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CAPÍTULO 1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS 1 1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS A termodinâmica metalúrgica busca responder duas perguntas básicas: - qual é o balanço energético de um dado processo; - qual é a condição de equilíbrio de uma dada reação, ou, sob determinadas condições se uma certa reação é ou não viável termodinamicamente. A primeira pergunta é respondida pela primeira lei da termodinâmica. Entretanto, para se estabelecer o balanço de energia para um dado processo, alguns pré-requisitos devem ser atendidos: - conhecimento adequado do balanço de massa do sistema; - conhecimento dos diversos tipos de calores envolvidos e saber avaliá-los. Para o desenvolvimento de balanços de massa é necessário lidar com alguns conceitos fundamentais: - número de moles; - equação do gás ideal; - estequiometria de reações químicas. 1.1. Mol A unidade fundamental em cálculos da termodinâmica metalúrgica é o átomo ou a molécula. Desse modo, torna-se de grande importância saber medir e expressar o número de moléculas e átomos presentes em um determinado sistema metalúrgico. Entretanto, mesmo em sistemas muito pequenos, esse número é extremamente elevado o que torna incômoda a sua utilização. Para contornar esse inconveniente foi definida uma nova quantidade: o mol. Sua definição precisa é: 2 “O ‘número de átomos de carbono contido em exatamente 12 g de C12 é chamado o número de Avogadro, N (N = 6,023 x 1023). Um mol é a quantidade de material que contém o número de Avogadro de partículas. Assim, os valores de massa atômica e massa molecular que se encontram tabelados na literatura são referentes à massa de um mol (ou 6,023 x 1023) de átomos ou moléculas. É óbvio que esses valores vão diferir de átomo para átomo e molécula para molécula. Outra relação importante é que a massa molecular de um determinado composto pode ser determinada somando-se as massas atômicas dos átomos que o compõem. Os “Dados Termodinâmicos para Metalurgistas” fornecem os valores de massas atômicas e moleculares para elementos e moléculas de interesse na metalurgia, a partir da página 9 até a página 57. Para tomar contato com essas tabelas, serão resolvidos alguns exemplos. _________________________ Exemplo: Determinar as massas moleculares dos seguintes compostos: Fe2O3, SiO2, Al2O3, CaO, MgO, MnO e Fe0,95 O.. Resolver de duas maneiras: Tomando diretamente o valor da tabela e somando as massas atômicas dos elementos que compõem a molécula. Solução: Determinação das massas moleculares: - Fe2O3 Diretamente da tabela, pág., 29:159,7 Soma das massas atômicas: 1 mol de Fe2O3 é constituído de 2 moles de Fe e 3 moles de O. Assim tem-se: 2 x P . A . Fe + 3 x P . A . O = 2 x 55,85 + 3 x 16 = 159,7 Através de procedimento análogo, pode-se resolver o exemplo para outros compostos. 3 - SiO2: Diretamente da tabela, página 49: 60,09 (Observação: a sílica, SiO2, se apresenta sob três formas: quartzo, cristobalita e tridimita, sendo que a massa molecular é idêntica para todas elas). Soma: P . A . Si + 2 . P . A . O = 28,09 + 3 x 16 = 60,09 - Al2O3: Tabela: página 12: 101,95 Soma: 2 x P . A . Al + 3 x P . A . O = 2 x 26,98 + 3 x 16 = 101,96 - CaO: Tabela: página 20: 56,08 Soma: P . A . Ca + P . A . O = 40,08 + 16 = 56,08 - MgO: Tabela: página 36: 40,32 Soma: P . A . Mg + P . A . O = 24,32 + 16 = 40,32 - MnO: Tabela: página 38: 70,94 Soma: P . A . Mn + P . A . O = 54,94 + 16 = 70,94 - Fe0,95 O: Tabela: página 29: 68,89 Soma: 0,95 P . A . Fe + P . A . O = 0,95 x 55,85 + 16 = 69,06 (Observação: O Fe0,95 O é um composto não estequiométrico; ou seja, não existe uma proporção bem definida entre os átomos de ferro e oxigênio. É comum também se adotar a seguinte notação: FeO1,05 e denominar esse composto de wustita. A proporção de Fe e o O varia com a temperatura e pode ter determinada em um diagrama de equilíbrio Fe-O). _________________________ 4 O cálculo de número de moles de um elemento ou composto presente em um determinado sistema é bastante simples e envolve o conhecimento da massa do elemento ou composto e de sua massa atômica ou molecular. Desse modo, através de uma pesagem pode-se determinar o número de moles. Tem-se a seguinte relação genérica para esse cálculo: massa (g) Número de moles = ---------------------------------------------- massa atômica ou molecular (g/mol) O número determinado acima também pode ser denominado átomos grama ou molécula-grama. ____________________________ Exemplo: Calcular o número de moles contido em uma tonelada dos seguintes compostos: Fe2O3, SiO2, Al2O3, CaO, MgO e MnO. Solução: Usando os resultados do exemplo anterior: - Fe2O3: moles74,261.6 mol/g7,159 g10 n 6 3O2Fe == - SiO2: moles70,641.16 mol/g09,60 g10 n 6 2SiO == - Al2O3: moles77,807.9 mol/g96,101 g10 n 6 3O2Al == - CaO: Link para Arquivo Cálculo do Número de Mols - Elemento 5 moles67,831.17 mol/g08,56 g10 n 6 CaO == - MgO: moles59,801.24 mol/g32,40 g10 n 6 MgO == - MnO: moles42,096.14 mol/g94,70 g10 n 6 MnO == _________________________ Exemplo: a) Calcular o número de moles de Fe, C, Si, Mn e P, contido em uma tonelada de ferro gusa com a seguinte composição: Fe = 94,5% C = 4,5% Si = 0,6% Mn = 0,3% P = 0,1% b) Calcular o número de moles de CaO, SiO2, Al2O3, MgO contido em 180 kg de uma escória com composição abaixo: CaO = 40,92% SiO2 = 43,08 Al2O3 = 8,21% MgO = 7,79% Solução: a) Os números de moles de cada elemento são determinados pela relação entre sua massa e as massas atômicas. molesn moles x n moles x n Si C Fe 60,213 09,28100 106,0 750.3 12100 105,4 32,920.16 85,55100 105,94 6 6 6 = ´ ´ = = ´ = = ´ = Link para Arquivo Cálculo do Número de Mols - Composto Link para Arquivo Cálculo do Número de Mols - Liga moles29,32 97,30100 101,0 n moles61,54 94,54100 103,0 n 6 P 6 Mn = ´ ´ = = ´ ´ = 6 b) Por procedimento análogo ao do item “a”, tem-se: moles77,347 32,40100 1018079,7 n moles94,144 96,101100 1018021,8 n moles46,1290 09,60100 1018008,43 n moles41,1313 