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RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: O GERENCIAMENTO DE RESIDUOS SÓLIDOS URBANOS NO MUNICÍPIO DE SÃO DOMINGOS DO CAPIM/PA

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: O 
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO MUNICÍPIO DE SÃO 
DOMINGOS DO CAPIM/PA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Castanhal 
2016
 
 
ARLIENE DO SOCORRO BATISTA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA: O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO 
MUNICÍPIO DE SÃO DOMINGOS DO CAPIM/PA 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Faculdade de 
Administração da Universidade Federal do 
Pará, como requisito parcial para 
obtenção do título de Bacharel em 
Administração. 
 
Orientadora: Prof.ª MSc Benedita Maria 
Diniz da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Castanhal 
2016
 
 
ARLIENE DO SOCORRO BATISTA DOS SANTOS 
 
 
 
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO 
PUBLICA: O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO 
MUNICÍPIO DE SÃO DOMINGOS DO CAPIM/PA 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
submetido à banca examinadora 
designada pela Coordenação do Curso de 
Administração da Universidade Federal do 
Pará, como requisito parcial para 
obtenção do título de Bacharel em 
Administração. 
 
 
Defendido e aprovado em: 10 de junho de 2016. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
_______________________________________ 
Prof.ª MSc. Benedita Maria Diniz da Silva – Orientadora 
 
___________________________________ 
Prof.ª MSc. Ângela Maria da Silva Kobayashi – Membro 
 
___________________________________ 
Prof.ª MSc. Fíbia Brito Guimarães – Membro 
 
 
 
Castanhal 
2016
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho à minha avó Izabel 
Gomes Batista (in memoriam), que foi 
trabalhadora rural e analfabeta e, mesmo 
com todas as dificuldades, sempre fez 
questão de que os filhos aprendessem a 
ler e escrever, pois acreditava que a 
educação era o caminho para uma vida 
melhor. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço a minha mãe, ex-professora Irene Batista, que foi quem me ensinou 
a escrever, que não me deixou desistir as vésperas de ir fazer a prova do vestibular, 
que por vários meses acordou de madrugada para fazer a comida que seria meu 
almoço na faculdade, e por ter cuidado da Luna (cadela que adotei no primeiro 
semestre do curso) nos períodos que passei longe de casa. 
Agradeço a minha tia, Maria das Graças, que me acolheu por mais de um ano 
em sua casa em Belém, no período de estágio obrigatório. 
Agradeço especialmente a Jaciara Cristina e a Naiana Amaral que nunca 
desistiram de mim e sempre me incentivaram a voltar a estudar. 
Agradeço a Bióloga e Especialista em Gestão Ambiental e Desenvolvimento 
Sustentável Prof.ª Sabrina Miranda, que não mediu esforços em me ajudar, e que 
sempre tirou as dúvidas que surgiram durante a elaboração do mesmo. 
Agradeço a todos os meus colegas de turma e em especial a Equipe Mutley: 
Ane Cristina, Camila Santos, Luan Sávio, Mariana Biasi, Raquel Barbosa e Valdeir 
Damasceno. Vocês são os melhores! 
Agradeço a minha orientadora Prof.ª MSc Benedita Maria Diniz da Silva, que 
me deu todo suporte e as orientações necessárias para que eu concluísse este 
trabalho com êxito. 
Agradeço aos meus supervisores de estágio Paulo Galvão (Correios) e 
Nelson Moreira (Síntese Moradia e Construções), e a todos com que convivi durante 
esse período de experiência, os ensinamentos de vocês vou levar pra vida toda. 
 
 
RESUMO 
O presente trabalho objetivou a elaboração de um modelo de gerenciamento de 
resíduos sólidos urbanos para o munícipio de São Domingos do Capim, e buscou 
responder de que forma a utilização de um modelo de gerenciamento, geraria 
eficiência no tratamento desses resíduos para a administração pública municipal. A 
pesquisa foi realizada por meio de um estudo de campo, sob a categoria de estudo 
de caso. Utilizou-se técnicas de coleta de dados bibliográfica e documental, 
observação não estruturada e não participante e a aplicação de um questionário. 
Concluído o diagnóstico, constatou-se, entre outros, a ausência de coleta seletiva e 
a inadequada disposição final dos resíduos sólidos urbanos, além da ausência de 
um plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, o que impede o 
município de receber recursos da União destinados a serviços relacionados à gestão 
de resíduos sólidos, como previsto em lei. Recomendou-se que a administração 
pública busque adequar-se às diretrizes instituídas em lei e que execute ações 
baseadas nos padrões da gestão sustentável, a partir do modelo elaborado, aliando 
desenvolvimento econômico a consumo consciente, gerando melhorias na qualidade 
de vida da população. 
Palavras-chave: Administração Pública. Gestão Ambiental. Responsabilidade 
Socioambiental, Gestão de Resíduos Sólidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMEN 
El presente trabajo tiene como objetivo la elaboración de un modelo de 
gerenciamiento de residuos sólidos urbanos para el municipio de São Domingos do 
Capim, y buscó así, responder de qué forma la utilización de un modelo de 
gerenciamiento, pondría eficiencia en el tratamiento de esos residuos para la 
administración pública municipal. La investigación fue realizada por medio de un 
estudio de campo, bajo la categoría de estudio de caso. Fueron utilizadas técnicas 
de recaudo de datos bibliográfico y documental, observación no estructurada y no 
participante y la aplicación de un cuestionario. Hecho el diagnostico, fue constatada, 
entre otros, la ausencia de recauda selectiva y la inadecuada disposición final de los 
residuos sólidos urbanos, además de la ausencia de un plano municipal de gestión 
integrada de residuos sólidos, lo que impide el municipio de recibir recursos de la 
União destinados a los servicios relacionados a la gestión de residuos sólidos, como 
previsto en la ley. Fue recomendado que la administración pública busque 
adecuarse a las directrices instituidas en ley y que ejecute acciones basadas en los 
padrones de la gestión sustentable, desde el modelo elaborado, aliando desarrollo 
económico al consumo consciente, provocando así, mejorías en la cualidad de vida 
de la población. 
Palabras-claves: Administración Pública. Gestión Ambiental. Responsabilidad Socio 
Ambiental. Residuos Sólidos. 
 
 
LISTA DE TABELAS E GRÁFICO 
Tabela 1: Projeção do Crescimento Demográfico. .................................................... 53 
Tabela 2: Projeção da geração total dos resíduos (kg/hab. dia). .............................. 53 
Gráfico 1: Composição dos resíduos sólidos coletados em 2015. ............................ 54 
 
 
LISTA DE MAPA E IMAGENS 
Mapa 1: Localização geográfica do município de São Domingos do Capim ............. 46 
Imagem 1: Veículo coletando os resíduos domiciliares. ............................................ 55 
Imagem 2: Local onde são destinados os resíduos sólidos. ..................................... 56 
Imagem 3: Local onde são destinados os resíduos sólidos. ..................................... 56 
Imagem 4: Local onde são destinados os resíduos sólidos. ..................................... 57 
Imagem 5: Possível queima irregular de lixo a céu aberto. ....................................... 57 
Imagem 6: Terceirizado descartando lixo de veículo. ............................................... 58 
Imagem 7: Veículo fazendo o descarte do lixo .......................................................... 58 
Imagem 8: Posto de estrega voluntária. ....................................................................65 
Imagem 9: Lixeiras de coleta seletiva. ...................................................................... 66 
Imagem 10: Catadores realizando a triagem de resíduos. ........................................ 67 
 
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1: Evolução do Conceito de Administração Pública. .................................... 23 
Quadro 2: As Funções da Administração. ................................................................. 25 
Quadro 3: Diferenças entre o planejamento normativo e o PES. .............................. 27 
Quadro 4: Itens para elaboração do diagnóstico de um problema social. ................. 29 
Quadro 5: Estrutura dos Poderes da União e seus níveis. ........................................ 32 
Quadro 6: Eixos temáticos da Agenda Ambiental na Administração Pública. ........... 43 
Quadro 7: Código de cores para identificação de resíduos. ...................................... 44 
Quadro 8: Competências e atribuições. .................................................................... 62 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: Divisão da Administração Pública segundo as atividades exercidas. ........ 24 
Figura 2: Fluxograma de Problema e Programa. ...................................................... 30 
Figura 3: Fluxograma do atual processo de gerenciamento de resíduos sólidos 
urbanos no município. ............................................................................................... 59 
Figura 4: Organograma com órgãos e unidades ....................................................... 63 
Figura 5: Modelo de aterro sanitário. ......................................................................... 69 
Figura 6: Fluxograma com modelo de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos . 70 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14 
1.1 PROBLEMA .................................................................................................... 15 
1.2 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 16 
1.3 OBJETIVOS .................................................................................................... 17 
1.3.1 Geral............................................................................................................... 17 
1.3.2 Específicos .................................................................................................... 17 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 18 
2.1 REFORMAS DO ESTADO ............................................................................. 19 
2.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .......................................................................... 21 
2.2.1 Aspectos Estruturais .................................................................................... 22 
2.3 FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS ..................................................................... 25 
2.4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL (PES) ............................. 26 
2.4.1 Problema social ............................................................................................ 27 
2.4.2 Diagnóstico e causas de um problema social ........................................... 28 
3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL .................................................... 31 
3.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL ..................................................... 33 
3.2 GESTÃO PÚBLICA SUSTENTÁVEL (GPS) ................................................... 34 
3.3 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS) ............................ 37 
3.3.1 A regulamentação da PNRS ......................................................................... 37 
3.3.2 Diretrizes básicas da PNRS ......................................................................... 38 
3.3.3 Quanto à classificação dos resíduos .......................................................... 38 
3.3.4 Destinação e disposição final adequada .................................................... 39 
3.4 NORMAS PARA ARMAZENAGEM E TRANSPORTE DE RESÍDUOS .......... 40 
3.4.1 Local de Armazenamento ............................................................................ 40 
3.4.2 Transporte ..................................................................................................... 40 
4 AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA (A3P) ................. 42 
4.1 EIXOS TEMÁTICOS DA A3P ......................................................................... 42 
4.2 COLETA SELETIVA ....................................................................................... 43 
5 O MUNICÍPIO DE SÃO DOMINGOS DO CAPIM ........................................... 45 
5.1 FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA .................................................................... 46 
5.2 A POLÍTICA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE ............................................ 47 
6 METODOLOGIA ............................................................................................. 49 
 
