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Sobre a Constituição

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A CONSTITUIÇÃO
Multifacetado: muda com o tempo
Sentido comum: ato de instituir, formar, estabelecer ou criar alguma coisa.
A Constituição sempre existiu e sempre existirá.
Elementos Fundamentais:
Identidade: ideia de nós e do outro.
Organização Social e especialização: noção de poder.
Valores subjacentes: regras sociais.
Objetivos (matérias constitucionais)
Organização do Estado
Separação de Poder
Direitos e Garantias Fundamentais
CLASSIFICAÇÃO:
Quanto ao conteúdo.
Constituição material: é aquela escrita ou não em um documento constitucional e que contém as normas tipicamente constitutivas do Estado e da Sociedade.
Constituição formal: é aquela dotada de supralegalidade (supremacia). Só pode ser modificada por procedimentos especiais que ela no seu corpo prevê. 
A Constituição formal, com o passar do tempo, aumenta de tamanho e passa a abarcar matérias formalmente constitucionais e não apenas materialmente constitucionais.
Constituição prevalece sobre todo o ordenamento ordinário (supralegalidade);
As Constituições são defendidas, em regra, pelo Poder Judiciário.
Quanto à estabilidade:
Rígida: é aquela que necessita de procedimentos especiais, mais difíceis (específicos) para a sua modificação. Esses procedimentos são definidos na própria Constituição.
Flexível: não requer procedimentos especiais para a sua modificação. Ela pode ser modificada por procedimentos comuns, os mesmos que produzem e modificam as normas ordinárias.
Semirrígida: é aquela que contém, no seu corpo, uma parte rígida e outra flexível.
Fixa ou silenciosa: é a Constituição que só pode ser modificada pelo mesmo poder que a criou (Poder Constituinte Originário). 
Imutável ou granítica: não prevê nenhum tipo de processo de modificação em seu texto. São, nos dias atuais, relíquias históricas;
Transitoriamente flexível: traz a previsão de que até determinada data a Constituição poderá ser emendada por procedimentos comuns. Após data determinada, a Constituição só pode ser alterada por procedimentos especiais definidos por ela. 
Transitoriamente imutável: é a Constituição que durante determinado período não poderá ser alterada. Somente após esse período ela poderá ser alterada.
Quanto à Forma: escrita e não escritas
Escrita: é aquela elaborada de forma escrita e sistemática em um documento único, feita de uma vez só, por meio de um processo específico, por um poder, convenção ou assembleia constituinte.
Não escrita: é aquela elaborada e produzida com documentos esparsos no decorrer do tempo, desenvolvidos de forma histórica, fruto de um longo e contínuo processo de sedimentação e consolidação constitucional. 
Quanto ao modo de elaboração – dogmáticas e históricas
Dogmática: é aquela escrita e sistematizada em um documento que traz as ideias dominantes (dogmas) em uma determinada sociedade, num determinado período. Constituição escrita quanto à forma. 
Histórica: é aquela elaborada de forma esparsa (com documentos e costumes desenvolvidos) no decorrer do tempo, sendo fruto de um contínuo processo de construção e sedimentação do devir histórico. Ela se equivale à Constituição não escrita quanto à forma
Quanto à origem – promulgadas, outorgadas e cesaristas
Promulgada: é aquela dotada de legitimidade popular, na medida em que o povo participa do seu processo de elaboração, ainda que por meio de seus representantes. 
Outorgada (autocrática/ditatorial): é aquela que não dotada de legitimidade popular, na medida em que o povo não participa de seu processo.
Cesarista: é aquela produzida sem a participação popular (de forma direta ou mediante representantes), mas que, posteriormente a sua elaboração, é submetida a referendum popular para que o povo diga sim ou não sobre o documento.
Quanto à extensão – analíticas e sintéticas
Analítica: também chamada de prolixa. É aquela elaborada de forma extensa, com cunho detalhista, na medida em que desce a pormenores. Regulamenta assuntos que entenda relevante.
Sintética: é aquela elaborada de forma sucinta (resumida) e que estabelece os princípios fundamentais de organização do Estado e da sociedade, preocupando-se em desenvolver apenas as matérias constitucionais típicas (Organização e organização do Estado e direitos fundamentais). 
Quanto à ideologia: ortodoxas e ecléticas:
Ortodoxa: é aquela que prevê apenas um tipo de ideologia em seu texto. 
Eclética: é aquela que traz a previsão, em seu texto, de mais de uma ideologia, na medida em que pelo seu pluralismo e abertura agrupa mais de um viés ideológico. 
Unidade documental – orgânicas e inorgânicas:
Orgânica: é aquela que é elaborada em um documento único, num corpo único de uma só vez por um poder competente para tal e que contém uma articulação (interconexão) entre as suas normas (títulos, capítulos, seções). 