08,56100 1018092,40 n 3 MgO 3 3O2Al 3 2SiO 3 CaO = ´ ´´ = = ´ ´´ = = ´ ´´ = = ´ ´´ = _________________________ Exemplo: Calcular o número de moles contido em uma tonelada dos seguintes gases: O2, N2, H2O, CO, CO2. Solução: Por cálculos análogos aos desenvolvidos anteriormente, tem-se: moles29,714.35 mol/g28 g10 n moles56,555.55 mol/g18 g10 n moles29,714.35 mol/g28 g10 n moles250,31 mol/g32 g10 n 6 CO 6 O2H 6 2N 6 2O == == == == Link para Arquivo Cálculo do Número de Mols - Escória Link para Arquivo Cálculo do Número de Mols - Composto 7 moles27,727.22 mol/g44 g10 n 6 2CO == _________________________ Todos os cálculos de número de moles efetuados até agora envolveram a massa do elemento ou composto, cujo número de moles se desejava avaliar. Esse tipo de cálculo é adequado para compostos ou elementos sólidos ou líquidos, que são facilmente pesados. Entretanto, para gases não é usual ter-se a massa (como no exemplo anterior). Normalmente, a quantidade de um gás é medida em termos de volume. Desse modo, torna-se importante desenvolver uma maneira de calcular o número de moles de um gás a partir de seu volume. Para tal é necessário conhecer a lei do gás ideal. 1.2. Lei do Gás Ideal Em geral, o volume de qualquer material, sólido, líquido ou gasoso, é determinado pela temperatura e pressão a que está sujeito. Existe uma relação matemática entre o volume de umadada quantidade de material e os valores da pressão e da temperatura; esta relação matemática é chamada de equação de estado. No caso de líquidos ou sólidos, as equações de estado podem ser algebricamente muito complicadas e podem diferir de uma substância para outra. Entretanto, para os gases a equação de estado é a mesma. Isso é devido ao fato de que no estado gasoso, as moléculas são essencialmente independentes umas das outras e que por isso a natureza das moléculas individuais não afeta o comportamento do gás como um todo. Essa independência caracteriza o chamado gás ideal e ela é real para gases a baixas pressões e altas temperaturas (que é normalmente o caso da metalurgia). A baixas temperaturas e altas pressões começam a ocorrer desvios do comportamento ideal. Demonstrou-se experimentalmente que, sob temperatura constante, PV é uma constante e sob pressão constante, V é proporcional a T. Essas relações podem ser reunidas em uma única equação que expresse o comportamento dos gases. A expressão que resulta é: 8 PV = nRT onde: P = pressão (atmosferas) V = volume do gás (litros) n = número de moles do gás R = constante universal dos gases = 0,082054 atm . 1 . K-1 . mol-1 T = temperatura (K) A equação acima é chamada equação do gás ideal. Observa-se que ela é uma expressão genérica que independe do gás considerado. A equação do gás ideal ainda mostra que o volume do gás depende da pressão e da temperatura. Desse modo quando se fornece o volume do gás é fundamental especificar as condições em que ele foi medido. Uma condição de temperatura e pressão particularmente importante é a chamada condição normal de temperatura e pressão. Para ela, tem-se: - pressão: 1 atmosfera - temperatura: 0ºC ou 273 K O volume de um gás medido nas condições normais é normalmente precedido pela letra “N”. Assim 1 Nm3 significa 1 m3 de gás medido nas condições de 1 atm e 0ºC. _________________________ Exemplo: Calcular o volume ocupado por um mol de gás nas condições normais. 9 Solução: Usando a equação do gás ideal e substituindo valores, tem-se: P = 1 atm T = 273 K n = 1 mol R = 0,082054 atm 1 mol-1 K-1 1N.ou.1.40,22 1 273082054,01 P nRT V = ´´ == O volume acima é também denominado volume molar e indicado por V . Pode-se usar o volume acima para calcular o número de moles contido em um dado volume de gás. _________________________ Exemplo: Calcular o número de moles contido em 1000 Nm3 de oxigênio. Solução: Usando o volume molar calculado anteriormente, tem-se: moles38,641.44 4,22 10001000 n 2O = ´ = Outra maneira de calcular esse número de moles é usando diretamente a equação do gás ideal: moles38,641.44 273082054,0 100010001 TR VP n 2 O 2O = ´ ´´ = × × = _________________________ Exemplo: Calcular o número de moles de N2 contido em 1000 m 3 desse gás, medido a 1,2 atm de pressão e 100ºC. Link para Arquivo Lei do Gás Ideal Link para Arquivo Lei do Gás Ideal 10 Solução: Usando-se a lei de gás ideal, obtém-se: moles TR VP n NN 82,207.39373082054,0 100010002,1 2 2 = ´ ´´ = × × = _________________________ Um ponto importante que deve ser destacado é que volumes iguais de gases, medidos nas mesmas condições, contém o mesmo número de moles. Até agora lidou-se apenas com gases puros, entretanto, é bastante comum ter-se misturas de gases, como o ar, por exemplo. O estado ou a condição de uma mistura de vários gases depende não apenas da pressão, volume e temperatura, mas também da composição da mistura. Consequentemente, deve-se desenvolver um método para expressar essa composição. Uma das maneiras de expressar a concentração é através da fração molar. As frações molares, xi, são obtidas dividindo cada um dos números de moles pelo número total de moles de todas as substâncias presentes. nt = n1 + n2 + n3 + ........... assim: xi = ni / nt A soma das frações molares de todas as substâncias de uma mistura é unitária. x1 + x2 + x3 + ...... = 1 Link para Arquivo Lei do Gás Ideal 11 Em virtude dessa relação, a composição da mistura é descrita quando as frações molares de todas as substâncias menos uma é especificada. Para gases, a fração molar se relaciona com a porcentagem em volume da seguinte maneira: xi = %i / 100 Para mistura de gases, a lei dos gases ideais é correta na seguinte forma: PV = nt . RT onde: nt = número total de moles de todos os gases no volume V. Para simplificar, o estado de uma mistura gasosa será descrito em termos dos estados de gases puros não misturados. Será considerada, então, uma mistura de três gases descrita pelos números de moles n1, n2 e n3, num recipiente de volume V à temperatura T. Se nT = n1 + n2 + n3, então a pressão exercida pela mistura é