 
6.1 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA ............................................................. 49 
6.2 QUANTO ÀS TÉCNICAS DE COLETA DOS DADOS .................................... 49 
6.2.1 Instrumentos utilizados para coleta e análise dos dados ......................... 50 
6.2.2 Universo e amostra....................................................................................... 51 
6.2.3 Análise dos dados ........................................................................................ 51 
7 ESTUDOS PRELIMINARES .......................................................................... 52 
7.1 SITUAÇÃO ATUAL DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ..... 52 
7.1.1 Estimativa da geração de resíduos sólidos ............................................... 52 
7.1.2 Composição dos resíduos sólidos urbanos .............................................. 53 
7.1.3 Equipamentos e unidades operacionais .................................................... 54 
7.1.4 Serviços ......................................................................................................... 54 
7.1.5 Coleta dos resíduos...................................................................................... 55 
7.1.6 Destino dos resíduos coletados .................................................................. 55 
7.1.7 Fluxograma do gerenciamento atual dos resíduos sólidos urbanos....... 59 
7.2 RESULTADO DO DIAGNÓSTICO ................................................................. 59 
8 PROGNÓSTICO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS............ 61 
8.1 PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO DE RESIDUOS SÓLIDOS ....................... 61 
8.2 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................... 61 
8.2.1 Órgãos e unidade administrativas que executarão as atividades ............ 62 
8.2.2 Capacitação dos colaboradores .................................................................. 64 
8.2.3 Coleta seletiva e sensibilização da sociedade ........................................... 65 
8.2.4 Participação de associações e cooperativas de catadores de matérias 
recicláveis. ............................................................................................................... 67 
8.2.5 Envolvimento dos agentes econômicos ..................................................... 68 
8.2.6 Implantação do aterro sanitário .................................................................. 68 
8.2.7 Modelo de gerenciamento de resíduos sólidos ......................................... 70 
8.3 RESULTADO DO PROGNÓSTICO ................................................................ 71 
9 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ......................................................... 73 
REFERÊNCIAS .........................................................................................................75 
ANEXO ..................................................................................................................... 79 
14 
 
1 INTRODUÇÃO 
Atualmente, observa-se que está acontecendo um aumento do envolvimento 
da sociedade no sentido de promover a preservação do meio ambiente, debates 
sobre impactos que determinadas ações podem causar, não se aplicam mais 
apenas a grandes organizações. A sociedade local do município de São Domingos 
do Capim, no Pará, também demonstra preocupação com os impactos e danos 
provenientes de ações incorretas, que podem afetar o ambiente urbano. 
As questões relacionadas à sustentabilidade, reciclagem, e a forma como os 
resíduos produzidos serão descartados na natureza, de modo que não gerem danos 
ao meio ambiente, não é mais exclusiva de ativistas ambientais, passou a ser 
assunto de interesse social. 
Segundo Castro e Araújo (2004, p. 562) “o movimento ambientalista surgiu da 
percepção da sociedade sobre a degradação ambiental em consequência da 
negligência das autoridades responsáveis”, e que o marco da integração do 
movimento com a consciência popular foi o livro “Primavera Silenciosa” de Rachel 
Carson, lançado em 1962. 
Ainda de acordo com os referidos autores, “nas últimas décadas, os 
problemas ambientas vêm assumindo um papel central nas discussões e agendas 
de todos os países do mundo” (CASTRO; ARAÚJO, 2004, p. 561). 
Castro e Araújo (2004, p. 563) afirmam que de um simples problema local, os 
problemas relacionados à questão do meio ambiente, passaram a ser considerados 
como parte do desenvolvimento como um todo, e que por isso poderia levar à 
degradação ambiental e por consequência à estagnação econômica. 
Essa questão esteve presente na discussão da Agenda 21, durante a ECO-
92, que em seu capitulo 21, de acordo com Castro e Araújo (2004, p. 564) trata da 
problemática dos resíduos sólidos, e afirma que políticas públicas nacionais para 
esse problema devem ser baseadas na diminuição dos resíduos produzidos, na 
maximização da reutilização e reciclagem, na promoção da disposição e do 
tratamento, e na ampliação da cobertura do serviço de coleta a toda população. 
Assim, visando a implantação de políticas públicas voltadas para o 
desenvolvimento sustentável, foi instituída no Brasil, em 2010, a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos – PNRS (Lei 12.305/10), que objetiva regulamentar a forma como 
deve ser feita a gestão desses resíduos. 
15 
 
A PNRS tem como principal objetivo a implantação da gestão integrada de 
resíduos sólidos, que tem por finalidade promover ações voltadas para a busca de 
soluções referentes a esses resíduos, considerando fatores políticos, econômicos, 
ambientais, culturais e sociais, aliados ao desenvolvimento sustentável. 
Dentro desse contexto, faz-se necessário que a administração pública local, 
promova ações pautadas na Responsabilidade Socioambiental, e que se adeque 
aos novos modelos de gestão sustentável, que vem sendo padronizados e 
regulamentados por meio de legislações específicas. 
As organizações públicas devem estar em constante aperfeiçoamento, se 
mantendo atualizadas, a fim de aliar o uso dos recursos naturais de forma 
sustentável ao desenvolvimento econômico. 
O presente trabalho é composto por nove partes: Na Introdução, parte 1, faz-
se um breve relato sobre questões relacionadas à preocupação da sociedade com o 
meio ambiente e elementos referentes ao tema; Na parte 2, apresenta-se a 
fundamentação teórica da pesquisa; A parte 3 versa sobre a administração pública 
no Brasil, gestão pública sustentável e sobre a PNRS; A parte 4 discorre-se sobre a 
Agenda Ambiental na Administração Pública; A parte 5 é dedicada à apresentação 
do município onde se realizou a pesquisa; Na parte 6, aborda-se questões 
relacionadas à metodologia utilizada para obtenção dos resultados, A parte 7 
descreve os estudos preliminares e demonstra os resultados obtidos. Na parte 8, 
relata-se o prognóstico da pesquisa; e a parte 9 centra-se na conclusão do trabalho. 
1.1 PROBLEMA 
É notório que ainda há um déficit muito grande em relação à atenção que 
deveria ser dada por parte do poder público no que se refere à gestão de resíduos 
sólidos em muitas cidades e munícipios brasileiros. O gerenciamento desses 
resíduos, que quando executado de forma incorreta gera problemas 
socioambientais, é atribuído à esfera da administração pública local. Com base 
nesse contexto, por meio desta pesquisa, será investigado de que forma a utilização 
de um novo modelo de gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos, geraria 
eficiência no processo de tratamento desses resíduos, para administração pública do 
município de São Domingos do Capim. 
16 
 
