Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
¹ Acadêmico do curso de Engenharia Civil – ULBRA, Santarém, PA ² Orientador, Engenheiro Sanitárista (UFPA) e Professor do curso de Engenharia Civil – ULBRA, Santarém, PA AVALIAÇÃO DE PROCESSO DE TRATAMENTO DO LODO COLETADO POR CAMINHÃO LIMPA FOSSA Francisco Demétrio de Carvalho Neto¹ f-demetrio@hotmail.com Jamil Issa Coimbra Elias¹ jamsbonder@hotmail.com Orientador: Alisson Leonardo Vieira dos Reis² Alisson@salutar.eco.br RESUMO: O trabalho em questão tem por objetivo apresentar quais os passos a se seguir para o tratamento para o lodo de fossa/tanque séptico, proveniente da retirada deste resíduo em caminhões limpa fossa, das residências que utilizam sistema de esgotamento do tipo individual (fossas e tanques sépticos). Tem relevância porque orienta sobre os principais aspectos do tratamento, que se caracteriza em três etapas: retirada do material em caminhões tipo limpa fossa, pré-tratamento e tratamento. Se fundamenta por uma pesquisa bibliográfica para se obter o melhor meio de apresentar qual as diretrizes que um sistema limpa fossa dispõe para operar. INTRODUÇÃO: O trabalho em questão tem uma relevância importante, visto que a grande questão é saber qual o fim adequado deve ser dado para o resíduo coletado nos sistemas de tratamentos de esgoto residências. Não é comum se levantar tal questão, geralmente as pessoas não pensam no assunto por se tratar de esgoto, dejetos, vide o problema com os lixões que poucas pessoas tinham conhecimento, mas deveria estar se operando aterros sanitários desde outubro de 2014 (G1) em todo o país, uma meta a se cumprir que não foi levada a serio. E os dejetos das fossas sépticas que devem, também, tomar um rumo adequado, mas que muitas vezes é um caso negligenciado de tal forma que há relatos de resíduos sendo depositados em terrenos baldios, leitos d’água, dentre outros. O que é inviável, afeta o ser humano de várias formas possíveis, principalmente na questão da saúde, que causa o aumento do número de vetores portadores de doenças. Apenas 39% do esgoto é tratado nos país, 48,6% da população tem a coleta de esgoto e 82,8% tem abastecimento de agua tratada (Trata Brasil), isso é algo preocupante visto que sem o saneamento básico se aumentam as proliferações de doenças como leptospirose, dengue dentre outras doenças. E para o estado do Pará apenas 42,19% da população e abastecida com agua tratada, 3,75% da população tem a coleta de esgoto e 2,79% tem esgoto tratado (Trata Brasil). são dados alarmantes que precisam ser analisados pela secretaria responsável pela infraestrutura do município para mudar essa realidade precária do nosso estado. O trabalho, então, tem objetivo de apresentar, para conhecimento geral, o fim adequado para os dejetos de fossas e tanques sépticos, para possível aplicação em um caso real. MÉTODOLOGIA: O tema apresentado é produzido com base em pesquisas bibliográficas de trabalhos acadêmicos relacionados, pesquisas na internet sobre as principais características de um processo de tratamento de resíduos de limpa fossa. GENERALIDADES: Normalmente, encontram-se dois tipos de esgotamento sanitário: o coletivo e o individual (Silva 2014), o primeiro, em suma, ocorre quando há o atendimento de mais de uma residência, como redes publicas de tratamento de esgoto, onde a residência tem uma ligação direta com redes coletoras localizadas sob as vias. O individual, mais comum, atende uma única unidade, e geralmente é composto por fossas e tanques sépticos, quem devem ter manutenção periódica, com limpeza que varia de um a cinco anos (NBR 7229/1993). O tanque séptico cumpre, primordialmente, três funções (Silva 2014): (i) separação da escuma e sólidos, em relação aos líquidos, sendo que os sólidos constituem-se em lodos; (ii) digestão anaeróbia e liquefação parcial do lodo; (iii) armazenamento do lodo. O material encontrado em uma fossa séptica, em geral, é composto por três componentes: sólido, liquido e escuma. O sólido vem a ser o lodo, o liquido como o próprio nome da entender a parte liquida do resíduo, a escuma é a matéria graxa misturada com sólidos e gases, que fica em suspensão no liquido em tratamento. O lodo vem a ser (NBR 7229/1993) o material acumulado na zona de digestão do tanque séptico, por sedimentação de partículas sólidas suspensas no esgoto. Entretanto , quando se faz a limpeza de uma fossa não se drena apenas a parte sólida (lodo), mas também um percentual de liquido acaba por ser absorvido no processo, que é comum, se cita isto apenas para esclarecer que não é unicamente o lodo que é absorvido, mas também liquido, logo, o tratamento abrange