dada por: V RT nP t ×= Define-se a pressão parcial de um gás numa mistura como a pressão que o gás exerceria se sozinho ocupasse o volume V, na temperatura T. Então as pressões parciais P1, P2 e P3 são dadas por: P1 = n1 V RT P2 = n2 V RT P3 = n3 V RT Somando as equações acima, tem-se: 12 P1 + P2 + P3 = nt V RT = P ou seja, a pressão total exercida por uma mistura gasosa é igual à soma das pressões parciais dos constituintes. As pressões parciais são relacionadas de modo simples com as frações molares dos gases. Tem- se: Pi = xi . P _________________________ Exemplo: Calcular os números de moles de oxigênio e nitrogênio em 1 Nm3 de ar seco. Solução: No ar seco, tem-se: % O2 = 21 % N2 = 79 Assim: 2O x = 21/100 = 0,21 2N x = 79/100 = 0,79 Consequentemente: 2O P = 0,21 x 1 = 0,21 atm 2N P = 0,79 x 1 = 0,79 atm 13 Usando as relações desenvolvidas anteriormente, tem-se: moles375,9 273082054,0 100021,0 TR VP n 2 O 2O = ´ ´ = × × = moles TR VP n NN 267,35273082054,0 100079,0 2 2 = ´ ´ = × × = _________________________ Exemplo: Calcular os números de moles de oxigênio, nitrogênio e vapor d’água contido em 1 Nm3 de ar com 25 g de umidade. Solução: Inicialmente, determina-se o número de moles de vapor d’água. Como foi dada a sua massa, tem-se: moles389,1 18 25 OHMP g25 n 2 O2H == ×× = Determina-se, então, a pressão exercida pelo vapor d’água: atm0311,0 1000 273082054,0 389,1 V RT nP O2HO2H = ´ ´=×= mas: atm1PPP O2H2N2O =++ Logo: atmPPP OHNO 9689,00311,011 222 =-=-=+ Link para Arquivo Fração Molar 14 Como já foi visto anteriormente, a relação entre as pressões de oxigênio no ar é: 79 21 P P 2N 2O = Logo, empregando as duas relações anteriores, tem-se: atm2035,021,0 x 9869,0P atm7654,079,0 x 9689,0P 2 2 O N == == Finalmente: molesn moles TR VP n N O O 171,34 273082054,0 10007654,0 083,9 273082054,0 10002035,0 2 2 2 = ´ ´ = = ´ × = × × = _________________________ O volume parcial de um gás numa mistura é definido como o volume que o gás ocuparia se estivesse sozinho num recipiente à temperatura e pressão P. Assim, para a mistura de três gases: P RT nV 11 = P RT nV 22 = P RT nV 33 = Somando as equações acima, obtém-se: V P RT nVVV t321 ==++ 15 ou equacionando em termos de volume parcial: Vi = xi . V Finalmente, deve-se dizer que o conceito de volume parcial é puramente matemático e não tem significado físico. ____________________________ Exemplo: Repetir o exemplo anterior usando os conceitos de volume parcial e volume molar. Solução: O número de moles de H2O é calculado da mesma forma que foi feita no exemplo anterior: moles389,1 18 25 n O2H == Como nas condições normais,o volume de 1 mol é 22,4 N1, tem-se: 1N1,314,22389,1VnV O2HO2HO2H =´=×= Assim, obtém-se: 1N9,9681,311000VVVV O2H2N2O =-=-=+ Como no ar, a proporção dos volumes de O2 e N2 é: 79 21 V V 2N 2O = Obtém-se: 16 1N47,2030,21 x 9,968V 2O == 1N43,7650,79 x 9,968V 2N == Dividindo pelo volume molar: moles V V n O O O 083,94,22 47,203 2 2 2 === moles V V n N N N 171,344,22 43,765 2 2 2 === As pequenas diferenças nos números de moles se devem a erros de arredondamento. _________________________ As expressões obtidas até agora permitem que se formule uma relação genérica para cálculo do número de moles de um gás contido num dado volume. Tem-se: ( ) ( ) 4,22 1 100 i% 1000NmVn 3i ´´´= onde: ni = número de moles do gás “i”; V = volume de gás (Nm3); %i = teor do gás “i” na mistura. Os processos metalúrgicos, de um modo geral, sempre envolvem reações químicas. Desse modo, é importante saber lidar com as quantidades envolvidas nessas reações. 17 1.3. Estequiometria de Reações Químicas Agora será utilizada a definição de mol para abordar alguns problemas simples relativos à reações químicas. Para tal, será escolhida uma reação química de grande importância na metalurgia: a reação de queima do carbono com oxigênio produzindo monóxido de carbono, representada abaixo: ( ) ( ) ( )gg2s COO2 1 C =+ As letras minúsculas entre parênteses, abaixo dos símbolos químicos dos elementos ou compostos, representam as fases em que eles se encontram: s: sólido l: líquido g: gás A equação para a reação química pode ser interpretada da seguinte maneira: 1 mol de carbono sólido combina-se com meio mol de oxigênio gasoso para produzir 1 mol de monóxido de carbono gasoso. Um ponto importante nessas equações é que o número de moles de cada elemento deve ser igual em ambos os lados do sinal de igualdade. A seguir alguns exemplos envolvendo a reação acima serão resolvidos. _________________________ Exemplo: Deseja-se queimar 1 kg de carbono com oxigênio, produzindo CO. Determinar o volume de oxigênio a ser gasto nessa queima e o volume de CO produzido. Caso esse oxigênio esteja contido no ar, qual o volume de ar necessário a essa queima? Solução: Inicialmente, determina-se o número de moles de carbono a ser queimado. Tem-se: 18 moles33,83 mol/g12 g10001 nC = ´ = Pelas proporções envolvidas na reação, pode-se escrever as relações abaixo: C2O n 2 1 n ×= CCO nn = Assim, tem-se: moles67,41 2 33,83 n 2O == nCO = 83,33 moles Conhecendo os números de moles, determina-se os volumes correspondentes nas condições normais. Sabe-se que nessas condições cada mol ocupa 22,4 litros, logo: 3 CO 3 2O Nm867,11N59,18664,2233,83V Nm933,01N41,9334,2267,41V ==´= ==´= Se o oxigênio acima estivesse contido no ar, o volume de ar poderia ser calculado, lembrando-se que o ar seco a porcentagem de O2 é de 21%. Assim: Var seco = 3 2O Nm443,4 21 100 933,0 21 100 V =´=´ 19 Exemplo: Deseja-se queimar carbono com 1000 Nm3 de ar seco. Calcular a massa de carbono a ser consumida e o volume de CO gerado. Solução: Utilizando uma relação deduzida anteriormente, avalia-se o número de moles de oxigênio: 9375 4,22 1 100 21 10001000n 2O =´´´= moles Pela estequiometria da reação, obtém-se: 750.1893752n2nn 2OCOC =´=×== moles A massa de carbono é calculada multiplicando seu número de moles pela massa atômica. Assim: kg225g000.22512750.1812nm CC ==´=´= E o volume de CO, nas condições normais: 3 CO Nm4201N000.4204,22750.18V ==´= _________________________ Uma outra reação de queima do carbono é expressa pela equação abaixo: C(s) + O2(g) = CO2(g) Por essa reação, 1 mol de carbono reage com 1 mol de O2, formando 1 mol de CO2. 