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Mesoamérica: Região Cultural Americana

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Mesoamérica
Mosaico de vários rasgos característicos da Mesoamérica
Mapa das áreas culturais da Mesoamérica
Mesoamérica (cuja etimologia grega tem o significado
aproximado de América intermédia) é o termo com que
se denomina a região do continente americano que inclui
aproximadamente o sul do México (a partir de uma li-
nha que parte do rio Fuerte e que se prolonga para sul
até aos vales do bajío mexicano, rumando depois para
norte até ao rio Pánuco), e os territórios da Guatemala,
El Salvador e Belize bem como as porções ocidentais da
Nicarágua, Honduras e Costa Rica. Várias civilizações
pré-colombianas entre as mais avançadas e complexas de
toda a América desenvolveram-se aqui ao longo dos sécu-
los anteriores à conquista espanhola doMéxico, incluindo
olmecas, teotihuacanos, astecas e maias. Trata-se de uma
macrorregião cultural de grande diversidade étnica e lin-
guística, cuja unidade cultural está baseada no que Paul
Kirchhoff definiu como o complexo mesoamericano.
1 Complexo mesoamericano
Entre outras coisas, o chamado complexo mesoameri-
cano inclui a agricultura do milho, o uso de dois calendá-
rios (um deles ritual com 260 dias e outro civil, com 365
dias), os sacrifícios humanos e a organização estatal das
sociedades. O complexo mesoamericano serviu como
ferramenta teórica para distinguir os povos desta região
relativamente a outras macrorregiões culturais que os cir-
cundavam, como a Aridoamérica e a Oasisamérica. O
primeiro destes dois termos foi também cunhado por Kir-
chhoff. Nas fontes de língua inglesa, estas duas macror-
regiões são agrupadas no sudoeste estadunidense (sendo
por vezes incluídas, de forma errada, como periféricas as
culturas do bajío ou o norte da Mesoamérica).
A homogeneidade do processo civilizacional mesoame-
ricano tem sido criticada, especialmente por autores de
origem anglo-saxónica, como Michael D. Coe. Nas suas
críticas, estes autores salientam as diferenças entre os di-
ferentes povos que habitaram esta região (por exemplo,
ao estabelecer uma distinção entre o que chamam Mé-
xico - apesar do México ser uma entidade moderna nas-
cida no século XIX - e a área maia (Coe, 1996). No
entanto, desde os pontos de vista teóricos utilizados pe-
los arqueólogos e antropólogos como Palerm (1972), Ló-
pez Austin y López Luján (1996), ou Duverger (1994),
têm prioridade as características culturais que podem
encontrar-se nas diversas áreas culturais englobadas na
macrorregião mesoamericana. A difusão destes traços
culturais deve-se à interação das diversas etnias que vi-
veram neste território ao longo de milénios.
Esclarece-se desde já que neste artigo foram privilegia-
dos os pontos de vista destes últimos trabalhos na medida
em que permitem ter um panorama amplo da civilização
mesoamericana. Por outro lado, há que esclarecer tam-
bém que alguns nomes de deidades, culturas e locais são
escritos na sua versão espanhola adaptada do nauatle, pois
é desta forma que são mais conhecidos no mundo acadé-
mico. Isto não quer dizer que todos os povos mesoameri-
canos falassem nauatle. De facto, o uso do nauatle como
língua franca na Mesoamérica aconteceu apenas a partir
do século X, com a chegada dos povos teochichimecas e
mais tarde dos toltecas e mexicas (estes últimos, criado-
res do estado mais extenso que conheceu a Mesoamérica
1
2 2 CONTEXTO ECOLÓGICO
pré-colombiana).
2 Contexto ecológico
Paisagem das terras altas mesoamericanas.
As terras mesoamericanas situam-se entre os 10º e 22º
de latitude norte. Incluem a região que se estende desde
a zona central do México, ao istmo de Tehuantepec, a
península do Iucatão, Guatemala, Belize, El Salvador e
as zonas costeiras do Pacífico de Honduras, Nicarágua e
Costa Rica até ao golfo de Nicoya. Trata-se de uma com-
binação complexa de vários sistemas ecológicos. Michael
Coe agrupa os diferentes nichos em terras altas (aquelas
situadas a altitudes entre os 1000 e os 2000 m), conheci-
das como planaltos; e terras baixas, com altitudes próxi-
mas do nível do mar, abaixo dos 1000 m de altitude. No
primeiro grupo destaca-se a sua grande diversidade cli-
mática, que inclui desde os climas frios de montanha ao
clima tropical seco. Predominam, no entanto, os climas
temperados com chuvas moderadas. Nas terras baixas
predominam os climas subtropicais ou tropicais, como
nas costas do Golfo do México e do Mar das Caraíbas.
Há um número de diferentes sub-regiões dentro da Me-
soamérica que são definidas por uma convergência dos
atributos geográficos e culturais. Estas sub-regiões são
mais conceituais do que culturalmente significativas, e a
demarcação de seus limites não é rígida. A área maia,
por exemplo, pode ser dividida em dois grupos gerais: as
terras baixas e altas. Além disso, as terras baixas são sub-
divididas entre norte e sul. As terras baixas do sul maia
são geralmente consideradas como abrangendo o norte
da Guatemala, o sul de Campeche e Quintana Roo no
México, e Belize. As terras baixas do norte cobrem o
restante da parte norte da península de Yucatán. Outras
áreas geográficas e culturais incluem o Centro doMéxico,
Oeste do México, as Terras Baixas da Costa do Golfo,
Oaxaca, as Terras Baixas Sul do Pacífico e Sudeste da
Mesoamérica (incluindo o norte de Honduras).
Um dos poucos animais domesticadas pelos povos mesoamerica-
nos foi o peru.
2.1 Terras altas
Alguns dos vales das terras altas da Mesoamérica pos-
suem solos férteis com aptidão agrícola. É este o caso
dos vales de Oaxaca, de Puebla-Tlaxcala e do México.
Ainda assim, a sua localização entre as montanhas im-
pede a passagem das nuvens. Esta situação é especial-
mente crítica nos vales de terra quente da Mixteca, talvez
os mais secos das terras altas. Além da escassez de chuva,
existem poucos cursos de água, e apenas de caudal redu-
zido. As primeiras investigações arqueológicas na Me-
soamérica pareciam mostrar que o clima deveria ter sido
mais benigno no passado. No entanto, com o passar dos
anos e com o aprofundamento do conhecimento sobre a
região, sabe-se agora que o clima não devia ser muito di-
ferente do actual, ainda que os ecossistemas mostrem um
grau de desgaste importante, fruto da actividade humana.
Uma boa parte das terras altas apresenta evidências de
uma desflorestação antiga, e várias espécies desaparece-
ram dos seus antigos habitats.
