Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
18/11/2015 1 Professora Vanessa Alves Texto é um tecido verbal estruturado de tal forma que as ideias formam um todo coeso e coerente. Todas as partes de um texto devem estar interligadas e manifestar um direcionamento único. Essas três qualidades (unidade, coerência e coesão) são essenciais para a existência de um texto. 1. Ler duas vezes o texto. A primeira para se inteirar do assunto; a segunda para observar como o texto está articulado; 2. Observar as relações semânticas entre os parágrafos ( conclusão, oposição, soma...); 3. Sublinhar, em cada parágrafo, a ideia mais relevante (tópico frasal); 4.Ler com muita atenção os enunciados das questões para entender corretamente o comando dado; 5. Destacar palavras como: erro, incorreto, correto, etc.; 6. Anotar, ao lado de cada parágrafo, ou de cada estrofe, a ideia de maior relevância; 7. Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; 8. Se o enunciado mencionar as expressões “tema” ou “ideia principal,” examinar com atenção a introdução e/ou a conclusão; 9. Se o enunciado mencionar “argumentação,” observar o desenvolvimento; 10. Atentar para os vocábulos relatores (os que remetem a outros vocábulos do texto). 18/11/2015 2 Compreensão ou intelecção de texto –. O enunciado normalmente assim se apresenta: • As considerações do autor se voltam para... • Segundo o texto, está correta... • De acordo com o texto, está incorreta... • Tendo em vista o texto, é incorreto... • O autor sugere ainda... • De acordo com o texto, é certo... • O autor afirma que... Interpretação de texto – consiste em saber o que se infere (conclui) do que está escrito. O enunciado normalmente é apresentado da seguinte maneira: • O texto possibilita o entendimento de que... • Com apoio no texto, infere-se que... • O texto encaminha o leitor para... • Pretende o texto mostrar que o leitor... • O texto possibilita inferir que... O primeiro passo para interpretar um texto consiste em decompô-lo, após uma primeira leitura em sua ideia básica ou ideia núcleo, ou seja, realizar um trabalho analítico buscando os conceitos definidores da opinião explicitada pelo autor. Essa operação fará com que a essência do texto “salte aos olhos”. Uma boa medida para avaliar se o texto foi bem compreendido é responder três questões básicas. 1. Qual é a questão de que o texto está tratando? 2. Qual é a opinião do autor sobre a questão posta em discussão? 3. Quais são os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar a opinião dada? 18/11/2015 3 TEMA CENTRAL: Proposição essencial que vai ser tratada ou demonstrada. O assunto primordial de que trata o texto. TÓPICO DE UM PARÁGRAFO: Temática central apresentada e discutida no parágrafo em análise, geralmente mediante desenvolvimento da argumentação. ARGUMENTO PRINCIPAL DEFENDIDO: Corresponde à tese (proposição exposta para que ocorra o debate). TEXTO 1: COMEÇARIA TUDO OUTRA VEZ É um choque quando muitas pessoas morrem juntas, numa mesma tragédia. Acidente de avião nos desestabiliza. Acidentes de ônibus, carro e atropelamentos têm um teor menor de impacto, mesmo que matem mais gente. Já com avião a catástrofe é cinematográfica e, portanto, está no limiar da ficção – e isso subverte totalmente o que costumamos chamar de vida real. Junto com a dor vem a necessidade de culpar. Foi falha humana? Falha do equipamento? Governo omisso? Provavelmente um pouco de cada. Acidentes de avião acontecem na França, na Alemanha, na Áustria, por motivos vários. O que devemos seguir cobrando com rigor é a responsabilidade pelo caos que acontece todos os dias em nossos aeroportos, com atrasos e cancelamentos que não se explicam. Ou que talvez se expliquem se colocarmos o dedo onde dói. No caráter nacional. O Brasil é ótimo em alguns aspectos – natureza,musicalidade, espírito esportivo – mas traz um genedefeituoso que atinge a nação inteira, mesmo que muitaspessoas se excluam dessa análise. “Eu não!” Você não, eutambém não, e tantos outros repetirão: nós não! Masnão é momento de se excluir. Todos nós, sim. O brasileiro,generalizando, sofre de fraqueza moral. A corrupção éum problema que atinge o mundo