20 Exemplo: Calcular o volume de ar necessário para reagir com 1 kg de carbono, sabendo-se que 70% do carbono vai formar CO e 30% vai formar CO2. Solução: Primeiramente, calcula-se o número de moles de carbono a ser queimado: 33,83 12 1000 1nC =´= moles O número de moles de carbono que vai formar CO é dado por: 33,587,033,83nCOC =´= moles 0,253,033,83n 2COC =´= moles O número de moles de O2 consumido na formação de CO é: 17,29 2 33,58 2 n n CO CCO 2O === moles O número de moles de O2 consumido na formação de CO2 é: 25nn 2COC 2CO 2O == moles O total de oxigênio a ser consumido é: 17,540,2517,29nnn 2CO 2O CO 2O total 2O =+=+= moles Nas condições normais, o volume de O2 é: 3 2O Nm213,11N41,12134,2217,54V ==´= 21 e o volume de ar seco é: 3 ar Nm776,521 100 213,1V =´= _________________________ Exemplo: Em processos de redução direta de minérios de ferro ocorre a seguinte reação: ( ) ( ) ( ) ( )g2sgs32 CO3Fe2CO3OFe +=+ Deseja-se produzir uma tonelada de ferro através da reação acima. Calcular o volume de CO consumido no processo e a massa de Fe2O3 a ser utilizada. Solução: Interpretando a reação, observa-se que 1 mol de Fe2O3 reage com 3 moles de CO, produzindo 2 moles de Fe e 3 moles de CO2. Determina-se, inicialmente o número de moles de Fe a ser produzido: 1,905.17 mol/g85,55 g101 n 6 Fe = ´ = moles Pela estequiometria da reação, tem-se: 2 moles de Fe ---------------------------------- 3 moles de CO 17.905,1 moles de Fe ------------------------- x Por regra de três: 65,857.26n 2 3 n FeCO =×= moles Logo, o volume de CO é: 22 361,601136,611.6014,2265,857.264,22 NmNnV COCO ==´=´= Ainda pela estequiometria da reação; 55,89521,905.17 2 1 n 2 1 n Fe3O2Fe =´=×= moles e a massa é dada por: kg72,1429g24,722.49.17,1595,8952MPnm 3O2Fe3O2Fe3O2Fe ==´=×´= _________________________ Exemplo: Em um forno deseja-se fazer a redução de 1 tonelada de sílica empregando o carbono. A reação é: SiO2(1) + 2C(s) = Si(l) + 2CO(g) Calcular a massa de carbono necessária ao processo e a massa de silício produzido. Solução: Pela observação da equação acima, tem-se: 1 mol de sílica reage com 2 moles de carbono, produzindo um mol de silício e dois moles de CO. Avalia-se o número de moles de SiO2: 70,641.16 09,60 101 SiOMP g101 n 6 2 6 2SiO = ´ = ×× ´ = moles Pela estequiometria, tem-se: 40,83.370,641.1622nn 2SiOC =´=´= moles 23 A massa de carbono é: kg4,3998,400.3991240,283.33CAPnm CC ==´=××´= O número de moles de silício é: 70,641.16nn 2SiOSi == moles e sua massa: kg47,46g47,465.46709,287,641.16SiMPnm SiSi ==´=××´= _________________________ Os conceitos vistos até agora serão utilizados no desenvolvimento de balanços de massa. 1.4. Balanços de Massa O balanço de massa para qualquer processo metalúrgico está baseado na seguinte expressão: a matéria não pode ser criada ou destruída em um dado sistema. Matematicamente, essa expressão pode ser colocada da seguinte forma: Entrada de massa = Saída de massa + Acumulação de massa De um modo geral, nos processos metalúrgicos, contínuos ou em bateladas, não existe acumulação de massa. Desse modo, pode-se igualar as entradas e saídas de massa. Em processos contínuos, podem ocorrer acumulações de massa em curtos períodos de tempo (positiva e negativa), de tal modo que a longo prazo a acumulação seja nula. Esse caso é visto na figura abaixo: 24 Figura 1 – Exemplo de balanço de K2O e S no alto-forno de Solmer na França. Nessa figura observa-se que houve períodos onde ocorreu uma acumulação positiva de K2O (entradas superam as saídas) e períodos onde a acumulação foi negativa (saídas maiores que as entradas). No caso do enxofre, durante o tempo estudado o acúmulo foi sempre positivo.Apesar disso, a tendência a longo prazo é de que as acumulações sejam nulas, de tal modo que se possa igualar as entradas e saídas de massa. Os dados necessários para o desenvolvimento de um balanço de massa são: pesos e análises químicas de todos os materiais carregados ou produzidos no sistema. As principais causas de erro que impedem o fechamento exato de um balanço de massa são: - erros de pesagem; - erros de análise química: amostragem e equipamentos. Devido a esses erros, um balanço de massas nunca fecha exatamente. Não é raro atribuir a culpa de desvios de controle de processos a tipos de modelos matemáticos utilizados, quando na verdade qualquer que seja o modelo ele nada mais fará que propagar os erros já existentes nas informações fornecidas. Desse modo, é de extrema importância minimizar os erros de pesagem e análise química. Através da técnica de simulação de Monte Carlo é 25 possível detectar quais os erros que causam as maiores variações na qualidade do produto. Com isso, pode-se focalizar a atenção nesses erros, buscando reduzi-los. A seguir, serão resolvidos alguns exemplos simples de balanço de massa, envolvendo os conceitos básicos vistos até agora. _________________________ Exemplo: Um gás natural analisando 85%CH4, 10%C2H6, 4,5%N2 e 0,5%CO2 é queimado com ar seco. A análise ORSAT (base seca) do gás produto da combustão é 9,8%CO2, 3,8%O2 e 86,4%N2. Calcular: a) Nm3 gás natural/Nm3 de gás produto (base seca) b) Nm3 de ar usado/Nm3 de gás natural c) Composição do gás produto, em base úmida. Solução: Tomando como base 1 Nm3 de gás natural, tem-se: 95,37 100 85 4,22 10001 n 4CH =´ ´ = moles 46,4 100 10 4,22 10001 n 6H2C =´ ´ = moles 01,2 100 5,4 4,22 10001 n 2N =´ ´ = moles 22,0 100 5,0 4,22 10001 n 2CO =´ ´ = moles Fazendo-se um balanço de carbono, tem-se: carbono no gás natural = carbono no gás produto 26 O número de moles de carbono no gás natural é dado por: 09,4722,046,4295,37nn2nn 2CO6H2C4CHC =+´+=+×+= Esse número de moles de carbono é igual ao número de moles de carbono no gás produto. O número de moles de C no gás produto é igual ao número de moles de CO2 nesse gás. Assim: ( ) V38,4 100 8,9 4,22 