1.2 JUSTIFICATIVA 
Dentro da ótica de Menezes (1996, p. 145 apud PEREIRA, 2011), que 
considera que no início desse século a maioria da população mundial estará vivendo 
em cidades, o grande desafio será de buscar o equilíbrio socioambiental nesse novo 
cenário. Pereira (2011) afirma que nos últimos 30 anos, grande parte dos municípios 
brasileiros vem sofrendo intenso processo de urbanização e isso vem gerando 
impactos ambientais. O aumento da geração de resíduos sólidos, em específico, 
torna necessário que haja um planejamento, manejo e alocação corretos desses 
resíduos, de modo que não comprometa o meio ambiente urbano e, 
consequentemente, a qualidade de vida da população local. 
Planos e Políticas de Gestão Sustentáveis estão sendo estabelecidos por 
meio de legislações federais, estaduais e municipais, que visam regulamentar a 
forma como resíduos sólidos são coletados, armazenados e qual deve ser seu 
destino final, contudo, é necessário que haja um maior conhecimento da população 
sobre as práticas públicas que são voltadas para o meio ambiente e gestão de 
resíduos sólidos. A obtenção desse conhecimento servirá para que a população 
local em questão possa cobrar de seus governantes, se for o caso, a adequação aos 
padrões de gerenciamento previstos em lei vigente. 
A contribuição para o meio acadêmico se dará pela importante relevância 
relacionada à problemática do tratamento e alocação dos resíduos sólidos urbanos, 
que ocasionam impactos tanto no âmbito social como no ambiental. 
Ao abordar políticas sociais embasadas em conhecimentos científicos, o 
presente trabalho poderá ser utilizado como fonte de informação para elaboração de 
outras pesquisas relacionadas ao tema, aumentando o nível de conhecimento 
direcionado à área de responsabilidade social e ambiental no estudo da 
administração pública. 
Além de ser uma fonte de conhecimento para pesquisadora, pois a mesma 
teve a oportunidade de conhecer de perto a importância da responsabilidade 
socioambiental na gestão pública municipal, o presente trabalho também servirá 
para que se possa apresentar aos governantes municipais, de forma voluntária, 
projetos referentes à gestão de resíduos sólidos, objetivando adequar essa gestão 
às necessidades atuais e, com isso, promover ações de conscientização junto à 
17 
 
população local sobre a melhor forma de separação e disposição do lixo residencial, 
para que seja efetuada a coleta seletiva no município de São Domingos do Capim. 
1.3 OBJETIVOS 
1.3.1 Geral 
Avaliar o atual modelo de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos do 
município de São Domingos do Capim. 
1.3.2 Específicos 
a) Identificar a situação atual referente ao gerenciamento de resíduos sólidos 
urbanos no munícipio; 
b) Levantar os órgãos envolvidos na gestão dos resíduos sólidos urbanos; 
c) Relacionar a infraestrutura adotada na coleta e descarte de resíduos 
sólidos urbanos; 
d) Avaliar o processo adotado no gerenciamento dos resíduos sólidos 
urbanos no município; e 
e) Elaborar um modelo de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos para o 
município de São Domingos do Capim. 
182 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
Inicialmente, antes de abordar o conceito de administração pública, deve-se 
compreender os agentes que estão envolvidos em sua construção e quais são suas 
contribuições, ampliando, assim, o entendimento a respeito do tema. 
Meirelles (2004 apud JUNQUILHO, 2010, p. 16), afirma “que quando 
estudamos Administração Pública, devemos sempre começar o tema com o conceito 
de Estado”. Conforme Meirelles (1998), o conceito de Estado varia segundo o 
ângulo em que é considerado: 
 
Do ponto de vista sociológico, é corporação territorial dotada de um poder 
de mando originário (Jellinek); sob o aspecto político, é comunidade de 
homens, fixada sobre um território, com potestade superior de ação, de 
mando e de coerção (Malberg); sob o prisma constitucional, é pessoa 
jurídica territorial soberana (Biscaretti di Ruffia); na conceituação do nosso 
Código Civil, é pessoa jurídica de Direito Público Interno (Art. 14, I) 
(MEIRELLES, 1998, p. 60). 
 
Segundo Queiroz (2012), pode-se entender o Estado, de forma simplificada, 
como um contrato social (representado por uma Constituição) que os homens fazem 
entre si, no qual cada um cede uma parte de sua liberdade para que este possa 
regular as relações entre eles e, assim, prover a prosperidade de todos. 
De acordo com o economista e cientista social Carlos Bresser Pereira (1995b 
apud QUEIROZ, 2012, p. 27): 
 
O Estado é uma organização burocrática ou aparelho que se diferencia 
essencialmente das demais organizações porque é a única que dispõe de 
poder extroverso – de um poder político que ultrapassa os seus próprios 
limites organizacionais. 
 
Bächtold (2008, p. 17) explica que “o conceito de Estado moderno está 
estreitamente vinculado com a noção de poder institucionalizado, isto é, o Estado se 
forma quando o poder se assenta em uma instituição e não em um indivíduo”, ou 
seja, não há poder absoluto, os governantes estão sujeitos ao que estabelece as 
leis. 
19 
 
O Estado e suas autarquias, órgãos, serviços e agentes desempenhando 
suas funções administravas são regidos segundo princípios constitucionais do 
Direito Administrativo. 
De acordo com Di Pietro (2014) o Direito Administrativo, em suas origens, de 
elaboração pretoriana e não codificado, permite à Administração e ao Judiciário 
estabelecer o necessário equilíbrio entre os direitos dos administrados e as 
prerrogativas da Administração. 
Segundo o autor, os dois princípios fundamentais que decorrem da 
assinalada bipolaridade do Direito Administrativo – liberdade do indivíduo e 
autoridade da Administração – são os princípios da legalidade e da supremacia do 
interesse público sobre o particular. Não sendo exclusivos do Direito Administrativo, 
pois, envolvem todos os ramos do direito público, no entanto, são essências, porque 
a partir deles, constroem-se todos os demais. 
Como é dado ao Estado todo poder necessário para que cumpra 
corretamente as funções que justificam sua existência, se algo não está funcionando 
adequadamente nas sociedades, em última análise, será devido ao seu mau 
funcionamento. 
De acordo com Queiroz (2012), em alguns momentos da história, o Estado 
teve que se adequar às novas exigências causadas por mudanças no ambiente 
tecnológico, político, econômico e social, alterando assim seu modelo e/ou suas 
funções. É isso que vem ocorrendo nos países desde a década de 1970. 
2.1 REFORMAS DO ESTADO 
Até o início da crise econômica mundial nos anos 1930, prevaleceu nos 
principais países do mundo um modelo de Estado que era caracterizado por possuir 
um aparelhamento institucional pequeno e por pouco intervir nas atividades 
econômicas. Segundo Queiroz (2012), esse Estado, que era denominado como 
liberal e que teve como principal ideólogo e filosofo escocês Adam Smith (1723-
1790), entrou em crise no momento que não conseguia dar mais soluções à crise 
econômica que se instalou nos principais países do mundo no final dos anos 1930. 
Com o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), visando enfrentar a crise 
econômica, fez-se necessário superar a visão defendida por Smith, da superioridade 
do livre mercado como regulador automático das economias. Passou-se então a 
20 
 
aceitar a necessidade de uma intervenção maior dos Estados nacionais na 
economia, conforme o que propunha o economista inglês John Maynard Keynes 
(1883-1946), considerado o principal mentor das reformas do Estado ocorridas após 
os anos 1930 (QUEIROZ, 2012). 
Para Pereira (1997 apud QUEIROZ, 2012), a grande crise dos anos 30 
originou-se no mau funcionamento do mercado. Conforme Keynes verificou, o 
mercado livre levou as economias capitalistas à insuficiência crônica da demanda 
agregada. Em consequência, o Estado liberal deu lugar ao Estado social-
burocrático: social porque assume o papel de garantir os direitos sociais e o pleno 
emprego; e burocrático, porque o faz através da contratação direta de burocratas. 
Com isso, reconhece-se o papel complementar do Estado no plano social e 
econômico. 
O modelo de Estado keynesiano caracterizava-se pela forte presença do 
governo e pela sua intervenção nos ambientes econômicos e social, 
independentemente do modelo político que os principais países apresentavam 
(Queiroz, 2012). Entretanto, após a década de 1970, as políticas do modelo de 
Estado keynesiano não se mostravam mais eficazes para suportar a continuidade do 
ciclo de prosperidade da economia mundial, então veio outra crise, e o modelo 
keynesiano passou a ser questionado e revisado. 
De acordo com Queiroz (2012), nas décadas de 70 e 80 as reformas 
passaram a perseguir as características do antigo modelo liberal de Estado, o qual 
possuía um aparelho estatal pequeno que pouco interferia nas atividades 
econômicas, e adotava soluções que se concentravam em reduzir o tamanho do 
aparelho do Estado extinguindo órgãos públicos, enfatizando mecanismos de livre 
mercado. Esse ciclo de reformas do Estado ficou denominado como reformas de 
primeira geração. 
Posteriormente, aconteceu o ciclo de reformas que ficou conhecido como 
reformas de segunda geração, que se deu pelo aprofundamento da reflexão sobre a 
questão. 
 
