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Universidade Federal do Rio de Janeiro folclore

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Esse texto vai nos mostrar como a cultura nos “prepara” para vivermos em nossa sociedade, de que forma nos adaptamos e “sentimos” uma sociedade. Podemos não conhecer uma cultura estrangeira, mas sabemos o mínimo. Já dizia um ditado popular, que é a síntese desse texto: na França, faça como os franceses. Esse ditado explica como fazemos quando nos encontramos diante de uma situação em que não sabemos como proceder em uma cultura diferente da nossa, observamos os outros e copiamos suas maneiras. 
	Através de nossa observação, sabemos imediatamente com um olhar reconhecer culturas diferentes das nossas. Sabemos como é diferente um japonês de um italiano e vice-versa. Se vamos a um outro país imediatamente sabemos quando vemos um brasileiro. Não importa o quão longe vamos, sempre nos reconheceremos. Mas, que olhar é esse que faz com que saibamos que estamos diante de igual? 
	Reconhecemos-nos porque, vemos um corpo, fisicamente igual ao nosso. Mesmo num país miscigenado como o nosso temos traços que nos distinguem, dos nossos vizinhos sul americanos. Um modo de andar de falar e nesse quesito o que mais diferencia uma cultura, que é a língua materna. A nossa língua, que mesmo tendo vindo de Portugal é bem diferente, tanto oralmente quanto na escrita.
	Essas diferenças culturais elas são comuns, normais. O mundo ele é multicultural. Com essa diversidade cultural, logo os homens vão possuir visões de mundo diferente, pois a cultura ela é uma lente através da qual o homem vê o mundo, essa é uma das definições que a autora Ruth Benedict traz em seu livro ''O Crisântemo e a espada''.
	Hoje a população mundial esta estimada em mais de 2 bilhões de pessoas, espalhadas por diversos cantos do mundo, pessoas que vivem em contextos históricos variados, recheados de crenças, valores e tradições. Pessoas que acreditam em deuses diferentes, que se vestem diferente, que possuem um estilo alimentar diferenciado, que se comportam de maneira distinta, ou seja, vivemos em um mundo que está longe de um padrão. 
	Imaginar uma cultura padronizada, onde os sujeitos devem se comportar e pensar de forma igual é impossível e convenhamos que isso não deu e nunca dará certo, afinal a história de cada povo, de cada indivíduo possuem especificidades próprias, frutos de um contexto histórico diferente, que vai fazer parte da formação do individuo, onde este vai passar por diversos processos de ensinamentos de valores, comportamentos e pensamentos que seu grupo vai lhe transmitir. 
	Essa herança cultural, deixada por diversas gerações, muitas vezes nos fazem olhar com estranheza para outras culturas que expressam comportamentos, crenças e tradições que são diferentes da nossa, de modo geral isso é normal, pois foge áquilo que o indivíduo cresceu aprendendo como certo, mas em muitos casos há uma depreciação de comportamentos ou manifestações que fogem ao padrão entendido por uma sociedade ou um grupo como sendo certo ou errado. 
	Isso se materializa em muitos casos em nossa sociedade, por exemplo podemos ver diariamente casos de violência contra homossexuais, por que estes, na visão dos agressores não estão dentro de um comportamento social entendido por eles como certo. Também se materializam os casos de preconceitos contra religiões de matrizes africanas, que hoje no Brasil é uma religião de minorias, visto que o que predomina hoje em nosso território são as religiões do catolicismo e o evangélico, que fazem parte da cultura dos brasileiros em maioria, e com isso há uma depreciação dessas tradições africanas, porque estas de certa forma fogem á forma de crer da maioria da população.
	Ou seja, o modo que o homem tem de ver o mundo com as lentes de sua cultura, podem trazer algumas consequências, visto que ele acredita que a sua cultura é a correta. Ao longo da história, tivemos momentos sombrios na história da humanidade, como o Nazismo na Alemanha, com Adolf Hitler, que dizimou milhares de judeus, pessoas deficientes e outros que fugiam a sua concepção de ser humano e de sociedade que ele pretendia formar, ou seja, padronizar uma sociedade.
	O etnocentrismo, foi e ainda segue sendo responsável por uma série de conflitos sociais, pois tais crenças, segundo Laraia '' (…) contém o germe do racismo, da intolerância, e, frequentemente, são utilizadas para justificar a violência praticada contra os outros.'' p. 75
	Esses fatos eles são desencadeados, porque normalmente a referência não é a humanidade, mas sim o grupo. Por isso a estranheza com relação aos estrangeiros por exemplo. Essa estranheza ela é gerada por causa de uma vestimenta diferente, um comportamento, um estilo de alimentação, pelas crenças religiosas, dentre outros. É muito comum aqui no Brasil, por exemplo, depreciarmos algumas formas de alimentação dos chineses, e também é possível que essa depreciação também aconteça por parte dos chineses com relação a algum elemento cultural de nosso país. 
	Aqui no Brasil temos o costume, por exemplo, de comer diversos tipos de carnes, já na Índia esse costume não é tão presente pelo fato de muitos animais serem sagrados, e com certeza esse nosso hábito ele pode não ser bem visto por muitos indianos. Outro exemplo são as vestimentas utilizadas em países do oriente médio, onde a mulher por questões religiosas devem cobrir praticamente todo o seu corpo, já em outros países, as pessoas se vestem de maneira mais livre. Teríamos um choque de visão se por algum momento víssemos uma pessoa andando pelas praias da zona sul vestido da cabeça aos pés, porque isso não é comum em nossa cultura. 