1000NmV nn 3 2COC ×=´ ´ == onde V é o volume de gás produto (base seca) Igualando entradas e saídas de carbono, obtém-se: 47,09 = 4,38 . V V = 10,75 Nm3 Desse modo, a proporção gás natural/gás produto é: 0,093 Nm3 de gás natural/Nm3 de gás produto (base seca). Para determinar o volume de ar usado, pode-se desenvolver um balanço de nitrogênio. Para esse balanço, tem-se a seguinte equação: N2 no gás natural + N2 no ar = N2 no gás produto. No ar tem-se: ( ) ar 3 arar 2N V268,35 100 79 4,22 1000NmV n ×=´ ´ = No gás produto: 27 643,414 100 4,86 4,22 100075,10 n produto 2N =´ ´ = moles Assim tem-se: 2,01 + 35,268 . Var = 414,643 Logo: Var = 11,70 Nm 3 Daí: 11,70 Nm3 de ar usado/Nm3 de gás natural Esse volume poderia ter sido calculado também a partir de um balanço de oxigênio. Nesse caso ter-se-ia: O2 contido no gás natural + O2 contido no ar = O2 contido no gás produto No gás natural, tem-se: 22,0nn 2CO2O == moles No ar, obtém-se: ( ) ar 3 ar 2O V375,9 100 21 4,22 1000NmV n ´=´ ´ = O O2 contido no gás produto é calculado pela seguinte relação: 28 moles.031,47 100 8,9 4,22 100075,10 n moles.237,18 100 8,3 4,22 100075,10 n 2 n nnn 2CO 2O O2H 2CO2O produto 2O =´ ´ = =´ ´ = ++= Para determinar OH2n é necessário fazer um balanço de hidrogênio. As reações pertinentes são: CH4 + 2O2(g) = CO2(g) + 2H2O(g) C2H6(g) +7/2 O2(g) = 2CO2(g) + 3H2O(g) Assim: 28,8946,4395,37232 6242 =´+´=×+×= HCCHOH nnn moles Logo: 908,109 2 28,89 031,47237,18n produto 2O =++= moles Igualando entradas e saídas de oxigênio, tem-se: 0,22 + 9,375 . Var = 109,908 moles Var = 11,70 Nm 3 Como já era de se esperar, fazendo-se um balanço de oxigênio ou de nitrogênio o resultado é o mesmo. 29 De posse dos resultados obtidos, pode-se calcular a composição do gás produto (base úmida). 28,89n O2H = moles 085,4775,1038,4n 2CO =´= moles 643,414n 2N = moles 237,18n 2O = moles ou em termos de porcentagem base úmida: CO2 = 8,27% H2O = 15,68% N2 =72,85% O2 = 3,20% _________________________ Exemplo: Um dado combustível tem a seguinte análise: 82%C, 14%H e 4%O em peso. Ele é queimado com 10% de excesso de ar (em relação ao estequiométrico). Calcular: a) Nm3 de ar seco usado/kg de óleo; b) Nm3 de gás produzido/kg de óleo (base seca); c) Nm3 de gás produzido/kg de óleo (base úmida); d) composição de gás produzido (base seca). Solução: Tomando como base 1 kg de óleo, tem-se: - número de moles de carbono: 33,68 100 82 12 1000 1nC =´´= moles 30 - número de moles de H2: 70 100 14 2 1000 1n 2H =´´= moles - número de moles de O2: 25,1 100 4 32 1000 1n 2O =´´= moles A queima do combustível se passa com as seguintes reações: C(s) + O2(g) = CO2(g) H2(g) + ½ O2(g) = H2O(g) Logo, o oxigênio estequiométrico é dado por: 08,10225,1 2 70 33,68n 2 n narn 2O 2H C tricoestequiomé 2O =-+=-+= moles Com excesso de oxigênio de 10%, tem-se: 29,1121,108,102n ar 2O =´= moles Daí, determina-se o número de moles de ar: 71,534 21 100 29,112 21 100 nn ar 2Oar =´=´= moles e o volume de ar é dado por: 31 3 ar Nm98,111N6,119774,2271,534V ==´= Logo, consome-se 11,98 Nm3 de ar para cada kg de combustível. Os gases produto serão: CO2, H2O, N2 e O2. Desse modo, tem-se: 33,68nn C2CO == moles 70nn 2HO2H == moles 42,422 100 79 71,534 100 79 2 =´=´= arN nn moles 21,1008,10229,112nnn tricoestequiomé 2O ar 2O2O =-=-= moles O número de moles de gás produto, na base seca é: 96,50021,1042,42233,68 222 =++=++= ONCOgás nnnn moles kg/Nm22,111N5,221.11V 3gás == óleo O número de moles de gás produto, na base úmida é: 96,5707021,1042,42233,68 2222 =+++=+++= OHONCOgás nnnnn moles kg/Nm79,121N5,789.12V 3gás == óleo A composição do gás na base seca é: CO2 = 13,64% N2 = 84,32% O2 = 2,04% _________________________ Link para arquivo Combustão – Balanço de Massa 32 Exemplo: Em um reator carrega-se carbono em 1600 kg de Fe2O3. Injeta-se também 1600 Nm 3 de ar seco. Qual a massa de carbono carregada, supondo que todo o óxido de ferro é reduzido a ferro metálico e que 65% do carbono é oxidado a CO e o restante a CO2? Solução: Por um balanço de oxigênio pode-se chegar à solução. Tem-se: Entradas de oxigênio Saídas de oxigênio 1 – Contido no Fe2O3 1 – Combinado com C: CO e CO2 2 – Contido no ar Primeiramente, avalia-se as entradas de oxigênio. 1 – Contido no Fe2O3 O número de moles de Fe2O3 é: 79,018.10 7,159 000.1600 OFeMP 10001600 n 32 3O2Fe == ×× ´ = moles O número de moles de O2 contido nesse óxido é: 19,028.1579,018.10 2 3 n 2 3 n 3O2Fe2O =´=×= moles 2 – Contido no ar 000.15 100 21 4,22 10001600 n ar 2O =´ ´ = moles Desse modo, as entradas de oxigênio são: 19,028.30000.1519,028.15 2 =+=totalOn moles 33 Avalia-se agora as saídas de oxigênio: 1 – Combinado com o C Chamando de M a massa de C em kg, calcula-se o número de moles de carbono: M33,83 12 1000M CAP 1000M nC ×= ´ = ×× ´ = O número de moles de CO é: M16,54M33,8365,0n65,0n CCO ×=×´=×= e o de CO2: M17,29n35,0n C2CO ×=×= O número de moles de O2 contidonesses gases é: M25,56M17,29M16,54 2 1 nn 2 1 n 2CO2CO2O =×+×´=+= Igualando entradas e saídas de carbono, obtém-se: 30.028,19 = 56,25 . M M = 533,83 kg de carbono _________________________ Exemplo: Em um reator injeta-se 1.250 Nm³ de Ar com 18g de umidade e deseja-se produzir uma liga com a seguinte composição: Fe = 94,5% C = 4,5% Si = 0,6% Sabendo-se que o gás gerado possui as seguintes relações: 34 CO/CO2 = 1,2 e H2/H2O = 1,0 Calcular : a) Massa de Fe2O3 e SiO2 para produzir 1,0t de liga; b) Massa de Carbono necessária para queima; c) Volume de Gás Gerado. _________________________ A seguir serão resolvidos dois exemplos de balanço de massa, aplicados a processos industriais: fabricação de gusa em alto-forno e fabricação de aço no conversor L.D. 1.5. Aplicação de Balanços de Massa a Processos Industriais A aplicação de balanços de massa a processos industriais pode ter várias finalidades. Dentre elas pode-se citar: - cálculo da carga a ser usada num dado processo. Como, por exemplo, cálculo de carga para o alto-forno; - cálculo do consumo de insumos: determinação do volume de oxigênio a ser usado na fabricação de aço pelo processo L . D; - determinação de períodos de acumulação positiva ou negativa de determinados compostos. Exemplo: álcalis no alto-forno. O balanço de massa é também parte fundamental no desenvolvimento de modelos matemáticos para controle de processos. Daí, a sua grande importância dentro da metalurgia. 