Inorgânica: é aquela que não é dotada de uma unidade documental. É elaborada por textos escritos não dotadas de uma interconexão que podem ser reunidos posteriormente (e solenemente) em um documento específico e ser intitulado de texto Constitucional. 
Quanto à finalidade – Garantia, Balanço ou Dirigente:
Garantia: ela tem um viés no passado, visando a garantir direitos assegurados contra possíveis ataques do Poder Público. 
Balanço: visa a trabalhar o presente; visa a explicitar as características da atual sociedade; que traduz juridicamente modificações sociais que já existem na sociedade.
Dirigente: tem viés de futuro; visam a predefinir uma pauta de vida para a sociedade e estabelecer uma ordem concreta de valores para o Estado e para a sociedade.
 
Classificação quanto ao papel das Constituições:
Constituição-lei: a Constituição é entendida como uma norma que está no mesmo nível das outras normas do ordenamento, funcionando apenas como uma diretriz para atuação do Poder Legislativo.
Constituição-total: a Constituição é entendida como lei fundamental da atividade estatal e da vida social. O espaço de conformação do legislador é extremamente reduzido. 
Constituição-moldura: a Constituição é apenas um limite para a atividade legislativa. Ou seja, ela é apenas uma moldura, sem tela e sem preenchimento. Nesses termos, caberá a jurisdição constitucional apenas a tarefa de controlar se o legislador age dentro da moldura.
Constituições Plásticas: são aquelas dotadas de uma maleabilidade. Possibilitam releituras, reinterpretações de seu texto, à luz de novas realidades sociais. A Constituição plástica pode ser flexível ou mesmo rígida, desde que permita uma nova reinterpretação de seu texto, à luz de novos contextos sociais.
Constituições Pactuados ou Dualistas: são aquelas que resultam de um acordo entre o rei (monarca) e o parlamento. Buscam desenvolver um equilíbrio entre o princípio monárquico e o princípio da democracia. 
Constituições nominalistas: são as Constituições que trazem normas dotadas de alta clareza e precisão, nas quais a interpretação de seu texto somente é realizada por meio de um método gramatical ou literal. 
Constituições Semânticas: são as Constituições nas quais o texto não é dotado de uma clareza e especificidade e que, portanto, não vão trabalhar apenas o método gramatical, exigindo outros métodos de interpretação. 
Constituições em Branco: são aquelas que não trazem limitações explícitas ao poder de alteração ou reforma constitucional. O poder de reforma se vincula à discricionariedade dos órgãos revisores, que, ficam encarregados de estabelecer regras para a propositura de emendas constitucionais. 
Constituições compromissórias: originam-se de um processo constituinte tumultuado por correntes de pensamentos divergentes que ao fim dos trabalhos estabelecem um consenso (compromisso constitucional). Resultam de acordos entre as diversas forças políticas sociais. 
Constituição Dúctil (suave): é aquela que espelha o pluralismo ideológico, moral, político e econômico existente nas sociedades. A Constituição não deve predefinir ou impor uma forma de vida, mas sim criar condições para o exercício dos maisvariados projetos de vida.
Heteroconstituições: são Constituições decretadas de fora do Estado que irão reger. São incomuns. 
Classificação tradicional da atual Constituição de 1988.
Quanto ao conteúdo – formal; 
Quanto à estabilidade – rígida; 
Quanto à forma – escrita; 
Quanto à origem – promulgada; 
Quanto ao modo de elaboração – dogmática; 
Quanto à extensão – analítica;
Quanto à unidade documental – orgânica; 
Quanto à ideologia – eclética; 
Quanto à finalidade – dirigente
Abordagem crítica das Constituições nos Estados Liberal, Social e Democrático de Direito
Estado Liberal: A Constituição é entendida como um “mero instrumento” de governo que organiza e limita o poder político. Com o uso de leis gerais e abstratas, busca-se garantir, ainda que apenas formalmente, a liberdade, a igualdade e a propriedade, de modo que todos os sujeitos receberiam os mesmos direitos subjetivos. A estrutura da Constituição do Estado Liberal foi essencialmente negativa (abstencionista).
A Crise do Estado Liberal: Após a Primeira Guerra Mundial tem início um novo paradigma de Estado (Estado Social). O período de Estado Liberal gerou a maior exploração do homem pelo homem de que se tem notícia. Tem-se o surgimento de um capitalismo cada vez mais monopolista e o aumento, sempre recorrente, das demandas sociais e políticas, nascendo o “Constitucionalismo Social”.
Estado Social: O Estado Social, que surge após a Primeira Guerra e se afirma após a Segunda, intervém na economia, por meio de ações diretas e indiretas, e visa a garantir o capitalismo por meio de uma proposta de bem-estar, assim como a compensação das desigualdades sociais, por meio da prestação estatal de serviços e da concessão de direitos sociais. 