Com o aprofundamento da reflexão e do entendimento que se intensificou 
em todo mundo acerca da questão, ficou cada vez mais evidente que o 
caminho não está simplesmente na redução do tamanho do Estado, [...] e 
sim na reconstrução do estado para exercer novas e estratégicas funções 
(QUEIROZ, 2012, p. 31). 
21 
 
 
Exercer novas e estratégicas funções, nesse sentido, representa construir um 
novo modelo de Estado que tenha sua capacidade de governança redefinida, pois, 
acredita-se que os objetivos para o desenvolvimento das sociedades serão mais 
bem atendidos dentro dessa concepção (QUEIROZ, 2012). O cumprimento das 
ações de responsabilidade social encontra-se incluído como as funções estratégicas 
anteriormente referidas. 
A execução das estratégias governamentais, dado o nível de exigência da 
sociedade, impõe ao Estado a construção de um aparato de órgãos e funções 
capazes dessas realizações, o qual é denominado de Administração Pública, 
abordado no item a seguir. 
2.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
De acordo com Bächtold (2012, p. 33) “com o tempo os pequenos clãs e vilas 
passaram a se organizar, estabelecendo-se as cidades, reinos e impérios. Assim a 
administração pública começou a ganhar complexidade”. 
Para Queiroz (2012), a expressão administração pública pode ser usada em 
dois sentidos: com inicias maiúsculas, expressando a estrutura organizacional do 
governo; e com letras minúsculas, identificando a atividade administrativa no 
desempenho dos servidores públicos. 
Meirelles (1985 apud BÄCHTOLD 2008, p. 26) em uma abordagem mais 
conceitual, define a administração pública como “todo o aparelhamento do Estado, 
preordenado à realização deseus serviços, visando à satisfação das necessidades 
coletivas”. Bächtold (2012, p. 16) explica que “a satisfação das necessidades da 
população é o motivo principal da existência de um governo e este deve esforçar-se 
para atender o povo que legitimou este poder”. 
Nesse contexto, o referido autor afirma que “o administrador público vai 
conduzir o seu trabalho procurando atender a necessidade da população que o 
elegeu”, fazendo referência à origem da palavra administração “que vem do latim ad 
(direção) e minister (obediência), ou seja, o administrador dirige obedecendo à 
vontade de quem contratou” (BÄCHTOLD, 2012, p. 31) 
Segundo Bächtold (2012, p. 32), “é a administração pública que permite aos 
governantes cumprir as funções básicas do governo, de forma a tratar o bem público 
22 
 
da melhor maneira possível”. Nesse sentido, faz-se necessário que haja uma 
administração pública estruturada, com objetivo de atender melhor as expectativas 
da população. 
2.2.1 Aspectos Estruturais 
O processo administrativo e a tomada de decisão no âmbito das políticas 
públicas estão baseados em aspectos da estrutura organizacional, que segundo 
Scott (1981 apud PETERS; PIERRE, 2010, p. 148), “é uma estrutura normativa 
composta de regras e papéis que especificam, com mais ou menos clareza, o que se 
espera que alguém faça e como fazê-lo”. 
Historicamente, o economista político e sociólogo alemão Max Weber (1864-
1920) foi um grande colaborador no desenvolvimento das estruturas administrativas 
do nosso país. 
De acordo com o texto “A Teoria das Organizações de Max Weber” (2014) 
publicado no Portal Administração, Weber contribuiu com a Teoria das 
Organizações, identificando e hierarquizando as estruturas de autoridade, 
identificando as razões do desenvolvimento das organizações burocráticas e seu 
avanço sobre as demais. Isso ajudou a combater praticas patrimonialistas que 
atrasavam o avanço da administração pública brasileira, e contribuiu de forma 
concreta para a compreensão da natureza das organizações sociais e humanas. 
Apesar das críticas e disfunções constatadas na sua teoria, as organizações atuais 
não conseguem fugir do conjunto de características que Weber atribui à burocracia, 
que acabam se revelando indispensáveis para seu funcionamento. Contudo, as 
pessoas passaram dar o nome de burocracia aos defeitos do sistema, o que 
contrapõe a visão do autor. 
De acordo com Bächtold (2008), quando se menciona a burocracia, já se 
imagina morosidade, lentidão, filas, guichês, protocolos e etc. Mas, a concepção de 
Weber para a burocracia é a eficiência no atendimento, resolução de problemas com 
agilidade, por haver clara definição de atribuições e responsabilidades, bem como 
padronização no fluxo de tarefas e soluções. 
Em uma visão mais contemporânea, de acordo com a Gestão Local para a 
Sustentabilidade (2013) do Programa Cidades Sustentáveis, um relatório mundial 
sobre o Setor Público da ONU, elaborado em 2005, mostra que houve uma evolução 
23 
 
do conceito tradicional de “Administração Pública” centralizada, para uma gestão de 
viés empresarial, culminando na gestão pública participativa. Como observa-se no 
Quadro 1, a seguir: 
Quadro 1: Evolução do Conceito de Administração Pública. 
 
Administração 
Pública 
Nova Gestão 
Pública Gestão Participativa 
Relação Cidadão – 
Estado Obediência Credenciamento Empoderamento 
Responsabilidade 
da administração 
superior 
Políticos Clientes Cidadãos, atores 
Princípios 
orientadores 
Cumprimento de 
leis e regras 
Eficiência e 
resultados 
Responsabilidade, 
transparência e 
participação. 
Critérios para o 
sucesso 
Objetivos 
quantitativos 
Objetivos 
qualitativos Processo 
Atributo Chave Imparcialidade Profissionalismo Participação 
Fonte: UN. World Public Sector Report (2005 apud GESTÃO LOCAL PARA A 
SUSTENTABILIDADE, 2013, p.41). 
Se pode observar no Quadro 1 que o cidadão na Gestão Participativa pode 
exercer melhor a sua cidadania, nesse sentido, a socialização de poderes entre os 
cidadãos mostra que a eficiência de uma gestão não é mais medida apenas na 
obtenção de seus objetivos, mas em seu processo. Esta situação reflete a mesma 
encontrada em Mattos (1995, p. 193), que apresenta uma visão crítica do 
tradicionalismo governamental, e aponta que “a principal falha dos governos teria a 
ver com os meios utilizados e não com os objetivos”, e aponta como formas de 
tornar um governo mais eficiente a “descentralização da autoridade, redução das 
hierarquias, ênfase na qualidade e aproximação com os ‘clientes’ na administração 
pública” (MATTOS, 1995, p. 193). 
Bächtold (2008, p. 75) refere que Silva (2004) em seu livro, Contabilidade 
Governamental, propõe que “para atingir a plena satisfação das necessidades da 
população, a administração pública é dividida, segundo as atividades que exerce, 
em”: 
a) Atividades-meio: Envolvem o próprio papel do Estado e sua estrutura 
para atender as necessidades da população; 
24 
 
b) Atividades-fim: Estão voltadas para o efetivo atendimento das demandas 
da população. 
Na Figura 1, observa-se essa divisão: 
 
Figura 1: Divisão da Administração Pública segundo as atividades exercidas. 
Fonte: Silva (2004 apud BÄCHTOLD, 2008, p. 75). 
De forma geral, acerca dos enunciados de Bächtold (2008) e os de Peters e 
Pierre (2010), pode-se entender a Administração Pública como uma atividade pela 
qual o Estado, representado por seus órgãos e autoridades, e com o auxílio de 
instrumentos administrativos, executa e concretiza suas ações para satisfazer as 
necessidades e interesses coletivos. 
Megginson et al. (1998 apud TRIGREIRO; MARQUES, 2009, p. 14) 
“conceituaram a administração como sendo o trabalho através dos recursos 
humanos, financeiros e materiais a fim de atingir objetivos organizacionais por meio 
do desempenho das funções de planejar, organizar, liderar e controlar”. Para 
Trigueiro e Marques (2009, p. 15) “o conceito acima caracteriza a administração de 
um modo geral, e se aplica a toda e qualquer organização, seja elas de fins 
lucrativos ou não”. Por tanto, ainda sob a ótica dos autores, “é por meio da 
administração, que as organizações funcionam, já que necessitam de diretrizes, 
ações, estratégicas e instrumentos que controlem os resultados e desempenho 
pretendido” (TRIGREIRO; MARQUES, 2009 p. 15). 
Em outras palavras, para que possa alcançar os seus objetivos e metas e 
atender as necessidades da sociedade, a Administração Pública, afim de obter 
eficiência em suas ações e aprimoramento em seus processos, deve desempenhar 
o seu papel por meio das funções administrativas. 
25 
 
2.3 FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS 
O processo de planejamento, organização, liderança e controle das atividades 
dos colaborados em uma organização, com a finalidade de usar todos os recursos 
disponíveis para alcançar objetivos estabelecidos, é parte fundamental da 
administração e compõe etapas do processo administrativo. Quando essas etapas 
são estudadas separadamente, passam então a ser denominadas de funções 
administrativas, como apresentadas no Quadro 2. 
Quadro 2: As Funções da Administração. 
PROCESSO OU 
FUNÇÃO DESCRIÇÃO 
Planejamento Planejamento é o processo de definir objetivos, atividades e recursos. 
Organização 
Organização é o processo de definir o trabalho a ser realizado e as 
responsabilidades pela realização; é também o processo de distribuir os 
recursos disponíveis segundo algum critério. 
Direção 
Execução é o processo de realizar atividades e utilizar recursos para 
atingir os objetivos. O processo de execução envolve outros processos, 
especialmente o processo de direção, para acionar os recursos que 
realizam as atividades e os objetivos. 
Controle Controle é o processo de assegurar a realização dos objetivos e identificar a necessidadede modificá-los. 
Fonte: Maximiano (2000, p. 2 apud BÄCHTOLD, 2008 p. 35) 
Entende-se, portanto, que administrar constitui um processo integrado, ou 
seja, quando um administrador toma uma decisão e executa uma ação, isso afetará 
outras pessoas, tanto individualmente como organizacionalmente, sejam estas 
organizações públicas ou privadas. 
Com relação às organizações públicas, segundo Lopes, Amaral e Caldas 
(2008, p. 30 e 31) “a sociedade civil contribui com a qualidade das ações, uma vez 
que o elaborador poderá perceber quais são os problemas que, no momento, mais 
afligem a população de forma mais detalhada”, isso permite traçar ações mais 
efetivas. Esses autores ainda destacam que “o processo de planejamento de longo 
prazo deve ser feito pelos atores políticos, mas com auxílio dos servidores públicos e 
setores da sociedade civil organizada” (LOPES; AMARAL; CALDAS, 2008, p. 30), 
tais premissas estão intrinsecamente ligadas ao Planejamento Estratégico 
Situacional. 
26 
 