1.5.1. Balanço de Massa Aplicado ao Alto-Forno O alto-forno é uma estrutura vertical cilíndrica de chapa de aço, revestido com tijolos refratários refrigerados à água. O corpo do alto-forno é composto pela cuba, pelo ventre, pela rampa e o cadinho, que é o fundo do alto-forno. A cuba, o ventre e a rampa geralmente são revestidas com Link para arquivo Reator – Balanço de Massa 35 tijolos silico-aluminoso ou de carbeto de sílicio, e o cadinho com tijolos de carbono. As ventaneiras são usadas para injeção de ar quente, e também podem ser utilizadas para injeção de finos de carvão. Os maiores altos-fornos atualmente têm aproximadamente de 80m de altura, 35m de altura em seu corpo com 16m de diâmetro máximo interno, e 5.200m³ no volume interno. Um alto-forno desse tamanho pode produzir aproximadamente 10.000t de gusa por dia. A figura 2 mostra uma vista de um alto-forno e suas instalações auxiliares. Figura 2- Vista esquemática de um alto-forno e suas instalações auxiliares. O equacionamento a ser desenvolvido no exemplo a seguir foi feito de modo a permitir a sua utilização no cálculo de carga para alto-fornos empregando programação linear. _________________________ Exemplo: A tabela a seguir mostra as matérias primas disponíveis para utilização em um alto- forno. As matérias primas de 1 a 3 são diferentes tipos de minério de ferro, a de número 4 é calcário, 5 é dolomita, 6 é quartzo, 7 é bauxita, e 8 é o minério de manganês. O número 9 correspondente as cinzas do carvão vegetal. Transportador de Carga Coque Sinter Pellet Minério Fe Furo de Escória Ventaneiras Carro de Escória Furo de Corrida Carro Torpedo Silo Lavador de gás CowpersGoela Cuba Ventre Rampa Tubo de Coleta Linha de Carga Cone Inferior A r Q uente G ás A lto -F or no Exaustão 36 Matéria Prima Fe Mn P CaO Al2O3 SiO2 MgO 1 65.68 .48 .04 .04 1.27 2.51 .02 2 64.05 .07 .08 0.00 1.89 2.63 0.00 3 66.75 .15 .03 0.00 .70 1.23 0.00 4 3.66 0.00 0.00 50.54 0.00 .44 1.94 5 2.27 .54 .04 29.02 .33 2.57 19.65 6 .60 0.00 0.00 0.00 .10 96.39 0.00 7 2.97 0.00 0.00 0.00 56.67 6.57 0.00 8 9.95 24.12 .13 0.00 17.00 12.00 0.00 9 8.05 .76 1.03 33.00 5.20 17.73 5.40 Faz-se uma carga com as seguintes massas das diversas matérias primas: Matéria-prima Massa (kg/t . gusa) 1 543,16 3 873,58 4 95,49 5 53,38 6 61,34 Sabendo-se que: - teor de carbono no gusa: 4,5% - teor de silício no gusa: 0,6% - teor de FeO na escória: 1,5% - teor de MnO na escória: 1,0% - massa de cinzas do carvão vegetal: 30,0 kg/t . gusa Calcular: - massa e composição de gusa e escória; - basicidades binária e quaternária da escória. 37 Solução: Antes de se iniciar os cálculos, deve-se estabelecer as suposições a serem feitas. São elas: - o CaO, MgO e Al2O3 se incorporam integralmente a escória; - o P todo incorporado ao gusa; - o Fe, Mn e Si se distribuem entre o gusa e escória (para onde vão nas formas de FeO, MnO e SiO2, respectivamente). Inicialmente faz-se um balanço de CaO. massa de CaO na carga = massa de CaO na escória. Tem-se: Massa de CaO na carga = ( )å = × 9 1i i 100/CaO%Mi onde: Mi = massa da matéria prima “i” (kg/t . gusa); (%CaO)i = teor de CaO na matéria prima “i”. Assim: massa de CaO na carga = 73,87 kg/t . gusa Por procedimentos análogos, determina-se a massa de Al2O3 e MgO na carga. Obtém-se: massa de Al2O3 na carga = 14,81 kg/t . gusa massa de MgO na carga = 14,07 kg/t . gusa Para a sílica tem-se o seguinte balanço: massa de SiO2 na carga = massa de SiO2 na escória + massa de sílica reduzida Por expressão semelhante à do CaO, obtém-se: 38 massa de sílica na carga = 90,61 kg/t . gusa A massa de sílica reduzida pode ser determinada lembrando-se da reação abaixo: SiO2(l) = Si(l) + O2(g) Calcula-se o número de moles de Si no gusa: ( ) ( ) 60,213 10009,28 6,010001000 100 Si% SiAP 1000kgm n gusagusagusaSi =´ ´´ =´ ×× ´ = moles Pela estequiometria da reação, tem-se: 60,213 2 == gusaSi reduzida SiO nn moles e: massa de SiO2 reduzida = kg84,12g17,1283509,6060,213SiOMPn 2 reduzida 2SiO ==´=××´ Finalmente: massa de sílica na escória = 90,61 – 12,84 = 77,77 kg/t . gusa A massa total de escória é dada por: MnOFeOMgO3O2AlCaOescória mmmmmm ++++= Mas pelos dados fornecidos sabe-se que: ( ) 50,2MnO%FeO%100 m mm escória escória MnOFeO =+=´ + 39 Substituindo na relação anterior: 100 m5,2 mmmmm escória 2SiOMgO3O2AlCaOescória ´ ++++= Isolando a massa de escória do lado esquerdo, obtém-se: ( ) ( ) ( ) gusa.t/kg15,185025,01 77,7707,1481,1487,73 100 5,2 1 mmmm m 2 SiOMgO3O2AlCaO escória =- +++ = ÷ ø ö ç è æ - +++ = E a composição da escória é: 0,1MnO% 5,1Fe% 0,42100 15,185 77,77 SiO% 60,7100 15,185 07,14 MgO% 00,8100 15,185 81,14 OAl% 90,39100 15,185 87,73 CaO% 2 32 = = =´= =´= =´= =´= Determina-se agora a composição do gusa. Inicialmente, tem-se o balanço de ferro, dado pela expressão a seguir: Massa de ferro na carga = massa de Fe no gusa + massa de Fe na escória (na forma de FeO) Tem-se: 40 massa de ferro na carga = ( ) å = = 9 1i i i gusa.t/kg35,947100 Fe% M massa de Fe na escória = ( ) 16,2 85,71 85,55 100 5,1 15,185 FeOMP FeAP 100 FeO% mescória =´´=×× ×× ´´ Por diferença, obtém-se: massa de Fe no gusa = 945,19 kg/t.gusa Para o manganês, tem-se um balanço semelhantes ao do ferro. Logo: massa de Mn na carga = ( ) å = = 9 1i i i gusa.t/kg43,4100 Mn% M massa de Mn na escória = ( ) gusa.t/kg43,1 94,70 94,54 100 0,1 15,185 MnOMP MnAP 100 MnO% mescória =´´=×× ×× ´´ e daí: massa de Mn no gusa = 4,43 – 1,43 = 3,00 kg/t . gusa Para o fósforo, tem-se o seguinte balanço: Massa de P na carga = massa de P no gusa Mas: Massa de P na carga = ( ) gusa.t/kg81,0 100 P% M 9 1i i i =å = 41 Como a massa de gusa é 1 tonelada, determina-se sua composição: 5,4C% 6,0Si% 08,0100 1000 81,0 P% 3,0100 1000 0,3 