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1 DIREITO CONSTITUCIONAL NACIONALIDADE Por Bruna Daronch 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................3 2 ESPÉCIES DE NACIONALIDADE...........................................................................7 3 BRASILEIROS NATOS........................................................................................8 4 BRASILEIROS NATURALIZADOS........................................................................11 5 SITUAÇÃO DOS PORTUGUESES: “quase nacionais”...........................................18 6 DIFERENÇAS ENTRE NATOS E NATURALIZADOS................................................20 7 PERDA DA NACIONALIDADE.............................................................................22 8 DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO..................................................29 9 BIBLIOGRAFIA INDICADA.................................................................................30 3 ATUALIZADO EM 27/02/20181 Caros alunos Ciclos, a FUC sobre Nacionalidade está totalmente atualizada com a nova Lei de Migrações (Lei 13.445/2017). #SELIGA: Em quase todos os tópicos de substanciais mudanças, colocamos #TABELAS comparando os institutos/requisitos para ressaltar as principais novidades da nova legislação e o Estatuto do Estrangeiro, que foi integralmente revogado. NACIONALIDADE 1 INTRODUÇÃO - Nacionalidade - vínculo jurídico-político que liga o indivíduo ao Estado, fazendo dele um componente do POVO (NACIONAIS DE UM PAÍS). #DOUTRINA: Gilmar Ferreira Mendes conceitua nacionalidade como vínculo político e pessoal que se estabelece entre o Estado e o indivíduo, fazendo com que este integre uma dada comunidade política, o que faz com que o Estado distinga o nacional do estrangeiro para diversos fins. Afirma, ainda, que o conceito de nacionalidade associa-se ao ser humano. Somente por extensão pode-se cogitar de nacionalidade de pessoas jurídicas, empresas ou coisas. A Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948 e a Convenção Americana de São José da Costa Rica estabelecem que a pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em que tiver nascido, na falta de outra. Busca-se, portanto, evitar a situação dos apátridas. Qual a natureza jurídica da nacionalidade? É ponto de divergência doutrinária a natureza jurídica da nacionalidade. Dentre elas, pode-se destacar: a contratual, a de vínculo jurídico e a de vínculo político. A corrente contratualista sustenta ser a nacionalidade um contrato entre o 1 As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto 4 indivíduo e o Estado, do qual resultariam direitos e deveres para os contratantes. Esta teoria é insuficiente para explicar o fenômeno da nacionalidade, uma vez que o recém-nascido também a possui, mesmo não podendo concluir um contrato, pois este pressupõe manifestação de vontade. Entretanto, pode-se considerá-la como sendo ao mesmo tempo um vínculo jurídico e político que une o indivíduo ao Estado, uma vez que dá a ele direitos e deveres de um modo geral e, em especial, direitos políticos. - Apesar de nacionalidade derivar de natio (nação), o conceito de nacional não é ligado a nação, mas ao povo (conceito mais amplo). Quando se fala em nação, a nação pressupõe um vínculo entre as pessoas, ou de origem histórica, ou de origem cultural, ou de língua. As pessoas têm características em comum. O povo é um conceito mais amplo. No Canadá, por exemplo, alguns são mais ligados ao povo francês, outros são mais ligados ao povo inglês. A palavra povo abrange os nacionais de um país. - Povo - conjunto de pessoas que fazem parte do Estado (elemento humano), unido ao Estado pelo vínculo jurídico-político da nacionalidade. O povo é a dimensão pessoal do fenômeno estatal. Povo brasileiro = brasileiros natos + naturalizados. - População - conjunto de residentes no território, sejam eles nacionais ou estrangeiros, ou, ainda, apátridas. POVO POPULAÇÃO Conceito político e jurídico Conceito estatístico Inclui apenas os nacionais Inclui nacionais e estrangeiros Inclui os nacionais no exterior Inclui pessoas apenas de passagem pelo país Brasileiros natos e naturalizados Inclui todo mundo: brasileiros, estrangeiros, apátridas, pessoas de passagem #NÃOCONFUNDIR: INDIVÍDU O ESTAD O NACIONALID ADE reehc Marcador de texto 5 Povo População Nação Cidadania Conjunto de pessoas (elemento humano do Estado) unidas pelo vínculo da nacionalidade. Conjunto de habitantes de um território, podendo ser nacionais ou estrangeiros. Agrupamento humano ligados por laços históricos, culturais, econômicos e linguísticos. Possui como pressuposto a nacionalidade, caracterizando-se como titularidades de direitos políticos de votar e ser votado. #DOUTRINA: Nacionalidade é um conceito mais amplo que o de cidadania. Por conseguinte, pressupõe-se que todo cidadão brasileiro é titular da nacionalidade brasileira, seja ela primária ou secundária. Nacionalidade direitos políticos cidadania. #SELIGA: O exercício de DIREITOS POLÍTICOS possui como pressuposto a nacionalidade, seja ela originária ou derivada. #CONCLUSÃO: O cidadão é o nacional (brasileiro nato ou naturalizado) no gozo dos direitos políticos. - A nacionalidade é regulamentada pelo direito interno (caráter estritamente soberano da concessão da nacionalidade). Algumas regras gerais sobre a nacionalidade: a) Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade (considerado um direito humano). Evita-se a figura do apátrida (ou HEIMATLOS, expressão alemã que significa sem pátria ou apátrida). b) Toda pessoa deveria ter apenas uma nacionalidade. Isso evitaria os conflitos da polipatridia (repulsa histórica do DIP à polipatridia, embora ainda exista). c) Toda pessoa tem direito a mudar de nacionalidade, direito que está sujeito às regras estabelecidas pelos entes estatais envolvidos. d)Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade (art. XV da DUDH). A pessoa pode perder sua nacionalidade, desde que a partir de regras previamente estabelecidas e compatíveis com as normas internacionais de direitos humanos e com o Estado de Direito. Ex: art. 15 da CF. e) A nacionalidade deve ser efetiva, ou seja, fundamentada em laços sociais consistentes entre o indivíduo e o Estado. Busca-se evitar que a nacionalidade seja concedida em bases meramente mercantilistas ou fictícias. reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto 6 f) A nacionalidade da mulher não se relaciona com a do marido. g) Os filhos de agentes de Estados estrangeiros herdam a nacionalidade dos pais, não importa onde nasçam. h) É proibido o banimento: o Estado não deve expulsar ou deportar o nacional de seu próprio território (art. 5º, XLVII, d). Por outro lado, o Estado sempre deve receber os detentoresde sua nacionalidade quando venham do exterior, inclusive quando expulsos ou deportados de Estado estrangeiro (lembrar também da figura do refugiado). #DOUTRINA #OLHAOGANCHO - Apesar de a concessão de nacionalidade ser em grande parte fruto da discricionariedade dos Estados, A SUA PERDA DEVE SE DAR EM VIRTUDE DE DETERMINADAS DISPOSIÇÕES LEGAIS OU MESMO CONSTITUCIONAIS. Um Estado não pode arbitrariamente privar o indivíduo de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. - A Convenção de Haia determina que um Estado não pode exercer sua proteção diplomática em proveito de um seu nacional contra outro Estado de que o mesmo seja também nacional. Dispõe também que, em um terceiro Estado, o indivíduo que possua várias nacionalidades deverá ser tratado como se tivesse só uma, podendo esse terceiro