Portanto, as terras altas da Mesoamérica, ainda que não
sendo extraordinariamente ricas, tampouco foram dema-
siado pobres como para impedir o desenvolvimento das
altas culturas agrícolas da antiguidade pré-hispânica. De
facto, a sua situação é similar à de outras regiões do
mundo onde cedo ocorreram processos civilizacionais,
como o norte do Peru, na América do Sul, ou o vale do
Indo, na Ásia. Nestes lugares, como na Mesoamérica, os
seres humanos tiveram que aprender a aproveitar ao má-
ximo os recursos de que dispunham nos seus nichos eco-
lógicos. Os mesoamericanos das terras altas, como povos
agrícolas, aprenderam a armazenar a água e a conduzi-la
3
desde as suas fontes nas montanhas até às terras de cul-
tivo. Provavelmente a mais característica das técnicas
agrícolas da Mesoamérica foi o cultivo em chinampas,
desenvolvido nos lagos da meseta Tarasca e em especial
no vale do México, onde se conservam ainda algumas zo-
nas com este tipo de cultivo em Xochimilco. Além disso,
tiveram que aprender a contar o tempo, uma vez que o
período no qual podiam semear estava intercalado entre
duas temporadas que ameaçavam o bom término das co-
lheitas do principal cultivo - o milho-: a temporada seca
e quente do início da primavera e as geadas do inverno.
2.2 Terras baixas
O jaguar foi um animal muito apreciado naMesoamérica. A dis-
tribuição histórica do jaguar ia desde o que hoje é o sudeste dos
Estados Unidos, para sul atravésdaMesoamérica, até à América
do Sul.
Bem diferente era a situação nas terras baixas. Especial-
mente no sudeste da costa do Golfo do México, as chu-
vas são demasiado abundantes. As selvas tropicais de ve-
getação espessa cobriam uma grande parte das planícies
costeiras, e isto representava um obstáculo ao desenvol-
vimento da agricultura. Nestes lugares, tanto a vegetação
como o excesso de água representavam um problema, o
que levou os antigos mesoamericanos a idealizar sistemas
de drenagem, cujos vestígios se podem observar na região
de Chontalpa em Tabasco, onde subsistem os chamados
camellones chontales.
Por outro lado, a fauna de que dispunham os povos me-
soamericanos não era facilmente domesticável. Muitos
milénios antes do início da civilização na Mesoamérica,
as principais espécies de mamíferos passíveis de serem
domesticados haviam desaparecido devido à caça exces-
siva. Foi este o caso do cavalo e de algumas espécies
bovinas. Este facto explica por que os povos desta re-
gião não tinham animais de carga e por que a civiliza-
ção mesoamericana era exclusivamente agrícola. As úni-
cas espécies domesticadas foram o xoloitzcuintle e o peru,
mas nunca fizeram parte da dieta e da economia da mai-
oria dos povos mesoamericanos. Não obstante o ante-
rior, as sociedades da região praticavam a caça de outras
espécies, quer como complemento à sua dieta (veados,
coelhos, aves, numerosas ordens de insectos), ou como
artigos de luxo (peles de felinos, como o jaguar e aves de
plumagens vistosas, como o quetzal).
Uma vez que a Mesoamérica se encontra fragmentada
em nichos ecológicos muito reduzidos e diversos, ne-
nhuma das sociedades que a habitaram em tempos pré-
hispânicos era auto-suficiente. Por isso, desde os últi-
mos séculos do período arcaico, anterior ao período pré-
clássico, os povos da região especializaram-se na explo-
ração de certos recursos naturais abundantes na sua vi-
zinhança imediata, logo estabelecendo redes de trocas
comerciais que sanaram as carências do meio ambiente.
Os povos do ocidente, por exemplo, especializaram-se na
produção agrícola e de cerâmica; os oaxaquenhos produ-
ziam algodão e cochonilha; das costas provinham o sal,
peixe seco, conchas marinhas e pigmentos como o púr-
pura; das terras baixas da Área Maia e do golfo do Mé-
xico obtinham-se o cacau, a baunilha, peles de jaguar,
aves preciosas como o quetzal ou a arara; do centro saía
grande parte da obsidiana utilizada na fabricação de ar-
mas e ferramentas.
3 Áreas culturais
Denominam-se áreas culturais as regiões habitadas por
povos que partilham vários elementos em comum, seja
pela sua ausência ou presença nos sistemas culturais. Isto
não significa que todos os povos agrupados numa mesma
área cultural constituam uma unidade étnica: em muitos
casos, nem sequer partilham o mesmo idioma. Este facto
não obsta a que possa existir interação entre eles, quer
em virtude das suas relações políticas, comerciais ou por
simples contiguidade geográfica. Segue-se uma caracte-
rização sumária das diferentes áreas culturais do México,
baseada no Atlas del México Prehispánico (2000), e no
Atlas Histórico de Mesoamérica (Manzanilla y López Lu-
ján, 1989).
3.1 México Central
Uma das áreas mais importantes durante a história pré-
hispânica do México, foi a que se conhece como México
Central. Esta área é constituída pelos vales temperados a
frios situados na parte meridional do planalto mexicano
e a norte da bacia do rio Balsas. Trata-se de um nicho
ecológico caracterizado pelo seu clima temperado e pela
4 3 ÁREAS CULTURAIS
Panorâmica do vale de Teotihuacan, México Central.
ausência de cursos de água importantes. As chuvas, por
outro lado, ocorrem entre os meses de Abril e Setembro,
não sendo demasiado abundantes. Este facto motivou o
desenvolvimento, desde muito cedo, de obras hidráulicas,
entre as quais se encontram a canalização de rios e os
sistemas de levadas nas encostas dos montes.
O vale de Tehuacan, localizado a sudeste desta região é
importante porque dele procedem os vestígios mais an-
tigos do cultivo do milho bem como algumas das amos-
tras da cerâmica mais antiga da Mesoamérica. O México
Central inclui ainda, a bacia lacustre do vale do México,
composta por vários lagos e lagoas. Em redor do lago
Texcoco cresceram povoamentos tão importantes como
Cuicuilco no período pré-clássico; Teotihuacan no clás-
sico e Tula e Tenochtitlan no período pós-clássico.
3.2 Área Maia
Rio Usumacinta.
AÁreaMaia é uma dasmaiores daMesoamérica. Alguns
autores dividem-na em dois sectores: a península do Iuca-
tão, a norte, e as Terras Altas, no sul. A primeira engloba,
além da península iucateca, a região de Petén e o Belize.
Trata-se de uma zona de terras baixas e clima quente, fus-
tigada pelos furacões e tempestades tropicais provenien-
tes do Mar das Caraíbas. Em termos geomorfológicos
esta região é uma plataforma calcária, elevada apenas em
direcção a sul, onde os Montes Maias rompem a pla-
nura da paisagem. Carece de cursos de água superficial,
pois o solo é demasiado permeável, sendo abundantes os
cenotes. Por outro lado, as Terras Altas englobam os Al-
tos de Guatemala e os Altos de Chiapas. É uma região de
clima temperado frio, com chuvas abundantes. As encos-
tas das montanhas encontram-se cobertas por uma vege-
tação espessa a qual ameaça o desenvolvimento da agri-
cultura. As Terras Altas não estão menos expostas aos
ciclones tropicais, que com alguma frequência provocam
danos na zona.
