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Gênero Leishmania promastigota amastigota paramastigota Morfologia Amastigota Ovais, esféricas ou fusiformes. Núcleo grande e arredondado. Cinetoplasto em forma de bastonete. (K-DNA) Vacúolos que podem ou não ser visualizados. Não há flagelo livre Invaginação na região anterior do corpo formando a bolsa flagelar 1,5 a 3,0 x 3,0 a 6,5 µm Morfologia Promastigotas Alongadas com um flagelo livre e longo. Núcleo arredondado ou oval, situado na região mediana. O cinetoplasto localiza-se na região mediana entre o núcleo e a extremidade anterior. Variabilidade muito grande de medidas. 14-40 x 1,5-3,0 µm. As promastigotas metacíclicas são as formas infectantes, possuem mobilidade intensa e são encontradas livres no trato digestivo do inseto. Não se dividem. Paramastigotas Pequenas e arredondadas ou ovais. Flagelo curto, que pode estar aderido no trato digestivo do vetor. Núcleo situado na região mediana. Cinetoplasto é paralelo ou ligeiramente posterior ao núcleo. Diâmetro varia entre 5-10 x 4,0-6,0 µm. Ciclo biológico http://www.youtube.com/watch?v=AUUYsYNl-AY http://www.youtube.com/watch?v=kRRlapcxDFs Ciclo biológico A infecção no hospedeiro vertebrado se dá através da inoculação de formas promastigotas metacíclicas durante o repasto sanguíneo do inseto vetor. Após a internalização a promastigota metaciclica é encontrada dentro do vacúolo fagocitário. A promastigota se transforma em amastigota, capaz de se desenvolver e multiplicar no meio ácido do vacúolo digestivo. A infecção do hospedeiro invertebrado ocorre no momento do repasto sanguíneo em indivíduo ou animal infectado. No intestino médio do inseto as amastigotas se transformam em flagelados pequenos, ovóides e pouco móveis. Após 3 a 4 dias ocorre a transformação em formas promastigotas curtas e largas livres na luz intestinal, paramastigotas fixas no intestino e promastigotas metacíclicas. Para que a multiplicação doa parasitos torne o inseto capaz de transmitir a infecção, são necessários: Após o repasto sanguíneo uma alimentação rica em açúcares; Que o sangue seja totalmente digerido antes da nova alimentação sanguínea Leishmaniose Tegumentar Americana Introdução A Leishmaniose Tegumentar Humana (LTA) é uma doença de caráter zoonótico, primariamente animais e secundariamente o homem de evolução crônica. Causada por diferentes espécies do gênero Leishmania. Transmissão por picada de flebotomíneos – gênero Lutzomya. É considerada uma enfermidade polimórfica da pele e das mucosas. Tipos: Cutânea: lesões cutâneas, ulcerosas, indolores, limitadas; benignas; Mucocutânea: lesões nas mucosas do nariz, boca, faringe; mutilante; Disseminada: Múltiplas úlceras cutâneas; Difusa: lesões nodulares não ulceradas. Primeiras descrições: Século I D.C Ásia Central. Denominações de acordo com a região – Ferida de Balkh (Afeganistão), Botão-de-Aleppo (Síria), botão de Bagdá (Iraque). Primeiras descrições clínicas: Oviedo(1535) e Pizarro (1571). 1885, primeira observação dos parasitos foi feita por Cunningham. 1920, evidências da transmissão envolvendo flebotomíneos. Histórico Importância Segundo a OMS mais de 1 milhão de casos reportados nos últimos 5 anos. 310 milhões encontram-se em áreas de risco. 2 milhões de novos casos são estimados anualmente. Notificação obrigatória: 32 países onde a doença é prevalente. Leishmaniose: entre as 6 mais importantes doenças do mundo. Os Vetores Flebotomíneos (Lutzomyia); Põem seus ovos no solo úmido; As larvas transformam-se em adultos em cerca de 1 mês; Lutzomyia Interação Parasito-célula hospedeira Substância vasodilatadora (Maxidilan) inibe a apresentação de antígenos de Leishmania pelos macrófagos e a secreção de citocinas tipo I (IL-12 e INF), desta forma, citocinas tipo II (IL4 e IL-10) agem suprimindo a resposta imune celular favorecendo o sucesso da infecção. A molécula de glicoproteína gp63 converte o componente C3b do sistema complemento em sua forma inativa. Assim, as formas promastigotas conseguem escapar da opsonização pelo complemento, evitando