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Nacionalidade - Resumo

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Direito Constitucional III - Resumo 
 
Ândrya Lago de São Paulo 
 
NACIONALIDADE 
Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga o indivíduo a um determinado 
Estado, tornando-o um componente do povo. 
É correto afirmar que toda pessoa possui o direito a uma nacionalidade, ninguém 
dela poderá ser privado arbitrariamente, tampouco se pode negar ao indivíduo o 
direito de alterá-la. 
 Conceitos relacionados à matéria 
O termo “nação” designa um agrupamento humano homogêneo cujos membros 
são possuídores das mesmas tradições, costumes e ideias coletivos, partilhando, 
também laços invisíveis, como a consciência coletiva e o sentido de comunidade. 
O vocábulo “nacionalidade” é semanticamente mais próximo ao termo “povo”, já 
que este último representa o conjunto de nacionais que compõem o elemento 
humano de um Estado. 
O termo “população” representa a totalidade de indivíduos que habitam 
determinado território, ainda que ali se achem temporariamente, 
independentemente da nacionalidade. É um conceito numérico, demograficamente 
mais amplo que o de povo. 
A condição de apártida deriva de um conflito negativo de nacionalidade, no qual 
não há nenhum Estado interessado em proclamar o indíviduo como seu nacional. 
“Polipátridas” são aqueles que, quando do nascimento, se enquadram nos critérios 
concessivos de nacionalidade originária de mais de um estado, ocasionando um 
conflito positivo que normalmente resulta em dupla (ou mesmo múltipla) 
nacionalidade. 
“Estrangeiro” é o indivíduo que possui vínculo jurídico-político com Estado 
Nacional diverso da República Federativa do Brasil. 
Finalmente, “cidadão” é o nacional (nato ou naturalizado) no gozo dos direitos 
políticos e participante da vida do Estado. 
 
 Espécies de Nacionalidade 
Duas espécies de nacionalidade são identificadas: a primária e a secundária. 
A primária (ou originária) é aquela resultante de um fato natural, qual seja, o 
nascimento, podendo ser estabelecida por meio de critérios sanguíneos, territoriais 
ou mistos (conjugação dos dois anteriores). 
A nacionalidade secundária (ou adquirida) é aquela resultante de um ato voluntário, 
manisfestado após o nascimento. 
 
1. Nacionalidade Primária 
Direito Constitucional III - Resumo 
 
Ândrya Lago de São Paulo 
 
1.1.) Critérios de atribuição: 
Os países empregam livremente os requisitos do jus soli e do jus sanguinis enquanto 
exigência para a aquisição da nacionalidade. 
A escolha do critério sanguíneo interessa, sobretudo, aos Estados em que há grande 
emigração, enquanto o critério territórial se amolda mais adequadamente aos países 
de imigração. 
1.2.) Hipóteses de aquisição: 
O texto constitucional prevê taxativamente as hipóteses de aquisição da 
nacionalidade originária. 
A primeira, constante do art. 12, I, ´a´, é decorrente da aplicação do crítério 
territorial: será considerado brasileiro nato o individuo nascido em território 
nacional, independentemente da nacionalidade dos seus ascendentes. 
Há, no entanto, uma ressalva: não será contemplado com a nacionalidade originária 
aquele que, muito embora tenha nascido em nosso território, é filho de (ambos) pais 
estrangeiros e qualquer um deles estava no Brasil a serviço do país de origem. 
Na hipótese subsequentes, alinea ´b´ e ´c´do art.12, I, adota-se o critério 
sanguíneo, em nítida mitigação da esclusividade do critério territorial. Ressalte-se 
que, ao contrário do critério territorial, o critério sanguíneo nunca será, sozinho, 
suficiente para determinar a aquisição da nacionalidade; deve ser, sempre, 
conjugado com algum outro. 
Nasse sentido, são três as possibilidades de aquisição da nacionalidade primária 
pela associação do critério sanguíneo a algum outro requeisito: 
(1) Criança nascida no estrangeiro, filha de pai e/ou mãe brasileiros, sendo que 
qualquer deles (ou ambos) estava no exterior a serviço da República 
Federativa do Brasil. Ressalte-se que estar a serviço do país significa 
desempenhar uma função ou prestar um serviço público de natureza 
diplomáica, administrativa ou consular, a quaisquer dos órgãos da 
administração centralizada ou descentralizada da União, dos Estados-
membros, dos Municípios ou do distrito Federal; 
(2) Apesar de nascer no estrangeuro, a criança é filha de pai ou mãe, ou ambos, 
brasileiros, e é registrada em repartição competente; 
(3) A Criança, filha de pai ou mãe (ou ambos brasieliros), nasce no estrangeiro, 
mas depois vem a residir na República Federativa do Brasil e opta, após 
atingir a maioridaed pela nacionalidade brasileira. A efetivação do críterio 
residencial pode acontecer a qualquer tempo. Já a realização da opção 
confirmativa, por ser ato personalíssimo, só pode ser feita após a maioridade 
e, segundo entendimento do STF, muito embora potestativa, não é de forma 
livre: há de ser feita em juízo, em processo de jurisdição voluntária, que 
tramita perante a Justiça Federal. 
 