Os primeiros desenvolvimentos culturais importantes
desta região ocorreram na sua parte sul. A primeira cerâ-
mica, oriunda da localidade de Cuello no Belize, parece
indicar que o desenvolvimento da olaria na Área Maia
derivou das tradições sul-americanas. Séculos mais tarde,
desenvolveram-se os primeiros centros populacionais que
haveriam de converter-se em cidades no período clássico.
Entre elas destacam-se Kaminaljuyú e Tikal. Esta última
havia de tornar-se a maior das cidades maias entre os sé-
culos III e VIII d.C. A decadência e abandono das gran-
des cidades maias ficou a dever-se a uma combinação de
factores: guerras internas, desastre ecológico, mudança
climática, migrações provenientes do norte da Mesoamé-
rica. Desta forma, o coração da cultura maia transferiu-
se para as terras do Iucatão. Nesta região floresceriam as
cidades tardias de Chichén Itzá, Uxmal e Tulum, entre
muitas outras, e que na realidade eram pequenos estados
hostis entre si.
3.3 Oaxaca
A Serra Mixteca
A região de Oaxaca foi desde a época mesoamericana
uma das mais diversas. Trata-se de um território ex-
tremamente montanhoso, limitado pela Sierra Madre del
Sur e pelo escudo Mixteco. Inclui uma porção da bacia
do rio Balsas, caracterizada por sua secura e relevo com-
plicado. Nesse sentido, parece-se bastante à região do
México Central.
Foram dois os cenários principais da história cultural dos
povos de Oaxaca. Por um lado, os vales centrais de Oa-
xaca viram surgir o desenvolvimento da cultura zapoteca,
3.5 Ocidente 5
uma das mais antigas e conhecidas no âmbito mesoame-
ricano. Esta cultura desenvolveu-se a partir dos vários
caciquismos regionais que controlavam a terra de cultivo
(muito fértil, ainda que demasiado seca) dos pequenos va-
les de Etla, Tlacolula e Miahuatlán. Alguns dos primeiros
exemplos de grande arquitectura naMesoamérica perten-
cem a esta região, como o centro cerimonial de San José
Mogote. A hegemonia deste centro cerimonial na região
dos vales passou depois para Monte Albán, a capital clás-
sica dos zapotecos. A queda de Teotihuacan no século
VIII permitiu o apogeu da cultura zapoteca. Ainda as-
sim, a cidade de Monte Albán foi abandonada no século
X, dando lugar a uma série de centros regionaisque dis-
putavam entre si a hegemonia política.
A poente dos vales, localiza-se a regiãoMixteca. Trata-se
de um terreno extremamente montanhoso com altitudes
muito variáveis que chegam a ultrapassar os 3000 metros
sobre o nível do mar. Os climas variam do temperado
de montanha ao tropical seco, e a chuva é geralmente es-
cassa. Existem poucos cursos de água, e actualmente boa
parte da região apresenta um grau de desflorestação alar-
mante devido à agricultura de roça praticada pelos anti-
gos habitantes da região. A Mixteca é também uma zona
ocupada desde tempos imemoriais. Já desde o período
pré-clássico haviam-se formado nesta região vários nú-
cleos populacionais importantes, como Yucuita e Cerro
de las Minas. No entanto, as capitais mixtecas nunca al-
cançaram a magnitude das suas vizinhas zapotecas. O
apogeu da cultura mixteca foi alcançado no período pós-
clássico, quando o senhor Oito Veado de Tututepec e
Tilantongo empreendeu uma campanha de unificação po-
lítica das cidades-estado mixtecas, chegando a ocupar os
vales centrais de Oaxaca.
3.4 Guerrero
Tradicionalmente considera-se Guerrero como uma re-
gião pertencente à área Ocidente. No entanto, as desco-
bertas mais recentes reorientaram a divisão das áreas cul-
turais mesoamericanas, e nos trabalhos académicos dos
últimos tempos Guerrero aparece como uma área cultural
independente. Guerrero ocupa aproximadamente a área
correspondente ao estado mexicano do mesmo nome, lo-
calizado no sul do México. Pode dividir-se em três re-
giões com características diferentes: a norte, a depressão
do rio Balsas, onde este curso de água tem a maior in-
fluência sobre a configuração da geografia regional. A
depressão do Balsas é uma região baixa, de clima quente
e chuvas escassas, cuja secura é minorada pela presença
do rio Balsas e seus numerosos afluentes. A parte cen-
tral corresponde à Sierra Madre del Sur, região rica em
depósitos minerais e com escassas potencialidades agrí-
colas. A parte sul da área guerrerense é constituída pela
costa do Pacífico, uma estreita planície costeira, repleta
de manguezais e palmeiras, fustigada pelos furacões do
Pacífico.
Guerrero foi o cenário das primeiras tradições cerâmicas
da Mesoamérica. Os vestígios mais antigos desta fo-
ram encontrados aqui, em Puerto Marqués, próximo de
Acapulco, com idade aproximada estimada em 3500
anos. Durante o período pré-clássico, a bacia do Bal-
sas converteu-se numa zona de importância vital para o
desenvolvimento da cultura olmeca, que deixou marcas
da sua presença em locais como Teopantecuanitlán e as
grutas de Juxtlahuaca. Mais tardio foi o desenvolvimento
de uma tradição escultórica conhecida comoMezcala, ca-
racterizada pela sua tendência para a geometrização do
corpo humano. Durante o período pós-clássico, a maior
parte de Guerrero caiu sob o domínio dos mexicas, per-
manecendo independente apenas o senhorio tlapaneco de
Yopitzinco.
3.5 Ocidente
O Bajío, região da planície no México.
O Ocidente é uma das zonas menos conhecidas da Me-
soamérica. Trata-se de uma extensa região, que inclui as
encostas da SierraMadre Occidental, uma parte da Sierra
Madre del Sur e a bacia média e baixa do rio Lerma. Os
contrafortes da montanha estavam cobertos de bosques
de pinheiros e carvalhos, cuja extensão tem diminuído de-
vido à actividade silvícola. A terra tem aptidão agrícola
pela sua fertilidade e pela disponibilidade de recursos hí-
dricos, especialmente na planície costeira de Sinaloa, no
bajío e nameseta Tarasca. Os climas variam desde frio de
montanha no oriente de Michoacán, até ao clima tropical
das costas de Nayarit.
