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Considerações - Política Quem Manda, Por Que Manda, Como Manda.

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Política: Quem Manda, Por Que Manda, Como Manda.
Primeiro, o autor dá uma breve explicação sobre “Que coisa é a Política”. Sua explicação parte do termo “Política”, que segundo ele, “na linguagem comum ou na linguagem dos especialistas e profissionais, refere-se ao exercício de alguma forma de poder e, naturalmente, às múltiplas consequências desse exercício”
Ubaldo ressalta ainda no primeiro capítulo, que relacionar Política somente a poder não satisfaz o que realmente o exercício representa. Para ele vai além disso. Significa também que a Política é canalizadora de interesses e objetivos. Na política acontece o processo de formulação de ideias que se transformarão em tomadas de decisões. A Política também é, naturalmente, uma profissão, pois afinal é por meio dela que nos governamos, que ordenamos nossa vida em coletividade.
Nos capítulos seguintes, o autor conceitua Estado, e diferencia Estado de Nação, o que, segundo ele, em um Estado pode estar concentrada várias Nações. Trocando em miúdos, Nação refere-se “a raça comum, valores comuns, arte comum, hábitos comuns”. Seguindo a linha de raciocínio sem perder de vista o termo Política, Ubaldo faz breve menção ao significado de Soberania, de Estado Soberano: “Estado que não se subordina a ninguém, que não há poder acima dele. ”
Uma forma de exemplificar o exercício do poder é quando mantemos preconceitos contra nosso semelhante. A existência de preconceitos não é natural. O homem não nasce com preconceitos. Ele os aprende socialmente e ao aprendê-los, seu comportamento está sendo influenciado, desta forma, está sendo submetido a uma forma de poder.
Outra concepção errônea que é esclarecida no livro, é o fato de algumas pessoas se julgarem “apolíticas”. Quando estamos pensando em cuidar de nossa vida apenas, sendo “apolíticos”, na verdade estamos somente com a vista curta ou então somos comodistas, não achando que as coisas estão ruins assim, para que procuremos fazer algo para mudá-las. O fato de uma pessoa não se interessar por assuntos políticos é visto como um ato político. Uma vez que ela opta por manter as coisas como estão, ela está concordando e aceitando o governo vigente.
João define “Estado” como um conjunto de instituições, como por exemplo a Presidência da República, o Congresso Nacional, as Forças Armadas e a Constituição. Esse conjunto de instituições, deve vir juntamente do estabelecimento da diferença entre governantes e governados e a institucionalização dessa diferença. O autor também pormenorizou os conceitos de Estado, Nação e Soberania, desvinculando-os dos conceitos populares.
Outra temática abordada é a questão da violência praticada pelo Estado. Este que representa o interesse público, detém o monopólio da violência para a manutenção do interesse coletivo. Para tanto, o Estado desempenha, basicamente, três tipos de funções: elabora as leis (atividade legislativa), aplica a lei aos casos particulares (atividade judicial), administra os negócios públicos e executa a lei (atividade administrativa e executiva).
Ubaldo classifica a relação Estado-indivíduo desta forma: o Estado existe para servir ao indivíduo e à sociedade, e a sociedade e o indivíduo existem para servir ao Estado. Classificando o Estado como uma forma de tirania, aproveita o gancho e explicita o que é democracia, o que são governos ditatoriais e fala sobre Governo e Constituição.
Quanto à escolha de governantes, menciona o fato da hereditariedade, da seleção através da qualificação religiosa, da força (golpe) e das eleições. Discorre sobre os sistemas eleitorais, os partidos políticos, as ideologias e suas respectivas funções no cenário político.
O texto diz que a prática das eleições não é confiável pelo Sufrágio Universal (voto), uma vez que há “eleições manipuladas, das formas mais diversas com mecanismos que vão desde a compra de votos e a propaganda desleal até a adulteração de resultados, que não significam senão uma encenação para dar fisionomia democrática ao regime (...). Além disso, “diversos sistemas eleitorais, as qualificações exigidas de eleitores e candidatos e dezenas de outros fatores podem fazer com que as eleições se prestem muito bem a mascarar a ditadura sob a capa da democracia” (1998, 73).
Democracias e Ditaduras também fazem parte da obra. Sobre o primeiro, o autor afirma ser “o grau de liberdade e participação dos cidadãos no processo decisório”, (1998, 71), na política. Longe de ser uma afirmação absoluta, Ubaldo brinca e diz que esse grau é na democracia uma palavra ambígua e pode ser encarada como piada em determinados Estados e em supostas democracias.
João Ubaldo encerra o livro respondendo às questões anteriormente colocadas. Quem manda é quem está levando vantagem (pode ser tanto o governante quanto os governados), o Estado tem o poder do monopólio da coerção e por isso faz de tudo para não o perder. 
De forma séria e clara, o livro traz explicações fáceis e esclarecedoras sobre termos técnicos e bastante ambíguos para a maioria da população. João busca, no final, despertar o senso crítico do leitor e faz com que perceba a verdade que o rodeia, muitas vezes disfarçada. 
Conclui-se através da explanação de João Ubaldo que o âmbito político é movido por um grande jogo de interesses, uma vez que o Estado existe para representar o interesse público, que é substituído, muitas vezes, pelo interesse privado. 
Contudo, graças aos ignorantes-políticos, vulgos “apolíticos”, elegemos e legitimamos governos corruptos que cada vez menos se importam pelo bem comum, mas pensam e trabalham visando o benefício individual.

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