inteiro, mas aqui essapraga foi institucionalizada, está em todos os setores, emtodas as relações. Pais e mães que presenteiam os filhospor tirarem boas notas já introduzem o vírus. Aprende-seque as coisas só funcionam diante de “acertos” prévios.Quando o Gérson fez aquela propaganda em que diziaque o importante era levar vantagem em tudo, estavatraduzindo exatamente o que somos e pensamos. Foi namosca. Doeu de tão verdadeiro. O aceno de um chequebasta para flexibilizar regulamentos e desfazer leis. 18/11/2015 4 Perdoem-me os trabalhadores corretos eincorruptíveis, sei que são muitos, mas, ainda assim,muito poucos. A saída para o Brasil é uma mudançaradical de caráter, uma reeducação avassaladora emtodos os lares, em toda a sociedade. Como se faz isso?Talvez privilegiando o assunto no currículo escolar,incentivando a delação dos corruptos que agem empequenas esferas e havendo muito mais rigor napunição. Mas se os próprios agentes punidores são osprimeiros a aceitar uma cervejinha, o que nos resta?Nossa dignidade segue restrita a um bláblábláinoperante. Somos os reis da boa intenção, enquanto agaiatice rola solta. Desculpem a total falta de esperança,mas para sermos um país decente pra valer, só sendodescobertos de novo. (MEDEIROS, Martha. In: Revista O GLOBO ano 3- Nº157- 29 de julho de 2007) TEXTO 2: O PRECONCEITO NOSSO DE CADA DIA Preconceito, nunca. Temos apenas opiniões bem definidas sobre as coisas. Preconceito é o outro que tem... Mas, por falar nisso, já observou o leitor como temos o fácil hábito de generalizar sobre tudo e todos? Falamos sobre “mulheres”, a partir de experiências pessoais; conhecemos “os políticos”, após acompanhar a carreira de dois ou três; sabemos tudo sobre os “militares” porque o síndico de nosso prédio é um sargento aposentado; discorremos sobre sogras, advogados, professores, motorista de caminhão, peões de obras, dançarinos, enfim, sobre tudo. Mas discorremos de maneira especial sobre raças e nacionalidades e, por extensão, sobre atributos inerentes a pessoas nascidas em determinados Estados. Afinal, todos sabemos (sabemos?) que os franceses não tomam banho; os mexicanos são preguiçosos; os suíços, pontuais; os italianos, ruidosos; os japoneses, trabalhadores; e por aí afora. Sabemos também que cariocas são folgados; baianos, festeiros; nordestinos, pobres; mineiros, diplomatas etc. Sabemos ainda que o negro não tem o mesmo potencial que o branco, a não ser em algumas atividades bem-definidas como o esporte, a música, a dança e algumas outras que exigem mais do corpo e menos da inteligência. O mecanismo funciona mais ou menos assim: estabelecemos uma expectativa de comportamento coletivo (nacional, regional, racial), mesmo sem conhecermos, pessoalmente, muitos ou mesmo nenhum membro do grupo sobre o qual pontificamos. Não nos detemos em analisar a questão um pouco mais a fundo. Não nos interessa estudar o papel que a escravidão teve na formação histórica de nossos negros. Nada disso. O importante é reproduzir, de forma acrítica e boçal, os preconceitos que nos são passados por piadinhas, por tradição familiar, pela religião, pela necessidade de compensar nossa real inferioridade individual por uma pretensa superioridade coletiva que assumimos ao carimbar o “outro” com a marca de qualquer inferioridade. 18/11/2015 5 Temos pesos, medidas e até um vocabulário diferente para nos referirmos ao “nosso” e ao do “outro”, numa atitude que, mais do que autocondescendência, não passa de preconceito puro. Por exemplo, a nossa, é religião, a do outro é seita; nós temos fervor religioso, eles são fanáticos; nós temos hábitos, eles, vícios; nós cometemos excessos compreensíveis,eles são um caso perdido; e, finalmente, não temos preconceito, apenas opinião formada sobre as coisas. Ou deveríamos ser como esses intelectuais que para afirmar qualquer coisa acham necessário estudar e observar atentamente? Observar, estudar e agir respeitando as diferenças é o que se espera de cidadãos que acreditam na democracia e, de fato, lutam por um mundo mais justo. De nada adianta protestar contra limpezas raciais e discriminação pelo mundo afora, se não ficamos atentos ao preconceito nosso de cada dia. Jaime Pinsky,O Estado de S. Paulo, São Paulo. Adaptado. 