A região foi habitada por povos de fala uto-asteca, como
os coras, huichol e tepehuanos. A incorporação destes
povos na esfera da civilização mesoamericana foi muito
gradual, e presume-se que os primeiros avanços na cerâ-
mica da região estiveram ligados às tradições dos povos
andinos do Equador e Peru. As mudanças que afectaram
as restantes regiões de forma clara são menos observáveis
no Ocidente, por isso, as tradições culturais do período
pré-clássico, como as de Colima, Jalisco e Nayarit ou a
dos túmulos de poço, sobreviveram até bem dentro do pe-
ríodo clássico (150-750/900d.C.). A mais conhecida das
sociedades do Ocidente é a purépecha ou tarasca, que ri-
6 4 A CRONOLOGIA DAS CULTURAS DA MESOAMÉRICA
valizou no século XV com o poderio dos mexicas.
3.6 Norte
Turquesa, um dos principais produtos negociados pelos povos da
Oasisamérica.
A zona Norte da Mesoamérica formou parte desta supe-
rárea cultural apenas durante o período clássico (150-750
d.C.), altura em que o apogeu de Teotihuacan e o cresci-
mento da população favoreceram as migrações em direc-
ção ao norte bem como o comércio com as longínquas
terras da Oasisamérica. Trata-se de um território plano,
situado entre as Sierra Madre Oriental e Occidental. O
clima é seco, quase desértico, e a vegetação é escassa,
pelo que a agricultura no norte só foi possível mediante a
canalização dos cursos de água superficiais (entre os quais
se destaca o rio Pánuco e os afluentes do rio Lerma) e ao
armazenamento da água da chuva. A excessiva depen-
dência do bom clima levou os povos do norte da Mesoa-
mérica a abandonar a região em meados do século VIII,
altura em que enfrentaram uma seca prolongada e as in-
vasões de povos oriundos da Aridoamérica.
Os centros populacionais do Norte estavam dependentes
da rede de comércio que se estabeleceu entre Teotihuacan
e as sociedades da Oasisamérica. Sítios como La Que-
mada em Zacatecas, ou La Ferrería em Durango, servi-
ram como fortes para vigiar as rotas comerciais. Quando
a agricultura e o sistema social entraram em colapso, os
habitantes desta região migraram em direcção ao oci-
dente, ao golfo do México ou ao México Central.
3.7 Centroamérica
A área conhecida como Centroamérica (não confundir
com América Central), ocupa as costas pacíficas de El
Salvador, Honduras, Nicarágua e a península de Nicoya
na Costa Rica. Trata-se de uma região de clima tropical,
com actividade sísmica importante, incluindo também os
dois grandes lagos da América Central: o lago Nicará-
gua e o lago Manágua. Como no caso da região Norte, a
Centroamérica fez parte da Mesoamérica apenas tempo-
rariamente. Costuma considerar-se que os povos centro-
americanos formam parte da chamada zona de transição
Lago Nicarágua
entre o mundo andino e a Mesoamérica. Os primeiros
contactos com a área nuclear da Mesoamérica ocorre-
ram no período pré-clásssico, como indica a influência
olmeca nesta região. No entanto, no período clássico,
as relações foram interrompidas e a Centroamérica re-
cebeu um maior influxo das culturas do planalto colom-
biano. Exemplo disto é o desenvolvimento da metalurgia
na Centroamérica, muito anterior ao que se verificou nos
restantes povos mesoamericanos. No entanto, nos sítios
salvadorenhos de Tazumal, San Andrés e outros, é visível
a influência de Teotihuacan, Copán e outros sítios maias.
No período pós-clássico, toda esta área ficou novamente
incluída na esfera mesoamericana, sendo invadida por
povos como os pipiles e nicaraos, falantes do nahuat, um
dialecto do idioma falado pelos mexicas e percebe-se na
cultura e arquitectura a influência de toltecas e astecas.
4 A cronologia das culturas daMe-
soamérica
Ver artigo principal: Arqueologia da Mesoamérica,
Cronologia da Mesoamérica
A Mesoamérica distingue-se por ter sido a primeira re-
gião da América em que se desenvolveram civilizações
complexas. Os primeiros sinais da presença humana na
Mesoamérica foram encontrados num local de abate de
mamutes em Santa Isabel Ixtapan, no vale do México,
perto de Texcoco. Juntamente com os restos de um ma-
mute desmembrado encontrou-se uma grande variedade
de ferramentas de sílex e obsidiana, estimando-se que este
localdate de 7700 a 7300 a.C.
A primeira civilização complexa conhecida naMesoamé-
rica é a dos olmecas, que habitaram a região costeira do
golfo do México durante o período pré-clássico inicial, a
partir de 1300 a.C., com apogeu entre 1150 e 700 a.C.
nos sítios de La Venta e San Lorenzo Tenochtitlan. Fo-
ram encontrados vestígios de outras culturas iniciais, pos-
5.1 Calendário de 260 dias 7
sivelmente ligadas aos olmecas em Abaj Takalik e Izapa.
No período pré-clássico tardio e no sul da Mesoamé-
rica, a civilização maia clássica evoluía em locais como
Kaminaljuyú, Edzná,Cobá e Lamanai. A civilização
maia clássica atingiu o seu apogeu em locais como
Palenque, Tikal, Copán, entre outros. Entretanto, nas
terras altas de Oaxaca floresciam os reinos zapotecas de
Monte Albán.
Mais tarde, cerca de 100 a.C., Teotihuacan foi fundada,
tornando-se dominante durante o período clássico até
cerca do ano 900, influenciando grande parte da Meso-
américa.
Após a queda de Teotihuacan cerca do ano 500 a Me-
soamérica entrou no período pós-clássico e vários cen-
tros emergiram: Xochicalco e Cholula, e mais tarde Tula
no México central. As culturas totonaca e huasteca na
costa do golfo, a cultura mixteca em Mitla e vários cen-
tros maias como Chichén Itzá e Mayapan no Iucatão e em
Toniná nas terras altas de Chiapas.
No período pós-clássico tardio ou terminal, deu-se o
florescimento da cultura asteca no México central, dos
maias quiché de Utatlán nas terras altas da Guatemala,
dos tarascos no noroeste com a sua capital Tzintzuntzan.
O período pós-clássico terminou com a derrota dos aste-
cas pelos espanhois em 1519. No entanto, muitos grupos
culturais só muito mais tarde cederam aos espanhois. Por
exemplo, os grupos maias do Petén, incluindo os itza de
Tayasal e os ko'woj de Zacpeten permaneceram indepen-
dentes até 1697.
Algumas culturas da Mesoamérica nunca antigiram uma
posição dominante, tampouco deixaram vestígios arque-
ológicos relevantes, mas não deixam por isso de ser dig-
nas de nota. Por exemplo, os otomis, os cora e huichol
(também chamados de chichimecas), os chontais, huaves,
e os povos centro-americanos xincas e lencas.
A Mesoamérica continua a ser, ainda hoje, uma região
extremamente rica do ponto de vista cultural e da diver-
sidade linguística e os povos indígenas da Mesoamérica
moderna mantêm muitas das tradições dos seus antepas-
sados, apesar de 500 anos de grande pressão de parte da
moderna civilização europeia.