Mn% 52,94100 1000 19,945Fe% = = =´= =´= =´= Finalmente, calcula-se as basicidades binária e quaternária da escória: - basicidade binária = 95,0 0,42 9,39 SiO% CaO% 2 == - basicidade quaternária = 95,0 80,42 6,79,39 OAl%SiO% MgO%CaO% 322 = + + = + + _________________________ Exemplo: Para a produção em um alto-forno a coque tem-se as seguintes matérias-primas disponíveis: 42 Tabela I – Análises Químicas das Matérias-Primas disponíveis. Análise Química (%) Matéria-Prima Fe SiO2 Al2O3 CaO MgO Mn P Sinter 58,13 5,42 1,41 8,21 1,53 0,70 0,05 Minério de Ferro 65,42 4,18 1,12 - - 0,42 0,07 Calcáreo 4,03 1,31 0,19 54,35 0,20 - - Dolomita 1,88 2,10 0,50 31,20 23,40 - 0,04 Quartzo 0,74 94,40 3,66 - - - - Cinza (coque) - 35,40 10,40 15,10 5,20 - - Os produtos gerados têm as seguintes análises: Tabela II – Análise Química do Ferro Gusa. Análise Química (%) Produto Massa (kg) Fe C Si Mn P Ferro Gusa 1000 94,74 4,50 0,39 0,27 0,10 Tabela III – Análise Química da Escória e do Pó do Coletor. Análise Química (%) Produto Massa (kg) Fe SiO2 Al2O3 CaO MgO MnO Escória 320 0,50 33,80 14,30 42,50 6,50 0,34 Pó do Coletor 16 54,50 5,80 1,42 7,52 2,40 0,05 As proporções de sinter e minério de ferro na carga são fixadas em 75 e 25%, respectivamente, e o peso da cinza do coque carregado é de 45kg. Determinar: a) Massa a ser carregada das matérias-primas disponíveis; 43 b) Volume de Escória mínimo que poderia ser conseguido; c) Analisar o efeito da relação CaO/SiO2 na escória sobre o volume mínimo _________________________ 1.5.2. Balanço de Massa Aplicado ao Conversor L.D. A principal função do conversor L.D. é descarburar o ferro-gusa usando gás oxigênio puro. Em um conversor L.D. com sopro pela “boca”, o oxigênio puro é soprado, através da lança, como um jato de alta velocidade contra a superfície do gusa, possibilitando sua penetração no banho de metal. Sob essas condições, o oxigênio reage diretamente com o carbono do gusa produzindo monóxido de carbono. Esse reator pode refinar 200t de gusa com 4,3% de carbono para 0,04% em aproximadamente 20 minutos. A figura 3 mostra uma vista de uma aciaria LD e as diferentes configurações do convertedor. Figura 3 - Aciaria LD e possíveis configurações do convertedor. Link para arquivo Alto-forno – Balanço de Massa Silo de Matéria-Prima Exaustão do Gás de Topo Sub-lança Lança Panela de Gusa Caixa de Sucata Panela de Aço Panela de Escória LD Sopro pela “Boca” Sopro pelo Fundo Sopro Combinado Gás O2 puro Gás O2 puro Gás combustível refrigerante Gás O2 puro e fluxante Gás Inerte Gás CO2 Gás O2 puro e fluxante 44 A aplicação de balanços de massa ao conversor L. D. tem, normalmente, como principal finalidade a determinação do volume de oxigênio necessário ao processo. A massa de cal a ser adicionada e a massa de escória obtida também podem ser calculadas através desses balanços. _________________________ Exemplo: A tabela abaixo mostra as matérias primas disponíveis para fabricação do aço e suas respectivas análises químicas. Elemento Matéria Prima C (%) Mn (%) Si (%) P (%) Fe (%) Gusa líquido 4,20 0,62 0,58 0,10 94,50 Gusa sólido 3,80 0,80 1,80 0,12 93,48 Fe – Mn sólido 7,90 75,30 2,53 0,32 13,95 A massa de cada uma dessas matérias primas carregadas no conversor L. D. é: - gusa líquido: 880 kg/t . aço - gusa sólido: 219 kg/t . aço - Fe – Mn sólido: 4 kg/t . aço E a composição do aço obtido é: C = 0,09% Mn = 0,45% P = 0,03% Fe = 99,43% Sabendo-se que: - 10 kg de Fe são projetados para fora do conversor L. D.; - o carbono é oxidado a CO e CO2, na seguinte proporção: 80% CO e 20% CO2; - a massa de cal a ser adicionada é determinada pela seguinte relação: ( )PSiCaO m72,2m417,1m ×+×= onde: mSi = massa de silício na carga (kg); 45 mP = massa de fósforo na carga (kg). Calcular: - a massa de CaO a ser adicionada; - a massa e a composição da escória obtida; - volume de oxigênio necessário ao processo. Solução: Inicialmente, determina-se a massa de CaO a ser carregada. Para tal, avalia-se as massas de Si e P carregadas no conversor. Tem-se: ( ) å = = 3 1i i iSi 100 Si% Mm onde: - Mi = massa de cada matéria prima kg/t . aço - (%Si) = teor de silício em cada matéria prima. Usando a relação acima, obtém-se: mSi = 9,147 kg/t . aço Através de relação análoga, calcula-se a massa de fósforo. Obtém-se: mP = 1,156 kg/t . aço Pela relação fornecida, obtém-se a massa de CaO: mCaO = 1,17 (4 x 9,147 + 2,72 x 1,156) = 67,545 kg/ t . aço 46 Para se calcular a massa e a composição da escória deve-se lembrar que ela será composta pelos seguintes óxidos; CaO, SiO2, MnO, FeO e P2O5. Na determinação das massas desse óxidos na escória, deve-se fazer balanços de massa para os seguintes elementos: Si, Mn, Fe e P. Observando-se a composição do aço obtido, pode-se estabelecer o seguinte balanço para o silício: Massa de silício na carga = massa de silício na escória (na forma de SiO2). Logo, tem-se: kg567,19 09,28 09,60 147,9 SiAP SiOMP mm 2Si2SiO =´=×× ×× ×= Para o manganês, tem-se o seguinte balanço: massa de Mn na carga = massa de Mn no aço + massa de Mn na escória (na forma de MnO) Logo, obtém-se: ( ) açot/kg22,10 100 Mn% Mm ii aargc Mn ×== å ( ) ( ) açot/kg5,4 100 Mn% kgmm açoaço aço Mn ×=´= Por diferença; aço.t/kg72,55,422,10mmm açoMn aargc Mn escória Mn =-=-= E a massa de MnO é dada por: aço.t/kg386,7 94,54 94,70 72,5 MnAP MnOMP mm escóriaMnMnO =´=×× ×× ´= 47 Para o ferro, tem-se: massa de Fe na carga = massa de Fe no aço + massa de Fe na escória (na forma de FeO) + massa de Fe projetado Avaliando cada uma das parcelas acima, obtém-se: ( ) ( ) açot/kg10m açot/kg3,994 100 Fe% )kg(mm açot/kg879,1036 100 Fe% Mm projeção Fe aço aço aço Fe 3 1i i i aargc Fe ×= ×=´= ×== å = Por diferença, calcula-se a massa de Fe na escória: açot/kg579,32mmmm projeçãoFe aço Fe aargc Fe escória Fe ×=--= Logo, a massa de FeO na escória é: açot/kg913,41 85,55 85,71 579,32 FeAP FeOMP mm escóriaFeFeO ×=´=×× ×× ´= Finalmente, para o fósforo tem-se: massa de P na carga = massa de P no aço + massa de P na escória (na forma de P2O5) Obtém-se: 