2.4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL (PES) 
Quando se trata de ações estratégicas de programas da política pública, faz-
se necessária elaborar e avaliar as formas de execução para que elas possam ser 
adaptadas a uma realidade que está em constante transformação. Devem-se levar 
em consideração as relações e as variáveis sociais e políticas dos atores envolvidos 
no processo, e um dos principais instrumentos a ser utilizado é o planejamento 
estratégico situacional. 
Matus define o PES como “o cálculo situacional sistemático que relaciona o 
presente com o futuro e o conhecimento com a ação” (MATUS, 1993 apud 
QUEIROZ, 2012, p. 126). Segundo Belchior (1999, p. 29), “para Matus, o 
planejamento é um processo técnico-político resultante do um jogo de atores em 
interação, conflito, cooperação e alianças, os quais têm suas próprias estratégias e 
sua particular visão da realidade”. 
Em situações em que há conflitos de interesses, aplica-se a chamada Teoria 
dos Jogos, de autoria do matemático francês Émile Borel (1871-1956), que aborda 
as relações humanas com base em jogos de estratégia, possibilitando uma análise 
lógica dos conflitos, no intuito de fazer as melhores escolhas para obter os 
resultados desejados. Segundo essa teoria, os participantes do jogo social são 
atores sociais (pessoas, organizações, grupos de pessoas, um país, um estado, um 
município, entre outros) que, no jogo social, possuem interesses específicos 
(QUEIROZ, 2012, p. 127). 
Desta forma, o resultado de uma política pública dentro do contexto do PES, 
não depende apenas da elaboração de um programa, mas também das 
circunstâncias sociais que em que ele irá operar, tendo em vista que estas 
circunstâncias sociais não podem ser totalmente previstas ou controladas 
(QUEIROZ, 2012, p. 129). 
Em contraponto com o PES está o planejamento normativo ou tradicional, que 
segundo Queiroz (2012, p. 131) “trabalha com o pressuposto de que o diagnóstico 
de um problema social é único e válido para toda e qualquer pessoa”. Em 
concordância, Belchior (1999, p. 32) afirma que “segundo Matus, o planejamento 
normativo é determinista, pois assume que é possível predizer ou tratar como 
constante o comportamento de todas as variáveis que não controla, que são muitas 
no campo político-social.” 
27 
 
No Quadro 3, apresentam-se as principais diferenças entre o planejamento 
normativo e o PES. 
Quadro 3: Diferenças entre o planejamento normativo e o PES. 
 
PLANEJAMENTO NORMATIVO PES 
Objeto do 
programa 
governamental 
A realidade é passiva. O ator que 
planeja tem controle sobre o objeto 
planejado 
A realidade é ativa. O objeto do 
programa governamental é ativo 
e reage a cada ação 
Diagnóstico que 
explica a 
realidade 
O diagnóstico é realizado uma 
única vez e o cenário futuro é 
projetado com base nesse 
diagnóstico. 
 
O diagnóstico é substituído pelo 
conceito de situação. A situação 
está sempre em mudança e deve 
ser frequentemente (re)analisada. 
 
Modo de 
conceber o 
programa 
O planejamento tradicional é 
normativo ou prescritivo. Uma vez 
iniciado o programa, sua estratégia 
não pode mais ser alterada até o 
final. 
A cada série de movimentos 
realizados na execução do 
programa, a situação é (re) 
analisada para corrigir sua 
trajetória. 
Variável política 
Para o planejamento tradicional 
existe um permanente conflito 
entre aspectos técnicos e aspectos 
políticos. 
Para o PES, não existe conflito 
entre os aspectos técnicos do 
planejamento e a variável política. 
Atores 
envolvidos no 
programa 
No planejamento tradicional não 
ocorre uma definição clara dos 
papeis. Não se dá a devida 
importância à análise dos 
interesses que movem diversos 
atores envolvidos no programa. 
Os diversos atores envolvidos 
têm seus papeis claramente 
definidos. Os seus interesses 
específicos são devidamente 
analisados e incorporados na 
estratégia do programa. 
Fonte: Queiroz (2012, p. 133-134). 
Com base no que foi apresentado no Quadro 3, o planejamento normativo é 
constituído por diagnósticos simples da realidade, dessa forma, não se adequa aos 
complexos ambientes atualmente democráticos da sociedade. 
Por outro lado, o PES se mostra um modelo adequado para lidar com 
problemas sociais complexos, se mostra dinâmico e flexível. Suas ações são 
ponderadas com base na situação atual, e analisadas levando em conta fatores 
econômicos, sociais e políticos de todos os atores envolvidos no processo, portanto, 
considera-se o mais apropriado para a realidade atual e seu viés democrático. 
2.4.1 Problema social 
O conceito de problema, indutivamente, é conhecido por todos, porém, nem 
todos veem determinado fenômeno com o mesmo olhar, alguns podem interpretá-lo 
28 
 
como um problema, assim como podem interpreta-lo como não sendo, 
principalmente quando isso diz respeito a problemas de cunho social. 
Problema social, segundo Queiroz (2012, p. 138) “é definido de acordo com o 
ponto de vista das pessoas que o estão formulando e uma mesma realidade pode 
ter diferentes leituras dependendo de como se situa o observador ou formulador”. Ou 
seja, o espectador ou agente determinará o que é problema de acordo com sua 
situação e seus interesses. 
Cabe esclarecer que, os governos existem para dar solução aos problemas 
da sociedade e os instrumentos de que dispõe para isso são as políticas públicas 
(QUEIROZ, 2012). Existem dois tipos de problemas dentro do contexto social, os 
problemas estruturados e os problemas parcialmente estruturados, e para Matus 
(1993 apud QUEIROZ, 2012, p. 142) “o entendimento sobre eles é fundamental na 
identificação e análise dos problemas de uma sociedade”. 
Problema estruturado define-se como aquele que tem uma única solução 
correta, reconhecida e aceita como tal. Ele é visto de forma objetiva, suas soluções 
não afetam ou geram outros problemas, mantem-se de fora do problema e 
estabelecem-se relações apenas para resolvê-lo. Os problemas matemáticos são 
exemplos de problemas estruturados, pois quando a questão é apresentada, 
podemos identificar as variáveis e suas relações para solucionar a questão. 
Por sua vez, o problema parcialmente estruturado é o tipo de problema que 
não podemos definir e nem explicar com precisão, por isso, não se sabe bem como 
enfrentá-lo e muito menos são conhecidos os critérios para escolher as opções para 
tal (MATUS, 1993 apud QUEIROZ, 2012, p. 143). Não é possível mensurar suas 
variáveis ou estabelecer ligações com suas causas e consequências. Ele pode estar 
ligado a outros problemas, e sua possível solução pode gerar precedentes que vão 
interferir de forma positiva ou negativa nos mesmos. 
2.4.2 Diagnóstico e causas de um problema social 
De forma geral, Queiroz (2012, p. 144) define o diagnóstico como um 
“conjuntode procedimentos que visa procurar as principais causas de um problema.” 
Referente à causa, o autor a conceitua como “uma entre várias condições que, em 
conjunto, concorrem para a existência de um determinado problema”. 
29 
 
Segundo Queiroz (2012), um problema social precisa ter uma identificação, 
uma delimitação clara e a correta enunciação, para se ter sucesso no seu 
enfrentamento por meio de uma política pública. Portanto, um problema social que 
se enquadre nesses requisitos e que seja objeto de políticas públicas na forma de 
programas governamentais é chamado de problema focal. 
Para que seja feito um diagnóstico de um problema social, elaborado com 
base no PES, se deve percorrer alguns itens. Para Queiroz (2012, p. 149) esses 
itens, conforme o Quadro 4, são: 
Quadro 4: Itens para elaboração do diagnóstico de um problema social. 
ETAPA DESCRIÇÃO 
Descrever o 
problema 
Fazer um relato de acordo com as perspectivas de todos os atores 
envolvidos no processo, listar como cada um entende o problema, 
sejam os interessados ou os afetados por ele. 
Analisar o problema Fazer uma análise segundo a visão de todos os atores participantes. 
Analisar a 
complementaridade 
Saber se as diversas perspectivas se complementam ou se 
contradizem. 
Reunir as distintas 
interpretações 
Unir as interpretações em um único problema focal que melhor 
represente a percepção que todos ao atores tem do problema. 
Delimitar o problema 
Por meio de indicadores, fazer o seu monitoramento e o 
acompanhamento de sua evolução após início da implementação 
da política pública de destinada ao seu enfrentamento. 
Identificar Fazer a identificação dos principais fatos, por meios irrefutáveis, que 
evidenciem e delimitem a existência do problema. 
Relacionar as causas Fazer uma relação das causas que refletem a existência do problema. 
Identificar as 
consequências 
Identificar os efeitos que o problema em questão produz na 
sociedade. 
Selecionar 
Fazer uma seleção das causas identificadas, e definir quais as 
causas críticas que, se combatidas, iram produzir o maior impacto 
possível sobre o problema na sua solução ou amenização. 
Causas críticas Serão os objetos do foco das ações governamentais que irão 
compor o programa ou política pública. 
Fonte: Elaborado pela autora com base em Queiroz (2012, p. 149) 
Assim, feito o diagnóstico e conhecidas quais as causas críticas do problema, 
se pode elaborar um projeto com objetivo de solucioná-las e eliminar o problema, 
como demonstrado na Figura 2, a seguir. 
30 
 