2. Nacionalidade Secundária 
Direito Constitucional III - Resumo 
 
Ândrya Lago de São Paulo 
 
A nacionalidade secundária é aquela adquirida pela ocorrência de um ato 
voluntário (naturalização) 
A naturalização se divide em duas espécies: (1) a naturalização tácita e (2) a 
expressa. 
(1) A tácita é usualmente adotada em países que possuem um número de 
nacionais menor que o desejado, tendo por intuito promover a povoação do 
Estado. A Constituição não prevê a naturalização tácita, somente a 
expressa. 
(2) A naturalização expressa pode se efetivar por duas vias, a ordinária e a 
extraordinária. 
A naturalização ordinária: pela via ordinária poderão se naturalizar os brasileiros: 
 ▪ Os estrangeiros (ou ápatridas) que cumprirem os requisitos previstos no 
Estatuto do Estrangeiro (Lei nº 6.815/1980); 
 ▪ Os indivíduos originários de países de língua portuguesa desde que, possuidores 
de capacidade civil, tenham residência inineterrupta por um ano e idoneidade moral; 
 
 
Vale frisar que não se pode falar em direito público subjetivo à obtenção da 
naturalização ordinária. 
A naturalização extraordinária: pela via extraordinária o indivíduo poderá se 
naturalizar se respeitar os seguintes requisitos: 
 
▪ Possuir residência initerrupta no território nacional por mais de quinze anos; 
▪ Não tiver sido condenado penalmente; 
▪ Apresentar o requirimento de naturalização. 
Por fim, importante destacar que há direito público subjetivo à obtenção da 
naturalização extraordinária, o que significa que se os requisitos forem corretamente 
preechidos a naturalização será concebida. 
 
3. Quase Nacionalidade (ou brasileiros por equiparação) 
Conforma preceitua o texto constitucional, se houver reciprocidade em favor de 
brasileiros residentes em Portugal, os portugueses que aqui residam terão 
tratamento jurídico similar ao dispensado ao brasileiro naturalizado, sem 
precisarem, para isso, de se submeterem a qualquer preocedimento de 
naturalização. 
Como a reciprocidade existe, os portugueses residentes na República Federativa do 
Brasil em caráter permanente poderão comparecer ao Ministrério da justiça, 
munidos de documento que comprove a nacionalidade portuguesa, a capacidade 
Direito Constitucional III - Resumo 
 
Ândrya Lago de São Paulo 
 
civil e a admissão a República Federativa do Brasil em caráter permanente, para 
requerer a quase nacionalidade. 
 
 Diferenças de tratamentos entre os brasileiros natos e naturalizados 
O texto constitucional veda que a lei estabeleça distinções entre brasileiros 
natos e naturalizado. Entretanto, a própria Constituição reconheceu hipóteses 
taxativas nas quais poderá haver tratamento diferenciadoentre brasileiros. Estas se 
referem: (1) aos cargos; (2) à função; (3) à extradição; (4) à propriedade de empresa 
jornalistica e de radiofusão sonora de sons e imagens. 
Sobre referidas hipóteses, diga-se que: 
(1) Alguns cargos estratégicos são privativos de brasileiros natos, ou porque 
compõe a linha sucessória (e de substituição) presidencial (art 80 CF/88) ou por 
razão de segurança nacional. São os seguintes cargos: Presidente da República, 
Vice- Presidente, Presidente da Câmara de Deputados, Presidênte do Senado 
Federal, Ministros do Supremo Tribunal Federal, carreira diplomática, oficial das 
forças armadas e Ministro da Defesa. 
(2) A Constituição reserva seis assentos no Conselho da República para brasileiros 
natos. 
(3) O brasileiro nato não pode ser extraditado, em hipótese alguma. Já o brasileiro 
naturalizado pode ser extraditado em duas situações: 
 1º- Prática de um crime comum antes da naturalização. 
 2º- Na hipótese de envolvimento comprovado com o tráfico ilícito de 
entorpecentes ou drogas afins. 
 
 Perda do Direito de nacionalidade 
A perda da nacionalidade brasileira só poderá ocorrer nas duas hipóteses previstas 
na Costituicão: 
(1) Na primeira situação, também conhecida como perda-punição, será declarada 
a perda da nacionalidade do brasileiro que tiver cancelada sua naturalização, por 
sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional. 
(2) Na segunda hipótese, intitulada perda-mudança, pode-se dizer que ocorrerá 
quando o indivíduo, voluntáriamente, adquirir outra nacionalidade. No entanto, 
existem exceções à ideia central de que a aquisição de nova nacionalidade 
ocasionará a perda da nacionalidade brasileira, pois um brasileiro pode adquirir 
outra nacionalidade sem perdê-la, bastanto, que referida aquisição importe: 
 ▪ Em recebimento de nacionalidade primária por Estado estrangeiro; 
 ▪ Seja fruto de imposição do Estado estrangeiro no qual o brasileiro reside, como 
condição para que ele possa permanecer no território ou para exercer direitos civis.

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