4.1 Resumo cronológico e culturas da Me-
soamérica
5 Características da civilização
mesoamericana
Ao delimitar geograficamente a área mesoamericana,
Paul Kirchoff propõe também uma série de caracterís-
ticas que definem as culturas desta região e que são co-
muns a todas elas. Entre estes traços culturais sublinha
o uso de dois calendários (um ritual de 260 dias e outro
de 365 dias), um sistema de numeração de base vinte e
a escrita pictográfico-hieroglífica, o sacrifício humano, o
culto a certas divindades (em que sobressaem os cultos às
divindades da água, fogo e a Serpente Emplumada, entre
outros.
Apesar de Paul Kirchoff haver dado uma definição ge-
ral da Mesoamérica, actualmente aquela vai mais além
de simples critérios materiais (cultivo do milho, utiliza-
ção do algodão, politeísmo, etc.), e inclui aspectos cultu-
rais que tem as suas raízes nas primeiras sociedades se-
dentárias da região. Christian Duverger argumenta que
o expoente máximo da civilização mesoamericana foi a
civilização mexica. No entanto, esta afirmação tem sido
contestada por outros autores (como López Austin, Ló-
pez Luján e Florescano), os quais sustentam que a civi-
lização mesoamericana é o resultado da participação de
múltiplos povos com crenças diferentes. Apesar da di-
versidade étnica, a Mesoamérica alcançou um grau de
relativa homogeneidade graças aos contactos existentes
entre as diferentes regiões por meio de trocas comerciais
ou campanhas militares.
5.1 Calendário de 260 dias
O calendário de 260 dias, cuja aparição remonta a 1200
a.C., reflecte a evolução do costume de medir o tempo,
não só para saber em que dias semear, que celebrações
religiosas celebrar, ou como se movimentam os astros,
mas também com fins divinatórios.
Os nomes utilizados para identificar os dias, os meses e os
anos no mundo mesoamericano têm origem, em grande
parte, na visão mágico-religiosa que os habitantes da Me-
soamérica tinham do meio natural em que estavam inse-
ridos no período pré-clássico: animais, flores, os astros e
a morte. Este calendário está presente em todas as zonas
culturais da Mesoamérica.
Códice Nuttal (mixteca). Todos os povos da antiga Mesoamérica
desenvolveram sistemas de escrita. No entanto, uma vez que a
sua natureza é completamente diferente da escrita fonética oci-
dental, muitos linguistas não a consideram como uma verdadeira
escrita.
5.2 Escrita glífica
Ver artigo principal: Sistemas de escrita mesoameri-
canos
8 5 CARACTERÍSTICAS DA CIVILIZAÇÃO MESOAMERICANA
A escrita glífica e o seu estudo têm passado por diversas
etapas. Desde os primeiros estudos discute-se se o sis-
tema glífico mesoamericano (excluindo o sistema maia)
é evidência de um sistema de sinais que expressavam
ideias, principalmente religiosas não utilizando a foné-
tica. Relativamente ao uso de elementos pictográficos e
sua relação com os ícones, a escrita mesoamericana sem-
pre conteve uma grande variedade de significados, não
apenas uma visão artística, mas também religiosa e cultu-
ral. Os glifos incluem personagens, animais, topónimos,
entre outros, que estão presentes em todas as culturas me-
soamericanas, incluindo Teotihuacan, onde as imagens
são belas e artisticamente elaboradas. Predominam os
glifos pictográficos e ideográficos.
A utilidade da escrita entre os mesoamericanos foi vari-
ada: serviu para permitir a interpretação de sinais envia-
dos pelos astros relativamente ao nome e destino das pes-
soas, ou para explicar os mitos e histórias dos povos, que
eram plasmados nos glifos, quer em pedras quer em ma-
nuscritos. Este trabalho era feito pelos sacerdotes, sendo
eles os únicos capazes de entender as imagens.
No entanto, o uso da escrita como forma de legitimar o
poder dos governantes foi talvez o mais importante. A
escrita mesoamericana foi uma escrita exibida em mo-
numentos públicos, pinturas murais, estelas e estruturas
piramidais, que davam a todas as pessoas comuns uma
explicação simples do poder dos seus senhores, como se
de propaganda se tratasse.
5.3 Oferendas à terra
O enterramento de ricas oferendas dadas à terra, nos cen-
tros cerimoniais, tem a sua origem no início da sedenta-
rização de grupos outrora nómadas. Os espaços cerimo-
niais e seculares eram delimitados, como forma de es-
tabelecer uma ordem cósmica na terra, que justificava o
domínio das classes governantes sobre a restante socie-
dade.
Eram típicas as oferendas aos deuses originais, o antigo
fogo do vulcão e aMãe Terra. A oferta de todos os indiví-
duos duma comunidade consistia nummontículo de terra,
e mais tarde, na construção de pirâmides. Estas estrutu-
ras seriam depois utilizadas como altares para ofertas e
outras cerimónias religiosas.
As oferendas eram importantes para os centros cerimo-
niais: davam-lhes os poderes ideológico e religioso. A
ocorrência de saques das oferendas efectuadas indica algo
mais que a busca de riquezas: era uma forma de debilitar
e/ou erradicar o poder religioso e político dum centro ce-
rimonial. O significado real das oferendas está ainda por
esclarecer, mas pensa-se que cada objecto tivesse um po-
der mágico, independentemente da sua antiguidade.
Tzompantli ou uro das caveiras. Estes monumentos recordampessoas que foram sacrificadas para manter o movimento (e a
vida) das principais forças cósmicas: a luz e as trevas.
5.4 Sacrifícios humanos
Quando se fala de sacrifícios humanos, não se trata sim-
plesmente de matar por gosto. O acto de sacrificar tem
um grande significado religioso-político. O sacrifício sig-
nifica a renovação da energia cósmica divina pois os deu-
ses deram a vida ao homem, sacrificando a sua própria. O
homem deverá entregar a sua vida para manter a ordem
divina estabelecida.
O sangue é sinónimo de vida na crença mesoamericana:
o sangue humano é o líquido que sacia a sede dos deuses
(neste caso o deus Sol), sendo parcialmente constituído
de sangue dos deuses. Com o sangue revitalizam-se não
só as divindades, mas também a própria terra, as plantas
e os animais (como a águia e o jaguar). O sangue é, tal
como a água, necessário à vida na terra e à vida celestial.
Esta obrigação de revitalizar a ordem cósmica está reflec-
tida nas sociedades mesoamericanas através das imagens
que evocam o sacrifício: águias e jaguares devorando co-
rações humanos; a presença de círculos de jade ou chal-
chihuites que representam corações; imagens que por um
lado reflectem pedidos de chuva e por outro de sangue,
com um mesmo propósito: repor a energia divina; a pre-
sença de plantas e flores que simbolizam a natureza e ao
mesmo tempo o sangue donde brota a vida.