Estado reconhecer, dentre as alternativas existentes, apenas a nacionalidade do país no qual ele tenha sua residência habitual e principal ou a do país ao qual, segundo as circunstâncias, o estrangeiro pareça mais ligado, ou seja, a nacionalidade mais efetiva. - O ordenamento brasileiro não comporta nenhuma possibilidade de admissão da apatridia, embora contemple hipóteses de perda da nacionalidade brasileira (art. 15, CF), que podem levar à apatridia. - O Brasil admite a polipatridia, mas não expressamente. É que o brasileiro perde a nacionalidade quando adquire outra, salvo nos casos de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira e de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. Nesses casos, o sujeito terá a nacionalidade brasileira + outra nacionalidade (polipatridia). #EXEMPLIFICACOACH: Cláudio, súdito do Estado A, estabeleceu seus negócios no Estado B, onde constituiu vasto patrimônio. Anos depois, correndo risco de se ver expropriado de seus bens pelo governo do Estado B e sem poder contar, por motivos históricos adversos, com a proteção diplomática de seu Estado pátrio, Cláudio emigrou para o Estado C, onde requereu imediatamente a sua naturalização, para receber a proteção diplomática, necessária para iniciar procedimento na CIJ contra o Estado B. Nessa situação, compete à CIJ, como reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto 7 pressuposto ao exame da proteção diplomática outorgada, deliberar acerca da efetividade internacional do ato de naturalização de Cláudio, embora tenha sido este realizado no âmbito da soberania nacional do Estado C. Atenção: a assertiva traz a descrição dos fatos ocorridos no caso nottebohm, no qual a CIJ decidiu que, para fins de outorga de proteção diplomática, a nacionalidade deve ser efetiva e contínua, o que não se configurava no caso. - Na hipótese de dupla nacionalidade, qualquer um dos Estados pode, em regra, exercer proteção diplomática em favor do indivíduo. Entretanto, NÃO É ADMITIDO O ENDOSSO NOS CASOS DE RECLAMAÇÃO FEITA PELO INDIVÍDUO CONTRA O SEU OUTRO ESTADO PATRIAL. A jurisprudência internacional reconheceu essa exceção em 1912, no caso Canevaro, relativo a um binacional italiano iure sanguinis e peruano iuresolis que tem suas propriedades expropriadas pelo governo peruano e busca proteção diplomática pela Itália. 2 ESPÉCIES DE NACIONALIDADE 1. Nacionalidade originária; primária; de origem; involuntária; de 1º grau, nata - brasileiros NATOS. - A nacionalidade originária não é adquirida por um ato de vontade (imposta de maneira unilateral), mas pelo nascimento (fato natural). Existem dois critérios para a atribuição da nacionalidade originária: jus soli (critério territorial) e jus sanguinis (critério sanguíneo). Cada Estado escolhe o seu critério (soberania). #IMPORTANTE: O Brasil utiliza o CRITÉRIO MISTO. O critério territorial (jus soli) não depende de mais nada: é brasileiro se nasceu no território brasileiro. Já o critério sanguíneo depende de outro fator, ele sozinho não é capaz de conferir nacionalidade à pessoa. 2. Nacionalidade secundária ; adquirida ; voluntária ; por aquisição ; de 2ª grau ; por naturalização - brasileiros NATURALIZADOS. - A nacionalidade secundária é atribuída por fato posterior ao nascimento, normalmente em decorrência da manifestação de vontade do Estado em conceder sua nacionalidade e, em 8 regra, da vontade do indivíduo em adquiri-la. Essa nacionalidade pode ser requerida tanto por estrangeiros quanto pelos heimatlos (apátridas). - O critério de aquisição da nacionalidade secundária por excelência é a naturalização. Na prática internacional existem outros critérios, como o casamento, o vínculo funcional e a vontade da lei (naturalização unilateral). #ATENÇÃO: o brasil não adota o casamento como critério de atribuição da nacionalidade secundária. Entretanto, o estrangeiro casado com cônjuge brasileiro pode fazer jus à redução do prazo mínimo de residência no brasil para obter a naturalização, que pode passar de 4 para apenas 1 ano ou, no caso de cônjuges de diplomatas, para apenas 30 dias de permanência no país. - A nacionalização unilateral ocorreu com a Constituição de 1891. - Os JUÍZES FEDERAIS são competentes para processar e julgar as causas referentes à NACIONALIDADE. Eventuais recursos deverão ser apreciados pelos TRFs. Essa nacionalidade secundária pode ser dividida em: a) Ordinária: Não cria direito público subjetivo; por mais que o naturalizando preencha os requisitos, o ato é discricionário, a concessão da nacionalidade é ato de soberania do Estado, dependendo de oportunidade e conveniência políticas. Esta nacionalidade pode ser adquirida por: a) todos os estrangeiros (menos os originários de países de língua portuguesa); b) todos os originários de países de língua portuguesa (menos os portugueses); c) portugueses; d) legais (Lei de Migração). b) Extraordinária: Cria direito público subjetivo para o naturalizando. Se ele preencher os requisitos, terá direito à naturalização, bastando ela pedir. #CONCEITOS: - Critério JUS SANGUINIS: O que interessa para a aquisição da nacionalidade é o sangue, a filiação, a ascendência, pouco importando o local onde o indivíduo nasceu. - Critério JUS SOLI ou da territorialidade: Nesse critério, o que importa para a definição e aquisição da nacionalidade é o local de nascimento, e não a descendência. reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto 9 3 BRASILEIROS NATOS a) JUS SOLI - os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país. - Pais a serviço de seu país = nacionalidade dos pais. Exemplo: um diplomata alemão vem ao Brasil com sua esposa (ela não precisa estar a serviço do país). O filho será alemão nato, não brasileiro. - E se um dos pais está a serviço e outro não? Exemplo: um cônsul italiano vem ao Brasil e se casa com uma chilena que trabalha na iniciativa privada (não está a serviço). O filho será tanto italiano nato quanto brasileiro nato. Por que? A mãe não está a serviço do Chile. Para que a criança não adquira a nacionalidade brasileira, mesmo nascendo no Brasil, é necessário que ambos os pais estejam a serviço de seu país ou que um deles esteja apenas acompanhando o outro. - Caso o estrangeiro esteja a serviço de outro país (ex.: austríaco a serviço da França), o filho nascido no Brasil será brasileiro. #ATENÇÃO: Hans nasceu em território brasileiro, masseu pai, acompanhado da sua mãe, é cônsul da República da Gemênia no Brasil. Nesse caso, Hans terá nacionalidade gemênica. Serão considerados nascidos no Brasil os nascidos em navios de bandeira brasileira somente quando trafeguem por espaços neutros, e não onde quer que se encontrem, pois se estiverem no espaço soberano de outro Estado, terão então a nacionalidade deste local. b) JUS SANGUINIS + CRITÉRIO FUNCIONAL - os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil. - Serviço público é o prestado a qualquer um dos entes (U, E, DF, M), independente de sua natureza. - Aqui, basta o pai ou a mãe. Não precisa ser os dois. É o contrário da hipótese anterior. O pai é brasileiro, está a serviço do Brasil, e a criança nasce no estrangeiro. O filho será reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto 10 brasileiro nato. Da mesma forma que o nosso OJ não reconhece a nacionalidade quando os dois pais estão a serviço de seu país (ex.: cônsul italiano e companheira), o filho do brasileiro a serviço no exterior será brasileiro. E se o pai brasileiro for casado com uma italiana? O filho terá a nacionalidade brasileira e italiana. Basta que o pai esteja a serviço do país. - A aquisição da nacionalidade, nessa hipótese, independe de formalidades. c) JUS SANGUINIS + REGISTRO - os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente[...]