este aspecto e o nome do resíduo que é coletado pode se chamar “lodo de fossas e tanques sépticos”. PROCESSO DE TRATAMENTO: A primeira parte do tratamento inicia com a remoção do resíduo que se encontra no tanque séptico, que é transportado por caminhões limpa fossa até a estação de tratamento de esgoto (ETE). É possível encontrar duas formas de se fazer a retirada do lodo de fossas e tanques sépticos. O primeiro é por pressão hidrostática. O mais comum, se faz por bombeamento, onde é inserida uma mangueira no interior do tanque e o material é succionada até o caminhão limpa fossa. Como já mencionado anteriormente, essa limpeza, deve ser feita de acordo com o projeto, que varia de um a cinco anos e a retirada não deve exceder 90% (noventa por cento) do volume total do tanque (NBR 7229/1993). Já na ETE, é necessário fazer o pré-tratamento, o gradeamento para a retirada dos sólidos grosseiros (SABESP) que são materiais com dimensões maiores que o gradeamento, que varia de um a dez centímetros, como: papel, plástico, madeira, etc. com intenção de não danificar as próximas estapas. Após a retirada dos sólidos grosseiros, é hora da retirada dos sólidos sedimentares, que são feitos por caixas de areia ou desarenadores, os materiais retidos nesse momento são areia e detritos minerais inertes presentes na água (Silva 2014). Há a limpeza dessas caixas de areia, que podem ser feitas por via manual ou mecânica. Quando por via manual o sistema para, o que gera transtornos, por isso faz-se uso de duas caixas de areia, para quando uma está inutilizada, em função da limpeza, seu par funciona normalmente. Em consequência se faz a remoção de óleos flutuantes, que são os óleos e graxas que acabam adentrando o processo, esta etapa se faz por flotação, que é a retirada destes materiais que se encontram suspensos no liquido. Neste momento o resíduo é despejado em um tanque onde ocorre a presença de microbolhas ascendentes, por pressurização do ar, que faz o acumulo dos óleos e graxas na superfície do liquido. Por fim se faz o tratamento do lodo, que pode ser realizado de duas formas, por tratamento isolado ou combinado. O tratamento isolado se fragmenta e três, com ênfase: na fase líquida, sólida ou com disposição no solo. o Fase liquida: este se faz com o uso de lagoas de estabilização, é uma opção de menor custo, não exige alta capacitação do operador, porém libera odores desagradáveis e necessidade de grandes áreas; o Fase sólida: é feita por estabilização alcalina, é adicionado uma quantidade de cal ao lodo, o que eleva seu ph acima de 12. Isso possibilita anulação de odores, e diminuição da atração de patógenos e subsequentemente o numero de doenças; o Disposição no solo: nesta opção pode ser feita por trincheira, aqui é escavada trincheira no solo, preenchida com lodo e por fim enterrado, o tratamento ocorre desta forma. Tratamento composto: o lodo de fossa e tanque séptico é tratado em conjunto com o esgoto sanitário em uma estação de tratamento, é o mais comumenteutilizado nos grandes centros hoje, visto que é uma mescla do sistema individual com o coletivo. Há que se destacar que se preveja isto nos projetos das estações de tratamento, a descarga adicional que ocorre naquele momento do despejo do limpa fossa na ETE. CONCLUSÃO: O conhecimento sobre como se deve operar um limpa fossa é importante, desde a coleta do material na residência até o seu depósito para tratamento em sistema isolado ou composto, os passos que se seguem: coleta, pretratamento e tratamento do lodo de fossa/tanque séptico devem ser adequados de acordo com a situação de cada localidade, as vezes utilizar de um sistema que não seja necessário muita técnica, como uma lagoa de estabilização é melhor que uma ETE, que exige conhecimento de operação e dimensionamento, isto deve estar de acordo com cada realidade. REFERÊNCIAS: CARVALHO, Eduardo. Lei exige fim de lixões até este sábado; 60% das cidades não se adequaram. Disponível em: <http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/08/lei-exige-fim-de-lixoes-ate-este- sabado-60-das-cidades-nao-se-adequaram.html> Acesso em 07 de outubro de 2015. Sabesp. O que fazemos/tratamento de esgoto http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect/?temp=2&proj=sabesp&pub=T&n ome=TratamentoDeEsgoto&db=> Acesso em 09 de outubro de 2015. SILVA, Adriane Dias da. Avaliação do Comportamento de uma Estação Piloto para Recepção e Pré-tratamento de Resíduos de Caminhões Limpa-fossas. 146p. 2014. Trata Brasil. Saneamento no Brasil. Disponível em <http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-no-brasil> Acesso em 09 de outubro de 2015.
Compartilhar