 
Figura 2: Fluxograma de Problema e Programa. 
Fonte: Queiroz (2012, p. 151). 
Assim sendo, usando a problematização da realidade do PES, poder-se-á 
construir de um modelo de planejamento bastante simples e muito efetivo para o 
enfrentamento dos problemas sociais (QUEIROZ, 2012). 
Causa 1: 
Ações: 
Causa 2: 
Causa 3: 
Causa n: 
PROGRAMA 
Ações: 
Ações: 
PROBLEMA 
Ações: 
31 
 
3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL 
Bächtold (2008, p. 67), diz que “para que o Estado possa atender à sua 
finalidade, necessita organizar-se, ou seja, é necessário que haja uma estrutura que 
atenda suas finalidades”, e uma das formas encontradas para isso foi a divisão 
político-administrativa, que é apresentada na Constituição Federal do Brasil de 1988 
em seu Art. 18, e compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios. 
Ainda de acordo com Bächtold (2008, p. 68), “a Administração Pública é 
exercida em cada um dos três níveis, [...] Federal, Estadual ou Municipal, e para 
cada nível existem atribuições gerais e específicas”: 
 
a) Em nível Federal – É a administração pública realizada pela União, 
pessoa jurídica de direito público que representa o governo federal. 
b) Em nível Estadual – Administração pública realizada pelos Estados e o 
Distrito Federal, pessoas jurídicas de direito público. 
c) Em nível Municipal – A administração pública realizada pelos poderes 
Legislativo, Executivo e Judiciário, constituídos no Município. 
 
A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu Art. 2º que são poderes da 
União, independentes e harmônicos entrei si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. Tal afirmativa está em paridade com o que diz Queiroz (2012) sobre a 
Administração Pública. 
 
A Administração Pública compreende todos os órgãos que constituem os 
poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. No exercício de suas funções, 
ao que compete à execução de políticas públicas, pratica atos de natureza 
executiva (atos típicos de gestão), legislativa (expedição de normas e 
decretos reguladores) e judiciais (produzindo decisões administrativas) 
(QUEIROZ, 2012, p. 36). 
 
No Quadro 5, a seguir, se pode observar a estruturas dos poderes da União e 
seus níveis. 
 
 
32 
 
Quadro 5: Estrutura dos Poderes da União e seus níveis. 
PODERES/NÍVEL FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL 
Legislativo 
Congresso Nacional 
(Câmara dos Deputados – 
Deputados Federais e 
Senado Federal – 
Senadores) 
Assembleia 
Legislativa 
(deputados 
estaduais) 
Câmara 
Municipal 
(vereadores) 
Executivo Presidente da República, Vice-Presidente e Ministros 
Governador, 
Vice-Governador 
e Secretários 
Prefeito, Vice-
Prefeito e 
Secretariado 
Judiciário 
Supremo Tribunal Federal, 
Superior Tribunal de 
Justiça, Tribunais e juízes 
federais 
Tribunais e 
juízes Juiz 
Fonte: Bächtold (2008, p. 72). 
 
A Constituição Federal de 1988, em seu caput do Art. 37, menciona 
expressamente que a administração pública, direta e indireta, de qualquer dos 
Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecerá aos princípios 
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
Princípio da Legalidade: a Administração Pública só poderá fazer o que 
permite a lei, logo, “a Administração Pública não pode, por simples ato 
administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor 
vedações aos administrados; para tanto, ela depende de lei” (DI PIETRO, 2014, p. 
65). 
Princípio da Impessoalidade: o agente da administração pública não deve 
obter para si benefícios em função da posição que ocupa e nem beneficiar ou 
prejudicar outrem. Todos os atos praticados devem ser sempre em nome da 
administração pública. Por esse princípio, pessoas em condições iguais devem ser 
tratadas de forma igual. 
Princípio da Moralidade: o administrador deve agir de maneira idônea, 
atuando de maneira correta e honesta. De acordo com Di Pietro (2014, p. 77), “nem 
todos os autores aceitam a existência desse princípio; alguns entendem que o 
conceito de moral administrativa é vago e impreciso ou que acaba por ser absorvido 
pelo próprio conceito de legalidade”. Entre tanto, a autora explica que existe 
distinção entre Moral e Direito e afirma que “Licitude e honestidade seriam os traços 
33 
 
distintivos entre o direito e a moral, numa aceitação ampla do brocardo segundo o 
qual non omne quod licet honestum est (nem tudo o que é legal é honesto).” 
Princípio da Publicidade: todos os atos da administração devem ter ampla 
divulgação, exceto nas hipóteses previstas por lei, como está previsto no inciso 
XXXIII do Art. 5 da Constituição Federal de 1988: 
 
Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas 
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo 
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (BRASIL, 
1988). 
 
Princípio da Eficiência: o agente da administração pública deve desempenhar suas 
atribuições com perfeição, buscando o melhor uso dos recursos disponíveis para 
alcançar os objetivos pretendidos. Hely Lopes Meirelles (2003 apud DIPIETRO, 
2014, p. 84) atribui a eficiência como um dos deveres da Administração Pública, 
definindo-a como “o que se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições 
com presteza, perfeição e rendimento funcional”. 
3.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL 
Segundo Pinto (2003, p. 2), “no período imperial, o país era unitário, a 
Administração era centralizada e o repasse de competências se dava por outorga”. 
Isso quer dizer que o Governo Central decidia, analisando caso a caso, o que seria 
de competência das províncias e municípios. Ainda segundo a referida autora, “a 
constituição promulgada em 1934 inovou em relação ao tratamento dado ao 
município, que passou a ter a sua autonomia, naquilo que respeitasse ao seu 
peculiar interesse, reconhecida” (idem). 
Com a redemocratização, a Constituição Federal (BRASIL, 1988) passou a 
determinar em seu Art. 1º que a República Federativa do Brasil é formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, com isso passa-se a 
entender o Munícipio como membro da Federação. 
Mais a diante, em seu Art. 18, incorpora os Municípios, juntamente com a 
União, os Estados, e o Distrito Federal como parte integrante da organização 
34 
 
político-administrativa da República Federativa do Brasil e determina que eles 
possuam autonomia mediante os termos contidos na Constituição. 
Reafirmando tal premissa, o Art. 29 atribui ao próprio Município o direito de 
elaborar sua Lei Orgânica, desde que respeite os princípios estabelecidos pela 
constituição e os preceitos ali enumerados, dentre estes o que refere à eleição de 
seus agentes políticos. 
Para Netto (1994, p. 1), “no contexto político-institucional pós-Constituição de 
1988, o Município tem se destacado como o Ente da Federação que mais avançou 
no campo do desenvolvimento urbano”, e “são notáveis os esforços das 
administrações locais no sentindo do reaparelhamento institucional” (NETTO, 1994, 
p. 2). 
De acordo com Pinto (2003, p. 4) “ao município foi atribuída a competência 
para legislar sobre assuntos de interesse local, para suplementar a legislação federal 
e estadual no que couber e a competência comum”. Entretanto, mesmo com todos 
os avanços e conquista de autonomia da Administração Municipal, segundo Lopes, 
Amaral e Caldas (2008), para que município seja capaz de criar e gerenciar políticas 
públicas de qualidade não basta apenas recursos financeiros, é necessário que haja 
planejamento a longo prazo, ou seja, é importante que os atores políticos definam o 
melhor caminho para alcançar os objetivos pretendidos. 
Dentre estes caminhos está a gestão pública sustentável, onde o município 
deve buscar a preservação do meio ambiente por meio de instrumentos e ações que 
adequem a gestão pública as mudanças econômicas, sociais e ambientais. 
3.2 GESTÃO PÚBLICA SUSTENTÁVEL (GPS) 
Segundo Schenini e Nascimento (2002, p. 5), diante do dilema, o de 
sobreviver sem se autodestruir, “surgiram pontos de vista e proposições com intuito 
de encontrar melhores formas de trabalhar com qualidade de vida e 
desenvolvimento econômico ao mesmo tempo”. 
Ainda segundo os autores, na Conferência de Estocolmo, na Suécia, 
realizada em 1972, onde já prevalecia uma visão da atual conjuntura, foi redigida a 
Declaração sobre o Meio Ambiente Humano. O referido documento contém “um 
alerta para que o desenvolvimento econômico se materialize através da manutenção 
da própria vida e da vida com qualidade” (SCHENINI; NASCIMENTO, 2002, p. 6). 
35 
 
