é dividida em conseqüente e reflexa/oblíqua.
- Pirâmide de Hans Kelsen:
CF
Lei
Decreto
- Inconstitucionalidade direta ocorre quando o objeto impugnado está ligado diretamente à CF. Neste caso, temos ligado diretamente à CF a Lei. Então, se a lei violar a CF, a inconstitucionalidade é direta. Se a violação da CF for feita pelo decreto, a inconstitucionalidade será indireta, pois existe um ato interposto.
- Inconstitucionalidade indireta conseqüente ocorre quando a inconstitucionalidade de um ato (decreto) é decorrente da inconstitucionalidade de outro (lei).
- A inconstitucionalidade do decreto é uma decorrência da inconstitucionalidade de uma lei.
- Exemplo: lei estadual que institui Imposto Extraordinário. O decreto que regulamentar a lei também será incompatível com a CF. Sua inconstitucionalidade é uma conseqüência da inconstitucionalidade da lei (ADI 2578/MG).
- Inconstitucionalidade Indireta reflexa ou oblíqua ocorre nos casos em que existe uma norma interposta (constitucional) entre a constituição e o objeto impugnado.
A lei não é inconstitucional e sim, compatível com a constituição. Todavia, o decreto é ilegal, viola diretamente a lei. Assim, por via reflexa, violará também a constituição.
Ex: ADI 3132 e ADI 996-MC/DF.

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