Qual a importância dos sacrifícios nos aspectos sociais
e religiosos das culturas mesoamericanas? Em primeiro
lugar, a presença da morte convertida em deus. A morte
é a consequência do sacrifício do homem, mas não é o
fim; é a continuação do ciclo cósmico. A morte gera
vida, a energia divina é libertada depois da morte e de-
volvida aos deuses, para que estes gerem nova vida. Em
segundo lugar, justificam a guerra, pois nesta actividade
conseguem-se os sacrifícios mais valiosos: os guerreiros
que possuem a energia necessária para fortalecer os deu-
ses nas suas constantes actividades divinas. A captura de
prisioneiros e a guerra convertem-se então num meio de
ascensão social e ao mesmo tempo num jogo divino. Por
último, justificam o controlo do poder real de dois secto-
5.6 Sistema dualista de pensamento 9
res das sociedades mesoamericanas: os sacerdotes, que
controlam a ideologia religiosa e os guerreiros, que for-
necem os sacrifícios às cerimónias por meio da guerra e
da conquista de territórios (com os respectivos tributos).
Estátua de Tlaloc, divindade da chuva dos povos da area cen-
tral do mesoamerica. Foi encontrada em Coatlinchan, Estado
do México, e levada para o Museu Nacional de Antropologia na
Cidade do México. Enquanto era transportada pela cidade, caiu
um aguaceiro de proporções memoráveis.
5.5 Politeísmo
Ver artigo principal: Politeísmo
O aumento do número de divindades mesoamericanas
deu-se graças à incorporação de elementos ideológico-
religiosos novos na religião primitiva (cujas divinda-
des eram Fogo, Terra, Água e Natureza) como as di-
vindades astrais (Sol, estrelas, constelações, Vénus) e
suas representações em esculturas antropozoomórficas,
antropomórficas, zoomórficas ou formas de objectos quo-
tidianos.
As qualidades dos deuses bem como os seus atributosmu-
daram através dos tempos e da influência cultural de ou-
tros grupos mesoamericanos. Deuses que são três entes
cósmicos diferentes e ao mesmo tempo um só. A religião
mesoamericana tem uma outra característica importante:
a existência de dualismo entre as divindades, com o en-
frentamento entre pólos opostos: positivo, exemplificado
pela luz, o masculino, a força, a guerra, o sol, etc.; e o
negativo, as trevas, o feminino, o sedentarismo, a paz, a
lua, etc.
5.6 Sistema dualista de pensamento
Entende-se por pensamento dualista a capacidade dos in-
dígenas em pensar os contrários de um modo único, es-
tando este modo de pensamento patente quer na religião
quer na política, nas crenças populares e nos comporta-
mentos quotidianos. Este tipo de pensamento nasceu da
sobreposição entre os nahuas e os autóctones da Meso-
américa, isto é, duma fusão cultural entre ambos. Exis-
tem inúmeras manifestações deste tipo de pensamento,
mas apenas se considerarão as mais representativas: o
nagualismo e o jogo da bola.
O xoloitzcuintle é um dos naguales do deus Quetzalcóatl. Sob
esta forma, ajuda os mortos a atravessar o Chicnahuapan, um
rio que separa o mundo dos vivos do mundo dos mortos.
5.6.1 Nagualismo
Entende-se por nagualismo a capacidade do ser humano
em encarnar um aspecto animal ou a prática do nahual.
Esta palavra designa a encarnação animal de um homem
ou ainda o homem que tem o poder de encarnar-se nesse
animal, mas no fundo esta crença é a afirmação de que se
pode ser homem e animal ao mesmo tempo. Ao contrário
do totemismo, que tem um valor colectivo, é algo estri-
tamente individual. Existem naguales muito conhecidos
como o jaguar ou a águia, mas também de animais mais
modestos como o xoloitzcuintle, o armadilho, o tlacuache,
etc.
Dentro da arte pré-hispânica, o nagualismo é interpretado
de diversas formas, sendo a primeira delas pouco inteli-
gível para nós, uma vez que se tem a impressão de estar
frente a um armadilho ou a um jaguar, mas na realidade
o que é representado é um nagual de um deus ou de um
soberano. A segunda forma apresenta-se mais directa, o
homem e o seu duplo apresentam-se juntos, como uma
só criatura antropozoomórfica, isto é, com uma parte de
humano (a cabeça, os braços) e uma parte animal (pa-
tas, bico, cauda, etc.). O nagualismo é uma ideia típica
10 5 CARACTERÍSTICAS DA CIVILIZAÇÃO MESOAMERICANA
da Mesoamérica, a qual designa exclusivamente a relação
homem-animal.
Campo de jogo da bola de Xochicalco. O jogo da bola era uma
cerimónia ritual, que dramatizava o movimento dos astros. O
jogo terminava com um sacrifício.
5.6.2 Jogo de bola
Ver artigo principal: Jogo de bola mesoamericano
O jogo de bola é um dos rasgos culturais mais importan-
tes daMesoamérica. Não se tratava de um desporto ainda
que pelo seu nome seja muitas vezes entendido como tal.
Deve ser entendido como um ritual e o terreno em que
se jogava está sempre situado em centros cerimoniais.
Este jogo tinha uma essência cósmica, estando relacio-
nado com o movimento do sol e do universo, movimento
este representado com o auxílio de uma bola, feita de
borracha endurecida, extraída da seiva de uma figueira;
este material era escolhido pelas suas características elás-
ticas.
Existiam muitas regras neste jogo, variáveis de região
para região. Em alguns lugares só se podia jogar com as
mãos, noutros com a cintura e com os cotovelos ou ainda
apenas com um bastão. Para cada tipo existiam diferen-
tes tipos de campo: um com paredes laterais inclinadas
para que a bola ressaltara à altura da cintura, outro com
o solo removido. De um modo geral, todos os campos
tinham uma forma de I e nas extremidades podiam ser
vistas cabeças de aves, como em Copán ou grandes aros
pelos quais tinha que passar a bola, como em Xochicalco.
O jogo da bola terminava com um sacrifício humano, não
se sabendo se o sacrificado era o capitão da equipa ga-
nhadora ou aquele da perdedora; na maioria dos casos
tratava-se de prisioneiros de guerra.
5.6.3 Magia e lógica
Medicina Relativamente ao saber mesoamericano,
este pode ser visto segundo dois eixos principais: o es-
pírito mágico e o espírito lógico, os quais, ainda que dis-
tintos, coexistiam. No âmbito da medicina, existiam duas
escolas: uma de tradição xamânica, entendendo por xamã
um sacerdote curandeiro que se ocupava de certas enfer-
midades, a mais frequente das quais era a perda da alma.
Com vista à recuperação dos seus pacientes, o xamã re-
corria à utilização de vários psicotrópicos (peiote, tabaco,
feijões vermelhos carregados de mescalina) e às manipu-
lações mágicas (encantamentos, oferendas).