a degradação mediada por esta via. Interação Parasito-célula hospedeira A maioria dos estudos de mecanismos de resposta imune foi realizada em modelos murinos, sendo caracterizados dois padrões de resposta Th1 e Th2, os quais são similares em humanos. O macrófago apresenta os antígenos aos linfócitos T CD4+, que podem ser subdivididos em pelo menos duas subpopulações: Th1 e Th2. A resistência do hospedeiro está associada a diferenciação de células efetoras T helper CD4+ (Th1), as quais secretam um padrão de citocinas específicas, IL-2, INF-y, IL-12 e TNF-a, conhecidos como citocinas pró-inflamatórias. A suscetibilidade a infecção está relacionada a resposta de células CD4+ (Th2), que secretam citocinas específicas do tipo IL-4, IL-5, IL-6, IL-10, TGF-b, dentre outras. Aspectos Imunológicos A forma cutânea apresenta resposta do tipo Th1, caracterizada por um processo granulomatoso tipo tuberculóide, com proliferação linfocitária marcada por ausência ou escassez de parasitos. A imunidade celular é facilmente detectada, mas a doença progride, podendo evoluir para a forma cutaneomucosa, a qual apresenta expressão simultânea de citocinas Th1 e Th2. A leishmaniose cutâneo-difüsa está correlacionada com a resposta do tipo Th2, na qual existe uma infiltração dérmica de macrófagos, habitualmente vacuolizados, repletos de amastigotas e com escassez de linfócitos, caracterizando um padrão de suscetibilidade em humanos. A resposta imune celular é variável conforme o quadro clínico, estando presente nos pacientes acometidos pela forma cutânea e usualmente suprimida nos casos de leishmaniose difusa. Evolução Cutânea Na pele a manifestação mais comum é a úlcera confinadas na pele. Úlcera característica tem contorno circular, borda elevada, talhada à pique, lembrando a imagem de uma cratera. A densidade dos parasitos nos bordos da úlcera é grande nas fases iniciais da infecção. Pouco exsudativa, fundo granuloso. Pode ser colonizada por bactérias e leveduras. Cutaneomucosa Processo lento de curso crônico. Predileção por vias aéreas superiores, principalmente septo nasal. Evolução arrastada, desconforto, ardência, obstrução nasal, aumento de secreção, formação de crostas escuras e sangramento. Doença nas mucosas está associada à exacerbação da resposta celular. Resposta ao tratamento é satisfatória. Lesão mucosa tardia com comprometimento de nariz (infiltração e edema). Nariz de tapir. Lábio superior com infiltração e lesão ulcerada atingindo a pele Cutânea difusa Nódulos isolados ou agrupados, máculas, pápulas e placas infiltradas. As lesões se disseminam e têm limites imprecisos. Prova cutânea sempre negativa. Elevados títulos de anticorpos. Tratamento com resultados insatisfatórios, com recidivas constantes. Profilaxia O controle de leishmaniose tegumentar é difícil nas vastas áreas florestais do Brasil e, no presente momento, é insolúvel. O uso, em larga escala, de inseticidas nas florestas tropicais representa um perigo do ponto de vista biológico, com a destruição da população de pequenos mamíferos, afetando seriamente a fauna. Em algumas situações é possível evitar a picada dos flebotomíneos através de proteção individual, com a utilização de repelentes e utilização de mosquiteiros de malha fina, mas nem sempre isto é possível. Em áreas de colonização recente, próximas de florestas, principalmente na Amazônia, pode-se evitar a transmissão intradomiciliar e peridomiciliar. Recomenda-se a construção das casas a uma distância mínima de 500m da mata. Devido à baixa capacidade de vôo dos flebotomíneos, raramente ultrapassam esta distância. Diagnóstico Característica da lesão Pesquisa do parasito Exame direto de esfregaços corados Exame histopatológico Cultura Inóculo em animais Pesquisa do DNA do parasito Métodos imunológicos Teste de montenegro Cutânea – teste é positivo mucosa – teste é positivo difusa – teste é negativo Métodos imunológicos Reação de imunofluorescência indireta Leishmaniose visceral americana ASPECTOS GERAIS Nomes populares: Calazar, Esplenomegalia Tropical, Febre Dum-Dum