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Trabalho no REPOUSO SEMANAL REMUNERADO

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Trabalho no Repouso Semanal Remunerado
Repouso semanal remunerado é garantia constitucional, conforme artigo 7º, XV, da CF, aplicando-se, à espécie, ainda, o disposto na Lei 605/49 e Decreto 27.048/49, cujo artigo 1º assim dispõe:
Todo empregado tem direito a repouso remunerado, num dia de cada semana, preferentemente aos domingos, nos feriados civis e nos religiosos, de acordo com a tradição local, salvo as exceções previstas neste regulamento.
Como se vê, a própria norma supra admite exceções, de tal maneira que, em determinadas situações, pode, sim, a empresa obrigar o empregado trabalhar do direito ao repouso semanal remunerado. De fato, determina o Decreto 27.048/49, regulamentando a Lei 605/49, que
Art 6º Executados os casos em que a execução dos serviços for imposta pelas exigências técnicas das empresas, é vedado o trabalho nos dias de repouso a que se refere o art. 1º, garantida, entretanto, a remuneração respectiva. 
§ 1º Constituem exigências técnicas, para os efeitos deste regulamento, aquelas que, em razão do interesse público, ou pelas condições peculiares às atividades da empresa ou ao local onde as mesmas se exercitarem, tornem indispensável a continuidade do trabalho, em todos ou alguns dos respectivos serviços. 
§ 2º Nos serviços que exijam trabalho em domingo, com exceção dos elencos teatrais e congêneres, será estabelecida escala de revezamento, previamente organizada de quadro sujeito a fiscalização. 
§ 3º Nos serviços em que for permitido o trabalho nos feriados civis e religiosos, a remuneração dos empregados que trabalharem nesses dias será paga em dobro, salvo a empresa determinar outro dia de folga. 
Art 7º É concedida, em caráter permanente e de acordo com o disposto no § 1º do art. 6º, permissão para o trabalho nos dias de repouso a que se refere o art. 1º, nas atividades constantes da relação anexa ao presente regulamento. 
§ 1º Os pedidos de permissão para quaisquer outras atividades, que se enquadrem no § 1º do art. 6º, serão apresentados às autoridades regionais referidas no art. 16, que os encaminharão ao Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, devidamente informados. 
§ 2º A permissão dar-se-á por decreto ao Poder Executivo. 
Conforme as normas supra, nos casos em que a execução dos serviços for imposta por exigências técnicas das empresas, não é vedado o trabalho nos dias de repouso, garantida respectiva remuneração (art. 6º, caput, Decreto 27048/49).
Exigências técnicas, na hipótese, são aquelas que, em razão do interesse público, pelas condições específicas às atividades da empresa ou ao local onde as mesmas forem executadas, tornem imprescindível a continuidade do trabalho, em todos ou alguns dos respectivos serviços (art. 6º, § 1º, Decreto 27048/49).
Conforme artigos 6º, § 1º, e 7º, do Decreto 27048/49, é permitido, em caráter permanente, trabalho nos dias de repouso semanal nas atividades descritas na relação anexa ao referido Decreto, como, por exemplo, pastelaria, confeitaria e panificação em geral, agência de turismo, comércio em postos de combustíveis, feiras e exposições, serviços funerários, indústria petroquímica, hospitais, etc. 
Mais ainda: o artigo 8º, do mesmo Decreto, ainda admite, em caráter excepcional, trabalho em dia de repouso, quanto ocorrer motivo de força maior ou para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto, justificando, no primeiro caso, ao MT, no prazo de 10 dias, e solicitando autorização prévia, no segundo caso, in verbis:
Art 8º Fora dos casos previstos no artigo anterior admitir-se-á excepcionalmente, o trabalho em dia de repouso: 
a) quando ocorrer motivo de força maior, cumprindo à empresa justificar a ocorrência perante a autoridade regional a que se refere o art. 15, no prazo de 10 dias; 
b) quando, para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto, a empresa obtiver da autoridade regional referida no art. 15 autorização prévia, com discriminação do período autorizado, o qual, de cada vez, não excederá de 60 dias, cabendo neste caso a remuneração em dobro, na forma e com a ressalva constante do artigo 6º, § 3º. 