A outra medicinabaseava-se num saber pragmático. Na
Mesoamérica existiam curandeiros que sabiam tratar as
fracturas, curar e fechar feridas; eram inclusivamente
praticadas algumas intervenções obstétricas. Além disto,
também utilizavam plantas (por exemplo a casca do
salgueiro) para tratar doenças.
1 2 3 4
5 6 7 8 9
10 11 12 13 14
15 16 17 18 19
0
Numeração maia. Os sistemas de numeração mesoamericanos
baseavam-se no número vinte.
Aritmética A aritmética não era vista como tratando-
se apenas de números, sendo-lhe atribuído um valor e um
conteúdo simbólicos, graças ao pensamento dualista. O
sistema mesoamericano era vigesimal, ou seja, tinha base
20 e os números eram representados através de pontos
5.8 Território e centros ceremoniais 11
que valiam um e de barras que tinham o valor de 5. Este
tipo de aritmética combinava-se com uma numerologia
simbólica: o 2 está relacionado com a origem, pois toda
a origem é tida como desdobrável; o 3 com o fogo do-
méstico; o 4 ligado aos quatro cantos do universo; o 5
expressa instabilidade; o 9 faz referência ao mundo sub-
terrâneo e à noite; o 13 é o número da luz; o 20 o da
plenitude e o 400 o do infinito.
Uma das grandes contribuições para a aritmética, devida
aos mexicas, foi a invenção do nepohualtzitzin, que é um
ábaco utilizado para realizar operações aritméticas de
forma rápida. Este dispositivo, fabricado com madeira,
fios e grãos de milho, é também conhecido como calcu-
ladora asteca.
5.6.4 Astronomia
No que respeita à astronomia, esta surge a partir da ob-
servação dos astros e da construção simbólica da vida
cósmica. Os mesoamericanos compreenderam que o
céu estava organizado segundo ciclos regulares origi-
nando uma sucessão de estações e fenómenos astronó-
micos. Associavam figuras de animais e plantas às dife-
rentes constelações e os seus conhecimentos astronómi-
cos foram-se acumulando ao longo de milénios. Este pro-
cesso culminaria com a invenção do calendário, cujas ori-
gens se encontram no período pré-clássico médio, apoi-
ada não tanto na observação dos astros, mas na aritmética.
5.7 Espaço-tempo simbólico
Estes dois termos estão associados aos quatro pontos car-
deais e ligados ao calendário, assegurando assim a rotação
das qualidades do espaço. Por outras palavras, na Meso-
américa, uma data ou um acontecimento estava sempre
vinculado a uma direcção do universo e o calendário ex-
primia uma topografia simbólica, característica peculiar
deste período. Os dias estavam associados, segundo o
seu nome, a um ponto cardeal que lhes conferia um sig-
nificado mágico.
• Os símbolos de oriente eram: crocodilo, serpente,
água, cana-de-açúcar, movimento. Ao oriente es-
tava associada a ideia de fecundidade vegetal ou, por
outras palavras, a exuberância tropical; também es-
tava associado com o mundo dos sacerdotes.
• Os símbolos do norte eram: vento, morte, cão,
jaguar, sílex. Este ponto contrasta com o oriente
porque em termos simbólicos é árido, frio e opres-
sivo. Era considerado como a parte nocturna do uni-
verso, comomorada dos mortos. O cão (xoloitzcuin-
tle) tem aqui um significado singular, uma vez que é
ele que acompanha o defunto durante a viagem e que
o ajuda a cruzar o rio de além-túmulo, que o conduz
ao nada.
• Os símbolos do ocidente eram: casa, veado,
macaco, águia, chuva. Era um rumo associado com
o ciclo da vegetação, mais especificamente com o
ecossistema das terras altas temperadas, com pouca
chuva e mudança de estações.
• Os símbolos do sul eram: coelho, lagartixa, erva
seca, urubu, flor. Por um lado estava relacionado
com o sol luminoso e quente do meio-dia, por outro,
com a chuva repleta de bebida alcoólica. O coelho,
símbolo principal, era associado com os agricultores
e o pulque.
Com isto pode dizer-se que uma característica mesoame-
ricana é a geografia simbólica, a qual leva a qualidades
imaginárias e não a um lugar específico; se assim fosse
então estes símbolos não seriam aplicáveis à Mesoamé-
rica em geral, mas existiria um sem número deles para
cada zona geográfica.
Omicaohtli, em Teotihuacan. As cidades mesoamericanas estão
orientadas relativamente a certos pontos notáveis da observação
astronómica.
5.8 Território e centros ceremoniais
Os centros cerimoniais são a base das povoações da Me-
soamérica pois determinam a existência do urbanismo,
que não é mais que uma porção de espaço que caracte-
riza os centros cerimoniais, os quais constituem o coração
do espaço sagrado. Os centros têm como função orientar
o espaço e transmitir esta orientação ao espaço que os ro-
deia. As cidades com os seus centros cerimoniais cons-
tituíam sempre a entidade política e cada um podia ser
identificado segundo a cidade em que vivia. Os centros
cerimoniais eram sempre construídos para serem vistos.
As pirâmides eram construções que sobressaíam relativa-
mente ao resto da cidade, para manifestar os seus deuses
e as suas capacidades.
Todas as construções cerimoniais eram executadas em
várias fases construtivas, cada uma delas sobre a ante-
rior, de modo que é visível na actualidade a última etapa
12 5 CARACTERÍSTICAS DA CIVILIZAÇÃO MESOAMERICANA
da construção. Em poucas palavras, os centros cerimo-
niais são a tradução arquitectónica da identidade de cada
cidade projectada em veneração aos seus deuses e senho-
res.
Upakal K'inich, numa estela de Palenque. Este tipo demonumen-
tos públicos foi muito comum em toda a Mesoamérica, e tinham
por objectivo comemorar acontecimentos notáveis ou façanhas
da classe dominante.
5.9 Viagem ao além
Neste período concebiam-se vários tipos de além, razão
porque se praticavam vários tipos de funerais: simples
ou múltiplos, fossas, câmaras construídas em alvenaria,
urnas, etc. A cremação era também utilizada, sabendo-se
hoje que a posição social que a pessoa ocupara ou o modo
como se morrera eram dois factores que determinavam o
tipo de enterro. Chega-se assim a uma conclusão: a ideia
de uma viagem post-mortem e o túmulo como ponto de
partida para uma viagem ao além. Os mesoamericanos
criam em três destinos (designações em nauatle):
• Cincalco (a casa domilho), a que apenas acediam os
que haviam sido mortos no campo de batalha, na pe-
dra sacrificial ou as mulheres que morriam durante
o trabalho de parto;
• Mictlan (lugar dos mortos), inframundo que consis-
tia numa peregrinação subterrânea que conduzia os
mortos ao extremo norte do mundo;
• Tonatiuhichan (a casa do sol), o paraíso do sol, si-
tuado na direcção este. Tratava-se de um sítio do-
minado pelo sol.