O Estado assume, nessa nova perspectiva, o papel de agente conformador (condutor) da realidade social e, com isso, busca, inclusive, estabelecer formas de vida concretas impondo “pautas públicas” de vida boa.
Liberdade de associação entre os trabalhadores, o surgimento de grandes partidos políticos e a ampliação das atividades econômicos-sociais do Estado.
Tais direitos vêm alargar e, sobretudo, redefinir os clássicos direitos do constitucionalismo liberal. Inicia-se a chamada “materialização dos direitos”.
Surgimento dos direitos sociais. 
O Estado tem que prover os serviços inerentes aos direitos de segunda geração (dimensão) à sociedade, como saúde, educação, previdência.
A Crise do Estado Social: No início da década de 70, o paradigma do Estado liberal entra em crise. Aquele que deveria ser o cidadão se transformou em cliente desse Estado gigantesco que deveria reger toda a sociedade. A prometida cidadania se transforma em clientelismo.
Estado Democrático de Direito: É o Estado da transformação da realidade social. Neste momento há a eclosão dos chamados direitos fundamentais de terceira dimensão, que são direitos difusos e coletivos, como o direito ao meio ambiente, do consumidor, da comunicação. 
TEORIA AMERICANA
Normas Constitucionais auto executáveis: autoaplicáveis, dotadas de aptidão para gerar desde logo efeitos jurídicos independentes do legislativo.
Normas Constitucionais não auto executáveis: não autoaplicáveis, que necessitariam do legislador, pois não teriam meios necessários para a viabilização dos direitos previstos.
Consequências:
Algumas normas Constitucionais não seriam dotadas de aplicabilidade
Jose Afonso da Silva: Em uma Constituição não teriam normas não autoaplicáveis. Todas as normas Constitucionais são dotadas de aplicabilidade, pois no mínimo dois efeitos as normas vão ter:
Positivas: não recepciona tudo do ordenamento anterior que for contrário a ela.
Negativas: esta nega ao legislador ordinário a possibilidade de produzir normas infraconstitucionais contrarias a ela.
Mas se toda norma Constitucional tem aplicabilidade, esta seria desenvolvida em graus:
De eficácia Plena: reúnem todos os elementos necessários para produção de todos os efeitos jurídicos imediatos.
De eficácia Contida: nascem com a eficácia plena e reúnem todos os elementos necessários para a produção de efeitos jurídicos. Mas terão sem âmbito de eficácia limitado, reduzido ou contido pelo legislador infraconstitucional.
De eficácia Limitada: não são bastantes em si. Não reúnem todos os elementos necessários para a produção dos efeitos jurídicos precisando da regulamentação para a produção de todos os efeitos jurídicos.
Princípios instituitivos: traçam esquemas gerais de organização e estruturação de órgãos e entidades ou instituições do Estado.
Princípios programáticos: traçam metas, tarefas, fins, programas para o cumprimento por parte dos poderes e pela sociedade.
Preâmbulo: Carta de intenções, proclamação de princípios, diploma de origem e legitimidade da Constituição que indica uma ruptura com o passado e o surgimento de novo texto constitucional que irá reger o estado e a Sociedade.
Parte dogmática: texto permanente da Constituição
Parte transitória: objetiva ser um instrumento de intermediação entre avelha e a nova ordem constitucional, realizando a integração entre elas. (ADCT)
Poder Constituinte Originário: visa produzir uma Constituição. Prerrogativa extraordinária que ocorre em um momento extraordinário e que visa a desconstituição de uma ordem exterior e a constituição de uma nova ordem.
Poder desconstitutivo/constitutivo: poder de revogar o ordenamento constitucional anterior.
Classificação:
Poder Constituinte Material: conjunto de forças políticas sociais que vão produzir o conteúdo de uma nova constituição. 
Poder Constituinte Formal: Grupo encarregado de redigir a Constituição,
Características:
Inicial: Inaugura uma nova ordem jurídica e política rompendo com a anterior. (Novo Estado democrático)
Autônomo: só a ele cabe fixar os termos, as bases em que a nova Constituição será estabelecida e qual direito a ser implantado.
Ilimitado: 
Teoria positivista: foi colocado e estabelecido na norma. PCO é o marco inicial para a criação de uma nova ordem jurídica.
Teoria sociológica: PCO é autônomo porque não está preso a nenhum direito positivo pretérito, mas guarda limite no movimento revolucionário que o alicerçou.
Inconstitucionado: Ele mesmo cria regras procedimentais para elaboração da nova Constituição.
Permanente: não se exaure com a criação de uma nova Constituição. Ele continua presente ainda que o estado latência. O PCO é permanente porque sua titularidade está no povo.
Obs.: O PCO pode ser desenvolvido de forma típica o que ocorre quando seu agente é encarregado apenas de fazer a Constituição. Ou de forma atípica, impura, o que ocorre quando após a elaboração da Constituição o agente do PCO se torna legislador ordinário da Constituição que ele elaborou.

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