. - Preceito incluído pela EC 54/07, adotando o critério do ius sanguinis somado a um requisito específico: a necessidade de registro em repartição brasileira competente (Embaixada ou Consulado), independentemente de qualquer outro procedimento subsequente, além do registro, para confirmar a nacionalidade. d) JUS SANGUINIS + RESIDÊNCIA + OPÇÃO [...]OU venham a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, DEPOIS DE ATINGIDA A MAIORIDADE, pela nacionalidade brasileira. - Preceito incluído pela EC 54. - A adoção pode ser utilizada como critério para a atribuição da nacionalidade originária. - E se a criança vier ao Brasil com menos de 18 anos? Nesse caso ela não teria capacidade pra manifestar sua vontade. O STF entende que como essa opção só pode ser feita após a maioridade, filho de brasileiro(a) que vem residir no Brasil antes dos 18 anos adquire a nacionalidade brasileira automaticamente. Quando atinge a maioridade, a nacionalidade fica suspensa. Até os 18 é automático, depois de 18 suspende até a opção confirmativa. Se não optar, não é mais brasileiro nato. Se optar, é brasileiro nato. É a nacionalidade provisória até os 18 anos. * #NOVIDADELEGISLATIVA: O filho de pai ou de mãe brasileiro nascido no exterior e que não tenha sido registrado em repartição consular poderá, a qualquer tempo, promover ação de opção de nacionalidade. O órgão de registro deve informar periodicamente à autoridade competente os dados relativos à opção de nacionalidade, conforme regulamento. reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto 11 #CONCURSOSFEDERAIS: O pedido de opção pela nacionalidade brasileira deve ser apresentado à Justiça Federal. Segundo o Des. Francisco Wildo, está previsto no artigo 4º da Lei n. 818/1949, cujos dispositivos devem ser adaptados à disciplina constitucional atual e complementados com dispositivos da Lei 6.015/73 (Lei de Registros Públicos), com os seguintes destaques: a) autuada a petição inicial, instruída com a documentação necessária, o órgão do Ministério Público Federal será ouvido no prazo de cinco dias; b) provados os requisitos constitucionais, o juiz homologará a opção por sentença; c) transitada em julgado a sentença homologatória, convém entregar os autos ao requerente para facilitar a inscrição da opção no registro civil de pessoas naturais. A decisão do juiz que determina a realização do registro não mais está sujeita ao duplo grau de jurisdição e tem efeito extunc. #ATENÇÃO: Helen, com 17 anos, nasceu na Gemênia e é filha de pais brasileiros, sendo que nenhum deles esteve na Gemênia a serviço da República Federativa do Brasil. Nesse caso, Helen poderá ser considerada brasileira nata, mas só poderá fazer essa opção após atingir a maioridade, e não com 17 anos. - O indivíduo que fizer pedido de opção da nacionalidade brasileira após a prática de um delito no exterior não será extraditado! Entretanto, o STF também admite que o processo de extradição seja suspenso enquanto tramita o pedido de opção da nacionalidade brasileira. Afinal, se o indivíduo for brasileiro nato (em razão da opção), ele não poderá ser extraditado. #APROFUNDAMENTO: O que se entende por nacionalidade potestativa? É aquela prevista no art. 12, inciso I, alínea “c”, da CF. Atualmente os requisitos são: Nascidos de pai brasileiro ou mãe brasileira; Que nenhum dos pais estivesse a serviço do Brasil; Inocorrência do registro na repartição competente; Fixação de residência a qualquer tempo; Realização da opção, após a maioridade, a qualquer tempo. No momento em que o filho de pai brasileiro e/ou mãe brasileira, que não estivessem a serviço do Brasil, nascido no estrangeiro, fixasse residência no Brasil, adquiriria a nacionalidade provisória, que seria confirmada com a opção feita perante a Justiça Federal, a partir da maioridade. Como a realização da opção exige plena capacidade de manifestação de vontade, se a fixação de residência em território nacional ocorrer antes da maioridade, passará a ser considerado brasileiro nato, porém sujeita essa nacionalidade a manifestação da vontade do interessado, mediante a opção, depois de atingida a maioridade. Atingida a maioridade, enquanto não manifestada a opção, esta passa a constituir-se em condição suspensiva da nacionalidade brasileira. reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto 12 #IMPORTANTE: Durante o período de fixação da residência até atingir a maioridade civil, todos os direitos inerentes à nacionalidade poderão ser exercidos, pois a aludida condição suspensiva só vigorará a partir da maioridade. Também por este motivo que Gilmar Ferreira Mendes afirma que, pendente a nacionalidade brasileira do extraditando da homologaçãojudicial ex tunc da opção, já manifestada, suspende-se o processo de extradição. #DOUTRINA: Gilmar Ferreira Mendes destaca que o texto constitucional não cuidou das questões atinentes à nacionalidade nos espaços hídricos, aéreos ou terrestres não submetidos à soberania de um Estado. Assim, adota-se a posição de Pontes de Miranda que considera brasileiros natos os nascidos a bordo de navios ou aeronave de bandeira brasileira quando estiverem em espaço neutro. 4 BRASILEIROS NATURALIZADOS - A naturalização pode ser tácita ou expressa. A CF não prevê a naturalização tácita, como aconteceu com a Constituição de 1824 e 1891 (todos aqueles que estavam no território brasileiro e não optaram por manter a nacionalidade de origem foram automaticamente considerados brasileiros). - A CF somente estabeleceu a naturalização EXPRESSA, que está prevista no inciso II. Duas possibilidades: a) Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral = naturalização ordinária. - “Na forma da lei”: reportava-se ao Estatuto do Estrangeiro. Hoje, aplica-se a Lei de Migração (veja as novidades abaixo). - A naturalização é faculdade exclusiva do poder executivo e far-se-á mediante portaria do ministro da justiça, com efeitos retroativos à data do requerimento. (STF, Inf. 689). - A portaria de naturalização do Ministro da Justiça gerará a emissão, pelo Ministério da Justiça, de certificado de naturalização, o qual será solenemente entregue pelo juiz federal da reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto 13 cidade onde tenha domicílio o interessado. A naturalização só gera efeitos com a entrega solene. #ATENÇÃO: No interregno entre a publicação da portaria de naturalização no Diário Oficial e a entrega solene do certificado pelo juiz federal ao naturalizando, não estará este investido na condição de brasileiro naturalizado, sujeitando-se, portanto, ao processo extradicional, de acordo com sua nacionalidade originária. O status de brasileiro naturalizado, para fins de extradição, só passa a ser considerado após a entrega solene ao naturalizado, pela Justiça Federal, do certificado de naturalização. Contudo, a extradição fica impedida nos casos de naturalização extraordinária (os efeitos retroagem à data da solicitação). - Havendo várias varas, será competente para a entrega do certificado o juiz da 1ª Vara. Não havendo nenhum juiz federal, o certificado será entregue pelo juiz da comarca e, na sua falta, pelo da comarca mais próxima. - No ato de entrega do decreto de naturalização, o estrangeiro casado poderá, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz que se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro, nos termos da LINDB. - A naturalização ficará sem efeito se o certificado não for