Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TOPOGRAFIA Elaboração e Organização: Profa. Dra. Andréia Medinilha Pancher CARTOGRAFIA SISTEMÁTICA TOPOGRAFIA FUNDAMENTOS BÁSICOS Topos (lugar) e Graphien (descrever). Ciência aplicada, baseada na Geometria e na Trigonometria, cujo objetivo é determinar o contorno, dimensão e posição relativa de uma porção limitada da superfície terrestre (ESPARTEL, 1978). Essa ciência, possibilita a representação, em planta, dos limites de uma propriedade, dos detalhes que estão em seu interior (cercas, construções, áreas de cultivo e melhorias em geral, córregos, vales, espigões, etc.). (BORGES, 1977) Para as representações e cálculos, supõe-se a Terra como sendo plana, porém, esta é um elipsóide de revolução, achatado. Sendo assim, quando as distâncias forem muito pequenas, seus valores, medidos sobre a superfície esférica, resultarão sensivelmente iguais àqueles medidos sobre um plano. No entanto, é necessário que se fixem os limites1 para que isso aconteça, sendo que acima dos mesmos, o erro será exagerado, e os métodos topográficos deverão ser substituídos pelos geodésicos (que consideram a curvatura da Terra). (BORGES, 1977) Com base nas PLANTAS com curvas de nível, a Topografia representa o relevo do solo com suas elevações e depressões. Além disso, possibilita conhecer a diferença de nível entre dois pontos, independentemente da distância que os separa (BORGES, 1977). [1] Para um trabalho de grande precisão, o limite para se considerar uma superfície plana é 55km2. Já para medições aproximadas, de propriedades rurais, os métodos topográficos podem satisfazer até o dobro da área citada. Acima desses limites, a curvatura da Terra gerará erros. [1] Para um trabalho de grande precisão, o limite para se considerar uma superfície plana é 55km2. Já para medições aproximadas, de propriedades rurais, os métodos topográficos podem satisfazer até o dobro da área citada. Acima desses limites, a curvatura da Terra gerará erros. PLANIMETRIA O conjunto de métodos utilizados para a obtenção dos dados necessários para o traçado de uma planta recebe o nome de Topometria, subdividido em planimetria e altimetria. Medidas das grandezas (distâncias e ângulos horizontais) sobre um plano horizontal. Para representá-las, é necessário fazê-lo através de uma vista de cima, pois elas aparecerão projetadas sobre um mesmo plano horizontal. A referida representação denomina-se planta. (BORGES, 1977) Bússola instrumento para determinar a direção dos alinhamentos em relação à meridiana dada pela agulha magnética, suposta constante. A agulha é sustentada por um pivô ou eixo vertical fixo no centro de um círculo horizontal cuja circunferência é dividida geralmente em graus e metades de graus. (ESPARTEL, 1978) A Terra tem propriedades de um grande magneto, por isso as extremidades da agulha são atraídas por duas forças atuando em dois pontos diametralmente opostos, que são os pólos magnéticos da Terra, os quais não coincidem com os pólos geográficos. A linha que une os pólos magnéticos da Terra é chamada meridiana magnética; a ponta da agulha que se dirige para o pólo magnético do N é chamada norte e a outra ponta sul. Em todo o ponto eqüidistante dos pólos magnéticos da Terra, a agulha é igualmente atraída, contudo, quando a agulha estiver colocada num ponto que diste desigualmente dos pólos magnéticos, ela será mais atraída pelo mais próximo, inclinando-se para o mesmo. Tal desvio da agulha no sentido vertical, chama-se inclinação da agulha. No Hemisfério Norte, a agulha será mais atraída para o norte, no hemisfério sul, para o sul. A fim de anular a inclinação da agulha, deve-se equilibrá-la com um peso qualquer, o qual será colocado, no primeiro caso ao lado sul e, no segundo ao lado norte, levando a agulha a conservar um plano horizontal. O meridiano magnético e o meridiano geográfico formam entre si um ângulo variável, denominado de declinação magnética. Quando o meridiano magnético fica à direita do meridiano verdadeiro, a declinação é oriental; quando fica à esquerda, é ocidental. (ESPARTEL, 1978) Medidas dos ângulos horizontais ou azimutais com bússolas Azimute magnético (Az) O Azimute magnético de um alinhamento, consiste no ângulo que a direção deste alinhamento faz com o meridiano magnético (figura 01). Os azimutes variam de 0o a 360o e são contados a partir da ponta N da agulha no sentido horário. Desse modo, considerando-se que: Ângulo NOA = 45o Ângulo NOB = 130o Ângulo NOC = 220o Ângulo NOD = 310o, teremos: Azimute de AO = 45o (Az) Azimute de OB = 130o (Az) Azimute de OC = 220o (Az) Azimute de OD = 310o (Az) Se o alinhamento estiver na direção ON, o seu azimute será 0o; Se estiver na direção OS será 180o; se estiver em OE, será 90o e em OW, 270o. Azimute Magnético Fonte: Espartel, p. 66, 1978 Rumo Magnético (R) O Rumo Magnético de um alinhamento é o ângulo que ele forma com a ponta da agulha que lhe fica mais próxima (figura 02). Os rumos são contados para a direita ou para a esquerda, conforme se acham mais próximos de E ou de W. Esses