1. Qual é a questão de que o texto estátratando? R: O preconceito nosso de cada dia. 2. Qual é a opinião do autor sobre a questãoposta em discussão? R: Reproduzimos de forma acrítica e boçal, ospreconceitos que nos são passados porpiadinhas, por tradição familiar, pela religião...Rotulamos, com muita facilidade, certos tipos ecomportamentos sociais. 3. Quais são os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar a opinião dada? 1. Temos o fácil hábito de generalizar sobre tudo e todos; 2. Estabelecemos uma expectativa de comportamento coletivo (nacional, regional, racial), mesmo sem conhecermos, pessoalmente, muitos ou mesmo nenhum membro do grupo sobre o qual pontificamos; 3. Temos pesos, medidas e até um vocabulário diferente para nos referirmos ao “nosso” e ao do outro. Avalie, como verdadeiros (v) ou falsos (f), os comentários abaixo. • ( ) A ideia central do texto em análise gira em torno do papel que a escravidão teve na formação histórica de nossas diferenças nacionais. • ( ) A finalidade do texto 1 é ressaltar a precariedade de fundamentação com que certos tipos e comportamentos sociais são rotulados. • ( ) A forma de composição do texto nos leva a admitir que se trata de um texto narrativo, cuja continuidade é dependente da sequência dos eventos relatados. • ( ) O canal de produção do texto respeitou as normas gerais da escrita formal, embora certos fragmentos (o início do texto, por exemplo) se aproximem de usos do oral informal. 18/11/2015 6 ( ) A forma como o texto foi produzido mostra que o autor pretendeu sentir-se alheio ao grupo a quem se dirige. O uso do verbo na primeira pessoa do plural evidencia esse aspecto. A afirmativa é verdadeira nos itens A) F V F V V B) F F V V F C) F V F V F D) V V F V F E) V F F V V Interpretando os efeitos de sentido de alguns fragmentos do texto 1, pode-se fazer as considerações abaixo. I. Em “Preconceito, nunca. Temos apenas opiniões bem definidas sobre as coisas.” (1º parágrafo), pode-se reconhecer a “opinião” do autor; ou seja, neste trecho, ele expressa, literalmente, sua posição pessoal acerca do tema. II. Em “Mas, por falar nisso” (2º parágrafo), o autor indica sua intenção de manter o tópico sobre o qual estava discorrendo no fragmento anterior. III. Em “Afinal, todos sabemos (sabemos?)” (3º parágrafo), o autor explicita sua própria dúvida quanto ao que, taxativamente, havia afirmado. IV. Em “Sabemos ainda que o negro não tem o mesmo potencial que o branco” (3º parágrafo), o autor retoma a percepção consensualmente estereotipada acerca do problema racial. V.Em “Temos pesos, medidas e até um vocabulário diferente” (5º parágrafo), o autor faz uma enumeração e sugere a inclusão de um item não esperado. Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas. A) II, III, IV e V apenas. B) I, II, IV e V apenas. C) I, IV e V apenas. D) III e V apenas. E) I , II e IV apenas. A DESCRIÇÃO: Descrever é CARACTERIZAR alguém, alguma coisa ou algum lugar através de pormenores que particularizem o caracterizado em relação aos outros seres da sua espécie. 18/11/2015 7 Exemplo 1: O quarto estava localizado na parte velha de Paris. Não era grande nem luxuoso, mas tinha tudo aquilo de que o artista necessitava naquele momento de sua vida: uma cama-beliche, duas cadeiras e uma mesa, sobre a qual ficava uma bacia e uma jarra d’ água. Uma grande janela envidraçada iluminava fartamente o aposento, deixando sobre o assoalho de tábua corrida um rastro de luz. Nas paredes ao lado da cama havia dois quadros e algumas fotografias que lembravam ao pintor a sua origem. Exemplo 2: Darcy Ribeiro Um dos mais brilhantes cidadãos brasileiros, Darcy Ribeiro, provou ao mundo que um homem de nada mais precisa além da coragem e da força de vontade para modificar aquilo que, por covardia, simplesmente ignoramos. [...] Darcy tinha a pele clara, olhos negros e curiosos, lábios finos e trazia em seu rosto marcas de quem já deixou sua marca na história, as quais harmoniosamente faziam-lhe inspirar profunda confiança. Apesar de diabético e lutar contra dois cânceres, não fez disso desculpa para o comodismo