O artigo 9º, do mesmo Decreto, por sinal, dispõe que
Art 9º Nos dias de repouso, em que for permitido o trabalho, é vedada às empresas a execução de serviços que não se enquadrem nos motivos determinantes da permissão. 
Conclui-se, portanto, que, ressalvados os casos em que não é permitido o labor nos dias de repouso, pode o empregador obrigar o empregado a trabalhar nesses dias, cuja remuneração será paga em dobro, conforme artigo 9º, da Lei 605/49, podendo se configurar eventual recusa do empregado como descumprimento do contrato, passível, portanto, conforme o caso, de demissão por justa causa, conforme art. 482, “h”, da CLT, in verbis:
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
(…)B
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
Ocorrendo labor em dias de repouso, nas hipóteses em que não for permitido, além de sofrer o empregador sanções administrativas, conforme artigos 13 e 14, da Lei 605/49, pode, inclusive, o empregado rescindir indiretamente o contrato, por força do art. 483, “a”, da CLT, in verbis:
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: 
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato; 
O fato é que, seja lícito, ou não, para o trabalho em dia de repouso semanal é devida a remuneração em dobro, salvo se houver folga compensatória em outro dia da semana (Súmula 146, do TST), o que elidirá, obviamente, somente o pagamento dobrado, mas, não, o próprio DSR.
A propósito, considerando que não só a norma constitucional, mas, também, a ordinária, destaca repouso semanal preferencialmente aos domingos, há de se ponderar, ainda, que a coincidência aos domingos não é absoluta, mas, preferencial, como explica Maurício Godinho Delgado (2002:918):
A coincidência, contudo, é preferencial, e não absoluta. Há empresas autorizadas a funcionar em domingos (desrespeitando, pois, licita mente, essa coincidência preferencial). Tais empresas deverão, porém, organizar uma escala de revezamento entre seus empregados, de modo a permitir a incidência periódica em domingos de 1 d.s.r. Nessa escala, tem-se admitido que a cada 7 semanas laboradas o empregado folgue, pelo menos, em 1 domingo (critério especificado pelo art. 2 da Portaria n. 417/66, do Ministério do Trabalho). O sistema de escala pode ser adotado nas seguintes hipóteses: a) por força maior, independentemente de autorização (ad. 8 “a”, Decreto n. 27.048/49); b) em caráter transitório, por motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, com autorização do Ministério do Trabalho (arts. 67, caput, e 68, CLT); c) em caráter permanente, em atividades que, por sua natureza ou pela conveniência pública, devam ser exercidas aos domingos (art. 68, CLT). É o que se passa com em presas prestadoras de serviços públicos e de transportes (ad. 10, parágrafo único, Lei n. 605); com atividades e empresas especificadas por Decreto do Poder Executivo (ad. 10, par. único, Lei n. 605) ou Portaria do Ministro do Trabalho (ad. 68, parágrafo único, CLT). Observe-se, porém, que a autorização diz respeito fundamentalmente à atividade, não à empresa (assim, em redes de postos de gasolina, restaurantes e outros segmentos, o setor operacional fica autorizado a funcionar domingo, mas não o correspondente escritório central, se houver. Esclareça-se que elencos teatrais e congêneres estão, obviamente, dispensados da escala: nestes casos, o descanso incidirá em outro dia (art.. 67, parágrafo único, CLT). A natureza da atividade e a estruturação do mercado em que ela atua são fatores que tornam incompatível a fixação de descanso integral em domingos. Embora o comércio em geral não se configure como atividade que, por sua natureza ou pelaconveniência pública, deva ser exercida aos domingos, tem a possibilidade de elidir a coincidência preferencial ante o disposto na MP 1.539-34/97, artigo 6º, que autoriza, na espécie, o labor aos domingos; contudo, nas reedições dessa MP, ficou estabelecido RSR aos domingos ao menos uma vez ao mês.
Referências bibliográficas
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho – São Paulo : LTr, 2002
Leia mais: http://www.juslaboral.net/2009/02/trabalho-no-repouso-semanal-remunerado.html#ixzz28re5JLT6 
Não autorizamos cópia integral do artigo na Internet ou qualquer outro meio © Marcos Fernandes Gonçalves

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