Em cada enterro eram colocados alimentos e bebidas de-
positados em objectos de barro para que o morto pudesse
alimentar-se durante a viagem; eram também colocadas
máscaras para protegê-los do frio.
5.10 Arte político-religiosa
A expressão artística estava condicionada pela ideologia,
que misturava ao mesmo tempo a religião e o poder;
grande parte das obras que sobreviveram à conquista eu-
ropeia eram monumentos públicos. Este tipo de arte foi
criado sobretudo para ser visto, constituindo a chave para
a contagem do tempo, a grandeza da cidade e a venera-
ção dos deuses. Existe, além deste, outro tipo de arte pré-
hispânica que tem a ver com o aspecto oculto; diferencia-
se do primeiro no facto de não poder ser observado, es-
tando o seu valor associado ao que representa, por exem-
plo, vasilhas de barro que eram utilizadas nos enterros ou
as caras invisíveis das estátuas.
A arte permanecia no anonimato, pois nunca se encon-
trou qualquer assinatura de quem a realizava; além disto,
era uma arte abstracta, não em termos figurativos, mas
no sentido de que se encontra desligada de qualquer re-
ferência naturalista. Mais ainda, a arte pré-hispânica era
também considerada hiperintelectual, capaz de libertar-se
de toda obrigação realista.Seguindo esta ideia surgem duas observações: a primeira
refere-se à imagem austera que lhe foi conferida pela
arqueologia: geralmente, tinha-se preferência pelas coi-
sas nobres, objectos de museus; as pedras perecíveis com
o tempo eram objecto de antipatia, apesar de serem es-
senciais para os centros cerimoniais mesoamericanos.
A segunda observação refere-se ao problema das falsifi-
cações que foram e ainda são feitas. A inspiração dos
falsificadores tem um papel importante nesta problemá-
tica, uma vez que foram obrigados a inventar desenhos
novos para assim conseguirem vendê-los aos colecciona-
dores, pois a estes o que é novo chama-lhes a atenção.
Tudo isto tem como consequência uma má compreensão
da arte na Mesoamérica.
13
Várias espécies de milho criollo. O estado e toda a civilização
mesoamericana então ligados com o cultivo deste cereal, cuja
maior variedade de espécies se encontra na áreamesoamericana.
5.11 Organização material
5.11.1 O Estado
AMesoamérica surge com as primeiras manifestações da
cultura olmeca cerca de 1200 a.C., as quais mostram que
mesmo quando não eram ainda agricultores, já contavam
com uma sociedade estatal. Estas sociedades possuíam
um sistema de poder e uma divisão do trabalho muito
elaborados; a organização territorial baseava-se em torno
da cidade que se situava em redor de um centro ceri-
monial; tinham também moedas de troca: penas, peças
de algodão, sementes, grãos; a estas foi adicionado mais
tarde o metal.
5.11.2 Milho e agricultura
A Mesoamérica é considerada por vezes como a filha do
milho, e não teria alcançado o nível de desenvolvimento
que alcançou sem este produto agrícola; por este motivo
o milho constitui a peça mais importante tanto na vida
quotidiana como no âmbito religioso e mais que um re-
curso natural é visto como o elemento principal da agri-
cultura. A alimentação baseava-se na recolecção, na caça
e na pesca; consumiam quelites (verduras), fruta, frutas
de cactáceas como a pitaia e a tuna, lagarta de maguei;
além destes também frutos como o abacaxi, a papaia e
o mamei. Caçavam iguanas, rãs, serpentes e consumiam
também moluscos. Tratava-se de uma alimentação bas-
tante variada e rica.
6 Ver também
• América Central
• Sistemas de escrita mesoamericanos
7 Referências
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• Manzanilla, Linda, y López Luján, Leonardo
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Destino. Barcelona, España. ISBN 84-233-3095-8.
• Palerm, Ángel (1972): Agricultura y civilización
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8 Ligações externas
• Bibliografia seleccionada sobre a guerra na Mesoa-
mérica (em espanhol)
• Museo Nacional de Antropología e Historia (Cidade
do México) (em espanhol)
• Museo do Templo Mayor (Cidade do México) (em
espanhol)
• Cultura Maya (em espanhol)
• California State University, Los Angeles (em inglês)
• Mesoamerican Photo Archives (em inglês)
• Aztec, Olmec, & Mesoamerican Art (em inglês)
15
9 Fontes, contribuidores e licenças de texto e imagem
9.1 Texto
• Mesoamérica Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mesoam%C3%A9rica?oldid=45771865 Contribuidores: Mschlindwein, Rui Silva, Le-
onardoRob0t, Jic, Alexg, RobotQuistnix, Epinheiro, OS2Warp, Bonás, MarioM, NMaia, João Sousa, Luan, Marcelo Victor, Yanguas,
Thijs!bot, Rei-bot, Santista1982, MiMKe50135, JAnDbot, Alchimista, Capmo, Marcus Cyron, CommonsDelinker, Alexanderps, Rj-
claudio, Idioma-bot, BDantas, Theshotgun, Aibot, Cdmafra, Vini 175, Hxhbot, Chronus, Maañón, Heiligenfeld, Cafu05, ChristianH,
Luckas-bot, Ptbotgourou, Salebot, ArthurBot, SuperBraulio13, Xqbot, Rubinbot, Tatianadms, Marcos Elias de Oliveira Júnior, HVL, Tj-
Bot, EmausBot, ZéroBot, Renato de carvalho ferreira, Stuckkey, WikitanvirBot, MerlIwBot, Zoldyick, Dexbot, Xochiztli, Raul Caarvalho,
Legobot, Mjunii, Marcos dias de oliveira, O revolucionário aliado e Anónimo: 31
9.2 Imagens
• Ficheiro:Americas_(orthographic_projection).svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/ca/Americas_
%28orthographic_projection%29.svg Licença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: Obra do próprio Artista original: Martin23230
• Ficheiro:Chacoan_turquoise_with_argillite.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5a/Chacoan_turquoise_
with_argillite.jpg Licença: Public domain Contribuidores: ? Artista original: ?
• Ficheiro:Codex_Zouche-Nuttall_Mixtec_British_Museum_20050108.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/
7/7d/Codex_Zouche-Nuttall_Mixtec_British_Museum_20050108.jpg Licença: CC-BY-SA-3.0 Contribuidores: ? Artista original: ?
• Ficheiro:Field_near_San_Miguel_de_Allende.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/94/Field_near_San_
Miguel_de_Allende.jpg Licença: Copyrighted free use Contribuidores: http://www.sxc.hu/photo/9604 Artista original: Tim & Annette
• Ficheiro:Junior-Jaguar-Belize-Zoo.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/21/Junior-Jaguar-Belize-Zoo.jpg
Licença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: Own work by uploader, http://bjornfree.com/galleries.html Artista original: Bjørn Christian
Tørrissen
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