solicitado pelo naturalizando no prazo de 12 meses contados da data de publicação do ato, salvo motivo de força maior, devidamente comprovado. - O dirigente do órgão competente do Ministério da Justiça poderá determinar, se necessário, outras diligências. Em qualquer caso, o processo deverá ser submetido, com parecer, ao Ministro da Justiça. - A formulação de pedido de naturalização impede a deportação do estrangeiro com visto de permanência vencido quando o exame do pedido de obtenção da nacionalidade secundária brasileira estiver atrasado. - O estrangeiro admitido no Brasil durante os primeiros 5 anos de sua vida e estabelecido definitivamente no território nacional poderá requerer ao Ministro da Justiça enquanto menor, por intermédio de seu representante legal, a emissão de certificado provisório de reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto 14 naturalização (naturalização provisória), que valerá como prova de nacionalidade brasileira até 2 anos após atingida a maioridade, prazo para a opção confirmativa perante o Ministro da Justiça. - Após a naturalização, qualquer mudança de nome ou do prenome será excepcional e motivada, mediante autorização do Ministro da Justiça. #ATENÇÃO - Não existe direito público subjetivo à obtenção da naturalização (ordinária), que se configura ato de soberania estatal, sendo, pois, ato discricionário do Chefe do Poder Executivo. A naturalização será requerida pelo interessado por meio de petição dirigida ao Ministro da Justiça, apresentada no órgão competente do Ministério da Justiça nos Estados, no caso o Departamento de Polícia Federal, que procederá a sindicância sobre a vida pregressa do naturalizado e opinará quanto à conveniência da naturalização. Os requisitos da petição, bem como os requisitos da naturalização estão previstos nos arts. 111 e seguintes da Lei 6.815/80. Ao final, o Ministro da Justiça é competente para emitir a portaria que concede a nacionalidade brasileira ao estrangeiro. Do despacho que denega o pedido, cabe pedido de reconsideração. A portaria de naturalização gerará a emissão, pelo Ministério da Justiça, de certificado de naturalização, o qual será solenemente entregue pelo Juiz Federal da cidade onde tenha domicílio o interessado. Havendo várias Varas da Justiça Federal, será competente para a entrega do certificado o Juiz da 1ª Vara. Não havendo nenhum Juiz Federal, o certificado será entregue pelo juiz da comarca e, na sua falta, pelo da comarca mais próxima. A naturalização perderá efeito, porém, se o certificado não for solicitado pelo interessado no prazo de doze meses, contados da data da publicação do ato, salvo por motivo de força maior, devidamente comprovado. Importante destacar que a naturalização não importa aquisição da nacionalidade brasileira pelo cônjuge e filhos do naturalizado, nem autoriza que estes entrem ou permaneçam no Brasil sem que satisfaçam às exigências da Lei de Migração. Ademais, a naturalização não extingue a responsabilidade civil ou penal a que o naturalizado estava anteriormente sujeito em qualquer outro Estado. Vamos estudar as #NOVIDADES trazidas pela Lei de Migração? Modalidades de Naturalização Ordinária Extraordinária Especial Provisória reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto 15 a) Naturalização Ordinária: A concessão da naturalização ordinária depende do preenchimento de uma série requisitos, que em comparação com as disposições do Estatuto do Estrangeiro, sofreram certo abrandamento: #DEOLHONASNOVIDADES: Lei 13.445/2017 (Art. 65) Lei 6.815/1980 (Art. 112)Será concedida a naturalização ordinária àquele que preencher as seguintes condições: São condições para a concessão da naturalização: Ter capacidade civil, segundo a lei brasileira Capacidade civil, segundo a lei brasileira Ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4 (quatro) anos Ser registrado como permanente no Brasil Comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando Residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização Não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei Ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando – Exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família – Bom procedimento – Inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano – Boa saúde (requisito dispensado ao estrangeiro que reside no Brasil há mais de 2 anos). A nova lei ainda prevê hipóteses em que o prazo de residência no território nacional será reduzido para, no mínimo, um ano. Vejamos as novas hipóteses em comparação com a 16 previsão constante no Estatuto do Estrangeiro, que continha prazos variáveis, conforme o caso: #DEOLHONASNOVIDADES: Lei 13.445/2017 (Art. 66) Lei 6.815/1980 (Art. 113) Redução do prazo de naturalização = 1 ano Mediante preenchimento de quaisquer das seguintes condições: Redução do prazo de naturalização = prazo variável (1, 2 ou 3 anos) Ter filho brasileiro Ter filho ou cônjuge brasileiro (Um ano) 1 ano de residênc ia Ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar dele separado legalmente ou de fato no momento de concessão da naturalização Ser filho de brasileiro Haver prestado ou poder prestar serviço relevante ao Brasil Haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao Brasil, a juízo do Ministro da Justiça Recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística Recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística 2 anos de Residên cia – Ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor seja igual, pelo menos, a mil vezes o Maior Valor de Referência; ou ser industrial que disponha de fundos de igual valor; ou possuir cota ou ações integralizadas de montante, no mínimo, idêntico, em sociedade comercial ou civil, destinada, principal e permanentemente, à exploração de atividade industrial ou agrícola. 3 anos de residênc ia 17 #AJUDAMARCINHO #PONTODEDESTAQUE: Vimos acima que, para ocorrer a naturalização ordinária, é necessário que o estrangeiro tenha residência no Brasil pelo prazo mínimo de 4 anos. A Lei prevê, contudo, que esse prazo mínimo poderá ser reduzido para 1 ano, se o naturalizando: II - tiver filho brasileiro; III - tiver cônjuge ou companheiro brasileiro e não estiver dele separado legalmente ou de fato no momento de concessão da naturalização; IV - tiver prestado ou puder prestar serviço relevante ao Brasil; ou V - tiver destacada capacidade profissional, científica ou artística que recomende a redução. b) Naturalização Extraordinária: A naturalização extraordinária será concedida a pessoa de qualquer nacionalidade fixada no Brasil há mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeira a nacionalidade brasileira. Os requisitos para a naturalização extraordinária não sofreram alterações com a Lei de Migração, e nem poderiam, tendo em vista que decorrem de mandamento constitucional, conforme o art. 12, inciso II, b, da CF/88. Vale lembrar a doutrina majoritária entende que a concessão da naturalização extraordinária é ato vinculado. Nesse mesmo sentido, o STF entende que quando a CF diz “desde que requeiram”, significa que se a pessoa cumprir os 2 requisitos, basta requerer para ter o direito. c) Naturalização Especial: A naturalização especial poderá ser concedida ao estrangeiro que se encontre em pelo menos uma das situações elencadas no art. 68. Observem: a) Seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de integrante do Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro no exterior; ou b) Seja ou tenha sido empregado em missão diplomática ou em repartição consular do Brasil por mais de 10 (dez) anos