Nesse sentido, Maimon (1992 apud SCHENINI; NASCIMENTO, 2002, p. 6) 
“afirma que para se atingir o desenvolvimento econômico a prioridade ambiental é 
fundamental e que desta depende, não somente a qualidade de vida, mas a própria 
vida humana”. 
A Gestão Pública Sustentável na ótica de Abreu e Silva (2010) se mostra 
como uma alternativa a necessidade de reparação do dano visando a 
conscientização para otimizar o uso dos recursos, e com isso combater o 
desperdício na busca de uma melhor e mais racional utilização dos recursos 
naturais. Deve-se manter a sintonia com a concepção de eco eficiência, onde se 
torne eminente uma nova cultura institucional que inclua critérios socioambientais 
nos investimentos, tendo em vista que, atualmente, a sociedade demanda por meios 
ecologicamente equilibrados e socialmente justos. 
O aumento da produção dos resíduos sólidos, em uma era que pode ser 
considerada a era dos descartáveis, em que bens de consumo e equipamentos 
eletrônicos rapidamente se tornam obsoletos, vem sendo um tema bastante 
discutido. É inegável a necessidade de reflexão sobre os danos que um manejo 
inadequado desses resíduos pode causar ao meio ambiente e a sociedade, assim 
como também “é perceptível à necessidade de os órgãos da administração pública 
assumirem o compromisso e o comprometimento de zelar pela conservação dos 
recursos naturais e a qualidade do meio ambiente” (ABREU; SILVA, 2010, p. 4). 
Conforme Castro e Araújo (2004), a preocupação com a gestão de resíduos 
sólidos se reflete na Resolução nº44/228, de 22 de dezembro de 1989, da 
Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas – ONU. Essa resolução 
defende a elaboração de estratégias para interromper e reverter os efeitos da 
degradação ambiental nos âmbitos nacional e internacional. 
Os autores afirmam ainda, que posteriormente essa questão reaparece por 
ocasião da Agenda 21 – documento que reflete um consenso global e um 
compromisso político dos países signatários sobre a necessidade de conciliar 
desenvolvimento e preservação ambiental – durante a Conferência das Nações 
Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 
junho de 1992, a ECO-92. “As diretrizes da Agenda 21 (ECO-92) englobam as três 
fases evolutivas da problemática dos resíduos sólidos, isto é, a disposição dos 
resíduos, a reutilização e reciclagem dos resíduos e a sua redução” (CASTRO; 
ARAÚJO, 2004, p. 566). 
36 
 
No Brasil, diante da necessidade do governo de criar ações voltadas para o 
desenvolvimento sustentável, elaborou-se a Agenda 21 brasileira, que procura 
estabelecer equilíbrio negociando entre os objetivos e as estratégias de políticas 
ambientais e de desenvolvimento econômico e social, para consolidá-lo num 
processo de desenvolvimento sustentável (BRASIL, 2004a). 
O documento à cima citado é composto pela: “Agenda 21 brasileira – ações 
prioritárias”, que estabelece os caminhos preferencias da construção da 
sustentabilidade; e a “Agenda 21 brasileira – Resultado da Consulta Nacional”, que 
apresenta as propostas resultantes dos debates estaduais. 
O referenciado, em uma de suas estratégias, trata da Gestão Integrada de 
Resíduos Sólidos, e propõe uma gestão de resíduos sólidos urbanos a partir do 
planejamento integrado de intervenções; do desenvolvimento de critérios para 
seleção de áreas de disposição de resíduos; e do estímulo à formação de parcerias 
entre municípios vizinhos que vise, desde a coleta seletiva até a construção de 
aterro sanitário. (BRASIL, 2004b). 
Conforme a Constituição Federal do Brasil de 1988, Art. 30, inciso I e VIII, é 
de competência dos munícipios legislar sobre assuntos de interesse local, promover 
o adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do 
parcelamento e da ocupação do solo urbano. Os autores Jacobi e Besen (2011, p. 
136) são condizentes com a constituição ao afirmar que pertence à administração 
pública municipal a responsabilidade de gerenciar os resíduos sólidos, desde a sua 
coleta até ao seu destino final, e apontam as consequências de um manejo 
inadequado: 
 
O lixo produzido e não coletado é disposto de maneira irregular nas ruas, 
em rios, córregos e terrenos vazios, e tem efeitos tais como assoreamento 
de rios e córregos, entupimento de bueiros com consequente aumento de 
enchentes nas épocasde chuva, além da destruição de áreas verdes, mau 
cheiro, proliferação de moscas, baratas e ratos, todos com graves 
consequências diretas ou indiretas para a saúde pública (JACOBI; BESEN, 
2011, p. 136). 
 
Com base nos enunciados é possível afirmar que os governantes municipais 
devem assumir posturas de preservação do meio ambiente, e evidenciar a 
37 
 
importância da gestão e políticas públicas sustentáveis para uma melhor qualidade 
de vida. 
3.3 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS) 
Para entender melhor como se iniciou a questão da responsabilização e 
implantação de políticas que estabelecem regras para coleta e acondicionamento 
correto de resíduos sólidos no Brasil, é importante fazer um breve apanhado 
histórico, baseado no que foi descrito por Costa (entre 2010 e 2015), onde ele 
informa que no ano de 1989, foi apresentado o Projeto de Lei do Senado Federal Nº 
354/89, que dispunha sobre o acondicionamento, a coleta, o tratamento, o transporte 
e a destinação final dos resíduos de serviços de saúde. 
Essa proposta é entendida como marco inicial para a elaboração da Política 
de Resíduos Sólidos a nível nacional. O Projeto de Lei tramitou e foi melhorado na 
Câmara dos Deputados adquirindo o perfil de processo legislativo. Em 2006, ocorreu 
a aprovação de um substitutivo pela Comissão Especial da Política Nacional dos 
Resíduos e, em 2007, a proposta do Executivo Federal foi submetida à apreciação 
do Plenário da Câmara dos Deputados dando origem a PNRS atual. 
3.3.1 A regulamentação da PNRS 
No ano de 2010, a PNRS - Lei 12.305/10 foi regulamentada pelo Decreto Nº 
7.404/2010 com todas as diretrizes para sua criação, onde a União tem 
responsabilidade de elaboração, sob a coordenação do Ministério do Meio 
Ambiente. Um dos objetivos da PNRS é a implantação da gestão integrada de 
resíduos sólidos, que segundo o Capítulo II, Art. 3º, XI, da Lei 12.305/10 é o conjunto 
de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a 
considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com 
controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável. 
Para que sejam colocadas em prática, essas ações precisam da elaboração 
dos planos de resíduos, que segundo o Art. 14 da Lei 12.305/10, são: 
I - o Plano Nacional de Resíduos Sólidos; 
II - os planos estaduais de resíduos sólidos; 
38 
 
III - os planos microrregionais de resíduos sólidos e os planos de resíduos 
sólidos de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas; 
IV - os planos intermunicipais de resíduos sólidos; 
V - os planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos; 
VI - os planos de gerenciamento de resíduos sólidos. 
3.3.2 Diretrizes básicas da PNRS 
Conforme Costa (entre 2010 e 2015), a PNRS compreende todos os tipos de 
resíduos sólidos e define diretrizes, princípios e instrumentos referentes ao tema, 
como ciclo de vida do produto e logística reversa, buscando o arranjo entre 
produção e consumo consciente. 
A Seção IV, do Art. 18 da Lei nº 12.305/10 estabelece que a elaboração de 
um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, nos termos previstos 
pela lei, é condição fundamental para que o Distrito Federal e os Munícipios tenham 
acesso aos recursos da União destinados aos serviços relacionados ao manejo de 
resíduos sólidos. 
De acordo com Costa (entre 2010 e 2015), os responsáveis pelos Planos de 
Gestão de Resíduos Sólidos deverão disponibilizar, por meio eletrônico e 
anualmente, ao órgão municipal competente e ao órgão licenciador do SISNAMA, 
informações sobre a prática e a operacionalização do plano, de acordo com a 
demanda do Sistema Nacional de Informações Sobre a Gestão dos Resíduos 
Sólidos (SINIR). 
Desta forma, é preciso que os munícipios se adequem a PNRS, para que não 
fiquem privados de receber os recursos e possam ter condições de fazer 
manutenção e preservação do meio ambiente. 
3.3.3 Quanto à classificação dos resíduos 
Para efeitos da Lei 12.305/10, em seu Art. 13, os resíduos sólidos têm a 
seguinte classificação: 
I - quanto à origem: 
a) Resíduos Domiciliares: os originários de atividades domésticas em 
residências urbanas; 
39 
 
b) Resíduos De Limpeza Urbana: os originários da varrição, limpeza de 
logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana; 
c) Resíduos Sólidos Urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”; 
d) Resíduos De Estabelecimentos Comerciais E Prestadores De Serviços: os 
gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”; 
e) Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento Básico: os gerados 
nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”; 
f) Resíduos Industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações 
industriais; 
g) Resíduos De Serviços De Saúde: os gerados nos serviços de saúde, 
conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do 
Sisnama e do SNVS; 
h) Resíduos Da Construção Civil: os gerados nas construções, reformas, 
reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da 
preparação e escavação de terrenos para obras civis; 
i) Resíduos Agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e 
silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades; 
j) Resíduos De Serviços De Transportes: os originários de portos, aeroportos, 
terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira; 
k) Resíduos De Mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou 
beneficiamento de minérios; 
II - quanto à periculosidade: 
a) Resíduos Perigosos: aqueles que, em razão de suas características de 
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, 
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo 
risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou 
norma técnica; 
b) Resíduos Não Perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”. 
3.3.4 Destinação e disposição final adequada 
No item VII, do Art. 3º, a Lei nº 12.305/2010 estabelece sobre a destinação e 
disposição final ambientalmente adequada dos resíduos: 
 
40 
 
(...) VII - destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos 
que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o 
aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos 
competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição 
final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos 
ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos 
ambientais adversos; 
VIII – disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de 
rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a 
evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os 
impactos ambientas adversos (...) (BRASIL, 2010). 
 