Doença crônica sistêmica – evolução para o óbito (1 a 2 anos após o aparecimento da sintomatologia) Fatores de risco: Desnutrição, uso de fármacos imunossupressores, drogas ilícitas e coinfecção com HIV. Histórico 1ª observação feita por Cunnigham na Índia, em 1885. Em 1903, o agente etiológico foi descrito por Leishman e Donovan. Em 1904, Rogers conseguiu cultivar os protozoários e visualizar as formas flageladas. Em 1908, os parasitos foram encontrados pela primeira vez em cães. Em 1931, Theodor e Adler demonstraram a transmissão do parasito pela picada de flebotomínios. Em 1913, foi relatado o primeiro caso na América do Sul. Em 1934, foram relatados os primeiros casos no Brasil (post-mortem). Em 1934, Evandro Chagas diagnosticaram o primeiro caso humano in vivo e nomearam o parasito de L. chagasi. Agente etiológico Causado pelo complexo L. donovani L. donovani L. infantum A leishmaniose visceral é uma infecção generalizada, crônica caracterizada por: Febre intermitente com semanas de duração; Anemia com leucopenia, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, palidez; Hepatoesplenomegalia, linfadenopatia; Comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos. Estado de debilidade progressivo, levando a óbito se não for submetido a tratamento específico. Mecanismos de transmissão Picada da fêmea do mosquito palha contendo as formas promastigotas metacíclicas. Compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas. Transfusão sanguínea. Congênita e venéreas (eventos raros e sem relevância). OUTRAS VIAS DE TRANSMISSÃO Transfusão de sangue Transmissão congênita 7 casos descritos Testes imunológicos em bancos de sangue 6 casos descritos Transmissão através de células do SMF infectadas por amastigotas CO-INFECÇÃO HIV/LEISHMANIOSE Sul da Europa - + 1000 casos Infecção HIV ocorrendo em regiões endêmicas para Leishmaniose Pacientes com HIV apresentando Leishmaniose como infecção secundária – compartilhamento de seringa Mudança no perfil epidemiológico clássico de transmissão (sem a presença do vetor e do reservatório canino) Modelo L. major e camundongo Br Med Bull. 2006 Jul 17;75-76:115-30 PATOGENIA - VISCERALIZAÇÃO amastigotas presentes em macrófagos na pele – INFECÇÃO INICIAL via hematogênica e linfática Hiperplasia e hipertrofia de células do Sistema Mononuclear Fagocitário ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS Congestão da microcirculação hepática e esplênica; Fibrose; Hipertensão portal e ascite; Substituição do tecido hematopoiético por macrófagos parasitados; Bloqueio da maturação de leucócitos e da plaquetogênese; No soro: hipergamaglobulinemia e redução de albuminas. ASPECTOS CLÍNICOS PERÍODO DE INCUBAÇÃO Virulência da cepa; Dose de inoculo; Características genéticas do hospedeiro; Estado imunológico, nutricional, entre outros. 2 – 7 meses PRIMEIROS SINTOMAS Febre baixa recorrente, frequentemente com 2 ou 3 picos diários Febre persistente durante todo o curso da infecção. Evolução da doença IMPORTÂNCIA DA ANAMNESE CRONIFICAÇÃO ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS Esplenomegalia : hiperplasia e hipertrofia das células do Sistema Mononuclear Fagocitário-SMF, hiperplasia dos folículos linfáticos Hepatomegalia: hiperplasia das células do SMF, fibrose septal ou portal leve ou moderada Alterações no Tecido Hemocitopoiético: medula óssea densamente parasitada Alterações Renais: Glomerulonefrite (presença de imunocomplexos circulantes); Albuminúria; Altos Níveis de Creatinina e Ureia ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS Alterações Pulmonares: Pneumonite, infiltrado difuso de linfócitos e células plasmáticas; Raro encontrar amastigotas no pulmão. Tosse seca Alterações no Tubo Digestivo: Excessiva proliferação de células do SMF no íleo e jejuno – edema e alongamento das vilosidades. Alterações Cutâneas: Descamação e queda de cabelo. Diarréia QUADRO CLÍNICO Mortalidade: 90% dos casos em paciente não tratados CRONIFICAÇÃO DA DOENÇA Susceptibilidade à infecções secundárias Tendência à hemorragias (Trombocitopenia) Anorexia