ininterruptos. #DEOLHONASNOVIDADES: Lei 13.445/2017 (Art. 68) Lei 6.815/1980 (Art. 114) Situações para concessão da Naturalização especial no 18 naturalização especial: Estatuto do Estrangeiro: Seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de integrante do Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro no exterior De cônjuge estrangeiro casado há mais de cinco anos com diplomata brasileiro em atividade Nesses casos, a Lei 6.815/80 dispensav a a residência , exigindo apenas a estada no Brasil por 30 dias. Seja ou tenha sido empregado em missão diplomática ou em repartição consular do Brasil por mais de 10 (dez) anos ininterruptos De estrangeiro que, empregado em Missão Diplomática ou em Repartição Consular do Brasil, contar mais de 10 (dez) anos de serviços ininterruptos. Por fim, a Lei de Migração ainda elenca os requisitos para a concessão da naturalização especial: #DEOLHONASNOVIDADES: Requisitos para a concessão da naturalização especial Ter capacidade civil, segundo a lei brasileira. Comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando. Não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei. d) Naturalização Provisória: A naturalização provisória sofreu grande mudança, pois, com o advento da Lei 13.445/2017, amplia-se a faixa etária para a sua concessão. O prazo de dois anos para a conversão da naturalização provisória em definitiva foi mantido. #DEOLHONASNOVIDADES: Lei 13.445/2017 (Art. 70) Lei 6.815/1980 (Art. 116) Condições para Naturalização Provisória Condições para Naturalização Provisória Poderá ser concedida ao migrante criança ou adolescente que tenha fixado residência em território nacional antes de completar 10 (dez) anos de idade. O estrangeiro admitido no Brasil durante os primeiros 5 (cinco) anos de vida, estabelecido definitivamente no território nacional, poderá, enquanto menor, 19 requerer a emissão de certificado provisório de naturalização, que valerá como prova de nacionalidade brasileira até dois anos depois de atingida a maioridade. Deverá ser requerida pelo seu representante legal. Deverá ser requerida pelo menor, por intermédio de seu representante legal ao Ministro da Justiça. A naturalização será convertida em definitiva se o naturalizando expressamente assim o requerer no prazo de 2 (dois) anos após atingir a maioridade. A naturalização se tornará definitiva se o titular do certificado provisório, até dois anos após atingir a maioridade, confirmar expressamente a intenção de continuar brasileiro, em requerimento dirigido ao Ministro da Justiça. Outros pontos de destaque (#NÃOESQUECER): - Tradução ou adaptação do nome: No curso do processo de naturalização, o naturalizando poderá requerer a tradução ou a adaptação de seu nome à língua portuguesa. Será mantido cadastro com o nome traduzido ou adaptado associado ao nome anterior. - Alistamento como eleitor: No prazo de até 1 ano após a concessão da naturalização, deverá o naturalizado comparecer perante a Justiça Eleitoral para o devido cadastramento. - Efeitos da naturalização: A naturalização produz efeitos após apublicação no Diário Oficial do ato de naturalização. - Perda da nacionalidade: O naturalizado perderá a nacionalidade em razão de condenação transitada em julgado por atividade nociva ao interesse nacional, nos termos do inciso I do § 4º do art. 12 da Constituição Federal. O risco de geração de situação de apatridia será levado em consideração antes da efetivação da perda da nacionalidade. - Reaquisição da nacionalidade: O brasileiro que, em razão do previsto no inciso II do § 4º do art. 12 da Constituição Federal, houver perdido a nacionalidade, uma vez cessada a causa, reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto 20 poderá readquiri-la ou ter o ato que declarou a perda revogado, na forma definida pelo órgão competente do Poder Executivo. *NOVIDADE LEGISLATIVA: Foi publicado no dia 20 de novembro de 2017 o Decreto nº 9.199, que regulamenta a Lei nº 13.445 (Nova Lei de Migração). Inteiro teor: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9199.htm. 5 SITUAÇÃO DOS PORTUGUESES: “QUASE NACIONAIS” - Aos portugueses com RESIDÊNCIA PERMANENTE no País, se houver RECIPROCIDADE em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição = quase nacionalidade. - O português é equiparado ao brasileiro naturalizado2 (não é nato por causa da última parte: “salvo os casos previstos nesta Constituição”). - Cuidado: “serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, salvo os casos previstos nesta Constituição” está certo! Direitos do brasileiro nato – restrições da CF = direitos do brasileiro naturalizado, que é o caso desses portugueses. - O gozo dos direitos políticos no Brasil importa em suspensão do exercício dos mesmos direitos em Portugal. - Atenção: o benefício do estatuto da igualdade não é automático, exigindo que o interessado o requeira e que o pedido seja deferido pelo ministro da justiça. Importante destacar que havendo reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos aos portugueses com residência permanente no Brasil “os mesmos direitos inerentes aos brasileiros naturalizados”, salvo quando houver expressa vedação constitucional. A convenção sobre igualdade de direitos e deveres entre brasileiros e portugueses, firmada em 7/9/1971, foi substituída por novo tratado bilateral que entrou em vigor em 2001 (Decreto nº 3.927/91): 2 Assertiva errada de concurso: a situação do cidadão português que, no Brasil, seja admitido no regime de igualdade plena previsto na Convenção sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre brasileiros e portugueses, é idêntica à do brasileiro naturalizado. Está errado porque o brasileiro naturalizado conta, no exterior, com a proteção das autoridades brasileiras e só pode ser extraditado nas hipóteses do art. 5º, LI, da CF, o que não é o caso do português beneficiado pelo Estatuto da Igualdade. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9199.htm reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto reehc Marcador de texto 21 Artigo 13. 1. A titularidade do estatuto de igualdade por brasileiros em Portugal e por portugueses no Brasil não implicará em perda das respectivas nacionalidades. 2. Com a ressalva do disposto no parágrafo 3º do Artigo 17, os brasileiros e portugueses referidos no parágrafo 1º continuarão no exercício de todos os direitos e deveres inerentes às respectivas nacionalidades, salvo aqueles que ofenderem a soberania nacional e a ordem pública do Estado de residência. Artigo 17. 1. O gozo de direitos políticos por brasileiros em Portugal e por portugueses no Brasil só será reconhecido aos que tiverem três anos de residência habitual e depende de requerimento à autoridade competente. 2. A igualdade quanto aos direitos políticos não abrange as pessoas que, no Estado da nacionalidade, houverem sido privadas de direitos equivalentes. 