Para não gerar danos ao meio ambiente, o armazenamento e transporte 
desses resíduos, até a disposição final, devem ser feitos da forma como 
estabelecido pelas especificações e requisitos das Normas Brasileiras. 
3.4 NORMAS PARA ARMAZENAGEM E TRANSPORTE DE RESÍDUOS 
3.4.1 Local de Armazenamento 
De acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – 
ABNT, NBR 11174 (1990), o local para armazenamento de resíduos classes II – não 
inertes (os que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I – 
perigosos ou classe III – inertes, nos termos da NBR 10004) deve ser de maneira 
que o risco de contaminação ambiental seja minimizado. 
A norma explica que “o local de armazenamento deve ser aprovado pelo 
Órgão Estadual de Controle Ambiente, entendendo a legislação específica”, que “os 
resíduos devem ser armazenados de maneira a não possibilitar aalteração de sua 
classificação e de que sejam minimizados os riscos de danos ambientais”, e que “o 
armazenamento de resíduos classes II e III pode ser realizado em contêineres e/ou 
tambores, em tanques e a granel” (ABNT, 1990, p. 2). 
3.4.2 Transporte 
Os requisitos para o transporte terrestre de resíduos estão definidos conforme as 
diretrizes da ABNT NBR 13221 (2003). Esta Norma é aplicada aos resíduos 
classificados conforme Portaria nº 204 do Ministério dos Transportes, e inclui 
materiais que possam ser reaproveitados, reciclados e/ou reprocessados. O 
transporte de resíduos deve ser feito por meio de equipamento adequado, 
41 
 
obedecendo às regulamentações vigentes. O estado de conservação do 
equipamento [veículo] de transporte não pode permitir vazamento ou derrame do 
resíduo. 
A referida norma especifica também que durante o transporte, o resíduo deve estar 
protegido de intempéries, e deve estar acondicionando de modo a evitar que se 
espalhe em via pública, ou via férrea. Adverte-se que “os resíduos não podem ser 
transportados juntamente com alimentos, medicamentos ou produtos destinados ao 
uso e/ou consumo humano ou animal, ou com embalagens destinadas a esse fim. 
Ela determina ainda que “o transporte de resíduos, deve atender à legislação 
ambiental específica (federal, estadual ou municipal) quando existente, [...] e as 
embalagens de resíduos deve atender ao disposto na NBR 7500” (ABNT 2003, p. 2). 
42 
 
4 AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA (A3P) 
Visando iniciativas para que haja maior participação das instituições públicas 
no processo de responsabilidade socioambiental e inserir critérios de 
sustentabilidade, integrar ações sociais e ambientais com interesse público, e diante 
da necessidade de enfrentar os desafios ambientais de maneira inovadora, e em 
harmonia com a necessidade atual de produção e consumo para fins econômicos e 
sociais, o Ministério do Meio Ambiente lançou, em 2009, a Agenda Ambiental na 
Administração Pública – A3P. A A3P “é uma ação voluntária que busca a adoção de 
novos padrões de produção e consumo sustentáveis, dentro do governo” (BRASIL, 
2009, p. 28). 
Atualmente, a A3P tem como principal desafio promover a Responsabilidade 
Socioambiental como política governamental, de forma a auxiliar a integração do 
crescimento econômico ao desenvolvimento sustentável, inserindo princípios e 
práticas de sustentabilidade socioambiental no âmbito da administração pública 
(BRASIL, 2009). Além de “estimular a reflexão e a mudança de atitude dos 
servidores para que os mesmos incorporem os critérios de gestão socioambiental 
em suas atividades rotineiras” (BRASIL, 2009, p. 33). A A3P também possui como 
objetivos: 
a) Sensibilizar os gestores públicos para questões socioambientais; 
b) Promover o uso racional dos recursos naturais e a redução de gastos 
institucionais; 
c) Contribuir para revisão dos padrões de produção e consumo e para a 
adoção de novos referenciais de sustentabilidade no âmbito da 
administração pública; 
d) Reduzir o impacto socioambiental negativo direto e indireto causado pela 
execução das atividades de caráter administrativo e operacional; 
e) Contribuir para a melhoria da qualidade de vida. 
4.1 EIXOS TEMÁTICOS DA A3P 
A agenda ambiental tem priorizado como um de seus princípios a política dos 
5 R’s: Repensar, Reduzir, Reaproveitar, Reciclar e Recusar consumir produtos que 
gerem impactos socioambientais significativos (BRASIL, 2009). 
43 
 
Diante da importância que as instituições públicas possuem de “dar o 
exemplo”, a A3P foi estruturada em cinco eixos temáticos prioritários, vistos no 
Quadro 6 a seguir: 
Quadro 6: Eixos temáticos da Agenda Ambiental na Administração Pública. 
EIXOS DESCRIÇÃO 
Uso racional dos 
recursos naturais e 
bens públicos 
Implica em usá-los de forma econômica e racional evitando o seu 
desperdício. 
Gestão adequada 
dos resíduos 
gerados 
Passa pela adoção da política dos 5R´s: 
Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Recusar. 
Qualidade de Vida 
no Ambiente de 
Trabalho 
Visa facilitar e satisfazer as necessidades do trabalhador ao 
desenvolver suas atividades na organização através de ações para 
o desenvolvimento pessoal e profissional. 
Sensibilização e 
Capacitação 
A sensibilização busca criar e consolidar a consciência cidadã da 
responsabilidade socioambiental nos servidores. O processo de 
capacitação contribui para o desenvolvimento de competências 
institucionais e individuais. 
Licitações 
Sustentáveis 
A administração pública deve promover a responsabilidade 
socioambiental das suas compras. Licitações que levem à 
aquisição de produtos e serviços sustentáveis. 
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (2009). 
4.2 COLETA SELETIVA 
Segundo Brasil (2009), o processo de implantação da A3P foi iniciado com a 
coleta seletiva e é decorrente, em grande parte, da edição do Decreto nº 5.940 de 25 
de outubro de 2006, que estabelece: 
 
Art. 1º A separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e 
entidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte 
geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores 
de materiais recicláveis são reguladas pelas disposições deste Decreto 
(BRASIL, 2006). 
 
Brasil (2009, p. 41) discorre sobre o padrão de cores, e diz que a coleta 
seletiva é efetuada por diferentes tipologias de resíduos sólidos, segundo a 
44 
 
Resolução CONAMA nº 275 de 25 de abril de 2001, que estabelece o código de 
cores para cada tipo dos diferentes resíduos, como demonstrado no Quadro 7. 
Quadro 7: Código de cores para identificação de resíduos. 
Fonte: Elaborado pela autora, com base em Brasil (2009, p. 41). 
Conforme Brasil (2009, p. 42), “a coleta seletiva é também uma maneira de 
sensibilizar as pessoas para a questão do tratamento dispensando aos resíduos 
sólidos produzidos no dia-a-dia, quer seja nos ambientes públicos quantos nos 
privados”. 
É importante ressaltar que as novas formas de gestão do serviço público 
devem incentivar ações voltadas ao uso consciente dos recursos, tendo em vista 
que grande parte dos resíduos gerados na administração pública podem ser 
destinada à reciclagem, porém, para que isso seja possível, é indispensável a 
implantação de um sistema de coleta seletiva eficiente (BRASIL, 2009). 
Como uma forma de estratégia para atender as prioridades estabelecidas 
pelo Decreto 5.940/06, o governo federal instituiu a Coleta Seletiva Solidária com a 
finalidade de contribuir com a cidadania, à oportunidade de renda e inclusão social 
dos catadores de matérias recicláveis, buscando com isso construir uma nova 
cultura institucional para um novo modelo de gestão de resíduos sólidos no âmbito 
da administração pública. (BRASIL, 2009) 
COR IDENTIFICAÇÃO 
Azul Papel/papelão 
Vermelho Plástico 
Verde Vidro 
Amarelo Metal 
Preto Madeira 
Laranja Resíduos perigosos 
Branco Resíduos ambulatórios 
Roxo Resíduos radioativos 
Marrom Resíduos orgânicos 
Cinza Resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação. 
45 
 
5 O MUNICÍPIO DE SÃO DOMINGOS DO CAPIM 
O município de São Domingos do Capim, segundo dados do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010), possui uma área territorial de 
aproximadamente 1.677,249 (km²), com a densidade demográfica de 17,79 
(hab./km²), a população do município, em 2010, era de 29.846 habitantes, estima-se 
que no ano de 2015 seria de 30.847 habitantes. 
De acordo com informações do IBGE (2010), a origem histórica do município 
de São Domingos do Capim, localizado no nordeste do estado do Pará, na zona 
fisiográfica Guajarina, data dos tempos coloniais, quando as primeiras incursões 
portuguesas atingiram os Rios Guajará, Guamá e Capim.

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