48 ( ) ( ) açot/kg3,0 100 P% kgmm açot/kg156,1m aço aço aço P aargc P ×=´= ×= Logo: açot/kg856,0mescóriaP ×= E a massa de P2O5 é dada por: açot/kg962,1 97,302 94,141 856,0 PAP2 OPMP mm 52escóriaP5O2P ×=´ ´= ××× ×× ´= A massa de escória é: açot/kg373,138mmmmmm 5O2PFeOMnO2SiOCaOescória ×=++++= e sua composição: CaO = 48,81% MnO = 5,34% P2O5 = 1,42% SiO2 = 14,14% FeO = 30,29% Para calcular o volume de oxigênio necessário, considera-se as reações abaixo: C(s) + ½ O2(g) = CO(g) C(s) + O2(g) = CO2(g) Si(l) + O2(g) = SiO2(l) Mn(l) + 1/2 O2(g) = MnO(l) 49 Fe(l) + 1/2 O2(g) = FeO(l) 2P(l) + 5/2 O2(g) = P2O5(l) Inicialmente, calcula-se o oxigênio consumido nas reações com o carbono. Tem-se o seguinte balanço para o carbono: Massa de C na carga = massa de C no aço + massa de C oxidado Avaliando cada uma das parcelas; açot/kg598,45m aargcC ×= açot/kg9,0maçoC ×= Por diferença: açot/kg698,44mOxidadoC ×= O número de moles de C oxidado é: 83,3728 12 1000698,44 12 1000m n oxidado Coxidado C = ´ = ´ = moles Desse total, 80% é convertido a CO e 20% a CO2, logo: 86,29798,0nn oxidadoC CO C =´= moles 97,7442,0nn oxidadoC 2CO C =´= moles E o número de moles de O2 consumido nessas reações é: 50 90,2234nn 21 n 2COC CO C C 2O =+×= moles Para as outras reações, considera-se os balanços já desenvolvidos. Para o oxigênio consumido na oxidação do silício, tem-se: 63,325 09,28 1000147,9 09,28 1000m n escória Sioxidado Si = ´ = ´ = moles 63,325nn oxidadoSi Si 2O == moles Para o oxigênio da oxidação do manganês, obtém-se: 11,104 94,54 100072,5 94,54 1000m n escória Mnoxidado Mn = ´ = ´ = moles 06,52 2 11,104 n 2 1 n oxidadoMn Mn 2O ==×= moles Na oxidação do ferro, tem-se: 33,583 85,55 1000579,32 85,55 1000m n escória Feoxidado Fe = ´ = ´ = moles 67,29133,583 2 1 n 2 1 n oxidadoFe Fe 2O =´=×= moles Na oxidação do fósforo, obtém-se: 51 64,27 97,30 1000856,0 97,30 1000m n escória Poxidado P = ´ = ´ = moles 55,3464,27 4 5 n 4 5 n oxidadoP P 2O =´=×= moles O oxigênio total consumido no processo é: 81,2938nnnnnn P 2O Fe 2O Mn 2O Si 2O C 2O total 2O =++++= moles e o volume nas condições normais: açot/Nm83,651N34,829.654,22nV 3total 2O2O ×==´= 52 EXERCÍCIOS 1. Determinar as massas moleculares dos seguintes compostos: a) Fe3O4 b) CaCO3 c) MgCO3 d) MnO2 e)WO3 f) PbS g) Cu2S h) Ni3S2 i) Mn3O4 j) CaF2 k) Na2O l) K2O Obter os valores por consulta direta aos “Dados Termodinâmicos para Metalurgistas” e pela soma dos pesos atômicos dos elementos. 2. Calcular o número de moles dos compostos acima, contido em uma tonelada de cada um desses materiais. 3. Calcular o número de moles de oxigênio (O2), nitrogênio (N2) e vapor d’água (H2O) contido em 1 kg desses gases. 4. Calcular o número de moles de Fe, C, Si, Mn, P e S contido em uma tonelada dos seguintes materiais: - ferro-gusa: Fe = 94,34% C = 4,3% Si = 0,52% Mn = 0,70% P = 0,102% S = 0,038% - aço: Fe = 99,506% C = 0,07% Si = 0,00% Mn = 0,38% P = 0,027% S = 0,017% 5. Calcular o número de moles de CaO, SiO2, Al2O3, MgO, MnO, FeO e P2O5 contido em 300 kg das seguintes escórias: - escória de alto-forno: CaO = 41,84% SiO2 = 36,39% Al2O3 = 13,56% MgO = 6,21% MnO = 0,8% FeO = 1,20% 53 - escória de aciaria L.D.: CaO = 42,00% SiO2 = 15,41% Al2O3 = 0,00% MgO = 6,52% MnO = 4,51% FeO = 29,37% P2O5 = 2,19% 6. Calcular o volume ocupado por 1 mol de gás nas seguintes condições: a) pressão = 1 atm; temperatura = 100ºC b) pressão = 1 atm; temperatura = 25ºC c) pressão = 1,5 atm; temperatura = 0ºC 7. Calcular o número de moles de oxigênio contido em 1000 m3 desse gás, medidos a 25ºC e 1 atmosfera de pressão. 8. Calcular os números de moles de oxigênio, nitrogênio e vapor d’água contidos em 1 Nm3 de ar com a seguinte composição: %O2 = 20,55 %N2 = 77,3 %H2O = 2,15 9. Calcular os números de moles de oxigênio, nitrogênio e vapor d’água contidos em 1 Nm3 de ar com 15g de umidade. 10. Quantos quilos de oxigênio são necessários para oxidar 100 kg de Fe a FeO? Qual é o valor correspondente em Nm3 de oxigênio? 11. Quantos Nm3 de ar são necessários para queimar 10kg de carbono a CO2? 12. Injeta-se 1 Nm3 de ar com 20g de umidade em um reator. Ocorrem as seguintes reações: C(s) + ½ O2(g) = CO(g) H2O(g) + C(s) = H2(g) + CO(g) Calcular a massa total de carbono consumido e os volumes de CO e H2 que são gerados. 54 13. Em um processo de redução direta (HyL) ocorre a seguinte reação: FeO(s) + CO(g) = Fe(s) + CO2(g) Carregou-se 1 tonelada de FeO no reator. Calcular o volume de CO consumido no processo e a massa de Fe produzida. 14. Em um forno deseja-se fazer a redução de 1 tonelada de MnO2 empregando o carbono. A reação é: MnO2(s) + 2C(s) = Mn(s) + 2CO(g) Calcular a massa de carbono necessária ao processo e a massa de manganês produzido. 15. Um óleo combustível tem a seguinte análise: 84% C, 15% H e 1% O em peso. Ele é queimado com 20% de excesso de ar (em relação ao estequiométrico). Calcular: a) Nm3 de ar seco usado/kg de óleo; b) Nm3 do gás produzido/kg de óleo (base seca); c) Nm3 de gás produzido/kg de óleo (base úmida); d) Composição do gás produzido (base seca). 16. Tem-se um gás com a seguinte análise (porcentagem em volume): CO = 16% CO2 = 9,5% CH4 = 7,5% H2 = 67% Transformar essa análise para porcentagem em peso. 17. Calcular o volume de gás na saída da zona de combustão de um alto-forno como função das seguintes informações: V – volume de ar (Nm3/t . gusa); U – umidade do ar (g/Nm3); 55 E – enriquecimento do ar (%); MO – massa de óleo combustível injetado (kg/t . gusa); (%C)0 – porcentagem de carbono no óleo; (%H)0 – porcentagem de hidrogênio no óleo. Lembrar que: - os gases que saem da zona de combustão são: CO, H2 e N2 - um enriquecimento do ar em 1% equivale a elevar o teor de O2 no ar seco para 22% e reduzir o de nitrogênio para 78% - o óleo combustível sofre craqueamento, decompondo-se em carbono e hidrogênio (H2). Testar o equacionamento desenvolvido com os seguintes dados: V = 1200 Nm3 / t gusa U = 20 g/Nm3 E = 2% M0 = 50 kg/t gusa (%C)0 = 86% (%H)0 = 14%
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