3. O gozo de direitos políticos no Estado de residência importa na suspensão do exercício dos mesmos direitos no Estado da nacionalidade. Importante observar que não se trata de uma dupla cidadania ou uma cidadania comum luso-brasileira. Simplesmente, uns e outros recebem, à margem ou para além da condição comum de estrangeiro, direitos que a priori poderiam ser apenas conferidos aos cidadãos do país. Ressalta Gilmar Ferreira Mendes que reconhecida a igualdade, poderá o beneficiário votar e ser votado, bem como ser admitido no serviço público. O titular do estatuto pleno passa a ter deveres como o concernente à obrigatoriedade do voto. Nos termos do tratado, os direitos políticos não podem ser usufruídos no Estado de origem e no Estado de residência. Assim, assegurado esse direito no Estado de residência, ficará ele suspenso no Estado de origem. No que tange aos cargos públicos, o beneficiário português do estatuto pleno poderá ter acesso a todas as funções, excetuadas aquelas conferidas apenas aos brasileiros natos. Porém, não se pode afirmar que a situação do português admitido no Estatuto de Igualdade seja idêntica à do brasileiro naturalizado. Observa Francisco Rezek que, ao contrário do naturalizado, o português beneficiário do estatuto de Igualdade Plena não pode aqui prestar serviço militar, estando submetido à expulsão e à extradição, esta quando requerida pelo governo português. O benefício da igualdade só será extinto no caso de expulsão ou de perda da nacionalidade portuguesa. Caso se verifique a perda de direitos políticos em Portugal, haverá igualmente a perda desses direitos no Brasil, fazendo com que o titular do estatuto pleno passe a deter apenas a igualdade civil. - Não confundir duas situações3: 3 - Assertiva errada de concurso: desde que haja reciprocidade, a lei brasileira atribui a pessoas originárias de países de língua portuguesa com residência permanente no Brasil, independentemente de naturalização, os direitos inerentes ao brasileiro, inclusive o gozo dos direitos políticos, salvo a reehc Marcador de texto 22 Naturalização de estrangeiro proveniente de país de língua portuguesa (conceito mais amplo) ; Residência ininterrupta por 1 ano + idoneidade moral. Quase nacionalidade (portugueses – conceito mais restrito) ; Aos portugueses com residência permanente no país, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro naturalizado. #APROFUNDAMENTO #OUSESABER: Quais são os dois tipos de “quase nacionalidade”? Temos a dois tipos: (i) A igualdade simples abarca os mesmos direitos dos brasileiros. (ii) A igualdade qualificada abarca, além dos demais direitos, os direitos políticos. Atenta-se que os direitos políticos em Portugal serão suspensos, pois a pessoa não pode, por exemplo, votar aqui e votar também em Portugal. 6 DIFERENÇAS ENTRE NATOS E NATURALIZADOS - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta constituição. Assim, só uma EC pode diferenciar natos e naturalizados. - Em princípio, o brasileiro nato não poderá perder a nacionalidade, salvo se adquirir outra. O naturalizado poderá ter sua naturalização cancelada não só por esse motivo, como também por conta de atividade nociva ao interesse nacional (art. 12, §4º, i). - 04 diferenças de tratamento: cargos privativos de brasileiros natos, 6 assentos no conselho da república, empresa jornalística/radiofusão e extradição.#SELIGANATABELA: Extradição Somente o naturalizado pode ser extraditado (o nato nunca!) O naturalizado pode ser extraditado por crime cometido antes da naturazliação ou então mesmo depois da naturalização se o ocupação de cargo privativo de brasileiro nato. Está errado porque o benefício do Estatuto da Igualdade aplica-se apenas aos portugueses, não aos nacionais dos demais países de língua portuguesa. 23 crime cometido foi o tráfico ilícito de entorpecentes. Cargos privativos Há alguns cargos privativos de brasileiro nato. São eles: i. Presidente e Vice-Presidente da República ; ii. Presidente da câmara dos deputados ; iii. Presidente do Senado Federal ; iv. Ministro do Supremo Tribunal Federal ; v. De carreira diplomática ; vi. De oficial das Forças Armadas vii. De Ministro de Estado da Defesa Atividade nociva ao interesse nacional Somente o brasileiro naturalizado poderá perder a nacionalidade em virtude da prática de atividade nociva ao interesse nacional (art. 12, par. 4º, I, da CF/88). Conselho da República Participam do Conselho da República, além de outros membros, seis cidadãos brasileiros natos, segundo o art. 89 da CF/88. Empresa jornalística e de radiodifusão Para que o brasileiro naturalizado seja proprietário de empresa jornalística e de radiodifusão no Brasil é necessário que tenha se naturalizado há mais de 10 anos. #DEOLHONAJURISPRUDENCIA: É possível conceder extradição para brasileiro naturalizado envolvido em tráfico de droga (art. 5º, LI, da CF/88). STF. 1ª Turma. Ext 1244/República Francesa, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 9/8/2016 (Info 834) Questão de segurança nacional: diplomata, Forças Armadas e Min. de Estado da Defesa. Linha sucessória da Presidência da República: qualquer um que possa eventualmente ocupar a presidência da República tem que ser brasileiro nato. Vice Presidente da CD Presidente do SF Ministro do STF. 24 #ATENÇÃO: pode haver deputados ou senadores naturalizados, somente o presidente da CD/SF que não pode ser. No caso do STF, todos os Ministros do STF devem ser natos, não só o presidente! Existe um rodízio na presidência do STF, ou seja, qualquer ministro pode assumir a presidência do STF, e, logo, a Presidência da República. Obs.: O Presidente do CNJ, como é o Presidente do STF (mesma pessoa), também não pode ser naturalizado. #ATENÇÃO: O único Ministro de Estado que tem que ser nato é o da Defesa. 7 PERDA DA NACIONALIDADE - O brasileiro naturalizado (hipótese 1 e 2) e o nato (hipótese 2) podem perder a nacionalidade brasileira. 1) PERDA-PUNIÇÃO: cancelamento da naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional - só se aplica ao brasileiro naturalizado, não se aplica ao nato. #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA -Inf. 694 do STF: DEFERIDA A NATURALIZAÇÃO, SEU DESFAZIMENTO SÓ PODE OCORRER POR PROCESSO JUDICIAL, MESMO QUE O ATO DE CONCESSÃO DA NATURALIZAÇÃO TENHA SIDO EMBASADO EM PREMISSAS FALSAS (ERRO DE FATO). O MINISTRO DO ESTADO DE JUSTIÇA, POR MEIO DE ATO ADMINISTRATIVO, NÃO PODE CANCELAR O DEFERIMENTO DA NATURALIZAÇÃO. Além disso, “em virtude de atividade nociva ao interesse nacional” é uma causa exemplificativa. Não houve a recepção do art. 112, §§ 2º e 3º, da Lei 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) pela atual Constituição, de dispositivos que permitiam ao Ministro da Justiça agir dessa forma (processamento pela via administrativa). - A nacionalidade brasileira não poderá ser readquirida por outro procedimento de naturalização, salvo por ação rescisória. - O MPF é competente para promover a ação e a Justiça Federal para julgá-la. 25 - Não se sabe o que é “uma atividade nociva ao interesse nacional”. Como a nacionalidade é um direito fundamental, deve-se considerar apenas um ato que seja tipificado como crime e contrário aos interesses do Estado. - A decisão possui efeitos ex nunc, somente atingindo a relação jurídica indivíduo-Estado, após o trânsito em julgado. #DEOLHONAJURISPRUDENCIA #STF: A naturalização só pode ser desfeita por sentença judicial (e não por processo administrativo). Com base, nesse entendimento, que deriva da leitura do art. 12, § 4º, I, da CF/88, o STF entendeu, em 2013 que, após ter sido deferida a naturalização, seu desfazimento só pode ocorrer mediante processo judicial, mesmo que o ato de concessão da naturalização tenha sido embasado em premissas falsas (erro de fato). O STF entendeu que os §§ 2º e 3º do art. 112 da Lei n.°6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) não foram recepcionados pela CF/88, pois previam processo administrativo. Assim, o Ministro de Estado da Justiça não tem competência para rever ato de naturalização. STF. Plenário. RMS 27840/DF, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 7/2/2013 (Info 694). 