variam de 0o a 90o. Assim, tem-se: Ângulo NOA = 40o; Rumo AO = N40oE Ângulo SOB = 60o; Rumo OB = S60oE Ângulo SOC = 30o; Rumo OC = S30oW Ângulo NOD = 45o; Rumo OD = N45oW Também, pode-se escrever 40o NE, 70o SW, etc. Rumo Magnético Fonte: Espartel, p. 67, 1978 Conversão de Azimutes em rumos e vice-versa Sejam os Quadrantes I, II, III e IV OA = R1, OB = R2, OC= R3, OD = R4, sendo R1 = N45oE, R2 = S30oW, R3 = S60oE, R4 = N45oW. De acordo com a figura 03: o azimute de OA (Az1) é o mesmo rumo de OA, ou seja Az1 = 45o; o azimute de OB (Az2) é o ângulo NOB = 180o – 30o = 150o; o azimute de OC (Az3) será o ângulo NOC = 180o + 60o = 240º e o azimute de OD será o ângulo NOD = 360o – 45o = 315o (Az4). Q I: azimute é igual ao rumo Q II: azimute é igual a 180o menos o rumo Q III: azimute é igual a 180o mais o rumo Q IV: azimute é igual a 360o menos o rumo. (ESPARTEL, 1978) Fonte: Espartel, p. 67, 1978 Inversão dos pontos leste e oeste nas bússolas de rumos A inversão dos pontos cardeais E e W nos limbos das bússolas permite a leitura direta dos ângulos, o que facilita o trabalho de campo. (ESPARTEL, 1978) Balizamento de uma direção As Balizas são utilizadas para demarcar ou balizar um alinhamento no terreno, possibilitando a medida de distâncias, os alinhamentos de pontos, além de servir para destacar um ponto sobre o terreno, tornando-o visível de locais muito afastados (BORGES, 1977). A baliza de cano de aço, muito utilizada, tem 2 metros de comprimento, 16 a 20 cm de diâmetro e é pintada de duas cores contrastantes (branco e vermelho), de 50 em 50 ou de 20 em 20cm, tendo na extremidade inferior um ponteiro de ferro para sua fixação no terreno. (ESPARTEL, 1978) ALTIMETRIA Medições das distâncias e dos ângulos verticais que, na planta, não podem ser representados, excetuando-se as curvas de nível. Desse modo, a altimetria usa como representação a vista lateral, ou perfil, ou corte, ou elevação e, os detalhes da altimetria são representados sobre um plano vertical. (BORGES, 1977) Altitudes e cotas. Nível verdadeiro e aparente O objetivo da Altimetria ou Hipsometria é medir a distância vertical ou diferença de nível entre vários pontos. As distâncias verticais referidas à superfície média dos mares, recebem o nome de altitudes; já quando referidas a uma superfície de nível fictícia, localizada acima ou abaixo das superfícies dos mares, denominam-se cotas. O nível verdadeiro é o nível da superfície dos mares ou do esferóide terrestre, e o nível aparente é o do plano tangente a essa superfície. A altimetria abrange dois métodosgerais de nivelamento. O primeiro diz respeito a todas as medidas ao nível verdadeiro, realizado através do método barométrico (baseado na determinação de um plano horizontal). Já o segundo, se refere ao nível aparente, compreendendo os métodos geométrico e trigonométrico. NIVELAMENTO Nivel verdadeiro e aparente Nivelamento Geométrico mira nivel de precisão Clinômetro O método de nivelamento Geométrico consiste em determinar um plano horizontal e as intersecções dele com uma série de verticais tiradas pelos pontos a nivelar, e em seguida determinar as distâncias desses pontos a esse plano o qual recebe o nome de plano de referência. Dentre os aparelhos de nivelamento, pode-se citar o Clinômetro, um instrumento que possibilita medir as rampas pelos ângulos de inclinação, em porcentagem ou graus e a visada é feita por visor e pínula ou por luneta. O Clinômetro militar (figura) da Keuffel & Esser, compreende de uma caixa circular, escura, de 70mm de diâmetro, com clinômetro de pêndulo sensível, graduado em graus até 45o nos dois sentidos, com parada automática. A escala e o objeto visado são vistos simultaneamente no campo da luneta. (ESPARTEL, 1978). Fonte: Espartel, p.360, 1978 Clinômetro Altímetro O nivelamento barométrico se baseia na relação entre a altitude e a pressão atmosférica. O altímetro de precisão sistema Paulin é um exemplo de barômetro aneróide ou metálico compensado de grande sensibilidade. Um índice de tendência, à esquerda ou à direita do zero, observado num espelho indica se a pressão atmosférica é superior ou inferior à indicada pela agulha na observação anterior. A agulha é ligada ao botão central que se manobra até que o índice de tendência esteja diante do zero. A agulha indica, então, imediatamente, a pressão atmosférica correta. Operação: Para uma observação precisa, basta girar o parafuso de ajustagem e, simultaneamente, a agulha. Nessa operação, o índice de tendência deve coincidir com o zero. Para o transporte, deve-se fixar o mecanismo, girando o botão central no sentido contrário ao dos ponteiros de um relógio, até fixá-lo. Nos pontos a nivelar, ajustar o índice com o zero no espelho (acionando o botão central) e ler a pressão e a altitude correspondentes, indicadas pelo ponteiro (ESPARTEL, 1978). Fonte: Espartel, p.417, 1978 BIBLIOGRAFIA BORGES, A. de C. Topografia: aplicada à Engenharia Civil. 2a ed. São Paulo: Edgard Blucher, vol. 1, 1977. ESPARTEL, L. Curso de Topografia. Globo Ed., 6a Ed., Porto Alegre (R S), 1978.
Compartilhar