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AULA 03 ESTRUTURAS DE CONCRETO I 1 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Estados Limites: As estruturas são projetadas para atender a determinados requisitos de qualidade como, segurança, bom desempenho em serviço e durabilidade. Para certos tipos de estruturas são fixadas condições específicas, como resistência ao fogo, à explosão, a impactos, ações sísmicas, estanqueidade, isolamento térmico e acústico, além de exigências relativas ao impacto ambiental. Quando algum destes requisitos não é atendido, considera-se que foi alcançado um estado limite. 2 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA 1 - Estados Limites Últimos ou de Ruptura (ELU): São relacionados ao colapso, ou a qualquer outra forma de ruína estrutural que determine a interrupção do uso da estrutura. Em projeto, deve-se verificar a segurança em relação aos seguintes estados limites últimos: Ruptura ou deformação plástica excessiva dos materiais; Instabilidade do Equilíbrio; Perda de Equilíbrio; Estado Limite Último provocado por solicitação dinâmica; Transformação da estrutura, no todo ou em parte, em um sistema hipostático.3 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA 2 - Estados Limites de Utilização ou de Serviço (ELS): Estados em que a utilização da estrutura torna-se prejudicada por apresentar deformações e deslocamentos excessivos (incluindo vibrações indesejadas), ou por um nível de fissuração que comprometa sua durabilidade. O requisito de segurança está relacionado ao ELU’s, enquanto que a durabilidade, aparência e conforto aos ELS’s. Nas estruturas correntes, a ruptura pode ocorrer por esmagamento do concreto ou por deformação plástica excessiva do aço das armaduras (ruptura dúctil). 4 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA 2 - Estados Limites de Utilização ou de Serviço (ELS): De acordo com a NBR 6118, admite-se que em uma peça fletida o esmagamento do concreto ocorra quando a deformação das fibras comprimidas atinge o valor de 3,5‰. Para seções totalmente comprimidas, o limite de deformação 2‰, a 3 h / 7 do bordo mais comprimido, sendo h a altura da peça. A deformação máxima de tração nas armaduras é 10‰. Este valor é bem inferior à deformação de ruptura dos aços para concreto armado, mas este limite é utilizado para evitar deformações plásticas excessivas5 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA 2 - Estados Limites de Utilização ou de Serviço (ELS): Casos possíveis para ruptura de uma seção de concreto armado: 6 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Estados Limites Últimos (ELU): O estado limite último de ruptura de uma seção transversal pode ocorrer por ruptura do concreto (esmagamento) ou por deformação excessiva do aço da armadura. Admite-se a ruína quando as deformações em uma seção transversal atingem o limite inferior ou superior de cada domínio, que são definidos pelo projetista, devendo adequar o comportamento da seção ao fim a que se destina. Ressalta-se também que os domínios consideram apenas o comportamento à flexão, sem qualquer referência à ruptura por cisalhamento, onde a peça pode ruir por esmagamento do concreto ou tração diagonal. 7 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Estados Limites Últimos (ELU): Domínios de Dimensionamento: 8 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Domínios de Dimensionamento – Tipos de Ruptura: a) Deformação excessiva da armadura: quando a deformação na armadura mais tracionada atinge o valor de 10‰ (domínio 1 e 2);9 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Domínios de Dimensionamento – Tipos de Ruptura: b) Esmagamento do concreto em seções parcialmente comprimidas: quando a deformação na fibra mais comprimida atinge o valor de 3,5‰ (domínio 3, 4 e 4a);10 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Domínios de Dimensionamento – Tipos de Ruptura: c) Esmagamento do concreto em seções totalmente comprimidas: quando a deformação na fibra situada a 3h/7 do bordo mais comprimido atingir o valor de 2‰, com h sendo a altura da seção (domínio 5). 11 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Domínios de Dimensionamento – Solicitações: 1 – Reta a: Tração uniforme; 2 – Domínio 1: Tração Não-uniforme (flexo-tração), sem tensões de compressão;12 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Domínios de Dimensionamento – Solicitações: 3 – Domínio 2: Flexão simples ou composta sem ruptura à compressão do concreto (ec<3,5‰) e com máximo alongamento permitido para a armadura (e s=10‰); 13 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Domínios de Dimensionamento – Solicitações: 4 – Domínio 3: Flexão simples ou composta com ruptura à compressão do concreto e escoamento da armadura tracionada (e s e yd );14 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Domínios de Dimensionamento – Solicitações: 5 – Domínio 4: Flexão simples ou composta com ruptura à compressão do concreto e sem escoamento da armadura tracionada (e s < e yd );15 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Domínios de Dimensionamento – Solicitações: 6 – Domínio 4a: Flexão composta com a armadura comprimida; 7 – Domínio 5: Compressão Não-Uniforme (Flexo-Compressão) sem tensões de tração.16 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Domínios de Dimensionamento – Solicitações: 8 – Reta b: Compressão Uniforme. 