2) Perda-mudança: Adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: a) De reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) De imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. - É a naturalização voluntária. Nesse caso, podem perder a nacionalidade os natos e naturalizados. - A perda independe de ação judicial, já que se concretiza no âmbito de procedimento administrativo. A perda da nacionalidade decorre de Decreto Presidencial ou, por delegação, de decreto do Ministro da Justiça. O decreto é ato meramente declaratório, porque a perda decorre de acontecimento anterior, no caso, a aquisição de outra nacionalidade, e seu efeito é apenas o de dar publicidade ao fato. - Se adquirir a nacionalidade italiana, por exemplo, poderá manter as 2 nacionalidades, já que a Itália admite a dupla nacionalidade. 26 - É admitida a reaquisição da nacionalidade brasileira, sob a forma derivada. Ou seja, volta como brasileiro naturalizado, não nato. Perdeu a nacionalidade brasileira adquire como estrangeiro naturalização. #EXEMPLIFICACOACH: suponha que Raimundo, brasileiro nato, tenha saído do Brasil para morar nos Estados Unidos, onde reside há mais de 30 anos e que, nesse país, tenha obtido a nacionalidade americana como condição para permanecer no território americano. Nessa situação, caso deseje retornar ao Brasil para visitar parentes, Raimundo não necessitará de visto, pois não perderá a nacionalidade brasileira. #DEOLHONODECRETO #NOVIDADELEGISLATIVA: *NOVIDADE LEGISLATIVA: Foi publicado no dia 20 de novembro de 2017 o Decreto nº 9.199, que regulamenta a Lei nº 13.445 (Nova Lei de Migração). Inteiro teor: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9199.htm. Art. 248. O naturalizado perderá a nacionalidade em razão de sentença transitada em julgado por atividade nociva ao interesse nacional, nos termos estabelecidos no art. 12, § 4 o , inciso I, da Constituição. Parágrafo único. A sentença judicial que cancelar a naturalização por atividade nociva ao interesse nacional produzirá efeitos após o trânsito em julgado. Art. 249. A perda da nacionalidade será declarada ao brasileiro que adquirir outra nacionalidade, exceto nas seguintes hipóteses: I - de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; e II - de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. Art. 250. A declaração da perda de nacionalidade brasileira se efetivará por ato do Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública, após procedimento administrativo, no qual serão garantidos os princípios do contraditório e da ampla defesa. Art. 251. Na hipótese de procedimento de perda de nacionalidade instauradoa pedido do interessado, a solicitação deverá conter, no mínimo: I - a identificação do interessado, com a devida documentação; II - o relato do fato motivador e a sua fundamentação legal; III - a documentação que comprove a incidência de hipótese de perda de nacionalidade, devidamente traduzida, se for o caso; IV - endereço de correio eletrônico do interessado, se o possuir. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art12%C2%A74 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art12%C2%A74 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9199.htm 27 § 1o O Ministério da Justiça e Segurança Pública dará publicidade da decisão quanto à perda de nacionalidade em seu sítio eletrônico, inclusive quando houver interposição de recurso. § 2o Caberá recurso da decisão a que se refere o § 1o à instância imediatamente superior, no prazo de dez dias, contado da data da publicação no sítio eletrônico do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Art. 252. O Ministério da Justiça e Segurança Pública dará ciência da perda da nacionalidade: I - ao Ministério das Relações Exteriores; II - ao Conselho Nacional de Justiça; e III - à Polícia Federal. Art. 253. O risco de geração de situação de apatridia será considerado previamente à declaração da perda da nacionalidade. #APROFUNDAMENTO: Para Gilmar Ferreira Mendes e Francisco Rezek, o ato do Presidente da República que declara a perda da nacionalidade é meramente declaratório, pois a perda se deu com a própria naturalização. Mazzuoli defende que o brasileiro nato que perde a naturalização ao se (re)naturalizar será brasileiro naturalizado com todas as implicações que esta situação jurídica lhe causa. Porém, o Supremo Tribunal Federal, em 18 de junho de 1986, ao julgar a Ext 441, tendo como Relator o Ministro Néri da Silveira, se pronunciou pela impossibilidade da extradição do brasileiro que readquiriu sua nacionalidade, conforme ementa a seguir: "Extradição. Havendo o extraditando comprovado a reaquisição da nacionalidade brasileira, indefere-se o pedido de extradição. Constituição federal, art. 153, parágrafo 19, parte final. Não cabe invocar, na espécie, o art. 77, i, da lei n. 6.815/1980. Essa regra dirige-se, imediatamente, a forma de aquisição da nacionalidade brasileira, por via de naturalização. Na espécie, o extraditando é brasileiro nato (Constituição Federal, art. 145, i, letra ''a''). A reaquisição da nacionalidade, por brasileiro nato, implica manter esse status e não o de naturalizado. Indeferido o pedido de extradição, desde logo, diante da prova da nacionalidade brasileira, determina-se seja o extraditando posto em liberdade, se tal não houver de permanecer preso." Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o greencard decidir adquirir a nacionalidade norte-americana, ele irá perder a nacionalidade brasileira. Não se pode afirmar que a presente situação se enquadre na exceção prevista na alínea “b” do § 4º do art. 12 da CF/88. Isso porque, como ele já tinha o greencard, não havia necessidade de ter adquirido a nacionalidade norte-americana como condição para permanência ou para o exercício de direitos civis. O estrangeiro titular de greencardjá pode morar e trabalhar livremente nos EUA. Dessa forma, conclui-se que a aquisição da cidadania americana ocorreu por livre e 28 espontânea vontade. Vale ressaltar que, perdendo a nacionalidade, ele perde os direitos e garantias inerentes ao brasileiro nato. Assim, se cometer um crime nos EUA e fugir para o Brasil, poderá ser extraditado sem que isso configure ofensa ao art. 5º, LI, da CF/88. Art. 12 (...) § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; STF. 1ª Turma. MS 33864/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 19/4/2016 Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o greencard decidir adquirir a nacionalidade norte-americana, ele irá perder a nacionalidade brasileira. Não se pode afirmar que a presente situação se enquadre na exceção prevista na alínea “b” do inciso II do § 4º do art. 12 da CF/88. Isso porque, como ele já tinha o greencard, não havia necessidade de ter adquirido a nacionalidade norte-americana como condição para permanência ou para o exercício de direitos civis. O estrangeiro titular de greencard já pode morar e trabalhar livremente nos EUA. Dessa forma, conclui-se que a aquisição da cidadania americana ocorreu por livre e espontânea vontade. Vale ressaltar que, perdendo a nacionalidade, ele perde os direitos e garantias inerentes ao brasileiro nato. Assim, se cometer um crime nos EUA e fugir para o Brasil, poderá ser extraditado sem que isso configure ofensa ao art. 5º, LI, da CF/88. STF. 1ª Turma. MS 33864/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 19/4/2016 (Info 822). STF. 1ª Turma. Ext 1462/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 28/3/2017 (Info 859). SITUAÇÃO IMPEDE A... O indivíduo requer a naturalização após a prática de um delito no exterior Extradição O indivíduo requer a naturalização, cujo exame está atrasado, e seu visto de permanência vence Deportação Extradição não admitida pela lei brasileira Deportação e Explusão Reconhecimento da condição de refugiado Extradição Estrangeiro casado com brasileira, ou que tenha filho brasileiro, dependente da economia paterna Apenas a expulsão #FACILITACOACH #AJUDAMARCINHO: 1) Nacionalidade Originária É aquela que resulta de uma fato natural (o 29 (também chamada de primária, atribuída ou involuntária) nascimento). A pessoa se torna nacional nato. Critérios para a atribuição da nacionalidade originária : a) Critério territorial ( jus soli ) : se a pessoa nascer no território do país, será considerada nacional deste ; b) Critério sanguíneo ( jus sanguínis ) : a pessoa irá adquirir a nacionalidade de seus ascendentes, não importando que tenha nascido no território de outro país. #SELIGA: No Brasil, adota-se, como regra, o critério do jus soli, havendo no entento, situações nas quais o critério sanguíneo é aceito. 