ante a seus ideais maiores, ele sabia o que queria, e não mediu esforço para conseguir. Com seu espírito jovem e obstinado, Darcy Ribeiro estava sempre aprendendo e ensinando, ele sabia como ninguém pensar com serenidade e defender aquilo em que acreditava, porém era realista o suficiente para não se perder em “devaneios utópicos”... André Luiz Diniz Costa A NARRAÇÃO Narrar é contar uma história (real ou fictícia). O fatonarrado apresenta uma sequência de açõesenvolvendo personagens no tempo e no espaço. ELEMENTOS BÁSICOS DA NARRAÇÃO: O QUÊ? – o(s) fato(s) que determina(m) a história;QUEM ? _ a personagem ou personagens;COMO? _ o enredo, o modo como se tecem os fatos;ONDE? _ o lugar ou lugares da ocorrência;QUANDO? _ o momento ou momentos em que sepassam os fatos;POR QUÊ? _ a causa do acontecimento. 18/11/2015 8 Exemplo1: Van Gogh viajou para Paris no final de dezembro e, no início de janeiro, alugou o quarto onde iria morar por um longo tempo. Logo que lhe foi permitido ocupar o aposento, para lá transportou seus poucos pertences, especialmente alguns quadros e fotografias. Em seguida, instalou o cavalete de pintura ao pé da janela, por onde entrava a luminosidade necessária e começou imediatamente a pintar, certo do sucesso que, no entanto, iria tardar muito. Exemplo 2: Tragédia Brasileira Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade.Conheceu Maria Elvira na Lapa prostituída, com sífilis, dermite nosdedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado noEstácio, pagou médico, dentista, manicure… Dava tudo quanto Elaqueria. Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjoulogo um namorado. Misael não queria escândalo. Podia dar umasurra, um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa.Viveram três anos assim. Toda vez que Maria Elvira arranjavanamorado, Misael mudava de casa. Os amantes moravam noEstácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, BomSucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado,Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os santos, Catumbi,Lavradio, Boca do Mato, Inválidos… Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado desentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foiencontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul. Manuel Bandeira • O quê? Romance conturbado, que resulta em crime passional. • Quem? Misael e Maria Elvira. • Como? O envolvimento inconsequente de um homem de 63 anos com uma prostituta. • Onde? Lapa, Estácio, Rocha,Catete e vários outros lugares. • Quando? Duração do relacionamento: três anos. • Por quê? Promiscuidade de Maria Elvira. DISSERTAÇÃO: Dissertar é refletir, debater, discutir, questionar a respeito de um determinado tema, expressando o ponto de vista de quem escreve em relação a esse tema. Dissertar, assim, é emitir opiniões de maneira convincente, ou seja, de maneira que elas sejam compreendidas e aceitas pelo leitor; e isso só acontece quando tais opiniões estão bem fundamentadas, comprovadas, explicadas, exemplificadas, em suma: bem ARGUMENTADAS (argumentar=convencer, influenciar, persuadir). A argumentação é o elemento mais importante de uma dissertação. 18/11/2015 9 Exemplo1: O fato de viver longe de casa pode ter contribuído para uma maior disposição artística do pintor. De fato, a história pessoal dos grandes artistas parece relacionar certa dose de sofrimento à maior capacidade de produção: assim foi com Camões, Cervantes, Dante e muitos outros. A alegria, ao contrário, parece estéril, não leva derivativos. Van Gogh certamente transportou a saudade e a solidão para as telas que pintou em seu quarto de Paris. Exemplo 2: “A distribuição de renda no Brasil é injusta. Embora a renda per capita brasileira seja estimada em U$$2.000 anuais, a maioria do povo ganha menos, enquanto uma minoria ganha dezenas ou centenas de vezes mais. A maioria dos trabalhadores ganha o salário mínimo, que vale U$$112 mensais; muitos nordestinos recebem a metade do salário mínimo,. Dividindo essa pequena quantia por uma família onde há crianças e mulheres, a renda per capita fica ainda mais reduzida; contando-se o número de desempregados, a renda diminui um pouco