17 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Domínios de Dimensionamento para a Flexão Simples ou Pura: 18 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Classificação das peças de Concreto Armado quanto aos tipos de ruptura (Armadura Tracionada e Concreto comprimido): Peças subarmadas: Possuem uma taxa geométrica de armadura relativamente baixa, levando a seção a romper ainda no domínio 2. Neste caso, a ruptura ocorre por deformação excessiva da armadura tracionada, de modo convencional, sem haver o esmagamento do concreto. Esta ruptura é dúctil e caracterizada por apresentar aviso prévio, devido ao elevado grau de fissuração que antecede a ruptura 19 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Classificação das peças de Concreto Armado quanto aos tipos de ruptura (Armadura Tracionada e Concreto comprimido): Peças Normalmente Armadas: A ruptura ocorre no domínio 3, com o concreto esmagando e a armadura escoando. O comportamento é semelhante ao das peças subarmadas, em termos de ductilidade, mas pode requerer uma elevada taxa geométrica de armadura tracionada ou longitudinal; 20 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Classificação das peças de Concreto Armado quanto aos tipos de ruptura (Armadura Tracionada e Concreto comprimido): Peças Superarmadas: a ruptura ocorre no domínio 4. Devido ao excesso de armadura, o aço não chega a escoar, pois a força resultante resistente é relativamente baixa para o provocar, e a ruptura se dá por esmagamento do concreto. Esta ruptura é brusca, frágil e sem aviso prévio, e a armadura não é completamente utilizada, gerando desperdício. Esta situação pode ser evitada aumentando-se a resistência da zona comprimida, adicionando uma armadura longitudinal nesta região. 21 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Limites para Deslocamentos (ELS): Os deslocamentos excessivos e a tendência à vibração dos elementos estruturais podem ser indesejáveis por diversos motivos, classificados em quatro grupos básicos: Aceitabilidade Sensorial; Efeitos Específicos; Efeitos em elementos não-estruturais; Efeitos em elementos estruturais. 22 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Fatores que influenciam na avaliação das flechas (ELS): Fissuração: Reduz a rigidez do elemento estrutural; Fluência: Majoração das flechas imediatas; Retração: Sofre influência do processo construtivo, do fato água-cimentoe do processo de cura; Efeitos de origem térmica: Em geral são pequenos, podendo ser desprezados. 23 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Fatores que influenciam na avaliação das flechas (ELS): Fissuração: Reduz a rigidez do elemento estrutural; Fluência: Majoração das flechas imediatas; Retração: Sofre influência do processo construtivo, do fato água-cimento e do processo de cura; Efeitos de origem térmica: Em geral são pequenos, podendo ser desprezados. Limites práticos para controle de deslocamentos: Tabela 13.2 da NBR 6118 (ABNT,2014) 24 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Limites para abertura de fissuras – estado de fissuração inaceitável (ELS): A NBR 6118:2003 recomenda que o valor da abertura característica das fissuras não ultrapasse os seguintes valores prescritos, como visto anteriormente: Classe de agressividade I: 0,4 mm; Classe de agressividade II e III: 0,3 mm; Classe de agressividade IV: 0,2 mm. 25 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Classes de Agressividade Ambiental - NBR 6118 (ABNT,2014): 26 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Elementos Estruturais: Um edifício é geralmente composto de elementos estruturais, que são responsáveis por suportar as solicitações, e de elementos não estruturais, como as alvenarias e esquadrias, que apresentam capacidade resistente desprezível. Em uma estrutura convencional de concreto armado, os elementos estruturais se apresentam em forma de barras, blocos e placas. 27 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Elementos Estruturais: Os pilares são projetados para suportar o carregamento vertical oriundo das vigas, além de serem capazes de absorver os efeitos causados pela pressão dinâmica do vento. De modo geral, os pilares de edifícios são dimensionados para suportar esforços de flexo-compressão. As vigas, assim como os pilares, são elementos lineares ou de barra, mas calculados para suportar esforços predominantemente de flexão, além de do esforço cortante e torçor. Usualmente as vigas são utilizadas na posição horizontal, salvo no caso de escadas, e os pilares na posição vertical, 28 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA Elementos Estruturais: As lajes são elementos de placas responsáveis por transmitir toda a carga acidental normal da edificação às vigas, e estas, por conseguinte, as transmitem aos pilares e estes às fundações. Correntemente os projetistas estruturais dimensionam os elementos de transição das fundações, como blocos e sapatas.29 ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SEGURANÇA 30 BASES E CRITÉRIOS PARA CÁLCULO - ESTÁDIOS O procedimento para se caracterizar o desempenho de uma seção de concreto consiste em aplicar um carregamento, que se inicia do zero e vai até a ruptura. Às diversas fases pelas quais passa a seção de concreto, ao longo desse carregamento, dá-se o nome de estádios. Distinguem-se basicamente três fases distintas: estádio I, estádio II e estádio III. 31 BASES E CRITÉRIOS PARA CÁLCULO - ESTÁDIOS Estádio I: Esta fase corresponde ao início do carregamento. As tensões normais que surgem são de baixa magnitude e dessa forma o concreto consegue resistir às tensões de tração. Tem-se um diagrama linear de tensões, ao longo da seção transversal da peça, sendo válida a lei de Hooke 32 BASES E CRITÉRIOS PARA CÁLCULO - ESTÁDIOS Estádio II: Neste nível de carregamento, o concreto não mais resiste à tração e a seção se encontra fissurada na região de tração. A contribuição do concreto tracionado deve ser desprezada. No entanto, a parte comprimida ainda mantém um diagrama linear de tensões, permanecendo válida a lei de Hooke 33 BASES E CRITÉRIOS PARA CÁLCULO - ESTÁDIOS Estádio III: A zona comprimida encontra-se plastificada e o concreto dessa região está na iminência da ruptura. Admite-se que o diagrama de tensões seja da forma parabólico-retangular, também conhecido como diagrama parábola-retângulo. 34 BASES E CRITÉRIOS PARA CÁLCULO - ESTÁDIOS Estádio III: A Norma Brasileira permite, para efeito de cálculo, que se trabalhe com um diagrama retangular equivalente. A resultante de compressão e o braço em relação à linha neutra devem ser aproximadamente os mesmos para os dois diagramas. 35
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