2) Nacionalidade Secundária (também chamada de derivada, adquirida ou voluntária) É aquela decorrente de um ato voluntário da pessoa, que decide adquirir, para si, uma nova nacionalidade. A isso se dá o nome de naturalização. Atenção : esse ato voluntário pode ser expresso ou tácito. A pessoa se torna nacional naturalizado. Como a CF trata o assunto (#DEOLHONACF): São brasileiros (art. 12, CF) I – Natos (inciso I) II – Naturalizados (inciso II) a) Os nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a servição de seu país ; - adotou-se aqui o critério jus soli ; (art. 12, I, a) - Assim, no Brasil, a regra é o critério do solo, com mitigações previstas no art. 12, I, alineas b e c ; b) Os nascidos no estrangeiro, de pai a) Naturalização ordinária (comum) – Os estrangeiros que, segundo os requisitos da lei, adquiram a nacionalidade brasileia. - Para os originários de países de língua portuguesa a lei só pode exigir a residência por uma ano ininterrupto e idoneidade moral ; - Obs. : o Brasil pode negar a naturalização (é ato discricionário) 30 brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço do Brasil ; - Critério aqui : jus sanguinis + a serviço do Brasil (funcional) (art. 12, I, b) c) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejamregistrados em repartição brasileira competente ; - Critério aqui foi o jus sanguinis + registro (art. 12, I, c, 1ª parte) d) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, ainda que não tenham sido registrados na repartição brasileira competente, desde que venham a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira ; - Critério aqui : jus sanguinis + residência no Brasil + opção confirmativa ; - Chamada de nacionalidade potestativa (porque depende destaopção confirmativa, que só pode ser dada após a maioridade) b) Naturalização extraordinária – Os estrangeiros de qualquer nacionalidade que estejam residindo no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal ; Obs. : se o estrangeiro preencher essas condições, o governo brasileiro não pode negar a naturalização (é ato vinculado). Hipóteses de perda da nacionalidade (art. 2º, par. 4º, CF/88) Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que : I – Praticar atividade nociva ao interesse nacional II – Adquirir outra nacionalidade A doutrina denomina de ‘perda-punição’ ; A doutrina denomina de ‘perda-mudança’ ; Se um brasilerio naturalizado praticar atividade nociva ao interesse nacional, terá cancelada a sua naturalização ; Se um brasileiro nato ou naturalizado adquirir voluntariamente uma nacionalidade estrangeira, perderá, então, a brasileira ; Essa perda ocorre por meio de uma processo judicial, assegurado contraditório e ampla defesa, que tramita na Justiça Federal (art. 109, X, da CF/88). A lei não descreve o que seja atividade nociva ao interesse nacional ; Esta perda ocorre por meio de um processo administrativo, assegurado o contraditório e ampla defesa, que tramita no Ministério da Justiça. Este processo poderá ser instaurado de ofício ou mediante requerimento (art. 23 da 31 Lei nº 818/49) ; Após a tramitação do processo, a perda efetiva-se por meio de sentença, que deve ter transitado em julgado ; Após a tramitação do processo, a perda efetiva-se por meio de Decreto do Presidente da República ; Os efeitos da sentença serão ex nunc ; Os efeitos do Decreto serão ex nunc ; Esta hipotese de perda somente atinge o brasileiro naturalizado. Assim, o brasileiro nato não pode perder a sua nacionalidade, mesmo que pratique atividade nociva ao interesse nacional. Esta hipotese de perda atinge tando o brasileiro nato como o naturalizado. Havendo perda de nacionalidade por este motivo, a sua requisição somente poderá ocorrer caso a sentença que a decretou seja rescindida por meio de ação recisória. Desse modo, não é permitido que a pessoa que perdeu a nacionalidade por esta hipótese a obtenha novamente por meio de novo procedimento de naturalização. Havendo a perda da nacionalidade por este motivo, a sua reaquisição será possível por meio de pedido dirigido ao Presidente da República, sendo o processo instruído no Ministério da Justiça. Caso seja concedida a reaquisição, esta é feita por meio de Decreto. Alexandre de Moraes defende que o brasileiro nato que havia perdido e readquire sua nacionalidade, passa a ser brasileiro naturalizado (e não mais nato). Por outro lado, José Afonso da Silva afirma que o readquirente recupera a condição que perdera : se era brasileiro nato, voltará a ser brasileiro nato ; se naturalizado, retomará essa qualidade ; Exceções : A CF traz duas hipóteses em que a pessoa não perderá a nacionalidade brasileira, mesmo tendo adquirido outra nacionalidade. Assim, será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos : i. De reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira : Ex. : a Itália reconhece aos filhos de seus nacionais a cidadania italiana. Os brasileiro descendentes de italianos que adquirem 32 aquela nacionalidade não perderão a brasileira, uma vez que se trata de mero reconhecimento de nacionalidade originária italiana em virtude do vínculo sanguíneo. Logo, serão pessoas com dupla nacionalidade. ii. De imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis ; Aqui o objetivo da exceção é preservar a nacionalidade brasileira daquele que, por motivos de trabalho, acesso aos serviços públicos, moradia, etc., praticamente se vê obrigado a adquirir a nacionalidade estrangeira, mas que, na realidade, jamais teve a intenção ou vontade de abdicar da nacionalidade brasileira. 8 DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO DIPLOMA DISPOSITIVOS CF Art. 12 Lei 13.445/2017 Art. 63 ao art. 76 Decreto 9.199/2017 Art. 213 ao art. 254 Decreto nº 3.927/91 Art. 13 e art. 17 9 BIBLIOGRAFIA INDICADA Foca no Resumo Paulo Henrique Gonçalves Portela Resumo do TRF5 Resumos do Ponto a Ponto Concursos (Danilo Guedes) 33 Material Especial do Ciclosr3 para a turma da 1ª Fase da DPU Informativos do Dizer o Direito. Resumo publicado no Dizer o Direito4 Anotações de Aula 4 Leia na íntegra: https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2017/09/lei-de-migrac3a7c3a3o- resumo.pdf. https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2017/09/lei-de-migrac3a7c3a3o-resumo.pdf https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2017/09/lei-de-migrac3a7c3a3o-resumo.pdf 1 INTRODUÇÃO 2 Espécies de Nacionalidade 3 BRASILEIROS NATOS 4 BRASILEIROS NATURALIZADOS 5 SITUAÇÃO DOS PORTUGUESES: “quase nacionais” 6 DIFERENÇAS ENTRE NATOS E NATURALIZADOS 7 PERDA DA NACIONALIDADE 8 DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO 9 BIBLIOGRAFIA INDICADA
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