mais. Há pessoas que ganham cerca de U$$10.000 mensais, ou U$$ 120.000 anuais; outras ganham muito mais, ainda. O contraste entre o pouco que muitos ganham e o muito que poucos ganham prova que a distribuição de renda em nosso país é injusta”. A FLOR DO GEÓGRAFO Dom Marcos Barbosa O.S.B. (...) “Voltara Desfontaines a São Paulo, onde havia estado anteriormente e morara algum tempo. Tendo contratado um carro para levá-lo não sei onde, reconheceu, ao passar, o sítio da sua antiga casa. Pediu ao chofer que parasse, saltou, foi redescobrir a fachada que lhe sorriu entre as outras, e em cujas janelas viu aparecerem a mulher e as filhas ausentes, mais moça aquela, menos crescidas estas... Viu-se ai mesmo como era, como fora, como havia sido. Até que, caindo em si – ou antes caindo de si – deu com o automóvel que largo tempo o esperava. Subiu depressa ao carro, bateu a porta, pediu ao chofer que corresse. Quando chegou, atrasado, ao término da viagem e perguntou o preço, viu com surpresa que o chofer pedia o mesmo que antes haviam combinado. – Mas (protestou Desfontaines) o senhor esteve parado muito tempo; não quero causar-lhe prejuízo! E foi então que o chofer disse lentamente a sua frase, a sua flor: “Saudades não se pagam...” 1. Os parágrafos do texto acima exemplificam um modo de organização discursiva caracterizado como: A) argumentativo; B) informativo; C) expositivo; D) descritivo; E) narrativo. 18/11/2015 10 Filosofia dos epitáfios (Machado de Assis) “Saí, afastando-me do grupo, e fingindo ler os epitáfios. E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pior e secreto egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Daí vem, talvez, a tristeza inconsolável dos que sabem os seus mortos na vala comum; parece- lhes que a podridão anônima os alcança a eles mesmos.” 2. Do ponto de vista da tipologia textual, é CORRETO afirmar que o texto 1, “Filosofia dos epitáfios”, é um texto predominantemente A) dissertativo. B) descritivo. C) narrativo. D) narrativo, com uso do discurso indireto. E) descritivo, com uso do discurso direto. Único bioma de ocorrência exclusiva no Brasil, que já ocupou 10% do território nacional, a caatinga experimenta um processo acelerado de desmatamento — que pode significar a desertificação do semiárido nordestino. Com 510 espécies de aves e 148 de mamíferos, a caatinga padece da ausência de uma política clara de conservação que estanque o processo de desflorestamento e ajude a impedir a formação de um deserto em pleno Nordeste, ameaça concreta diante do aquecimento global do clima no planeta. Quase dois terços da área sob risco de desertificação no Brasil estão na caatinga, que já teve, a exemplo do cerrado, aproximadamente metade de sua extensão, que é de 826.000 km², destruída. Jornal do Commercio (PE), 16/3/2010 (com adaptações). 3. Assinale a opção correspondente ao tipo textual predominante no texto. a) Narrativo b) Descritivo c) Dissertativo d) Dialógico e) persuasivo I. “Estavam no pátio de uma fazenda sem vida. O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também deserto, a casa do caseiro fechada, tudo anunciava abandono.” (Graciliano Ramos, Vidas Secas) – Texto dissertativo. II. “Além de ser a primeira, a maior e a mais garantida do Brasil, a Poupança da Caixa também dá prêmios milionários. São cerca de 1.800 prêmios de 500 reais, 25 prêmios de 10 mil reais e o prêmio de 1 milhão de reais (…)” (Anúncio da Caixa, publicado na Revista Veja, de 06 de fevereiro de 2002) – Texto descritivo. 18/11/2015 11 III.“A concepção do homem sobre si mesmo e sobre o mundo tem mudado radicalmente. Primeiro, os homens pensavam que a Terra fosse plana e que fosse o centro do universo; depois, que o homem é uma criação divina especial (…)” (K. E. Scheibe) – Texto descritivo. IV. “Para viver, necessitamos de alimento, vestuário, calçados, alojamento, combustíveis, etc. Para termos esses bens materiais é necessário que a sociedade os produza (…)”. (A. G. Graciliano, Introdução à Sociologia) – Texto dissertativo. V. “Vinha eu caminhando pela Avenida Marginal, quando ouço um choro abafado e fino, como de menino pequeno.” (Lourenço Diaféria) – Texto narrativo.
Compartilhar