	São muitas as diferenças, e isso é um motivo forte para que haja um respeito a esses diferentes modos de viver, caso contrário há intolerância, preconceito e consequentemente violência. Essas diversas formas de ver o mundo elas são heranças históricas que condicionam a nossa forma de ver e pensar o mundo, essas heranças segundo Laraia '' (…) são assim produtos de uma herança cultural, ou seja, resultado da operação de uma determinada cultura.'' (p. 70)
	Hoje falamos português porque os Portugueses foram os que ''descobriram'' o Brasil, chegaram em nosso território e conseguiram impor a sua cultura e seu idioma, caso contrário poderíamos estar se comunicando com um outro idioma, alguma língua nativa de alguma tribo indígena de nosso país. Os portugueses quando chegaram, tiveram um longo processo de imposição cultural, começando pela catequização dos nativos, considerados pessoas ''não civilizadas''. 
	 No livro ''O que faz do Brasil, Brasil'', Roberto da Mata vai falar desses fatores para explicar os modos de ser e se sentir brasileiro. A primeira coisa que nos une é a linguagem, “Brasil que designa um povo, uma nação, um conjunto de valores, escolhas e ideais de vida.” ( DA MATTA, Roberto - O que faz do Brasil, Brasil p.05) Quem vier ao Brasil, para uma viagem vai experimentar de nossa comida, de nossos costumes comer o bom e velho feijão com arroz, mesmo que não goste, para experimentar. Vai conhecer nossos pontos turísticos, um pouco de nosso modo de ser e de agir.
	Depois o texto continua falando sobre nossa questão corporal. Diz uma frase que conheço: o corpo fala. Dentro deste contexto, sabemos que exite dentro de uma cultura modos e meios de se portar corporalmente dentro de uma determinada sociedade. Sabemos como os italianos são gestuais, nós aqui no Brasil temos uma relação bem gestual também. O Brasil ao meu ver é um corpo, ciente de seu pulsar, por isso algumas festas como o carnaval são aqui a significação e a ressinificação desses corpos. Trabalhamos de ano a ano, mas no carnaval, tudo é possível. Mas é dentro deste comportamento corporal que identificamos as culturas também.
	O autor vai citar Marcel Mauss (1872-1950) para explicar o que ele quer dizer:
[...] "Noção de técnica corporal", no qual analisa as formas como os homens, de sociedades diferentes, sabem servir-se de seus corpos. Segundo Mauss, podemos admitir com certeza que se "uma criança senta-se à mesa com os cotovelos junto ao corpo e permanece com as mãosnos joelhos, quando não está comendo, ela é inglesa. Um jovem francês não sabe mais se dominar: ele abre os cotovelos em leque e apóia-os sobre a mesa".Não é difícil imaginar que a posição das crianças brasileiras, nesta mesma situação, pode ser bem diversa. (p.72). A forma como comemos, o que comemos e como nos sentamos a mesa pode dizer muito de nossa cultura. 
	O autor ainda entra na distinção em função do sexo de determinadas culturas, onde em sua imensa maioria a importância de alguns atos simbólicos de nossas tradições se dá pelos homens na maioria das culturas.
[...] Dentro de uma mesma cultura, a utilização do corpo é diferenciada em função do sexo. As mulheres sentam, caminham, gesticulam etc. de maneiras diferentes das do homem. Estas posturas femininas são copiadas pelos travestis. Resumindo, todos os homens são dotados do mesmo equipamento anatômico, mas a utilização do mesmo, ao invés de ser determinada geneticamente(p.72) [...], depende de um aprendizado e este consiste na cópia de padrões que fazem parte da herança cultural do grupo.(p.73)
Em nossa cultura majoritariamente católica o maior exemplo é o católico, feito pelos padres, homens que batizam a criança recém nascida, para que ela seja reconhecida por entre seus iguais.
Nossa comida, como dito anteriormente pelo texto e de que forma comemos
[...] As pessoas não se chocam, apenas, porque as outras comem coisas diferentes, mas também pela maneira que agem à mesa. Como utilizamos garfos, surpreendemo-nos com o uso dos palitos pelos japoneses e das mãos por certos segmentos de nossa sociedade. (p.73) [...] Em algumas sociedades o ato de comer pode ser público, em outras uma atividade privada. Alguns rituais de boas maneiras exigem um forte arroto, após a refeição, como sinal de agrado da mesma. Tal fato, entre nós, seria considerado, no mínimo, como indicador de má educação. Entre os latinos, o ato de comer é um verdadeiro rito social, segundo o qual, em horas determinadas, a família deve toda sentar-se à mesa, com o chefe na cabeceira, e somente iniciar a alimentação, em alguns casos, após uma prece.(p.74)
O autor vai explicar que para nós o arroto será uma falta de educação, em outras indicação de que está satisfeito.
O autor agora vai falar das diferenças sobres as culturas, como essa “separação” em algumas culturas causa a xenofobia, que é
[...] O homem tem despendido grande parte da sua história na Terra, separado em pequenos grupos, cada um com a sua própria linguagem, sua própria visão de mundo, seus costume, e expectativas. (p.74) O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Tal tendência, denominada etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos conflitos sociais. (p.75)

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