e Anemia (deficiência de vitaminas) Emagrecimento e Enfraquecimento caquexia infecções secundárias FORMAS CLÍNICAS DA LVA ASSINTOMÁTICA Ausência de sintomatologia clínica aparente Reações sorológicas positivas e Intradermoreação de Montenegro positivo OLIGOSSINTOMÁTICA OU SUBCLÍNICA Forma mais frequente da doença Amastigotas encontradas em macrófagos do baço, pulmões, intestino, linfonodos e órgãos hematopoiéticos Febre baixa recorrente, tosse seca, diarréia, sudorese, prostração FORMAS CLÍNICAS DA LVA AGUDA Febre alta, diarréia e tosse Discretas alterações hematopoiéticas, discreta hepatoesplenomegalia Confundida com malária, esquistossomose, doença de Chagas aguda, dentre outras doenças SINTOMÁTICA, CRÔNICA OU CALAZAR CLÁSSICO Evolução prolongada Desnutrição protéico-calórica, edema generalizado, abdome aumentado (hepatoesplenomegalia), emagrecimento progressivo, caquexia acentuada FORMA SINTOMÁTICA DA LVA COMPLICAÇÕES: Pneumonia, broncopneumonia; tuberculose; diarreia e disenteria; otite média, gengivite, estomatite DIAGNÓSTICO DA LV Clinico: Sintomas apresentados associado a história de residência em área endêmica. Diagnóstico laboratorial: Pesquisa do parasito – observação direta do parasito. DIAGNÓSTICO IMUNOSOROLÓGICO DA LV Reação de Imunofluorescência indireta (RIFI) Sensibilidade: 92%. Especificidade: 75%. Ensaio Imunoenzimático (ELISA) Sensibilidade: 72%. Especificidade: 87,5%. (Lira et al., 2006) Testes Preconizados pelo Ministério da Saúde (Brito et al., 2000; Valli et al., 1999). Essas técnicas apresentam limitações na detecção da infecção em indivíduos que possuem baixos títulos de anticorpos, na maioria das vezes assintomáticos. REAÇÃO DE IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA (RIFI) Antígenos fixados em lâminas de vidro + Soro do paciente (previamente diluído) lavar Anticorpos conjugados com fluoresceina (FITC)- Fluorocromo verde + lavar Alvo da técnica FUNCIONALIDADE: Diagnóstico laboratorial para pesquisa de anticorpos no soro e em fluidos biológicos Baseia-se na capacidade das moléculas de anticorpo se ligarem covalentemente a fluorocromos sem perder sua reatividade específica com o antígeno Leitura (Microscópio de Fuorescência) ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) Tipo de técnica imunoenzimática baseada na utilização de anticorpos de revelação conjugados com enzimas. Permite a detecção, titulação e quantificação de substâncias de interesse biológico Detecção de anticorpos no soro ou em fluidos biológicos 3- Eliminação dos cães soropositivos. 1 – Tratamento dos casos humanos; MEDIDAS DE CONTROLE DA LV 2 - Combate ao inseto vetor peridomiciliado; TRATAMENTO DOS CASOS HUMANOS - Antimônios pentavalentes: Glucantime Aplicações diárias durante 10 dias ESQUEMA TERAPÊUTICO Descanso de 10 dias Aplicações diárias durante 10 dias Repete-se o esquema terapêutico até ocorrer a cura clínica do paciente COMBATE AO VETOR Aplicação de inseticidas (domicílio e peridomicílio) – 3 em 3 meses Uso de repelentes (individuais, canis e residências). ELIMINAÇÃO DOS CÃES SOROPOSITIVOS ? SINTOMÁTICO ASSINTOMÁTICO Considerando que a eutanásia dos cães infectados possui impacto negativo perante a sociedade civil e científica, a imunoprofilaxia constitui um importante instrumento no controle da LVC. LEISHMUNE® Vacina composta pelo antígeno complexo glicoprotéico ligante de fucose e manose (FML) de Leishmania donovani e o adjuvante saponina.; Apresenta eficácia vacinal de 76% a 80%; Capaz de induzir soro-conversão em cães vacinados. (Da Silva et al., 2001). A partir da introdução da vacina Leishmune® em clínicas veterinárias, surgiu uma série de questões de ordem prática para os órgãos de saúde pública. Dentre elas, e talvez a mais importante, o fato dos testes diagnósticos utilizados em rotina e nos inquéritos epidemiológicos não serem capazes de diferenciar cães infectados de cães vacinados, uma vez que ambos apresentam sorologia positiva (IgG anti-Leishmania) através dos métodos convencionais.
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